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quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Gordices e bolo de chocolate e manteiga de amendoim (sem farinha)

É claro que os quilos de morango orgânico que saí comprando feito uma louca varrida viraram sorvete. Hmmmm... delicioso sorvete de morango. Morango, creme de leite bem gordo e açúcar. Ninguém vai me convencer de que há algo melhor no mundo.

No entanto, minha cabeça cheia de gordices estava alucinadamente buscando algo achocolatado para combinar com o sorvete refrescante. Fui direto na minha bíblia de tudo o que é de chocolate, o livro da minha diva da confeitaria, Alice Medrich: Bittersweet. Fuça, fuça, fuça, dei de cara com uma de suas inúmeras variações do bolo "Rainha de Sabá", que levava manteiga de amendoim e pedia para ser servido com sorvete de creme e calda de morango. Há!, esquece o sorvete de creme e a calda de morango, junta tudo numa coisa só e esse bolo ficará ótimo com meu adorado sorvetinho que me aguarda no freezer.

Dito e feito.

O bolo é fácil, delicioso, e, de fato, como diz Alice no livro, parece um desastre "inservível" depois que desinfla, como um soufflé fracassado. Mas é tão bom... Não imaginei que tão pouca manteiga de amendoim contribuísse de forma significativa no sabor do bolo, mas você pode sim senti-la galgando seu lugar ao sol em meio ao chocolate. Se você não é fã de um bolo com textura tão "mousse", basta guardá-lo na geladeira para que fique mais firme e não menos gostoso.

E para quem sempre me pede receitas sem glúten, esse bolo não leva nem um grama de farinha. :)

Quando uma menina que estava ao meu lado outro dia recusou-se a tomar um sorvete porque tinha X número de calorias e ai dela que não queria engordar um grama, pensei com meus botões se seria sábio de minha parte dividir com ela que não só eu fazia questão de que meus sorvetes tivessem muita gordura, como eu ainda inventara de fazer bolo de chocolate para acompanhar.

Resolvi deixar quieto, uma vez que esse tipo de pessoa ainda não entendeu que não é o leite integral no bolo que a faz engordar, mas o fato de ela comer o bolo inteiro sozinha. :P

BOLO DE CHOCOLATE E MANTEIGA DE AMENDOIM (sem farinha)
(do livro Bittersweet, de Alice Medrich)
Tempo de preparo:  35-40 minutos
Rendimento: 12-14 porções comedidas

Ingredientes:
  • 115g chocolate meio-amargo, picado (usei 60% de cacau)
  • 1/2 xic. açúcar cristal orgânico
  • 2 colh. (sopa) manteiga de amendoim natural*
  • 1/8 colh. (chá) sal
  • 6 colh. (sopa) de manteiga sem sal em pedaços, ligeiramente amolecida
  • 4 ovos grandes, tirados direto da geladeira
  • 1 colh. (sopa) de Bourbon ou Whiskey (usei rum escuro)
  • 1 colh. (chá) extrato de baunilha
*Para fazer manteiga de amendoim natural em casa, apenas bata no processador de alimentos amendoins sem pele e torrados sem sal até que se transformem numa pasta, em alguns minutos. Transfira para um pote bem fechado e mantenha na geladeira. Caso a manteiga se separe (óleo de amendoim fique na parte de cima), basta misturar novamente com uma colher antes de usar. Fonte: Joy The Baker

Preparo:
  1. Posicione a grade na parte mais baixa do forno e pré-aqueça a 180ºC (parece estranho não assar o bolo no meio do forno, mas acredite na receita). Escolha uma forma de fundo falso ou de mola de 20cm de diâmetro por uns 7,5cm de altura. Se não pretende servir direto no fundo de metal da forma, forre esse fundo com papel-manteiga. Não é preciso untar a forma.
  2. Aqueça o chocolate em banho-maria até que esteja quase totalmente derretido. Remova do fogo e mexa com uma espátula para terminar de derretê-lo e transfira para a tigela da batedeira. (Se a tigela da sua batedeira for de metal, coloque-a direto em banho-maria, como eu fiz, evitando sujar uma tigela extra.)
  3. Junte o açúcar, a manteiga de amendoim e o sal ao chocolate, e bata por alguns segundos em velocidade baixa, com o batedor de arame de batedeira, só para misturar.
  4. Junte a manteiga e bata em velocidade média, até que esteja cremoso e homogêneo.  
  5. Junte os ovos, um a um, batendo em velocidade média-alta, por cerca de 2-3 minutos, até que a massa esteja clarinha e muito leve, com consistência de cobertura amanteigada de bolo. 
  6. Transfira para a forma, espalhando com uma espátula e alisando a superfície tanto quanto possível, e leve ao forno por 25-30 minutos, ou até que um palito inserido a 5cm da borda da forma saia limpo, e inserido no centro do bolo saia ainda com gruminhos de massa grudados. 
  7. Retire do forno e coloque em uma grade para esfriar, período durante o qual o bolo vai desinflar completamente e desgrudar das laterais da forma.
  8. Para desenformar, passe uma faquinha na lateral da forma para terminar de soltar o bolo. Inverta-o numa grade, retire o papel-manteiga e inverta-o novamente num prato de servir. Polvilhe com açúcar de confeiteiro, se quiser. O bolo frio pode ser coberto por filme plástico até a hora de servir ou desenformado, embrulhado em filme plástico e conservado em temperatura ambiente por 3 dias ou congelado por 3 meses. Para descongelar, basta desembrulhar e deixar voltar à temperatura ambiente.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Um surpreendente bolo de aniversário de maçãs

"Você vai querer bolo de quê?", perguntei inocentemente à minha irmã, acreditando que ela seria como a maioria, que responde sem graça um "não sei, do que você quiser, por que se incomodar..."
"De maçãs", respondeu ela, na ponta da língua, como se tivesse pensado no assunto durante um ano inteiro.
"Maçã??? Mas bolo de maçã é de café da manhã, de chá, não de aniversário...", argumentei, ligeiramente decepcionada, pensando em toda a lista de bolos de chocolate, morangos e doce-de-leite que havia em meu repertório ainda não testado.
"Ah, mas eu quero. Você perguntou."

Bom... eu perguntei.

Corri para meu arsenal bibliográfico e me pus a procurar loucamente por um bolo, senão de maçãs, que pudesse ser adaptado para tal. E qual não foi minha surpresa ao me deparar com um bolo de aniversário de maçã justamente no livro da Magnolia Bakery??? Lá estava ele: Apple Cake with Butterscotch Cream Cheese Icing. Um bolo de dois andares, com recheio e cobertura, totalmente de aniversário, e de maçã.

Pensei com meus botões se gostaria de me arriscar de novo com esse livro em uma semana durante a qual eu não teria tempo de preparar um segundo bolo caso um desastre bolístico acontecesse. Afinal, aquele bolo de maçã para o chá ficara surpreendentemente bom, mas eu tivera bem minhas desavenças com o bendito livro. Um rápido "Google" no nome da receita me devolveu vários polegares para cima e comentários positivos, no entanto, pondo um fim à minha agonia. O que mais me atraiu na receita, além de ser exatamente o que eu procurava, era o fato de o bolo de maçã não levar canela e o de que a cobertura não era mais um gorduroso e excessivamente doce Buttercream, mas uma cobertura de cream cheese, que eu ainda não testara.

O bolo foi muito fácil de preparar e assou lindamente. A receita pedia por formas de 23cm, mas eu só tenho de 21 ou de 25cm, então optei pelas de 21cm, pois elas são bem altas, e o bolo teria para onde crescer. Bem... ele cresceu. As duas camadas inflaram uniformemente até a beiradinha da forma, e ficaram com cerca de 3 dedos gordinhos de altura cada uma.

A cobertura causou-me desconfiança num primeiro momento. Quando juntei o açúcar demerara ao creme de queijo e manteiga, imediatamente me arrependi. "Isso não vai dissolver nunca, vai ser meio quilo de cream cheese salgado pontilhado de marrom", pensei. Mas insisti. Bati por alguns minutos em velocidade média e vi os pontinhos crocantes de açúcar desaparecerem aos poucos no creme e tingirem-no de um suave tom caramelado. Experimentei. Estava uma delícia. Doce, salgado, azedinho.

Meu momento lambança foi na hora de montar o bolo. Posicionei a parte debaixo na minha gradinha redonda, mais fácil de girar na bancada, e pensei: "vou passar a cobertura na gradinha, para o excesso pingar na bancada, e depois, com o salva-bolos, vou transferir para o prato". Lindo na teoria. Espalhei o recheio, assentei a segunda camada de bolo e recobri de creme, deixando as laterais lisas e a parte de cima adoravelmente bagunçada. "Coisa linda", pensei. Apanhei o salva-bolos.

Problema 1: o bolo estava muito pesado, e eu não consegui deslizar o salva-bolos totalmente por baixo do bolo, porque eu me esquecera de calçá-lo com um disco de papelão. O salva-bolos começou a empurrar o bolo para fora da grade.
Problema 2: apanhei a grade e inclinei-a, na expectativa de que o bolo fosse deslizar inteiro para o restante do salva-bolos, mas o que aconteceu foi que a parte de baixo permaneceu inerte e foi a parte de cima que começou a deslizar.
Problema 3: nesse ponto, a cobertura lisinha já estava arruinada. Meti os dedos no bolo para alinhá-lo novamente e empurrei a parte debaixo para o salva-bolos, pensando em corrigir a cobertura uma vez que o bolo estivesse no prato.
Problema 4: O salva-bolos era maior que o prato, que batia em suas beiradas, deixando o bolo 5cm acima da superfície para onde deveria deslizar. E, claro, a parte de cima, apressadinha, quis deslizar primeiro. Tive de meter a mão de novo e fazer um serviço-lambança para colocar o bolo em um pedaço só no prato... e claro que ficou descentralizado.
Problema 5: alinha o bolo de novo, cata a espátula e tenta arrumar a cobertura, boa parte já molenga de toda a movimentação e se espalhando no prato. Volta 1 hora para a geladeira, até firmar de novo, para então corrigir a cobertura com a espátula.

Não me deixem começar a falar no trauma que foi embalar o bolo para levar à casa de minha irmã, uma vez que nenhuma redoma era alta o suficiente para cobri-lo sem arruinar o que fora consertado da cobertura.

O ponto positivo é: o bolo é uma delícia e fez muito sucesso. O bolo de maçã é surpreendentemente leve e suave, uma massa macia de baunilha pontilhada de maçãs. E a cobertura é doce e intrigante, sem ser enjoativa. Dois grandes e satisfeitos polegares para cima! É uma excelente opção de bolo de aniversário para quem cansou das opções tradicionais.

Ao sair da casa de minha irmã, ela me pediu para que viesse depois buscar um pedaço do bolo, pois ele era de fato enorme e talvez meus pais e ela não conseguissem comê-lo todo. No dia seguinte, no entanto, ele já estava pela metade. ;)

BOLO DE MAÇÃ COM COBERTURA DE CREAM CHEESE E "CARAMELO"
(do livro More From Magnolia, de Allysa Torey)
Tempo de preparo: 1h30 + 1h para esfriar + 20 min. para montar
Rendimento: 1 bolo grande de 2 camadas, de 21-23cm de diâmetro

Ingredientes:
  • 3 xic. farinha de trigo
  • 2 colh. (chá) fermento químico em pó
  • 1/2 colh. (chá) sal
  • 1 xic. de manteiga sem sal em temperatura ambiente (cerca de 230g)
  • 2 xic. açúcar cristal orgânico
  • 5 ovos grandes, orgânicos, em temperatura ambiente
  • 1 xic. leite integral, em temperatura ambiente
  • 1 1/2 colh. (chá) essência de baunilha
  • 3 1/2 xic. maçãs ácidas descascadas e picadas grosseiramente (usei Granny Smith)
(cobertura)
  • 450g cream cheese, em temperatura ambiente
  • 6 colh. (sopa) manteiga sem sal, em temperatura ambiente
  • 1 xic. açúcar demerara orgânico, apertado na xícara
  • 2 colh. (sopa) xarope de glucose
  • 1 colh. (chá) essência de baunilha

Preparo:
  1. Pr´é-aqueça o forno a 160ºC. Unte e enfarinhe duas formas redondas de 23cm de diâmetro (ou de 21cm, se elas tiverem não menos que 5cm de altura), e então forre os fundos com papel-manteiga.
  2. Numa tigela, peneire a farinha, o sal e o fermento. Reserve. 
  3. Na batedeira, em velocidade média, bata a manteiga mole até que se torne um creme. Junte o açúcar gradualmente, e bata até que fique fofo, cerca de 3 minutos. 
  4. Junte os ovos, um por um, batendo até que o ovo esteja bem incorporado antes de acrescentar o próximo. Adicione os ingredientes secos em 3 partes, alterando com o leite e a baunilha, começando e terminando com os secos. Não bata em excesso, apenas até que tudo esteja incorporado. 
  5. Com uma espátula, raspe as laterais da tigela, tendo certeza de que tudo está bem misturado e junte as maçãs picadas.
  6. Divida a massa igualmente entre as formas, alisando a superfície com a espátula. Leve ao forno por 40-50 minutos, ou até que um palito inserido no meio dos bolos saia limpo. Retire do forno, coloque em uma grade e deixe esfriar ainda nas formas por 1 hora. Então desenforme, retire os papéis do fundo e deixe terminar de esfriar nas grades. 
  7. Enquanto isso, faça a cobertura. Na batedeira, em velocidade média, bata a manteiga e o cream cheese até que fique cremoso e homogêneo, cerca de 3 minutos. Junte o açúcar, o xarope e a baunilha e bata até que o açúcar tenha dissolvido totalmente (tenha paciência). Cubra e refrigere por 1 hora para que firme antes de usar. 
  8. Posicione a parte debaixo do bolo no prato. Espalhe uma camada do creme por cima, deixando 1cm de borda, e coloque a segunda camada, apertando um pouco para firmá-la. Espalhe a cobertura na parte de cima do bolo, em direção às beiradas, puxando o excesso com a espátula para as laterais, e espalhando o creme pelas laterais. Se o creme começar a ficar mole, volte tudo para a geladeira por alguns minutos até firmar de novo e continue depois. Depois de pronto, mantenha o bolo na geladeira, até a hora de servir. Cuidado com odores fortes na geladeira, pois o cream cheese os absorverá.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Bolo caramelado de especiarias, nozes e peras de meia maratona

Voltei da meia maratona do Rio feliz e absolutamente exausta. Feliz porque bati meu tempo da meia anterior, em Praia Grande, em 1 minuto: 21km em 1 hora e 58 minutos. Exausta porque se fossem 22km, teria dado de nariz no chão ao ultrapassar a linha de chegada. Tudo o que eu queria depois da prova era um chopp e um docinho. O chopp foi imediatamente providenciado num bar qualquer próximo à chegada, antes de voltar para o hotel e tomar o vôo de volta para casa. O docinho esperou até segunda-feira, dia em que decidi não trabalhar e fazer um "domunda" ou "seguingo" (segunda-feira que virou domingo).

Minha primeira vontade era por chocolate. Qualquer coisa doce e melequenta de chocolate. Mas quando sentei para fuçar em meus livros e dei de cara com uma receita prometendo um bolo melequento de peras, mudei de ideia. Ainda bem, pois esse bolo foi facílimo de fazer e ficou tão bom que comi duas fatias enormes, uma em seguida da outra. Não me olhe feio, tá? Corri 21km e duas fatias de bolo é o mínimo que eu mereço. ;P

Normalmente não sou fã de bolos invertidos. Aqueles que já comera em minha vida tinham sua fruta cozida além do ponto, tendo gosto apenas de um caramelo meio queimado, meio puxa-puxa, e a massa tendia a ser seca e meio insossa. Esse no entanto, é perfeito. As peras são cozidas, mas conservam ainda um delicioso frescor em seu sabor, as nozes continuam crocantes, aromáticas, e o caramelo formado pela manteiga e pelo açúcar é úmido e se mistura à massa de especiarias formando uma camada cuja textura parece um pudinzinho (na foto, veja aquela linda camada entre a fruta e a massa, úmida e macia). Principalmente se saboreado ainda morno, como a receita sugere. Comi-o no meio da tarde, com uma xícara de chá, mas poderia facilmente servi-lo como sobremesa, ainda quentinho do forno. Tão bom...

OBS: eu comprara, meio a contragosto, uma lata de óleo em spray antiaderente (que nada mais é que óleo de canola e amido) por conta das formas de panqueca de Yoda e Darth Vader, que estavam me dando um trabalhinho de untar, então, quando a receita pediu para untar a forma com o spray, foi isso que usei. No entanto, acredito que uma camada leve de óleo de canola ou manteiga (sem enfarinhar!) já dê jeito. Use uma forma de ALUMÍNIO. A forma com antiaderente preto pode queimar o caramelo.

BOLO CARAMELADO DE ESPECIARIAS, PERAS E NOZES
(do livro Sticky, Chewy, Messy, Gooey, de Jill O'Connor)
Tempo de preparo: 20 minutos + 45 min. de forno
Rendimento: 1 bolo de 20 cm (cerca de 8 porções generosas)

Ingredientes:
(fruta e caramelo)
  • 4 colh. (sopa) manteiga sem sal
  • 3/4 xic. açúcar demerara (cristal dourado) orgânico, apertado na xícara
  • 2 peras maduras, descascadas e cortadas em cubinhos
  • 1/3 xic. nozes picadas grosseiramente
(bolo)
  • 1 xic. + 1 colh. (sopa) farinha de trigo
  • 1/2 colh. (chá) bicarbonato de sódio
  • 1/4 colh. (chá) sal
  • 2 colh. (chá) canela em pó
  • 2 colh. (chá) gengibre em pó
    1/4 colh. (chá) noz moscada ralada na hora
  • 1 pitada de cravo em pó (moa 1 cravo no pilão)
  • 1 ovo grande, orgânico
  • 3/4 xic. açúcar demerara (cristal dourado) orgânico, apertado na xícara
  • 6 colh. (sopa) melado de cana
  • 1/2 xic. buttermilk
  • 4 colh. (sopa) manteiga sem sal, derretida

Preparo:
  1. Pré-aqueça o forno a 180ºC. Unte uma forma redonda, de alumínio, com 20cm de diâmetro, com óleo em spray (ou óleo de canola, ou manteiga). 
  2. Em uma tigela, bata a 1ª quantidade de manteiga com a 1ª quantidade de açúcar até que fique cremoso. Espalhe no fundo e nas laterais da forma, até a metade da altura. Não tem problema se houver falhas, pois isso derreterá e se espalhará. Espalhe as peras e as nozes sobre a massa de manteiga. 
  3. Em uma tigela, peneire a farinha, o bicarbonato, o sal e as especiarias. Em outra tigela, bata o ovo, o açúcar, o melado, o buttermilk e a manteiga derretida.
  4. Gradativamente misture os ingredientes líquidos aos secos, misturando com um batedor de arame apenas até que não haja traços de farinha. Não se preocupe com grumos.
  5. Despeje essa mistura sobre as frutas na forma, alisando a superfície. Leve ao forno por 35-45 minutos, até que a superfície esteja firme e brilhante, e o bolo esteja começando a se afastar das laterais da forma. 
  6. Retire do forno e vire o bolo sobre um prato grande. Retire a forma. Se houver frutas grudadas na forma, retire-as com uma espátula e devolva-as à superfície do bolo, alisando com uma espátula. Qualquer caramelo restante na forma, despeje-o sobre o bolo. Deixe que o bolo esfrie por alguns minutos e sirva morno, sozinho, com sorvete de creme ou chantilly. Se sobrar, espere que esfrie completamente (cheque a temperatura da parte de baixo do prato) antes de cobrir ou guardar. Se sua cozinha for muito quente, é melhor guardar o bolo na geladeira.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Bolo de maçãs com cobertura de açúcar e canela para tirar cisma

Há tempos olho para meu único livrinho da Magnolia Bakery com ressentimento. Depois de cookies molengas e sem gosto e cupcakes insossos e esfarelentos cobertos por uma cobertura de açúcar e manteiga que levaria qualquer ser humano primeiro ao dentista e em seguida a um cardiologista, eu havia desistido de estragar ingredientes com aquelas receitas. Tendo lido outras críticas no mesmo tom, criei um ranço do livro, da confeitaria e de todos os envolvidos. Ao ponto que cheguei a passar na porta da Magnolia Bakery em NY e não quis entrar. Mostrei a língua (mentalmente) e passei reto.

Veio porém a Valentina, luz no fim do túnel, dizer-me que havia sim tido boas experiências com os livros da Magnolia, incluindo o meu. As receitas que ela testara, entretanto, eram diferentes das que eu preparara. Hmmm.... Parte minha desconfiava que talvez nem todas as receitas do livro fossem confiáveis. Outra parte sugeriu que era meu adaptômetro que andava feito louco naquela época, e que eu provavelmente andara substituindo ingredientes onde não devia, usando ingredientes na temperatura errada, etc e tal. Afinal, eu confio em Valentina, e se ela disse que funciona, então funciona.

Tendo duas maçãs Pink esquecidas na fruteira, abri o livro na primeira receita e decidi preparar um bolo de maçãs com cobertura de açúcar e canela. O bolo era bastante simples e prometia dar certo, enfim. O único porém (e um dos motivos pelos quais o livro não me empolga muito) era o uso de maçãs enlatadas. Hmmm... É tão rápido descascar e fatiar uma maçã... maçã em lata? Jura? Isso acontece em outras partes do livro, em que a autora usa mistura pronta de pudim de baunilha e biscoitos industrializados, dos mais vagabundos. Não exatamente o que se espera de uma confeiteira... mas esse não é o ponto. O ponto é que estamos na época das maçãs, as minhas estavam lindas e suspirantes, cor-de-rosa como o nome, e ai de mim se eu me meteria num supermercado em dia de jogo justamente para comprar maçãs em lata. Hunf. Importadas, ainda por cima, e carésimas, uma vez que brasileiro pode até só conhecer maçã da Mônica, mas pelo menos come a fruta in natura.

Ok. O bolo é fácil de fazer, principalmente pelo fato de usar óleo no lugar de manteiga. Cresceu bem e desenformou fácil, apesar do medo de que todo aquele açúcar derretido por cima fosse criar uma barreira intransponível impedindo a passagem do bolo pronto. Ele ficou fofo, úmido e perfumado. A receita pedia uma lata de 20 ounces de maçãs em calda (560g, aproximadamente), e eu tinha 400g de maçãs fatiadas, in natura. Até pensei em cozinhá-las um pouco em uma calda de água e açúcar, apenas para simular sua textura, mas confesso que me deu muita preguiça. Procurei por aí qual era o peso DRENADO das maçãs em lata americanas, mas não encontrei. Presumi que a diferença de 160g fosse ok para as maçãs drenadas em relação ao peso total da lata, mas no fim das contas acho que faltou um pouquinho de maçã no bolo. Eu usaria 3 maçãs grandes facilmente, e talvez usasse outra variedade também, como a Gala ou a Golden, de sabor mais pronunciado.

Apesar disso, porém, e apesar de não ser meu bolo de maçã favorito (nenhum ainda superou o de Anna del Conte para mim), o livro me pareceu mais promissor, e tive vontade de testar outras receitas e mesmo tentar novamente aquelas que falharam. Nada me chateia mais do que livros de culinária ruins [ok, há coisas que me chateiam mais, mas livros de culinária ruins estão no Top 10 da chateação], então é sempre bom descobrir que fora apenas um caso de "dia ruim".

[UPDATE: o bolo ficou mais gostoso no dia seguinte, e o Allex, que dificilmente come qualquer bolo que eu faça - sacrilégio! - tanto gostou que disse de manhã cedo que não queria pãozinho: comeria bolo no café da manhã. :D]


APPLE CAKE WITH CINNAMON SUGAR TOPPING
(ligeiramente adaptado do livro More From Magnolia, de Allysa Torey)
Tempo de preparo: 20 min + 1 hora de forno
Rendimento: 1 bolo de uns 23cm

Ingredientes:
  • 2 xic. farinha de trigo
  • 2 colh. (chá) fermento químico em pó
  • 1 colh. (chá) sal
  • 2/3 xic. óleo vegetal (de preferência canola)
  • 1 xic. açúcar cristal orgânico
  • 2 ovos grandes, orgânicos, em temperatura ambiente
  • 1 xic. leite
  • 1 colh. (chá) essência de baunilha
  • 3 maçãs grandes (aprox. 550g), descascadas e fatiadas
  • 1/2 xic. açúcar cristal orgânico misturado a 1 colh. (chá) canela em pó

Preparo:
  1. Pré-aqueça o forno a 160ºC. Unte e enfarinhe uma forma de furo no meio de 23cm de diâmetro.
  2. Em uma tigela pequena, peneire a farinha, o fermento e o sal. Reserve. 
  3. Na tigela da batedeira, em velocidade média, bata o óleo, os ovos e o açúcar até que fique espesso e claro, cerca de 3 minutos. 
  4. Junte a farinha em 3 partes, alterando com o leite e a baunilha, batendo apenas até que pareça bem misturado. 
  5. Em uma tigela, misture as fatias de maçã com metade da mistura de canela e açúcar, até recobri-las bem. Junte metade das maçãs à massa, misture com uma espátula e espalhe na forma. Disponha o restante das maçãs sobre a massa e polvilhe com o resto do açúcar e canela.
  6. Leve ao forno por 60-70 minutos, ou até que um palito inserido no meio saia limpo. Tire do forno e deixe esfriar na forma por 1 hora. Então desenforme, e deixe terminar de esfriar sobre uma grade.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Bolinho de banana [Não vou dizer cupcake! Não vou!]

Moda me irrita um bocado às vezes. Nem tanto a moda que insiste em tentar trazer as ombreiras de volta, ao invés de deixá-las nos anos 80, onde elas deveriam ter sido esquecidas, mas a moda que faz com que todos os restaurantes tenham alguma versão de rattatouille logo após o lançamento da animação de mesmo nome. Sabe? Essa moda irritante. A moda que torna instantaneamente cafona alguma coisa que você antes julgava comum ou mesmo especial. A moda que trouxe o lado mais chato dos vampiros, a moda que não me deixa sair de cinto de tachinha sem que um amigo me encha os pacová dizendo que sou emo, mesmo que eu tenha comprado o cinto na Galeria do Rock há mais de dez anos atrás. Em suma, aquela modinha chata que bota na boca do povo algo que você julgava especial... para você.

Por isso quando comecei a ver matérias de TV sobre cupcakes, estremeci. Ah... não. Acharam os cupcakes. Da mesma forma como acharam (e estragaram) a rúcula com tomate seco, o petit gâteau, o creme de papaia com cassis, o vinho, o café e o vinagre balsâmico (e os vampiros). Daí que por conta disso, tinha prometido a mim mesma não falar de cupcakes nesse blog até a moda passar. Até a última confeitaria vender seu último cupcake com cobertura de brigadeiro. Mesquinharia pura, confesso mesmo.

Mas... [*Suspiro*] Fui prá New York, New York [não se esqueça de imaginar a melodia enquanto lê], e calhei de comer justamente um excelente cupcake. E calhei de, em uma livraria, dar de cara com um livrinho muito cotchoco, fofinho, rosa e azul bebê, só de cupcakes, com receitas que me pareceram mais interessantes e apetitosas que outras que já vira por aí... Ai, ai, ai... Tá, levei. Levei mesmo. Por causa da receita de cupcake de banana com cobertura de caramelo.

E fiz. E pretendia fazer em segredo. Porque se alguém virasse para mim e comentasse que cupcakes estão na moda no momento em que os estivesse servindo, provavelmente diria impropérios. Shhhhh...! Não conte para ninguém, mas fiz cupcakes! [Da mesma forma que corri para tirar meu esmalte verde assim que alguém perguntou se era por causa da Copa...] O problema é que quando a massa ainda estava na batedeira, o cheirinho era tão bom, que me pareceu pecado não dividir isso com alguém. E os bolinhos assaram tão bem, que me pareceu um absurdo que ninguém mais pudesse prepará-los. E o resultado com a cobertura de caramelo ficou tão gostoso, que um dos comensais que corre comigo votou o bolinho como a melhor coisa que já levei para o café-da-manhã da corrida.

Pronto. Cupcakes da banana. Só porque, pelo menos, os anos 90 finalmente voltaram à moda e posso sair por aí de vestido florido e coturnos de novo. E a gurizada agora parece que adotou as cores fluorescentes, de que nunca fui fã, e posso voltar a usar meu cinto de tachinha e meu esmalte preto sem que ninguém me encha as pitangas. E só porque apesar de toda a melação de cueca que é Crepúsculo, pelo menos True Blood salva meu apetite sanguinário com algo que não envergonhe a pobre lenda vampiresca.

BANANA BUTTERSCOTCH CUPCAKES
(do livro Cupcakes, de Elinor Klivans)
Tempo de preparo: 1 hora
Rendimento: 12 cupcakes

Ingredientes:
(bolinhos)
  • 1 1/2 xic. farinha de trigo orgânica*
  • 1/2 colh. (chá) fermento químico em pó
  • 1/2 colh. (chá) bicarbonato de sódio
  • 1/4 colh. (chá) sal
  • 6 colh. (sopa) manteiga sem sal, em temperatura ambiente
  • 1 xic. açúcar cristal orgânico
  • 2 bananas médias, em pedaços de 2cm
  • 2 ovos grandes, orgânicos, em temperatura ambiente
  • 1/2 colh. (chá) essência de baunilha
  • 1/4 xic. buttermilk
  • 1 xic. chips de caramelo (usei chips de chocolate branco)
(cobertura)
  • 2 colh. (sopa) creme de leite fresco + 2 colh. (sopa) leite, misturados
  • 3/4 xic. açúcar demerara orgânico, apertados na xícara
  • 1/2 xic. manteiga sem sal em temperatura ambiente
  • 1 xic. açúcar de confeiteiro
  • 1/2 colh. (chá) essência de baunilha

* A autora pede por farinha de trigo não alvejada (unbleached). No Brasil, apenas farinhas brancas orgânicas não são alvejadas. Ao tratar quimicamente as farinhas para que fiquem mais brancas, há um empobrecimento da farinha em termos de proteínas e, portanto, glúten. No entanto, caso não use farinha orgânica, você pode usar farinha de trigo comum no lugar.

Preparo:
  1. Pr´é-aqueça o forno a 180ºC e forre 12 formas de empada ou muffins com forminhas de papel. 
  2. Peneire a farinha, o fermento, o bicarbonato e o sal em uma tigela e reserve. 
  3. Na tigela de batedeira, bata a manteiga e o açúcar em velocidade média até que fique cremoso, cerca de 2 minutos. Pare a batedeira para raspar as laterais da tigela com uma espátula, sempre que necessário. Junte as bananas em pedaços e bata até que esteja bem misturado; você ainda verá pedaços pequenos de banana na massa. 
  4. Junte os ovos, um por vez, batendo bem a cada adição. Junte a baunilha e bata por 1 minuto. 
  5. Em velocidade baixa, adicione metade da farinha, batendo apenas até que não se vejam mais flocos de farinha na massa. Junte o buttermilk, misture bem e adicione o restante da farinha. Quando estiver homogêneo, desligue a batedeira, acrescente os chips e misture com uma espátula.
  6. Preencha cada forminha até cerca de 0,5cm da borda (quase 1/3 xic. de massa por forma). Leve ao forno e asse por 25 minutos, ou até que estejam firmes ao toque e um palito inserido no centro de um dos bolinhos saia limpo.
  7. Retire, coloque sobre uma grade e deixe esfriar por 10 minutos ainda na forma de metal. Desenforme, então, cuidadosamente, e deixe que terminem de esfriar sobre uma grade. Enquanto isso, faça a cobertura. 
  8. Numa panela pequena, misture o creme de leite, leite e açúcar demerara e leve ao fogo baixo, mexendo sempre, até dissolver o açúcar. Aumente o fogo para médio-alto e leve à fervura. Ferva por 1 minuto, mexendo sempre. Despeje em uma tigela e leve à geladeira por 45 minutos, ou até que esteja frio ao toque. 
  9. Na tigela da batedeira, bata a manteiga e o açúcar de confeiteiro em velocidade baixa, até totalmente cremoso e uniforme, cerca de 2 minutos. No começo a mistura parecerá uma farofa, mas ela ficará cremosa eventualmente. Junte a baunilha e o caramelo frio e bata em velocidade média até que fique homogêneo e cremoso, cerca de 1 minuto. 
  10. Com uma espátula pequena, espalhe a cobertura nos cupcakes, cerca de 1 1/2 colh. (sopa) por bolinho. Os cupcakes se mantém em temperatura ambiente (21ºC) por 2 dias, desde que em um pote coberto.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Fofinho como uma nuvem: Angel Food Cake

Sempre tive curiosidade quanto a esse bolo. Tem nome mais cuticuti que "Angel Food Cake"? É impossível não imaginar algo puro e etéreo, flutuando em seus sonhos culinários. E esse bolo, apesar de ser uma versão "endiabrada" do bolo, como a própria autora diz, tem o miolo tão branquinho, tão leve e tão fofo, que não poderia mesmo ter outro nome.

O Angel Food Cake original não leva gordura nenhuma: são claras, cremor tártaro, açúcar, baunilha e farinha. Esta versão leva um belo e saboroso banho de manteiga, razão pela qual a autora deve ter acrescentado também o fermento. O resultado é tão delicioso e leve; todos que o experimentaram até agora tiveram a mesma reação: "Noooossaaa... que bolo fofiiiinhoooo...". Não sei por quê, mas algo nele me trouxe uma sensação nebulosa de infância, daqueles bolinhos de baunilha que se agarram à memória para perdurar até o fim de seus dias.

De qualquer forma, a razão pela qual resolvi preparar esse bolo foi o fato de ter 14 claras congeladas em meu freezer. O que fazer com todas elas, se meu menor pacotinho continha 4 claras? Essa menor quantidade já produziria um batalhão de suspiros. Nada de suspiros, então. Macarons? Neh. Não quero ter de comprar farinha de amêndoas. Financiers? Também não. Pode-se dizer que, enquanto fuçava em meus livros, essa receita de Angel Food Cake caiu mesmo do céu: usa 9 das minhas 14 claras e tudo o que eu já tinha na despensa. Houve apenas duas adaptações: a substituição da cake flour por farinha comum peneirada com amido de milho e o uso de açúcar baunilhado e essência de baunilha no lugar da fava que eu não tinha. (Você pode usar açúcar comum e omitir a essência se quiser usar a fava: acrescente as sementes raspadas da fava logo antes da manteiga.) Aliás, sempre que falo de açúcar baunilhado, refiro-me ao pote de açúcar cristal orgânico entulhado de favas de baunilha usadas, e não, NUNCA, dos vendidos prontos em saquinhos, artificiais e caros que só eles.

Se você também é cabeça oca como eu e de vez em quando congela claras sem anotar quantas há no saquinho, deixe descongelar durante a noite e pese: cada clara deve pesar cerca de 28g, totalizando 252g de claras. O preparo é na verdade tão fácil quanto fazer merengue. Há praticamente dois passos: bater as claras e incorporar os secos. Por isso, tenha tudo pronto para ser usado e leia toda a receita antes para pegar os truquezinhos e não se atrapalhar no meio.

ANGEL FOOD CAKE "ENDIABRADO"
(Adaptado do livro Desserts By The Yard, de Sherry Yard)
Tempo de preparo: 20 minutos + 45 min. forno + 1 hora de descanso
Rendimento: 10 porções


Ingredientes:
  • 1 xic. farinha de trigo
  • 2 colh. (sopa) amido de milho (maizena)
  • 1 xic. + 2 colh. (sopa) açúcar cristal orgânico baunilhado
  • 1/2 colh. (chá) fermento químico em pó
  • 9 claras grandes
  • 1/4 colh. (chá) cremor tártaro
  • 1 colh. (chá) essência de baunilha
  • 115g manteiga sem sal, derretida e ainda quente

Preparo:
  1. Posicione a grade do forno no meio e pré-aqueça a 180ºC. Use uma forma redonda, de 23-25cm de diâmetro (capacidade de 10 xíc.), de laterais razoavelmente retas. NÃO UNTE A FORMA: a massa é leve e precisa grudar nas laterais para conseguir crescer. Forre apenas o fundo com papel manteiga, para facilitar na hora de desenformar (dobre um quadrado de papel até que vire um triângulozinho, alinhe com o raio da forma e corte a parte externa para encaixar dentro da forma e a ponta interna; quando aberto, o papel parecerá um donut e encaixará certinho no fundo da forma).
  2. Junte a farinha, o amido, 1/2 xíc. + 1 colh. (sopa) do açúcar e o fermento e peneire umas 4 vezes. Reserve.
  3. Na batedeira, bata as claras em velocidade baixa até que espumem. Junte o cremor tártaro e 1 colh. (sopa) do açúcar e continue batendo, acrescentando 1 colh. (sopa) do açúcar restante por vez, até que ele tenha acabado. Bata até que as claras estejam medianamente firmes: ou seja, elas devem manter sua forma quando você levantar a batedeira, mas ainda bastante "cremosas". Se estiverem firmes demais, como suspiros, o bolo vai ficar denso e ressecado.
  4. Junte a manteiga derretida e a baunilha num fio rápido enquanto termina de bater as claras.
  5. Pare a batedeira e, com uma espátula grande, incorpore os ingredientes secos, pouco a pouco. Faça isso com cuidado mas rapidamente, para que as claras não desinflem. Puxe a massa do fundo da tigela para cima, pois normalmente a massa parece bem homogênea de cima, mas pode haver muita farinha ainda no centro e no fundo.
  6. Coloque a massa na forma às colheradas, alise a superfície e leve ao forno por 30 minutos. Abra o forno rapidamente e gire a forma de trás para frente. Asse por mais 10-15 minutos, até que esteja firme ao toque e um palito inserido no centro saia limpo.
  7. Retire do forno e imediatamente vire a forma de ponta-cabeça em uma grade. Se o bolo tiver chegado até a borda da forma, apoie a parte central da forma em algum objeto para que o bolo não fique encostando na grade. Deixe esfriar assim por 1 hora. Se você não fizer isso, o bolo, que é muito leve, vai naturalmente se afastar das laterais da forma e afundar.
  8. Passada 1 hora, vire a forma novamente e passe uma faquinha nas laterais. Desenforme o bolo e retire o papel-manteiga do fundo. Sirva com frutas, creme ou sorvete.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Tiger cake: bolo mármore dos apressadinhos

Eu vivo jogando bolos fora por conta de minha pressa. Largo o computador de repente, sabendo que tenho pouco tempo livre e munida de uma vontade impetuosa de fazer bolo. Mas as receitas exigem manteiga e ovos em temperatura ambiente, e simplesmente não tenho paciência para isso. Para os ovos há conserto: basta colocá-los em água morninha por alguns minutos. Mas a manteiga... nada que se faça para apressar seu amolecimento traz benefícios. Quando muito, prejudica a receita. Bater a manteiga até que ela amoleça incorpora ar demais, e amolecer no forno ou no microondas parece um atalho que destrói a textura principalmente de biscoitos. E lá vão bolos e quitutes ao lixo.

Este bolo mármore de Alice Medrich [definitivamente minha chef pâtissier favorita] é perfeito para os apressadinhos como eu, ou para um daqueles dias "meu-deus-do-céu-minha-sogra-está-vindo-em-casa-e-não-tenho-nada-para-servir-com-café". Primeiro, o bolo não leva manteiga alguma, mas apenas azeite de oliva. Segundo, os ovos e o leite devem estar gelados. É o bolo perfeito para preparar no fim de um dia chato e exaustivo, para ter algo de doce para beliscar no café-da-manhã e começar um dia melhor.

Uma das coisas que mais gosto nos livros de Alice é o fato de ela incorporar ingredientes às vezes estranhos à confeitaria, transformando o que poderia ser trivial em um doce com personalidade. No caso desse bolo, o algo mais é azeite de oliva e pimenta-do-reino branca. Ao contrário do que parece, os sabores não são escancarados, mas sutis. Você percebe que há algo diferente, mas não sabe identificar exatamente o quê. Ao fim da última garfada, você sente uma suave e agradável picância da pimenta, que, junto do azeite, faz com que se pense, talvez, em amêndoas, segundo a própria autora.

Um alerta: cacau em pó deve ser do tipo natural, pois o alcalinizado reage com o azeite e provoca um gosto desagradável. Mas uma vez que no Brasil parece que ninguém informa nada a respeito de chocolate e cacau nas embalagens, como saber se o cacau que você tem na despensa é natural ou alcalinizado? Pela cor. O cacau natural é mais pálido, com carinha de Nescau, muitas vezes avermelhado, e tem um gosto mais ácido e amargo (que eu saiba todos os nacionais são naturais, como o da Garoto, por exemplo), enquanto o alcalinizado (como o da Callebaut, por exemplo) é marrom escuro como chocolate meio-amargo, e seu sabor é mais neutro. Por causa do tratamento, doces e bolos feitos com cacau em pó alcalinizado (Dutch-process cocoa) ficam mais escuros, marrons e têm sabor mais forte de chocolate. Eu uso o alcalinizado para quase tudo o que faço, a não ser quando a receita pede especificamente pelo cacau natural (que raramente tenho na despensa, para falar a verdade). Pois nesses casos, é a acidez do cacau natural que é benéfica para a receita, uma vez que ela reage com os outros ingredientes e ajuda a massa a fermentar.

Agora, o que eu vou fazer com dois bolos? Um deles vai para o café-da-manhã da corrida, amanhã. Então, Bia e Mana, se vocês estiverem lendo, NÃO FALTEM. ;)

TIGER CAKE
(do livro Bittersweet, de Alice Medrich)
Tempo de preparo: 1h30
Rendimento: 1 bolo grande ou 2 bolos ingleses


Ingredientes:
(1a parte)
  • 1/2 xic. de cacau em pó natural
  • 1/2 xic. açúcar
  • 1/3 xic. água
(2a parte)
  • 3 xic. farinha de trigo
  • 2 colh. (chá) fermento químico em pó
  • 1/4 colh. (chá) sal
  • 2 xic. açúcar
  • 1 xic. azeite de oliva extra-virgem
  • 1 colh. (chá) essência de baunilha
  • 1/2 colh. (chá) pimenta-do-reino branca em pó
  • 5 ovos grandes, gelados
  • 1 xic. leite integral, gelado

Preparo:
  1. Posicione a grade do forno no terço inferior e pré-aqueça o forno a 180ºC. Unte e enfarinhe uma forma grande de furo no meio com capacidade para 10-12 xícaras ou duas formas de bolo inglês com capacidade de 6 xícaras cada.
  2. Em uma tigela pequena, misture o cacau, o açúcar e a água até que fique homogêneo e reserve.
  3. E uma tigela grande, peneire juntos a farinha, o fermento e o sal.
  4. Na tigela da batedeira, bata (com o batedor de arame da batedeira, se houver) o azeite, o açúcar, a baunilha e a pimenta até que fique tudo bem incorporado.
  5. Junte um ovo de cada vez, batendo bem a cada adição. Ao quinto ovo, bata por 3 a 5 minutos, até que a mistura fique fofa e pálida.
  6. Pare a batedeira e junte 1/3 da farinha. Bata em velocidade baixa apenas até que esteja incorporada. Pare novamente e junte metade do leite. Bata apenas até que esteja incorporado. Repita, com 1/3 de farinha, a outra metade do leite e o outro 1/3 de farinha.
  7. Separe 3 xícaras da massa em uma tigela e misture bem ao creme de cacau.
  8. Coloque 1/3 da massa branca na forma redonda, ou 1/6 em cada forma de bolo inglês. Coloque 1/3 da massa escura por cima, ou 1/6 em cada forma de bolo inglês. Não se preocupe em cobrir ou misturar: a massa é bem líquida e fará o efeito mármore sozinha. Repita as camadas de massa branca e escura, até acabar com elas.
  9. Leve ao forno por 1h-1h10, ou até que um palito inserido no centro saia limpo. Retire do forno e deixe que esfrie na forma por 15 minutos. Então passe uma faquinha ou palito em torno e desenforme, deixando que termine de esfriar sobre uma grade. O bolo fica melhor de um dia para o outro.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Cupcakes de chocolate MUITO bons e MUITO fáceis

Quando meu marido disse que os cupcakes haviam ficado ótimos e quis levá-los para o trabalho, soube imediatamente que tinha algo especial em mãos. Veja bem: ele não é fã de chocolate. E muito menos de bolos. Logo, sua aprovação nesse quesito significa sucesso absoluto.

Depois de uma semana incrivelmente corrida no trabalho [fui praticamente abduzida, razão pela qual os posts fizeram *puft!* e sumiram], resolvi que usaria minha meia hora de folga enquanto os clientes não retornavam os trabalhos para produzir algo doce. Mas precisava ser chocolate. Tinha de ser. Também precisava ser simples e rápido, pois a qualquer momento o trabalho poderia voltar. Esses cupcakes do livro da Ghirardelli foram amor à primeira vista. Ou amor ao meu tempo livre, vai saber. Pois eles são MUITO rápidos de se fazer, uma vez que são preparados como muffins. Enquanto os cupcakes esfriam, você prepara a cobertura. Larga a cobertura na geladeira por meia horinha e pronto: é só lambuzar os bolinhos.

Eu A-DO-REI esses cupcakes. Eles são bastante escuros, macios, leves, amargos e complexos, por conta do café espresso misturado ao cacau. E ficaram ótimos com a ganache mais doce, sem ficarem enjoativos. Acho que ficariam sensacionais com alguma cobertura de caramelo queimado, também. Hmmm... dá para imaginar?

Ontem, trabalho entregue, resolvi colocar em dia todas as tarefas pessoais que haviam sido adiadas por conta do excesso de trabalho das semanas anteriores. Mas quando tudo deu errado e saiu dos eixos, e apenas um cupcake de chocolate salvaria, não havia mais nenhum. Eles estavam tão bons que não ultrapassaram o fim de semana.

CUPCAKES DE CHOCOLATE
(do livro The Ghirardelli Chocolate CookBook)
Tempo de preparo: 1 hora
Rendimento: 12 cupcakes médios


Ingredientes:
  • 1 xic. + 2 colh. (sopa) farinha de trigo
  • 1/4 xic. cacau em pó
  • 1 1/4 colh. (chá) bicarbonato de sódio
  • 1/4 colh. (chá) sal
  • 1 ovo grande
  • 1/2 xic. açúcar mascavo compactado na xícara
  • 1/2 xic. açúcar cristal orgânico
  • 1/2 xic. + 2 colh. (sopa) leite integral
  • 1/3 xic. café forte ou espresso
  • 1/2 xic. (100g) manteiga sem sal, derretida
(cobertura)
  • 170g chocolate meio-amargo (usei 56% de cacau)
  • 3/4 xic. creme de leite fresco
  • 3 colh. (sopa) manteiga sem sal
  • gotas de chocolate para decorar

Preparo:
  1. Pré-aqueça o forno a 180ºC e forre a forma de muffins com forminhas de papel (as forminhas realmente facilitam para desenformar os bolinhos, que saem do forno MUITO frágeis e molinhos).
  2. Peneire a farinha, o cacau, o bicarbonato e o sal em uma tigela.
  3. Em outra tigela, misture o ovo e os açúcares até ficar homogêneo. Junte o leite, o café e a manteiga derretida. Junte os ingredientes secos e misture apenas até que fique homogêneo.
  4. Divida a massa entre as formas, enchendo-as até 3/4 da capacidade. Asse por 15 minutos, ou até que um palito inserido no meio saia limpo. Os bolinhos não vão crescer muito, e ficarão achatados no topo, o que facilita na hora de confeitá-los.
  5. Esfrie nas formas por 10 minutos. Com uma pequena espátula ou faca, desenforme-os com cuidado, deixando que terminem de esfriar sobre uma grade.
  6. Enquanto isso, faça a cobertura: pique o chocolate e derreta-o em banho-maria, mexendo de vez em quando. Tire do fogo. Aqueça o creme de leite e junte ao chocolate, mexendo bem com um fouet. Deixe que amorne um pouco e junte a manteiga, mexendo até que ela esteja bem incorporada. Deixe descansar até firmar o suficiente para espalhar a ganache sobre os bolinhos (1 hora em temperatura ambiente ou 20-30 minutos na geladeira).
  7. Espalhe a cobertura nos bolinhos e enfeite com as gotas de chocolate. Sirva no mesmo dia ou guarde-os num tupperware fechado na geladeira, onde eles se conservam bem por mais alguns dias: a cobertura firma mais um pouco, mas não deixa de ser deliciosa, e ela protege o bolinho do ressecamento.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Tralha nova, bolo novo

Na sexta-feira passada, Allex entrou em casa com uma mochila grande, cheia e deformada nas costas. Em tempo: ele vai e volta de moto para o trabalho, o que nesses dias em que os céus vem caindo é quase uma piada, e o pobrezinho chega em casa com cara de cachorro molhado. Bem, como ele mesmo diz, de moto ele chega molhado e de carro ele não chega.

"Feliz Natal", disse ele, abrindo a mochila no chão e retirando peças brancas e azuis embaladas individualmente em plástico.
"What the f...?!"
"Ah, comprei seu processador, mais a caixa não cabia na mochila, então ela foi para a reciclagem e o brinquedo veio em pedaços."
"E eu já posso usar? Ou é só no Natal?"
"Você vai querer fazer coisas com ele agora, não vai?"
"Vou."
"Então... e eu não vou embalar tudo isso de novo em outra caixa. Feliz Natal adiantado."

No fim das contas, baseado nos comentários de vocês e alguma pesquisa, acabei escolhendo um dos modelos mais simples dentre os nacionais mesmo. Achei tentador comprar um processador maior e cheio de tralha, mas a verdade é que eu não preciso de um processador-juicer-batedeira-corta-unha-do-pé-traz-café-na-cama. Já tenho uma bela de uma batedeira, e não sou muito de fazer sucos de frutas (prefiro comê-las), e quando os faço, uso aquele espremedorzinho manual que parece um espremedor de alho, que acho muito prático e funciona muito bem. Ah, mas aqueles cortam fatias de várias espessuras... Argh. Não, não preciso disso. Para falar a verdade, corto os meus legumes com a faca mais rápido do que o tempo que me leva para montar o processador. Para quê então eu realmente precisava de um? Para fazer todos os bolos e massas do tipo "joga tudo dentro e pulsa 30 segundos", e para emergências como o dia em que fiz uma pissaladière para 8 pessoas, e passei 45 minutos cortando quase 2kg de cebolas em meias-luas finas. Acreditem: eu nunca mais quero passar por isso

A dúvida cruel era que o cheio de tralha era de fato bem maior do que o com menos tralha. A psicopata metódica em mim apanhou todos os livros de receita da estante, procurou uma por uma as receitas que usavam processador e, baseado no manual de instruções online dos modelos de processadores e o limite de peso de farinha e número de ovos, calculou se o volume de massa de todas aquelas receitas era suportado pelo tamanho da tigela do modelo menor.

Cu-cooo! Cu-cooo! Louca de pedra.

Bem, o modelo menor era bastante.

Resolvi testar o brinquedo novo na segunda-feira, com uma receita muito, muito simples, mas que sempre foi um verdadeiro desastre aqui em casa: o bolo de cenouras de minha mãe. Ele é um bolo dummy-proof, como já escrevi aqui. É muito difícil ele dar errado, e mesmo quem nunca acertava bolo de cenoura tem ótimos resultados com ele. Por isso me considero muito talentosa: só na minha mão ele dava errado.

Primeiro, era o liquidificador maldito, que não batia direito. Ele não tinha potência e não puxava os ingredientes de cima para a parte debaixo, batendo em falso; e o que teoricamente seria uma atividade muito simples (colocar tudo no liquidificador e apertar o botão "Ligar") virava uma epopeia de abre, mexe com a colher, tira a bolota de farinha presa embaixo da inalcançável lâmina, mistura o ovo que nesse meio tempo foi absorvido pelo açúcar e virou uma papa dura... Muitas vezes tudo isso alterava a textura do produto final, e o bolo não saía como deveria, com o miolo irregular, assado num ponto, cru em outro, com buracos no meio. [É visível a diferença de textura do miolo dos dois bolos, da foto do post antigo e desta foto atual.]

Então tentei a batedeira. Mas também não dava certo. Ela demorava mais do que devia para misturar os ingredientes, incorporava ar demais à massa e o bolo crescia, crescia, transbordava e ia parar no chão do forno, espalhando pela casa um horrível cheiro de queimado e soltando fumaça escura em toda a minha cozinha.

Precisava ser essa receita. Se havia um momento de redenção do bolo de cenoura, seria aquele. Montei o bichinho na bancada, ainda pouco familiarizada e resolvi que, primeiro, claro, ralaria as cenouras nele. Eu fatio e pico coisas numa boa, mas eu detesto ter de ralar cenouras, beterrabas, e principalmente grandes quantidades de queijo, uma vez que, invariavelmente, eu vou acabar ralando os nós dos dedos.

Liguei o menino. E imediatamente comecei a rir. Talvez por ele ser de plástico, ele não tenha o peso necessário para mantê-lo tão estável quanto, por exemplo, minha batedeira, que pesa 10kg e não sai do lugar mesmo batendo as massas mais pesadas. O bichinho me lembrou o movimento daqueles bonecos de vento de postos de gasolina. Iúuuuuuuuhuuuuuu!, imaginei ele gritando, enquanto rebolava loucamente. Coloquei minha mão em cima, para mantê-lo firme e prossegui. No final, apesar do centro de gravidade deslocado, ele é menos barulhento que meu antigo liquidificador (que apesar de pouco potente parecia um ar-condicinado industrial quando ligado), e fez muito bem seu trabalho, ralando as cenouras rapidinho sem ralar meus dedos junto. ;)

O bolo.

Quando terminei de colocar todos os ingredientes na tigela que anunciava ter 2,5l (e tem), mas que na verdade sugere um limite de 1,5l, achei que tinha feito bobagem, que teria sido melhor comprar um modelo maior, mesmo com toda a tralha que viria junto. Os ingredientes ultrapassavam em 1cm o tal do limite proposto. Isso vai explodir para todo lado, pensei, imaginando ovos, farinha e cenouras pelas paredes. Arrisquei. E, para minha felicidade, em 30 segundos o bolo estava batido. E pela primeira vez em quatro anos, o bolo assou maravilhosamente bem, e finalmente ficou com a textura fofa e uniforme dos bolos de minha infância.

Felicidade total.

Levei o bolo para o café da manhã da corrida, na manhã seguinte, e fiquei o tempo todo torcendo para que meus amigos acabassem com ele. Se não houver mais bolo, vou "ser obrigada" a fazer outro. Puxa... ;)

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Moelleux au chocolat de Ludivine


Há umas duas semanas atrás, Ludivine levou à aula de aquarela um bolo de chocolate intenso e cremoso, do qual comi muitos pedaços, e que ficou ecoando em minha memória gustativa até hoje. Normalmente não gosto de bolos como esse, pois eles tendem a ser enjoativos. Uma fatia e basta, não quero mais. Este, no entanto, é diferente: feito com manteiga francesa salgada e chocolate a 70% de cacau, ele adquire uma complexidade inesperada, dados os tão poucos ingredientes. O sal da manteiga ao mesmo tempo exalta e controla o chocolate, e foi isso o que me conquistou.

Todos pediram a receita, e Ludivine foi ditando, assim de cor, confundindo termos com seu forte sotaque francês. Fui anotando, mas houve contratempos... Primeiro, ela usa uma forma de silicone não untada, coisa que não tenho. Segundo, ela especificou forno baixo, mas não soube dizer por quanto tempo, uma vez que a mesma receita cozinha em tempos diferentes aqui no Brasil e na França. Logo, tive de imaginar um modo de o bolo não grudar em minhas formas de alumínio e ao mesmo tempo desenformar fácil (uma vez que ele é bem molinho) e tive de ficar de olho no tempo de forno.

No fim, tudo deu certo e o danado ficou muito muito bom. Tanto que eu pretendia dividir com vocês o bolo de limão que preparei na semana passada, mas este de chocolate com certeza mereceu a dianteira. Ele é delicioso em temperatura ambiente, na qual pode ser mantido por 3 dias, ou saído direto da geladeira, onde ele firma um pouco. E é sensacional com sorvete de creme, como qualquer bom bolo de chocolate.

Não estranhe a textura. O bolo deve sair do forno firme nas laterais e ainda tremendo no centro, bem molinho (como o próprio nome diz). Ao esfriar, ele afunda e adensa, ficando mais fácil de cortar. MOELLEUX AU CHOCOLAT DE LUDIVINE
Tempo de preparo: 40 minutos
Rendimento: 8 pessoas


Ingredientes:
  • 200g manteiga COM SAL (de preferência President, mas deve funcionar bem com Aviação, que é bastante salgada)
  • 200g chocolate amargo 70% cacau (sem gordura hidrogenada!)
  • 4-5 ovos (usei 4 extra-grandes)
  • 160g açúcar
  • 1 colh. (sopa) farinha de trigo
  • 50g chocolate amargo, ao leite ou branco para quebrar dentro da massa
  • 1 colh. (sopa) açúcar para polvilhar

Preparo:
  1. Pré-aqueça o forno a 160ºC. Se usar uma forma de mola, que vede bem, apenas unte e enfarinhe. Se for uma forma de fundo removível (como eu usei) ou comum, forre com papel alumínio que suba além das laterais e unte e enfarinhe o papel (que evita que a massa bem mole vaze no forno e facilita para desenformar). Se a forma for de silicone, não é preciso untar. Qualquer uma das formas deve ter entre 20 e 22cm de diâmetro (mais alta se for menor, mais baixa se for maior – a minha, de fundo removível, tem 20cm de diâmetro e uns 6cm de altura, e o bolo cresceu até uns 5cm antes de afundar).
  2. Corte a manteiga e o chocolate em pedaços e derreta em banho-maria. Enquanto isso, bata os ovos e o açúcar até que fique mais claro e fofo (uns 5 minutos).
  3. Junte o chocolate derretido aos ovos, misturando bem sem perder muito volume, e em seguida a farinha.
  4. Despeje a massa na forma. Quebre ou pique o outro chocolate em pedaços pequenos e distribua sobre a massa. Leve ao forno por 20-30 minutos, ou até que as laterais estejam firmes ao toque, mas o centro balance como um pudim.
  5. Retire do forno e coloque em uma grade para esfriar. Polvilhe o açúcar por cima, para que ele caramelize um pouco com o próprio calor do bolo. Conforme o bolo esfria, ele afunda no centro e se afasta das laterais. Desenforme quando estiver frio, sem virá-lo.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Honey-glazed corn bread de um livro esquecido

Há muito tempo atrás, quando postei uma receita de corn bread, um pão rápido de milho típico do sul dos Estados Unidos, houve quem me massacrasse, dizendo que aquilo não era pão coisa nenhuma, que tinha ficado com textura de bolo, etc e tal. Aaaah, as barreiras da língua... O corn bread, normalmente consumido com outros pratos salgados, está mais para um muffin em textura e preparo do que para um pão. Assim como sua versão doce se parece mais com um bolo de fubá. Acontece que existe toda uma categoria de "quick breads", que ao meu ver ficam naquele meio termo, não tão doces para serem bolos, não tão massudos para sarem pães, geralmente feitos em uma tigela, com colher de pau, e comidos no café-da-manhã, que não temos por aqui. Bolo é bolo, pão é pão.

Então pensem nesse "pão de milho" como um bolinho de fubá muito úmido e com um delicioso equilíbrio entre o sal e o açúcar, excelente para acompanhar o café preto, para ser comido puro ou fatiado mais fino, tostado na torradeira e recoberto de requeijão, como fiz hoje de manhã. Aliás, para quem não costuma gostar de bolos de fubá e pães de milho por eles ficarem muitas vezes sequinhos demais, esse vai conquistá-los, uma vez que, saído do forno, o corn bread é ensopado em uma calda de manteiga e mel que o deixa úmido e macio por muitos dias.

Engraçado que a receita veio de outro livro que andava encostado havia muito muito tempo. Nunca preparara nada dele, principalmente porque, apesar de ter receitas muito interessantes, tanto complexas quanto simples, as fotos são de doer. Parecem ter sido tiradas nos anos 80, e conseguem fazer biscoitos de aveia parecerem ultra-complexos e difíceis. O livro acabou ficando na parte de trás da prateleira, esquecido, apesar de todas as receitas de brownies, flans, cheesecakes, muffins e biscoitos que me esperavam. Ironicamente, a foto deste corn bread é uma das únicas mais simples e contemporâneas do livro. Talvez por isso tenha ido direto a ela.

HONEY-GLAZED CORN BREAD
(do livro Desserts by the Yard, de Sherry Yard)
Tempo de preparo: 50 minutos
Rendimento: 1 assadeira de 22x33cm


Ingredientes:
  • 1 xic. farinha de milho (fina ou polenta/sêmola de milho)
  • 1 xic. farinha de trigo comum
  • 1 xic. farinha de trigo para bolos (cake flour)
  • 1 xic. açúcar
  • 2 colh. (sopa) fermento químico em pó
  • 1 1/2 colh. (chá) sal
  • 4 ovos grandes, em temperatura ambiente
  • 85g manteiga sem sal
  • 1/3 xic. óleo vegetal
  • 1 xic. leite
  • 1/2 xic. buttermilk
(calda)
  • 85g manteiga sem sal
  • 1/4 xic. mel
  • 1/3 xic. água

OBS: substitua a "cake flour" pela mesma quantidade de farinha comum; retire 1 1/2 colh. (chá) da farinha e substitua pela mesma quantidade de amido de milho (maizena). Mais informações sobre a cake flour e sua substituição aqui.
OBS2: substitua o buttermilk, enchendo a 1/2 xíc. com leite, deixando uns 2mm de espaço até a marcação. Preencha o restante com vinagre branco, misture bem e use normalmente.
OBS3: você pode usar azeite extra-virgem no lugar do óleo vegetal, mas o bolo terá um sabor ligeiramente pronunciado do mesmo. Eu usei metade canola, metade azeite, pois meu óleo de canola acabou, e ficou muito gostoso.
OBS4: tanto faz usar farinha de milho fina, ou cornmeal, sêmola de milho ou polenta (bramata). A diferença é que os três últimos dão uma textura mais granulosa e interessante ao bolo. Usei metade farinha de milho fina e metade polenta.


Preparo:
  1. Pré-aqueça o forno a 180ºC. Forre uma assadeira de 22x33cm com papel alumínio e unte o papel alumínio com manteiga.
  2. Peneire juntos as farinhas, o fermento, açúcar e sal. Peneire novamente.
  3. Em outra tigela, bata ligeiramente os ovos com um batedor de arame ou um garfo. Derreta a manteiga e junte imediatamente aos ovos, num fio devagar, enquanto mistura bem. Junte o óleo, leite e buttermilk.
  4. Junte os ingredientes secos à tigela, misturando apenas até que estejam combinados. Despeje na assadeira forrada e untada e leve ao forno por 30 minutos.
  5. Abra o forno, gire a assadeira 180ºC, feche e asse por mais 10 minutos, ou até que um palito inserido no centro saia limpo. Meu corn bread não dourou por cima, apesar de estar muito bem assado, enquanto os da foto do livro estavam bem douradinhos. Então, tanto faz. Se estiver seco, está bom.
  6. Retire do forno e espete o palito no corn bread, num intervalo de uns 2cm. Derreta a manteiga numa panelinha. Junte o mel e a água e mexa até dissolver. Despeje a calda sobre o corn bread, de modo uniforme, para que todo ele absorva o líquido. Deixe esfriar completamente antes de desenformar e corte em cubos.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Um andar de bolo para cada década de vida

Comecei meu aniversário com um enorme cappuccino, brioches e croissants com geleia no Le Vin. No almoço, levíssimos gnocchi gratinados na Osteria del Petirosso, e panna cotta com morangos e calda de chocolate. Ambas as refeições cortesia de meu marido, que sabe como me fazer feliz... :)

Volto para casa para os últimos preparativos para a reuniãozinha. Quase todo mundo compareceu e ajudou a lotar nossa pequena sala. Eu estava tão distraída conversando, que me esqueci de fotografar a comida, e quando apanhei a máquina era tarde demais. Não experimentei do meu próprio quiche, acho que comi duas torradinhas com tapenade de azeitonas e figo e pasta de pimentão, e meus dedos mal alcançaram os espetinhos de tomate e mozzarella. Aliás, o quiche era de brócolis. Uma brincadeira com um amigo meu, que há seis anos atrás levou uma menina ao meu aniversário que, ao ver um pão com recheio de pesto, fez cara de nojo e disse, sem notar que eu estava logo atrás dela: " Íiiiiuuuh! Quem é que serve brócolis numa festa de aniversário???" Hehehe... Bem... eu sirvo.

Do bolo, sobrou um quarto. Também, pudera, cada fatia era um almoço, assim, com três camadas bojudas. Agora posso comê-lo com calma nos dias pós-festa, em pedaços que se aproveitam do fato de não ter ninguém olhando.

A receita é de um de meus livros favoritos, Sky High, e já foi feita também pela Patrícia. Preparei-a exatamente como está em seu blog, com a diferença de ter usado as nozes pecan, como pedia o livro. Pena que deixei a cobertura tempo demais na geladeira, e ela acabou não escorrendo devagar como deveria, mas se dependurando nas laterais de forma pouco estética. Sem problemas, ficou delicioso mesmo assim. :D

Para não deixá-los sem receita nenhuma, no entanto, deixo aqui o que foi o hit da festa, para minha surpresa: a tapenade de azeitonas e figos secos. Achei que seria muito exótico, mas no fim todos gostaram. Como havia uma amiga vegan presente, omiti as anchovas da receita.

TAPENADE DE AZEITONAS PRETAS E FIGOS SECOS
(do livro Sweet Life in Paris, de David Lebovitz)
Tempo de preparo: 20 minutos
Rendimento: 1 xícara bem cheia


Ingredientes:
  • 1/2 xic (85g) figos secos, com cabos retirados
  • 1 xic. água
  • 1 xic. (170g) azeitonas pretas, lavadas e sem caroço
  • 1 dente-de-alho descascado
  • 2 colh. (chá) alcaparras, drenadas
  • 2 filés de anchova (opcional)
  • 2 colh. (chá) mostarda de Dijon com grãos
  • 1 colh. (chá) alecrim ou tomilho fresco (usei tomilho)
  • 1 1/2 colh. (sopa) suco de limão siciliano
  • 1/4 xic. azeite de oliva extra-virgem
  • sal e pimenta-do-reino a gosto

Preparo:
  1. Em uma panela pequena, coloque a água e os figos e cozinhe, parcialmente tampado por 20 minutos, ou até que os figos estejam bem macios. Escorra.
  2. Coloque todos os ingredientes, menos o azeite e o suco, num processador e pulse até obter uma pasta pedaçuda. Junte o azeite e o suco de limão e misture bem, acertando o sal e a pimenta se necessário.
  3. Guarde num pote fechado na geladeira por até 2 semanas. Fica melhor servido pelo menos 1 dia depois de ter sido feita, e combina muito bem com torradas de pão pita. 

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Post nojento, ou a vingança da salsinha


É isso o que acontece quando você está excessivamente confiante na cozinha e começa a parar de prestar atenção no que faz. Um inocente almoço virou uma corrida para o pronto-socorro. Tudo bem, no entanto. Foi mais uma lasca ampla e superficial que fez muita sujeira do que algo profundo e grave. [Tiro o curativo em dois dias, e vai ficar só uma cicatrizinha e um dedo sem unha por alguns meses.]

Quando movi a faca, tive certeza de que cortara algo que não era salsinha. Corri para lavar o dedo em água corrente [água e sabão, segundo o médico; nada de água oxigenada!] e envolver em gaze, mas não tive coragem de olhar para ver o estrago. Ao invés disso, fui fuçar no monte de salsinha para ver se encontrava algum toquinho. Pego uma lasquinha... não, isso é alho. Outra... não, isso também é alho. Ah! Olha aqui, na faca, um pedacinho na minha digital e uma unha! AAAAAAAAAARGH!!!

Minha mãe telefona. "Mãe, cortei o dedo picando salsinha e não pára de sangrar; acho melhor tomar ponto." Mãe vem correndo e, como mãe é tudo igual, resolve levar o teco de dedo num guardanapo, apesar de eu insistir que era minúsculo demais para costurar de volta. No pronto-socorro, o médico explica que não foi nada, mas a área da unha é muito irrigada, e por isso não pára de sangrar nunca. Então ele resolve dar uma injeção na ponta do meu dedo para anestesiar e outra com alguma meleca vaso-constritora, para que ele pudesse fazer o curativo. Na boa, a injeção doeu mais do que tirar o toco de dedo fora. "Corta tudo, logo de uma vez!"

Respira.

"Mãe, o que você ainda tá fazendo com esse teco de dedo??? Joga isso fora, que nojo!"

Corro de volta para casa para almoçar e voltar ao trabalho urgente que tinha de terminar. No primeiro intervalo que tenho, saio correndo para preparar um bolo de chocolate. Não qualquer um. Eu precisava, PRECISAVA, DE VERDADE, de algum bolo muito fácil e com aquele gostinho de bolo de mãe. Algo que não precisasse nem untar a forma. E encontrei. Maravilha das maravilhas. Minha manteiga acabou e o bolo ficou sem cobertura. E verdade seja dita: ficou ótimo sem ela. Não quis nem fotografar, pois o blog original (que é excelente) tem fotos passo-a-passo tão boas, que seria chover no molhado. O bolo ficou leve, macio, úmido e intenso de chocolate – use cacau de boa qualidade, que tenha cor e aroma fortes. É o tipo de bolo que você vai comendo aos bocadinhos, cada vez que passa pela cozinha.

Bom... ninguém vai me culpar se eu abrir um vinhozinho agora... né?

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Bolo de limão e creme de lavanda para minha mãe

Ando cozinhando um bocado. Mas ando desenhando um bocado também. E o segundo bocado tem me deixado mais empolgada do que o primeiro bocado. Venho fazendo cursos e experimentando novos materiais e dedicando boa parte de meu tempo à aprimoração de meu traço e minhas técnicas. O resultado disso é que, enquanto ando falando pelos cotovelos a respeito de tintas, cores, papéis e ilustradores, ando um pouco sem paciência para falar sobre comida. Preparo os pratos, tiro meia dúzia de fotos sem inspiração e fico morrendo de preguiça de transcrever receitas. Por isso boa parte do que ando cozinhando está indo direto para a mesa e da mesa para o estômago, sem que eu nem cogite a possibilidade de apanhar a câmera. Isso é ruim por um lado, pois o blog sofre pela falta de posts. Por outro, é fantástico. Havia muito tempo eu estava precisando reencontrar minha paixão pelo desenho, que andava tão sem graça e tão mecânico. E ninguém contrata ilustrador que desenha com a mesma empolgação de quem troca um pneu. Voltar a me apaixonar por minha profissão tem me tornado também muito mais leve e muito mais feliz.

E foi toda feliz e contente que levei esse bolo de aniversário para minha mãe, ontem. Bolo de limão, segundo sua requisição. Aproveitei a deixa para preparar essa receita que havia muito tempo estava em minha lista. O bolo não leva nem manteiga nem leite: é feito com azeite de oliva e aromatizado com limão siciliano. O recheio é um lemon curd bem azedinho, e o bolo é servido com um chantilly de mel e lavanda que ficou surpreendentemente leve e gostoso. Ainda bem, pois eu tinha medo de que o chantilly fosse ter gosto de perfume.

Mamãe aprovou o bolo e comemos metade dele à mesa. :P

BOLO DE LIMÃO COM CREME DE LAVANDA
(da revista Gourmet)
Tempo de preparo: 3h
Rendimento: 8 pessoas


Ingredientes:
(bolo)
  • 2 colh. (sopa) manteiga sem sal derretida para pincelar a forma
  • 5 ovos grandes, separados
  • 3/4 xic. açúcar
  • 3/4 xic. azeite de oliva extra-virgem
  • 1 colh. (sopa) casca ralada de limão siciliano ou galego
  • 3 colh. (sopa) suco de limão siciliano ou galego
  • 1 xic. farinha de trigo
  • 1/2 colh. (chá) sal
(recheio)
  • 1/2 xic.+1 colh. (sopa) açúcar
  • 3 colh. (sopa) farinha
  • 1/2 colh. (chá) sal
  • 1 colh. (chá) casca ralada de limão siciliano ou galego
  • 3/4 xíc. suco de limão siciliano ou galego
  • 1 gema grande
  • 1 colh. (sopa) manteiga sem sal
(creme)
  • 1 1/2 xic. creme de leite fresco
  • 3 colh. (sopa) mel suave
  • 1/2 colh.(sopa) lavanda ou alfazema seca
  • açúcar de confeiteiro para polvilhar

Preparo:
(bolo)
  1. Pré-aqueça o forno a 160ºC. Inverta o fundo de uma forma de mola de 20cm e trave. Pincele a forma com a manteiga derretida e leve ao freezer por 2 minutos. Forre o fundo da forma com papel-manteiga, pincele novamente com manteiga e leve ao freezer por mais 2 minutos. Polvilhe com farinha, bata para tirar o excesso e reserve.
  2. Bata as gemas e 1/2 xic. de açúcar até que a mistura fique clara e fofa. Em velocidade média, misture o azeite, o suco e a casca de limão, até que fique homogêneo.
  3. Peneire a farinha e junte à massa, em baixa velocidade.
  4. Bata as claras com o sal até que espume. Vá juntando o restante do açúcar, batendo em velocidade média-alta, até que que as claras formem picos suaves. Incorpore delicadamente 1/3 das claras à massa e então misture o restante.
  5. Transfira para a forma, alise a superfície com uma espátula, e dê alguns tapinhas na lateral, para tirar as bolhas de ar. Asse por 40-50 minutos, até que esteja dourado e um palito saia limpo qudno inserido no bolo. Deixe esfriar na forma por 10 minutos, e então desenforme e deixe esfriar completamente sobre uma grade. As laterais afundarão um pouco.
(recheio)
  1. Misture numa panela a farinha, o açúcar e o sal. Junte o suco de limão devagar, misturando com um batedor de arame para evitar grumos. Leve à fervura, mexendo constantemente, abaixe o fogo e cozinhe mexendo por uns 3 minutos, até engrossar. Remova do fogo.
  2. Junte à gema 1/4 da mistura de limão e mexa bem. Volte o creme para a panela e, ainda mexendo, leve à fervura por 1 minuto. Desligue e junte a manteiga e a casca ralada. Transfira para um pote, cubra com filme plástico, colando-o à superfície do creme e leve à geladeira por pelo menos 30 minutos.
(creme)
  1. Leve o creme, a lavanda e o mel à fervura, desligue o fogo, tampe e deixe em infusão por 30 minutos. Passe por uma peneira e leve o creme à geladeira para gelar.
(montagem)
  1. Inverta o bolo e retire o papel-manteiga do fundo. Corte o bolo em 3 camadas iguais. Transfira para um prato a primeira camada, espalhe metade do creme de limão de modo uniforme, deixando uma borda de 0,5cm, e cubra com a camada do meio. Espalhe o restante do creme, cubra com a última camada e pressione ligeiramente, para que o recheio vá para as bordas. Polvilhe com o açúcar de confeiteiro. Na hora de servir, bata o creme de lavanda até formar picos suaves e sirva.

Cozinhe isso também!

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