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quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Frio, mexilhões, minhas tralhas, minha cozinha

Mexilhões com tomate. Simples, bom e barato. Morri de orgulho da criançada pedindo mais e mais.
Numa manhã, tomávamos café à mesa sob a janela, e fomos surpreendidos por uma mancha escura no céu, sobrevoando o prédio e se afastando em direção ao sul. De todos os lados, vimos pontos negros surgindo de trás das árvores, dos prédios, das casas, e se unindo àquela massa de pássaros.

"Os gansos foram embora", eu disse, em mono tom, anestesiada por aquela visão.

Houve um momento de empolgação por aquela demonstração da natureza. Mas o que restou, conforme terminávamos nossas panquecas e sentíamos o café esfriando no fundo da xícara, foi uma estranha sensação de abandono. Como o silêncio antes da tempestade.

Alguns dias depois, os corvos chegaram.

Dois anos antes, em nossa visita a Vancouver, eu havia ficado impressionada pela quantidade de corvos na cidade, na mesma proporção de pombas em São Paulo, e surpreendi-me ao chegar a Toronto durante o fim do verão e não encontrar nenhum deles.

E ei-los aqui agora. Pretos, imensos, empoleirados sobre os semáforos, sobrevoando os parques de árvores desfolhadas, grasnando alto seu chamado metálico como o cinza das nuvens que acobertam o céu, buscando naqueles que não fugiram do inverno seu alimento.

Veio a primeira neve e um frio inesperadamente intenso, recorde de temperaturas baixas para esta época do ano, e lá fomos nós para a rua, empacotados como presentes, sentindo o vento cortante no rosto, em direção à escola.

-17oC.

Frio.


O vento. Havia ouvido falar do vento, mas você só entende quando o sente, como uma parede gelada a ser transposta. Ou, como brinquei com amigos, como se alguém espancasse você constantemente com um bacalhau da noruega congelado.

Thomas escorrega no chão gelado e aterrissa em cheio sobre o bumbum. Ainda bem, a calça de neve é fofinha e ninguém se machuca. Eu patino um pouco sobre a mistura de folhas e gelo na calçada perto da escola. Gnocchi tenta me puxar para o lado, derrapa e espatifa o focinho na neve.

Quando chegamos à escola, sou surpreendida pelo clima alegre. Não se vê ninguém amuado nos cantos, encolhido, tremelicando. Todas as crianças correm pelo pátio, fazem bolas de neve, divertem-se com a fina cobertura branca no playground. Olho para o lado, e Laura está deitada, rindo, agitando braços e pernas, fazendo um anjinho naquele um centímetro de neve que jaz sobre o chão de cimento.

Quando as crianças entram na escola quentinha, Gnocchi me puxa para o parque em frente, alucinado. Solto sua guia e ele corre feliz sobre a neve, calda em riste de alegria, latindo e me chamando para correr atrás dele; e ao fazer isso, aqueço um pouco mais meu corpo e me dou conta de que aquele cão, descalço e desagasalhado, está sequer tremendo sob a sensação térmica de -17oC. Evoluída sou eu, certo? que tenho de gastar os tubos em casacos e botas e luvas e camadas de blusas e calças térmicas para não congelar, e lá vai o Gnocchi, rolando no gelo contente. Ok, então.

Volto para casa e preparo um Chai bem quente, aquele chá preto com especiarias, leite e açúcar mascavo. Uma xícara imensa, que ganhei de presente de aniversário do marido junto de chás especiais, um kettle e o livro novo do Neil Gaiman.

O kettle é um apetrecho muito útil por aqui. É vantajoso ter algo que esquente água mais rápido e usando menos energia, uma vez que o fogão é elétrico. Além do kettle, repus também rapidamente meu processador de alimentos e minha batedeira. Como disse no post anterior, foi muito bonito isso de tentar viver uma vida simples com uma tigela e uma colher de pau, mas quando o assunto é facilitar minha vida para prover as refeições da família em casa, na escola e no trabalho, não tive dúvidas e corri atrás dos meus queridos eletrodomésticos.

No restante da cozinha entretanto, as coisas de mantiveram mais acomodadas no reino da simplicidade. Como agora tenho poucos livros de cozinha, foi possível sentar e folheá-los e ter uma noção mais exata do que eu de fato precisava. Basta de ter uma forma especial para uma receita só.

Compramos louça na Ikea apenas para o realmente necessário.

E para o baking em geral, apanhei numa loja:

  • UMA assadeira bem grande de bordas baixas, onde asso legumes e faço minha pizza retangular toda sexta-feira.
  • UMA forma retangular de 23x33x5cm, onde faço bolo, lasanha, barrinhas, o que for; ou seja, faz as vezes de travessa também.
  • DUAS formas de pão de 23x13x8cm, que fazem pão de forma grande o bastante para bons sanduíches.
  • DUAS formas de bolo inglês de 22x10x8cm, porque quase todas as receitas de bolo inglês que tenho fazem dois bolos, e congelar um para outro dia é sempre esperto.
  • UMA forma redonda de aro com mola de 23cm, para bolos e cheesecakes.
  • UMA forma de 22x5cm para bolos em geral (dava para usar a de mola para tudo, mas bolos de massas muito líquidas correm o risco de vazarem).
  • UMA forma de muffins com 12 cavidades.
  • UM refratário de vidro quadrado de 20cm, para brownies e qualquer outra coisa, na verdade.
  • UM prato refratário de vidro para tortas de 23cm, que pretendo usar para quiches também.
  • E a forma de furo no meio, com capacidade para 12 xícaras, velha, riscada e amassada, roubada da minha mãe; essa forma que fez todos os bolos de cenoura da minha infância.


Também me arranjei um jogo de 8 tigelas de vidro refratário que se encaixam uma na outra, economizando espaço no armário: a maior sendo perfeita para fermentar receita dupla de pão, e a menorzinha, sinceramente... não imagino ela servindo para nada além de separar algum ingrediente delicado em pequena quantidade - é tão pequena, na verdade, que virou piada aqui em casa, a mini-mini-mini-mini-mini-tigelinha. Mas todas as outras entre esses extremos têm sido diariamente usadas para misturar ingredientes, separar ovos, derreter manteiga, ou simplesmente guardar restos na geladeira.

Comprei-me aqui um raspador de massa, colheres e xícaras medidoras, uma jarra de vidro medidora, duas espátulas de silicone, um descascador de legumes, e um único fouet, pois meu antigo ficou com minha mãe. Mas trouxe duas colheres de pau, as únicas que sobraram da minha coleção: uma pequena, presente de minha cunhada, e uma grande, boa para mexer polenta e panelões cheios. Fora isso, na viagem para apanhar o Gnocchi, trouxe na mala minha máquina de macarrão, presente de minha mãe quando casei, a máquina alemã de Spaetzle, presente da minha sogra, e meu passa-verdura, que uso para fazer desde geleia de maçã até purê de batatas.

Só que de todos os utensílios de cozinha comprados aqui, o que mais gostei foi meu rolo de massa: inteiriço, bem comprido, com extremidades que afunilam. É o melhor rolo que já tive, infinitamente mais fácil de usar do que aqueles que giram sobre um eixo.

É lógico que estar num ambiente novo, numa cidade nova, num país novo, deixa você desnorteado. E minha cozinha com certeza passou por esse processo. Primeiro, encantada com os ingredientes à disposição que eu sempre cobiçara lá no Brasil, saí metendo os pés pelas mãos e comprando mais do que o necessário, tentando fazer todas as receitas de uma só vez. Animei-me com a biblioteca do bairro e saí retirando livro de cozinha atrás de livro de cozinha, acreditando que prepararia mil pratos de cada um. Sem saber o que era mais barato e onde, perdi dias incontáveis indo a todos os mercados do bairro, várias vezes por semana e saindo de cada um deles mais perdida.

O que aconteceu, no entanto, quando voltei da viagem do Gnocchi, foi que fiquei doente. Um bocado doente. Todo o stress dos meses anteriores parecia ter finalmente atingido seu ápice naquelas duas viagens internacionais em menos de cinco dias, e na tensão de embarcar meu melhor amigo numa gaiola. Meu sistema imunológico explodiu enfim, quando pus os pés em casa, e passei quase vinte dias me sentindo um lixo.

E esses vinte dias me fizeram pensar mais um bocado.

E eu olhei para aqueles livros emprestados da biblioteca e concluí que essa fase havia passado. Que eu não queria fazer nada complicado, que eu não queria correr até o outro lado da cidade para um ingrediente especial, e que eu não tinha mais paciência para comida que não tivesse gosto de comida de pai e mãe. Devolvi todos os livros.

E cansei dessa correria por preço baixo em supermercado longe. Noutro dia, encontrei um casal conhecido no metrô. Eles estavam indo até um mercado umas duas estações para leste, pois o frango lá era muito mais barato. Fiquei pensando que eles estavam gastando pelo menos 12 dólares indo e voltando de metrô os dois juntos, e que provavelmente isso cobriria a diferença de preço entre o frango do mercado lá longe e o daqui da vizinhança. Fora o tempo. Tempo é precioso.

Resolvi que iria apenas uma vez por semana ao mercado. Porque qualquer mercado aqui é a quinze minutos à pé de casa. Levo o cão comigo, passeamos juntos, e resolvo a compra da semana no mercado orgânico, comprando apenas o que está em promoção, e o que falta, no mercado barato, vinte minutos na outra direção, onde também tem a padaria de que gosto, a biblioteca, a farmácia, a loja a granel e a loja de bebidas.

Tudo resolvido num dia só. A gente cozinha com o que tem. Se os ingredientes não se encaixam em nenhuma receita, a gente inventa. E se faltar alguma coisa, ok, eu pego na semana que vem. Basta de pulinhos no mercado, que eu perco tempo e gasto dinheiro.

A gente se vira com o que tem: conchiglie com broccoli salteado no alho, azeite e pimenta calabresa. O parmesão tinha acabado, então fiz o que os italianos pobres do sul faziam: dourei farinha de rosca caseira em azeite, alho e salsinha (usei um filé de anchova amassadinho junto para trazer o umami do queijo), e polvilhei por cima no lugar do parmesão. 

Isso começou a me dar mais tempo para respirar, e um norte na cozinha. E percebi que fico empolgada com coisas bestas como receber por email o flyer com as promoções do mercado orgânico  para a semana. Sento no domingo, analiso o flyer, e escolho umas duas ou três receitas-chave para preparar na semana seguinte. Há sempre uma carne e um peixe interessante em promoção. E tenho me aproveitado disso, pois como aconteceu nos últimos anos, meu vegetarianismo parece hibernar durante o tempo frio, e meu lado carnívoro aflora.

Quem quer comer salada enquanto faz -5oC lá fora? Eu não.

Pense num almoço bom. :)
Comecei a trocar as saladas dos meus almoços solitários por torradas com verduras refogadas ou variações sobre o tema. Num dia em que achei inhame no mercado, descasquei-os, ralei-os na parte grossa do ralador, e apertei-os em forma de panquequinhas na frigideira bem quente com manteiga, até que as panquequinhas dourassem. Assim, um inhame virou uma panqueca. Num dia, cobri com folhas de beterraba refogadas em alho, azeite, uma folha de louro e uvas passas. Polvilhei com salsinha e hortelã, nozes e queijo feta esmigalhado. Sensacional, e durante a semana toda repeti a receita apenas para mim, até que os ingredientes acabassem.

Numa semana, fiz o dobro da receita de cozido de carne com cenoura da Tessa Kiros, cuja metade congelei. E comprei Vermelho para preparar no forno com tomates e servir com arroz, e seis filés renderam bastante para o jantar e para levar de almoço no dia seguinte. Faço o dobro de molho de tomate para a pizza de sexta, pois o o molho que resta cobre macarrão cozido de manhã para o almoço da segunda.

Já tinha preparado isso antes no Brasil, mas a carne aqui me pareceu mais marmorizada e mais maturada, então ela dourou mais fácil e ficou extremamente macia. Melhor picadinho que já fiz. As batatas, bem cerosas e de polpa clarinha, produziram um purê branquinho e delicioso.
Há sempre um saco de 3 libras de maçãs diferentes em promoção no mercado, e levo quase que um por semana para casa. As abóboras do Halloween renderam não só decoração, mas uma Pumpkin Pie devorada em dois dias, e meia receita extra de massa de torta no meu freezer. No mesmo dia do cozido de carne, descongelei a massa, abri, e recheei com as maçãs, poquíssimo açúcar (as maçãs Gala estavam bem doces), canela, noz moscada e manteiga, e fiz uma galette para a sobremesa, bem rústica e de improviso.

O novo saco de maçãs, Golden Delicious, está virando barrinhas de maçã e aveia, receita de um dos livros do Magnolia Bakery. Claro que a receita pedia uma lata de apple pie filling, e claro que eu fiz meu próprio recheio (4 xícaras cheias de maçãs descascadas e fatiadas + 1 colh (chá) canela + 1/3 açúcar + 3 colh (sopa) amido de milho cozinhando na panela em fogo baixo apenas até a maçã soltar um pouco de líquido, a maçã amaciar e o amido engrossar - deixe esfriar completamente antes de usar). Thomas anda numa fase em que se recusa a comer frutas no lanche da escola, então saio metendo frutas nos snacks que posso produzir em casa.

O que sobrou de purê de abóbora virou Pumpkin Spice Muffins para levar para a escola, que Thomas me ajudou a fazer, empoleirado no banquinho da cozinha. Nenhuma receita que achei na internet me agradou, e acabei inventando em cima daquela mesma receita básica de muffin da Martha Stewart do post anterior.

Cavoquei a abóbora, as crianças desenharam as caretas com canetinhas, e eu cortei com uma faquinha.

Depois de cavocar com uma colher e separar as sementes, cozinhei a polpa no vapor até conseguir transformá-la num purê com o passa verdura. Depois coloquei sobre uma peneira grande e fininha, sem apertar, e deixei pingando o excesso de água durante a noite na geladeira. No dia seguinte o purê estava bem sequinho, pronto para usar na torta.

Esta semana, os mexilhões estavam em promoção. Mexilhões lindos assim, em suas conchas negras como os bicos dos corvos, como eu nunca encontrava em São Paulo. Não sei porque, eles vinham sempre fora de suas conchas, sufocados em sacos plásticos. E eu perguntava aos peixeiros como diabos saberia se estavam bons, se estavam fora de suas conchas. E eles nunca sabiam me responder. Esses vieram fresquíssimos. De 4kg, acho que 4 conchinhas foram para o lixo, quebradas. Os outros moluscos espiavam por dentro das conchas abertas, e quando lhes tamborilava os dedos, toc-toc-toc, eles se fechavam rapidamente. Um truque que fez sucesso com a pimpolhada.

Da próxima vez vou fazer assim para as crianças. :)

O jantar foi um panelão de mexilhões com tomate e fatias de pão. Thomas passou o alho sobre as fatias e as colocou sobre a grelha, e depois me ajudou a colocar os mexilhões cuidadosamente na panela. As crianças se refestelaram. Tanto, que tive medo de que tivessem dor de barriga. Afinal, comemos em três uma porção para seis pessoas. Allex preparou um miojo, pois durante quinze anos juntos, eu não sabia que ele não podia nem com o cheiro dos mexilhões. Uma pena, pois estava delicioso. Guardei uma porção extra de mexilhões ainda vivos para meu almoço no dia seguinte, e os preparei gratinados, e ficaram ainda melhores.

E assim as coisas vão caminhando e se encaixando, e eu vou reencontrando o simples na minha cozinha, e o conforto, e a rotina, lembrando de não estressar demais com nutricionismos, e simplesmente relaxar e preparar comida gostosa de comer. Agora que toda a burocracia da mudança está resolvida, basta deixar a vida terminar de se assentar em seu novo local.

Depois daquele dia gelado, as temperaturas subiram de novo. Peguei-me passeando o cão à noite na chuva fininha, a 8oC, e falando para o marido que "estava uma noite gostosa para passear". Ou comentando de manhã com as crianças, ao ver os 3oC marcados no aplicativo do celular, que "não precisa botar muito agasalho porque o dia está mais quente". Referência é tudo na vida.

Que venha o inverno gelado. Que eu sei que assim que estivermos confortáveis, vem toda uma nova adaptação ao frio mais intenso, à neve que não derrete nunca, ao vento absurdo. Mas tudo bem. Respira fundo e encara a bucha. Vou continuar caminhando até o mercado, Gnocchi ao meu lado, contente em apanhar meu cream cheese sem gomas, as maçãs de um tipo que nunca provei, a carne de boizinho sem antibiótico em promoção. O bom do frio é que o sorvete não derrete no caminho. Só fico com um olho no céu para os corvos à espreita. Esse bife é meu, sai prá lá. Opa, um olho no chão também para não escorregar no gelo de bunda no chão. 

ZUPPA DI COZZE (Mexilhões em caldo de tomate)
Do livro Twelve - A Tuscan Cook Book, de Tessa Kiros).
Rendimento: 6 porções

Ingredientes:

  • 1,5kg mexilhões em suas conchas
  • 3 colh. (sopa) azeite de oliva
  • 3 dentes de alho, descascados e picados, + 1 dente extra para esfregar no pão
  • pimenta calabresa à gosto
  • 1 maço pequeno de salsinha, picado
  • 1 lata de 200g de tomate pelado, com seu suco, transformado em purê
  • pelo menos 6 fatias grossas de pão italiano ou de casca grossa e crocante


Preparo:

  1. Lave cuidadosamente em água fria corrente os mexilhões, tirando qualquer sujeira grudada nas conchas. Se houver barba, segure, e com movimentos para cima e para baixo, arranque-as. Jogue fora qualquer mexilhão que esteja aberto e não feche sua concha ao ser cutucado. Os outros, coloque numa tigela, cubra com um pano úmido e deixe na geladeira até a hora de usar. 
  2. Aqueça o azeite numa panela grande. Junte o alho, a pimenta e metade da salsinha.
  3. Quando o alho perfumar, junte os tomates e cozinhe por 5-10 minutos, até apurar um pouco. Tempere com sal e pimenta do reino
  4. Junte os mexilhões, misture bem, aumente o fogo e tampe. Cozinhe por cerca de 6 minutos, ou até que os mexilhões tenham aberto suas conchas. Descarte qualquer um que tenha permanecido completamente fechado. 
  5. Polvilhe o resto da salsinha. 
  6. Grelhe o pão e esfregue o alho em sua superfície quente e dourada. Sirva o pão acompanhando os mexilhões e seu caldo, imediatamente.   


COZZE GRATINATE (mexilhões gratinados - lembrando que gratinar não quer dizer derreter queijo por cima, ao contrário do que o povo acha)
Do livro Twelve - A Tuscan Cook Book, de Tessa Kiros.
Rendimento: 6 porções - fiz uma porção só para meu almoço, mas vale a pena ter a receita inteira para fazer

Ingredientes:

  • 1kg mexilhões em suas conchas
  • 1 maço médio de salsinha, picado
  • 4 dentes de alho, descascados e picados
  • 100g (1xic) farinha de rosca caseira
  • 4 colh (sopa) de azeite + extra para regar
  • Fatias de limão


  1. Preparo:
  2. Lave cuidadosamente em água fria corrente os mexilhões, tirando qualquer sujeira grudada nas conchas. Se houver barba, segure, e com movimentos para cima e para baixo, arranque-as. Jogue fora qualquer mexilhão que esteja aberto e não feche sua concha ao ser cutucado. Os outros, coloque numa tigela, cubra com um pano úmido e deixe na geladeira até a hora de usar. 
  3. Pré-aqueça o grill do forno ou ligue o forno na temperatura máxima.
  4. Coloque os mexilhões numa panela grande, ligue o fogo alto, tampe e cozinhe por alguns minutinhos apenas até que abram. Remova do fogo. Descarte qualquer um que permaneça completamente fechado.
  5. Abra os mexilhões e descarte a concha vazia, mantendo só as metades com os moluscos. Volte-os para a panela, ou para uma travessa refratária se eles não couberem numa camada só na panela.
  6. Misture bem o alho, salsinha, azeite e farinha de rosca numa tigela. Com uma colherinha, distribua a mistura sobre os mexilhões. Tempere com sal e pimenta-do-reino. Regue com mais um fio de azeite e leve ao forno por 5-10 minutos, até que a mistura de farinha de rosca esteja dourada. 
  7. Sirva imediatamente com as fatias de limão.





quinta-feira, 1 de julho de 2010

Spaghetti con le vongole podia ser o novo PF

Da próxima vez em que você for a um restaurante e tentarem cobrar, não sei, 35-45 reais por um prato de spaghetti con le vongole, saiba que custa menos de 5 reais para fazê-lo em casa. Hein??? É. É isso mesmo.

Encontrar frutos do mar ainda em suas conchas na feira é raridade, pelo menos para mim. E não tenho o hábito, nem recomendo, comprar mexilhões, mariscos e companhia fora de suas conchas. Afinal, de que maneira você saberá se eles estão estragados, se o único indicador é a concha?? [Se crus, jogue fora os que estiverem abertos; se cozidos, jogue fora os que continuaram fechados.] Por isso, quando vi o bandejão de mariscos em suas conchas, fui logo pedindo meu tradicional "punhadinho". Porque o Allex não é fã de frutos do mar, então sempre compro apenas o suficiente para uma única porção. Meu punhadinho, 250g de mariscos, custou R$1,00. UM REAL. Nem acreditei. Nunca tendo comprado mariscos na vida, sempre acreditei que tudo aquilo que vem em concha fosse caro. Adorável surpresa. :)

Voltei para casa feliz da vida e preparei meu almoço: spaghetti con le vongole. Mariscos: R$1,00. Spaghetti: R$1,00. Vinho Marsala: R$2,50. Temperos: alguns centavos. Comer um prato metido à besta pelo preço de um PF: não tem preço. 

SPAGHETTI CON LE VONGOLE
Tempo de preparo: 15 minutos
Rendimento: 1 porção

Ingredientes:
  • 100g spaghetti
  • 250g mariscos na concha, já sem areia*
  • azeite de oliva extra-virgem
  • 1 dente de alho picado (pequeno ou grande, dependendo do quanto você gosta de alho)
  • 1 pitada de pimenta-calabresa seca
  • 3 colh. (sopa) salsinha picada
  • 1/4 xic. vinho Marsala
  • pimenta-do-reino moída na hora
*Pergunte ao peixeiro se eles estão limpos. Se não estiverem, deixe sob água MUITO salgada, como água do mar, por um dia.

Preparo:
  1. Coloque 1 litro de água para ferver. Enquanto isso, retire os mariscos da água (se estiverem), passe embaixo da torneira aberta para tirar qualquer resquício de sujeira e deixe em um escorredor. Jogue fora qualquer um que esteja aberto.
  2. Em uma frigideira que tenha tampa, aqueça um fio de azeite. Junte o alho e a pimenta calabresa. Quando você sentir o cheiro do alho na frigideira, junte os mariscos, metade da salsinha e metade do vinho. Cubra com a tampa e cozinhe em fogo alto até que todos os mariscos estejam abertos (vai demorar alguns minutos). Não precisa salgar o molho; os mariscos já estão "naturalmente salgados".
  3. Enquanto isso, cozinhe o spaghetti. Quando os mariscos estiverem prontos, desligue o fogo e transfira os mariscos para uma tigela, deixando o líquido de cozimento na frigideira. Jogue fora qualquer marisco que continuar fechado. Retire a carne da concha de metade dos mariscos e descarte essas conchas vazias. 
  4. Junte à frigideira umas duas colheres da água do macarrão. Escorra o spaghetti 1 minuto antes de ficar pronto e coloque-o na frigideira em fogo alto, com o restante da salsinha e do vinho. Cozinhe por 1 ou 2 minutos, mexendo, até que o molho reduza um pouco e junte aos mariscos na tigela. Misture bem, tempere com pimenta-do-reino moída na hora e mais um fio de azeite.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Salada quente de camarão, chuchu e palmito

Desde a primeira semana de namoro chamei meu (hoje) marido de Chuchu. Começou de brincadeira, porque naqueles dias apelidava todo mundo que eu conhecia de Chuchu, só para rir um pouco. Foi com o tempo que todos à minha volta retornaram a suas nomenclaturas originais e Allex se tornou o único Chuchu da minha vida. Ficou. Fazer o quê? Em contrapartida, ele me chama de Pastel. Bastante apropriado.

Hoje na feira, munida da minha listinha de itens de época, resolvi me aventurar com algo que nunca havia comido, ou nunca fora suficientemente memorável para que me lembrasse de ter comido um dia (não riam): chuchu.

Essa é mais uma receita simples que me faz choramingar pelos cantos por terem assassinado minha querida e saudosa Gourmet. Para meu almoço solitário, usei um chuchu pequeno e um punhadinho de camarão. O bom de comprar camarão aos punhadinhos é que fica parecendo muito barato. ;)

Piquei bem fininho um dente de alho pequeno, umas 2 colh. (sopa) cebola e um pouquinho de pimenta dedo-de-moça. Juntei suco de limão suficiente para marinar, temperei com sal e deixei descansar meia hora, para pegar o gosto. Enquanto isso, descasquei o chuchu e cortei-o em palitos. Aqueci um pouco de azeite e cozinhei os camarões temperados com sal até ficarem rosados. Reservei num prato. Na mesma frigideira, refoguei o chuchu até ficar macio e ligeiramente dourado. Juntei um punhado de palmito orgânico em conserva fatiado e os camarões reservados, apenas para aquecer a mistura. Desliguei o fogo e temperei com a marinada e coentro fresco picado. Tão gostoso...

Como posso ter ignorado o chuchu por tanto tempo?

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Salada de vermicelli de arroz com lula e ervas

Desde o começo do ano ando trabalhando loucamente. Tanto, que não sei como estou conseguindo encaixar em meu tempo os passeios com o cachorro e as desventuras culinárias. Quinta, por ser dia de feira, já costuma ser uma correria para mim. Hoje, com pelo menos três trabalhos para entregar, me admira que eu esteja aqui escrevendo esse post. Bem, todo mundo merece meia horinha de almoço...

Por conta do tempo curto, saquei da minha lista "receitas a fazer da revista Gourmet" esta salada rapidíssima de lula e vermicelli de arroz. Comprei na feira duas lulas pequenas, limpas pelo peixeiro (dividi a receita para fazer uma só porção), e foi rápido fatiá-las e cozinhá-las em água com sal, seguidas do vermicelli. Durante o tempo que levou para a água começar a ferver, já deixei todos os ingredientes separados. O tempo da massa e da lula cozinhar foi o que levou para apanhar uma tigelinha e um par de hashi. Misturei tudo e nham! Prá dentro.

Como não salguei o suficiente a água, fiquei bastante tentada a manchar toda aquela alvura delicada com shoyu. Mas resisti. A salada é refrescante assim, e gostei dela.

SALADA DE VERMICELLI DE ARROZ COM LULA E ERVAS
(da revista Gourmet)
Tempo de preparo: 10 minutos
Rendimento: 4 porções


Ingredientes:
  • 450g lula fresca, limpa, em fatias de 1cm e tentáculos cortados ao meio
  • 1 pacote de vermicelli de arroz (220-250g)*
  • 6 colh. (sopa) suco de limão
  • 1 colh. (sopa) fish sauce (Nam Pla)*
  • 2 colh. (chá) açúcar
  • 3/4 colh. (chá) pimenta calabreza em flocos
  • 6 colh. (sopa) óleo vegetal
  • 1 pepino, fatiado em meias-luas finas
  • 2 cebolinhas fatiadas fino
  • 1 xic. ervas como hortelã, manjericão e coentro, misturadas e picadas grosseiramente
(* Nam Pla e vermicelli de arroz podem ser encontrados em qualquer mercadinho do bairro da Liberdade ou em supermercados e empórios com boas seleções de importados.)

Preparo:
  1. Coloque uma panela de água com bastante sal para ferver. Enquanto isso, prepare os outros ingredientes. Deixe ao lado uma tigela de água gelada.
  2. Cozinhe a lula na água fervente por cerca de 1 minuto, até que fique opaca. Transfira para a água gelada para parar o cozimento. Retire a lula fria da água, seque em papel toalha e coloque num prato.
  3. Na mesma água fervente, cozinhe o vermicelli, apenas até que fique macio, cerca de 3 minutos. Transfira o vermicelli para a água gelada. Escorra muito bem o vermicelli e corte duas ou três vezes com uma tesoura.
  4. Numa tigela, misture o suco de limão, nam pla, açúcar e pimenta, temperando com 1 colh. (chá) de sal. Adicione o óleo em um fio constante, batendo para misturar bem. Junte o vermicelli, a lula, o pepino e as ervas e misture bem. Sirva imediatamente.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Salada de manga com molho de iogurte e camarões empanados em coco


Não é fantástico que o idioma permita que chamemos camarão empanado de salada? Resta a suave ilusão de que nada daquilo vai de fato para os seus quadris. Mas bem... o que há de se fazer? Todo mundo merece um pouco de camarão empanado de vez em quando...

Assim que vi a salada na revista francesa Saveurs, corri à feira para comprar um punhadinho de camarões e uma manga bem madura. E não me arrependo nada da decisão. A salada é muito refrescante e, estranhamente, apesar de não levar sal nenhum, não tem gosto de sobremesa. E os camarões... tem coisa melhor do que camarão empanado em coco ralado? Hmmmm...

SALADA DE MANGA COM MOLHO DE IOGURTE E CAMARÕES EMPANADOS EM COCO
(da revista Saveurs)
Tempo de preparo: 25 minutos
Rendimento: 4 porções


Ingredientes:
  • 16 camarões crus, limpos, apenas com o rabo
  • 1 ovo
  • 2 colh. (sopa) farinha de trigo
  • 100g coco ralado
  • 1 colh. (sopa) farinha de rosca
  • 2 mangas maduras
  • 1/2 xíc. de iogurte integral natural
  • 1/2 colh. (chá) pimenta Caiena
  • 2 colh. (sopa) suco de limão
  • 2 colh. (sopa) coentro fresco picado
  • 1 colh. (sopa) óleo de gergelim (na falta dele, usei azeite de oliva)
  • sal e pimenta-do-reino

Preparo:
  1. Numa tigela, misture o iogurte, a pimenta caiena, o suco de limão, óleo de gergelim e coentro. Misture bem e deixe na geladeira.
  2. Corte a manga em cubos e coloque em uma tigela.
  3. Tempere o camarão com sal e pimenta a gosto. Passe os camarões na farinha, depois no ovo batido e por fim na mistura de farinha de rosca e coco ralado. Frite-os em óleo bem quente, até que fiquem dourados e cozidos. Seque em papel absorvente.
  4. Despeje o molho de iogurte por cima da manga cortada e disponha os camarões por cima. Decore com cebolinha picada, se quiser.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

UMA SEXTA FEIRA FRUGAL 5: Camarões com feijão fradinho e salsão congelado

Meu marido detesta camarão. Minha teoria é de que é por falta de hábito, uma vez que sua irmã é altamente alérgica. Sabendo que seria uma refeição única e solitária, então, fui à feira, olhei para a senhora que atendia atrás dos bandejões de camarões de diferentes tamanhos, apontei para o escolhido e disse:

"Quero um pouquinho desse aqui."
"Um pouquinho? Quão pouquinho??"
"Tipo assim", expliquei, colocando as duas mãos em uma concha encolhidinha. "É só para mim, e não quero que estrague."
"Assim tá bom?", perguntou, meio desconfiada, ao colocar na bandejinha um punhadinho bem pequeno.
"Perfeito!"
"Mas é tão pouquinho..."

Eu nunca havia preparado camarão antes. Comer? Opa! Adoro camarão! Mas quando estava limitada ao tamanho (e preço) monstro das bandejas pré-pesadas de supermercado, camarão era algo fora de meu alcance. Principalmente sem ter com quem comê-los.

Esse foi meu almoço solitário. Talvez pelo fato da revista Gourmet ter fechado suas portas [um minuto de silêncio, por favor], eu ando fuçando mais nelas em busca de inspiração, o que me deixa ainda mais deprimida por saber que o número de outubro foi provavelmente o último a chegar na minha casa, apesar da minha assinatura ir até dezembro... :(

E tendo preparado feijão fradinho, adorei a ideia de combiná-los aos camarões. Acabei adaptando um pouco, omitindo as cenouras e o bacon, usando pimenta fresca ao invés de seca e usando pimentão vermelho no lugar do verde. Mas ficou delicioso mesmo assim. O caldinho que ficou no fundo me deixou muito na dúvida: não sabia se bebia, entornando o potinho ou se embebia um pãozinho nele. :)

Para uma porção, aqueci uma colher de azeite numa frigideira média e refoguei 1/2 dente de alho pequeno, 1/2 pimenta dedo-de-moça picada, 3 cebolinhas picadas, 1/4 xíc. de pimentão vermelho picado, 1/4 xic. salsão picado, 1 folha de louro, 1/2 colh. (chá) tomilho seco, sal e pimenta-do-reino. Cozinhei até que começassem a dourar. Então juntei 1 xic. do feijão fradinho com seu caldo de cozimento, abaixei o fogo, acertei o tempero e cozinhei em fogo brando por mais 5 minutos. Enquanto isso, aqueci mais um pouco de azeite em outra frigideira e juntei a outra metade de alho picado e um punhado de camarão limpo e sem casca, temperado com sal e pimenta-do-reino, cozinhando por uns 3 minutos em fogo médio-alto, até que estivessem opacos. Juntei tudo na tigelinha e nham!

A DICA FRUGAL: SALSÃO/AIPO CONGELADO
Salsão sempre vem naqueles maços imensos, que, a menos que você o coloque em tudo que cozinha, acaba ficando molenga na geladeira e estragando. Compre-o, lave-o, retire as folhas. Separe o coração do aipo, com as folhas verde-claras e pequenas, para saladas, pois essa é a melhor parte do salsão. O restante, pique. Ou tudo de um tamanho que você use sempre, ou metade em pedaços grosseiros, para cozidos, metade miúdo, para refogar com cebola. Ferva água em uma panela grande, e tenha uma tigela também grande ao lado, com água e cubos de gelo. Jogue o salsão picado na panela e ferva por 1 minuto. Então retire com uma escumadeira e jogue na tigela de água gelada, para parar o cozimento. Escorra bem e espalhe em uma camada só o salsão sobre uma assadeira que caiba no seu freezer. Os pedaços não devem ficar grudadinhos uns nos outros, ou eles congelarão grudados. Leve ao freezer por algumas horas. Quando estiverem bem congelados, passe-os para um saquinho ou tupperware e volte-o ao freezer. O branqueamento (fervura e água gelada) faz com que o salsão não perca sua textura crocante com o congelamento. E o congelamento individual faz com que os pedacinhos permaneçam soltos dentro do saquinho depois, deixando mais fácil a tarefa de retirar apenas a porção necessária. Claro, deixe os pedaços maiores num saco e os miudinhos em outro. Fazendo isso, se você for uma consumidora de salsão não muito voraz como eu, precisará comprar salsão uma vez a cada três ou quatro meses, e poderá usá-lo sempre que quiser.

domingo, 4 de novembro de 2007

Nada como um jantar chique de graça

Sempre que abria meu gigantesco livro de culinária italiana, ficava babando sobre lindas fotos de frutos do mar fresquíssimos preparados dos modos mais simples e deliciosos. Vez ou outra entro no que eu chamo de "surto de frutos do mar", o que geralmente acontece em sábados de muito sol, quando tenho uma inexplicável vontade de sentar a céu aberto, bebericar vinho branco gelado e saborear qualquer prato de qualquer fruto do mar disponível, com a condição de ser fresco. Morando em São Paulo, essa minha vontade quase sempre permanece assim: uma vontade.

Esta semana, voltando de Fortaleza para passar o feriado, meu pai me telefonou, dizendo que me trazia um presente inusitado. O quê? O quê? "Estou levando lagostas, pois elas são muito baratas aqui", disse-me. Antes que pudesse perguntar como pretendia realizar o feito, explicou-me que as comprara vivas (o peixeiro matou-as prontamente por choque térmico em água gelada) e congelara-as. Traria os bichinhos numa geladeirinha muito bem fechada. "Lagostas voadoras", brincou.

Ok, ok... Papai enlouqueceu. Mas tudo bem, apanhei as duas danadas no mesmo dia em que ele chegou a São Paulo e comecei a fuçar em livros que me ensinassem a limpá-las e cozinhá-las. Allex imediatamente torceu o nariz ao olhar para aqueles monstrinhos coloridos de olhos negros e aspecto assustadoramente "vivo". Confesso que eu mesma fiquei apreensiva ao olhar a primeira lagosta descongelando (decidira fazer uma de cada vez, com receitas diferentes). Perguntei-me mesmo se teria coragem de comê-la, pois estava ligeiramente trêmula ao remover suas entranhas, coisa que jamais fizera na vida... Como, entretanto, elas já estavam em minha cozinha, era mais do que certo que eu fizesse algo com elas...

Escolhi esta receita do livro gigantesco, típica do sul da Sardenha, e aproveitei para fazer uso da minha panelona vermelha. Fora a limpeza nervosa da lagosta, o cozimento não poderia ser mais simples, e o resultado, mais delicioso! Tinha medo de que a lagosta congelada ficasse com uma textura ruim, o que de modo nenhum aconteceu. Ao descongelar, ela exalava um perfume fresquíssimo de mar (o que me acalmou ao pensar nas horas de vôo em que ela ficou... ahn... voando). A carne cozida desmanchava-se na boca, amanteigada, doce, pontuada pelo alecrim perfumado e pela salsinha fresca. Ficou fantástico, e fiquei triste por ter tão pouco para se comer num bichinho tão grande!

LAGOSTA AO FORNO À MODA DA SARDENHA
(do livro Culinária Itália)
Rendimento: 2 porções
Tempo de preparo: 20 minutos


Ingredientes:
  • 1 lagosta de 1kg
  • 50g de farinha
  • 100g de manteiga sem sal
  • 1 colh. (sopa) de azeite
  • 1 ramo de alecrim
  • 1 copo de vinho branco seco
  • sal e pimenta-do-reino

Preparo:
  1. Corte a lagosta ao meio e retire o estômago. Lave bem sob água corrente, seque com papel toalha e polvilhe a farinha. Tempere com sal e pimenta.
  2. Aqueça a manteiga e o azeite numa caçarola grande, coloque a lagosta e doure ligeiramente dos dois lados, até começar a avermelhar.
  3. Junte o vinho e o alecrim, tampe e leve ao forno pré-aquecido a 180ºC por 10 minutos. Sirva imediatamente.

Obs: como não tinha o vinho na hora, usei água. Acrescentei a salsinha picada e o limão espremido na hora de servir. Perfeição absoluta. Se quiser mais praticidade, peça ao peixeiro que mate, corte e limpe a lagosta para você.

Cozinhe isso também!

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