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sábado, 26 de janeiro de 2008

Spaghetti ao molho de pepinos. Como é que é...???

Abri a geladeira, desesperançosa. Não havia nada interessante com que fazer o almoço, e eu não queria gastar dinheiro comendo fora ou, sinceramente, nem mesmo queria sair de casa. Spaghetti com molho de tomate... de novo? Neh...

Abri minha pobre e vazia gaveta de legumes e eis que ouço um suave e longínquo "Alôooooo!" vindo de dentro de um saco plástico amarfanhado. Restara um solitário pepino do meio quilo que viera na cesta orgânica aquele mês, e, para ser franca, eu o vinha ignorando havia já algum tempo. Quanto pepino duas pessoas podem comer em um mês?? Eu o usara em todas as saladas possíveis e imagináveis durante o mês, mas chegara a um ponto em que simplesmente não sabia mais o que fazer com eles. Ainda mais nesses últimos dias de manga comprida, em que o calor parece ter dado uma trégua indefinida.

Estava prestes a fechar a gaveta novamente, ignorando os apelos desesperados do pobre pepino, condenando-o a mais uma semana de ostracismo. Foi quando pensei: quem disse que só posso usar pepinos frios?? Quem foi que assinou a lei que impede que cozinhemos pepinos?
Apanhei-o (o coitadinho ficou tão contente) e tirei-lhe uma fatia, atirando-a à frigideira com azeite. Deixei que caramelizasse ligeiramente sob ação do fogo alto, salguei-o e experimentei-o. Hmmm... E não é que fica gostoso?

Coloquei 200g de spaghetti (duas porções) para cozinhar, enquanto terminava de fatiar o pepino e atirava-o à frigideira ainda untada de azeite, com um dente de alho bem gordo igualmente fatiado. Assim, tudo junto, pois o pepino, ao contrário de minhas expectativas, não soltara água, mas absorvera todo o óleo, de modo que, levando ele junto do alho à panela, teria ao final ambos cozidos ao mesmo tempo.

Tudo dourado, baixei o fogo e acrescentei uma colher farta de manteiga e meia dúzia de folhinhas frescas de alecrim. Mexi bem, salguei, temperei com pimenta do reino e desliguei o fogo. Escorri a massa, misturando-a ao pepino dourado, de polpa macia e casca ainda ligeiramente crocante, temperando com um fio extra de azeite. Piquei um punhado de castanhas-de-caju sem sal, ralei outro punhado de parmesão e juntei ao spaghetti, servindo-o rapidamente, com uma porção extra de parmesão.

Da próxima vez que tiver pepinos em casa, eles pularão a salada e irão direto para a panela.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Mac & Cheese my way



De vez em quando tudo o que uma pessoa pode querer é macarrão com queijo. Muito queijo. Apanhei minha maior travessa e despejei-lhe 400g de rigatoni cozido até 80% do tempo da embalagem, depois de passá-lo embaixo da água fria para evitar que passasse do ponto. Misturei à massa cerca de 500ml de molho branco que fiz derretendo duas colheres de manteiga, dourando nela ligeiramente uma colherinha de orégano seco e um dente de alho descascado inteiro, antes de acrescentar uma colher de farinha e prosseguir com o molho normalmente, juntando os 500ml de leite integral quente, aos poucos. Antes ainda de misturá-lo ao rigatoni, derreti no molho quase 2 xícaras de parmesão ralado grosso e uma colher do queijo Melba que havia na geladeira, junto com uma colherinha de cebolinha picada. Temperei com noz-moscada, sal e pimenta-do-reino moída na hora. Polvilhei mais um punhado generoso de parmesão por cima e levei ao forno pré-aquecido a 200ºC por 10 minutos. Liguei o grill e deixei que ele finalizasse o prato, tornando a superfície dourada e crocante sobre o fundo cremoso. Mac & Cheese, my way.

domingo, 13 de janeiro de 2008

Fettuccine reconfortante para marido gripado em tarde de chuva

Para quem costuma publicar dois ou três posts por dia, eu até que dei uma desaparecida durante este fim de semana. É difícil cozinhar algo que valha a pena ser comentado quando se tem um marido febril, de cama, e uma tonelada de trabalho a ser feito. Ah, sim, pois não é porque sou freelancer que escapo dos ocasionais engarrafamentos de trabalho. O cliente enrola, enrola, enrola, e resolve que quer tudo finalizado em uma semana, quando o cronograma havia previsto um mês. Normal. Acontece. Mas quando acontece, é fogo. Já vou avisando, então, que esta semana será bastante atípica no La Cucinetta. Não sei se conseguirei cozinhar alguma coisa que preste e, se o fizer, se terei tempo de fotografar e escrever a respeito. Há quem acredite que vida de ilustrador é sossegada, pois "é só desenhar" o dia todo. Estou, no entanto, com um pepino colossal nas mãos, e tenho dois trabalhos de ilustração finalizando essa semana, ao mesmo tempo, ambos igualmente importantes, e um deles envolve a ilustração, digitalização e pintura de cerca de 200 peças. Só não comecei a arrancar os cabelos ainda porque sei que vai dar tempo. Tem que dar tempo. Preciso acreditar nisso.

Pensando na semana corridíssima, e lembrando-me de que talvez tenhamos convidados para jantar em casa no meio da semana, adiantei-me preparando o sorvete de creme, para servir com os ********* (segredo!) do próxima "Vítimas Culinárias". Desta vez, no entanto, usei a receita do The Ultimate Frozen Desserts Book, que foca em gelati, com muito mais gemas e uma proporção maior de leite em relação ao creme de leite. Concluí que esse livro é fabuloso (apesar de feinho e repetitivo) para sorvetes desse tipo, como chocolate, nozes, caramelo e afins. Ele peca nos sorvetes de fruta, usando muitas frutas em lata e (sabe-se deus lá como) em pasta. Enquanto isso, o The Perfect Scoop tem sido uma maravilhosa fonte de sorvetes de frutas frescas, mas peca um pouco nos mais leitosos, por excesso de creme de leite. O seu de baunilha tem um retrogosto muito carregado de gordura de creme de leite, o que não me agradou muito. Enquanto a receita do David produz um sorvete muito amarelo-pálido, quase cru, a de Bruce e Mark produz um creme amarelo forte como gemada bem batida. Ainda quero testar um dia a receita mais simples de todas que já encontrei para sorvete de creme, ou base de gelati, no Culinária Itália: gemas, leite integral e açúcar.

Como abrira o creme de leite fresco e usara quase nada de seu conteúdo para o gelato, achei que seria bom preparar o almoço com o que restara dele, para que não estragasse. Porque havia brócolis japonês orgânico na geladeira, adaptei uma receita de Jamie Oliver, do livro Jamie at Home. Usei o creme de leite fresco no lugar do crème fraîche, tomilho no lugar de manjerona, brócolis japonês ao invés do comum, parmesão ao invés de fontina, e um ovo inteiro ao invés de apenas gemas. Para um pouco da acidez que o crème fraîche conferiria ao prato, usei vinagre de Champagne, mais suave. O prato ficou deliciosamente reconfortante, com sabores bastante suaves e bem amalgamados, e pretendo repeti-lo outras vezes mais.

FETTUCCINE AO MOLHO DE BRÓCOLIS E CREME DE LEITE
(Adaptado do livro Jamie at Home)
Tempo de preparo: 30 minutos
Rendimento: 2 porções


Ingredientes:
  • 200g de fettuccine de ovos
  • 2 xíc. de ramos de brócolis e talos cortados finos
  • 125ml de creme de leite fresco
  • 2 xíc. de parmesão ralado grosso
  • 1 colh. (chá) de vinagre de champagne
  • folhas de 2-3 ramos de tomilho fresco
  • 1 ovo orgânico
  • 1 colh. (sopa) de manteiga sem sal
  • sal e pimenta-do-reino a gosto
Preparo:
  1. Leve 2-3 litros de água a ferver. Salgue bem e cozinhe o macarrão, os ramos inteiros de brócolis e os talos cortados bem finos.
  2. Enquanto isso, misture o creme de leite, o queijo, o vinagre, sal e pimenta e leve ao fogo baixo até derreter o queijo. Não deixe ferver. Tempere com sal e pimenta moída na hora.
  3. Escorra o fettuccine e o brócolis, e junte-o ao molho, mexendo bem. Junte a manteiga, o tomilho e o ovo batido e misture com dois garfos, rapidamente. Sirva imediatamente, com parmesão à parte.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Risoni, fagiolini e fave al pesto di basilico


Um título bem metido à besta para esse post, pois tenho uns amigos que não são chegados em coisas verdes, e talvez "risoni com vagens e favas ao pesto de castanha de caju" não soe tão apetitoso quanto o prato na verdade é.

Ontem Allex veio até a sala segurando a caixinha azul já aberta de risoni da Barilla, com um olhar bastante curioso.

"O que foi?"
"Faz alguma coisa com isso amanhã?"
"Faço. Mas isso é macarrão de sopa. Tem que ser sopa ou pode ser outra coisa?"
"Qualquer coisa tá bom."

Lá fui eu ver o que tinha na geladeira e pensar o que poderia fazer com o risoni (massa em forma de grão de arroz) que não fosse sopa, já que anda tão quente que o pobre cão tem passado o dia dormindo de barriga para cima em frente ao ventilador. Mencionei vagamente que fizera uma salada de Jamie Oliver ontem. Aliás, no espírito de terminar algum livro de receitas, fiz no dia 1º um fettuccine com molho de alho-poró e mascarpone. Gostoso, mas faltava profundidade; profundidade essa que consigo num molho já clássico aqui em casa, de alho-poró, creme de leite e manteiga, com raspas de limão, que fazem toda a diferença. Sorry, Jamie, but mine is better.

Mas voltando ao que interessa... Favas (adoro favas), vagens francesas (adoro vagens) e aspargos (adoro aspargos) com molho de mostarda e vinagre balsâmico. Parecia promissor. Mas a salada ficou... ok. Para quem adora tudo o que tem nela, acho que deixou muito a desejar. Fiquei frustrada, pois a receita é do primeiro livro dele (assim como a massa com alho-poró), e está justamente ao lado de uma de minhas saladas favoritas: espinafre, ervilhas e queijo de cabra.

Os aspargos foram todos para a salada, mas sobraram vagens francesas (vagens comuns, só que mais fininhas) e favas. Cozinhei-as separadamente, al dente, e preparei enquanto isso um pesto com manjericão, castanha de caju, alho e azeite, usando muito mais castanhas do que manjericão, pois eu queria textura no prato, e queria a doçura das castanhas não salgadas para amansar o alho. Misturei as vagens e as favas ao pesto, experimentei e, por si só, estava uma delícia. Poderia servir assim mesmo, ou fazer um purê de tudo e espalhar sobre torradas de pão ciabatta, com um fio de azeite e uma bola de mozzarella. Mas Allex pediu o risoni.

Tampei a tigela com filme plástico e levei à geladeira, para marinar, fortalecer e amalgamar os sabores, e depois misturar os feijões frios e temperados à massa fumegante. Só tive de ficar muito atenta ao cozimento do risoni, para que não virasse uma papa. Você pode (e deve) usar favas frescas ao invés das congeladas quando for sua estação. Mas lembre-se de descascar as maiores. As menores podem ser acrescentadas cruas à massa. O prato final ficou absolutamente delicioso, reconfortante e, sobretudo, leve.

RISONI COM FAVAS E VAGENS AO PESTO DE CASTANHAS DE CAJU
Tempo de preparo: 30 minutos
Rendimento: 3-4 porções


Ingredientes:
  • 350g de risoni
  • 200g de favas congeladas
  • 200g de vagens francesas orgânicas
  • 1 xíc. de castanhas de caju
  • 1/2 xíc. de folhas de manjericão fresco
  • 1 dente de alho pequeno
  • 1 pitada de sal grosso
  • 1/4 de xíc. de azeite extra-virgem
  • 1 xíc. de queijo parmesão ralado grosso
Preparo:
  1. Em um pilão, amasse o alho e o sal grosso até obter uma pasta. Junte as castanhas e amasse com força, até que elas estejam bem misturadas à pasta de alho e bem trituradas. Acrescente o manjericão e faça o mesmo. Junte o azeite e misture bem.
  2. Corte as pontas das vagens, jogando-as fora. Corte as vagens em pedaços de 2 cm.
  3. Ferva 1,5l de água em uma panela grande. Não salgue. Coloque as favas na água fervente e cozinhe por 5-7 minutos, até que fiquem tenras mas ainda verdes e com gosto fresco. Se cozidas demais, suas cascas ficam cinza. Retire com uma escumadeira e reserve-as em uma tigela. Misture-as com metade do pesto.
  4. Junte as vagens na mesma água e cozinhe-as até que fiquem macias, mas al dente e ainda de um verde bem vivo. Retire-as com uma escumadeira e junte-as às favas, misturando o resto do pesto. Mexa bem com uma colher, para que todos os feijões estejam bem recobertos de molho.
  5. Na mesma panela, junte mais 1-1,5l de água e leve novamente à fervura. Salgue com 1 1/2 colh. (sopa) de sal. Junte o risoni e cozinhe até estar al dente. Cuidado, pois alguns segundos a mais pode tornar o risoni uma papa. O ideal é tirar um pouco antes de estar no ponto, pois ela continuará cozinhando no prato.
  6. Escorra a massa e misture os feijões, acrescentando mais um fio de azeite e o queijo parmesão. Misture bem com um garfo e sirva imediatamente.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Raviollini de mandioquinha, ou pequenos travesseiros fofos e amarelos





Sabe aqueles dias em que se acorda com vontade de complicar a própria vida? Hoje acordei com vontade de fazer massa. Não qualquer massa, mas uma que eu tinha em mente há já bastante tempo, que anotara no meu caderno com várias exclamações após a frase "experimentar isso". Um dos itens que surrupiei da geladeira de minha mãe foi um pacote pequeno de mandioquinhas, que já pareciam mais para lá do que para cá e não suportariam uma semana inteira de abandono na gaveta de legumes. Por isso, decidi que seu fim seria nobre, e cozinhei-as, para fazer o recheio dos meus raviolli.

A massa é sempre a mesma coisa, muito fácil, apenas com adição de pimenta-do-reino, e se você tiver já o seu jeito de fazer massas, sua receita de família, aconselho que fique com ela. Eu uso a fórmula mais conhecida, que é de 100g de farinha para cada ovo, acrescentando 1 colh. (sopa) de leite quando pretendo recheá-la. Não é a receita da família. Minha avó ensinou-me de outra forma, mais no olhômetro, mas acredito que a fórmula em xícaras e "meia casca de ovo de água" possa dar muita margem a erro a quem não é uma nonna experiente. Apenas em uma coisa concordam a fórmula da vó e dos chefs: não se coloca sal na massa; ela é salgada no cozimento.

Hoje em dia acho que prefiro preparar massas recheadas a um simples tagliatelle, pois dessa forma não tenho que ficar mudando de lado a máquina nem limpando o cilindro de corte após o uso. Sem contar que são mais fáceis de se conservar: basta dispor as peças prontas sobre uma assadeira enfarinhada, sem encostarem-se umas nas outras, e levá-las à geladeira, se pretender cozinhá-las nos próximos dias, ou ao freezer, apenas para que endureçam. Uma vez congeladas individualmente, pode-se acondicioná-las num saquinho no freezer. Só descongele antes de cozinhá-las, ou o choque térmico com a água fervente fará com que rompam e vazem.

Massas recheadas, entretanto, exigem um pouco de prática; não porque sejam difíceis de serem feitas (muito pelo contrário), mas porque requerem rapidez. O mais importante é manter a massa úmida, para que ela feche bem e não esparrame recheio. Mas nem todas as pinceladas de água do mundo selarão decentemente uma massa muito ressecada.

Não pensem, no entanto, que sou à prova de falhas: a cada 15 raviolli, ou tortellini, ou qualquer formato que tenha escolhido, 1 ou 2 acabam rasgando ou não fecham direito. Com medo dos rasgos, acabo sempre abrindo a massa um pouco mais espessa do que deveria, e, por isso mesmo, sempre me sobra recheio. Desta vez, no entanto, admito ter sido mais zelosa do que o necessário: poderia ter feito a massa mais fina, usado todo o recheio e obtendo raviollini mais leves.

O importante na hora de rechear a massa é não ser esganado. Use uma colher medida e nivele com o dedo o recheio na colher antes de depositá-lo sobre a massa. Isso garante que todos saiam iguais. E tente não espalhar o recheio, forme bolinhas o mais firmes possível, pois se houver recheio entre as duas abas de massa, elas não fecharão de jeito nenhum.

RAVIOLLINI DE MANDIOQUINHA
Tempo de preparo: 2 horas
Rendimento: 4-6 porções (de 50-70 raviollini)


Ingredientes:
(recheio)
  • 3 mandioquinhas de uns 15cm
  • 1/2 xíc. de parmesão ralado
  • 1 colh. (sopa) de manteiga sem sal
  • 1 colh. (sopa) de leite integral
  • sal e pimenta-do-reino moída na hora
(massa)
  • 200g de farinha de trigo e mais para polvilhar
  • 2 ovos extra-grandes orgânicos
  • 1 colh. (sopa) de leite
  • pimenta-do-reino
(molho)
  • 4-5 colh. (sopa) de manteiga sem sal
  • 1 ramo longo de alecrim fresco

Preparo:
  1. Descasque, corte em quartos e coloque as mandioquinhas em uma panela, com água suficiente para cobrir, em fogo médio, até que estejam se desmanchando ao serem espetadas por um garfo. Passe-as por um espremedor de batatas ou um passa-verdure e, em uma tigela, misture com o resto dos ingredientes do recheio. Tempere a gosto e reserve.
  2. Coloque a farinha e tanta pimenta-do-reino moída na hora quanto você deseje em uma tigela e faça um buraco no meio. Despeje ali os ovos e o leite e comece a misturar com um garfo, rapidamente, trazendo aos poucos mais farinha dos cantos para dentro do poço, até formar uma massa que possa ser sovada.
  3. Despeje a massa numa superfície ligeiramente enfarinhada e sove-a até que fique lisa e desgrude dos dedos.
  4. Corte a massa em 2 pedaços iguais. Embrulhe uma delas em filme plástico e deixe-a sobre o balcão enquanto trabalha a outra. Abra a massa com um rolo ou com a máquina de macarrão (segundo as instruções do manual) até a espessura 7 ou 9, se quiser uma massa mais fina. Disponha a massa sobre uma superfície enfarinhada e corte-a em tiras de cerca de 8cm de largura (se abriu a massa na máquina, basta dividir ao meio a largura da faixa de massa). Enquanto recheia uma das tiras, coloque um pano umedecido sobre a tira que espera.
  5. Divida mentalmente a tira de massa ao meio. Você depositará o recheio na metade inferior. Com o auxílio de uma colher-medida, deposite bolinhas de 1/4 de colh. (chá) do recheio, deixando um espaço de cerca de 3cm entre elas, e ficando pelo menos 1cm afastadas da borda da massa.
  6. Pincele a massa com água, com cuidado para não encharcá-la. Dobre a metade superior da massa sobre a metade com os recheios, pressionando as bordas com os dedos, com cuidado, para que fechem bem. Então prossiga selando as laterais e entre as bolinhas de recheio, com cuidado para não pressionar o recheio para fora do lugar e para não rasgar a massa.
  7. Repita o processo com a tira de massa reservada. Com uma faca, um cortador de pizza ou um cortador de massa dentado, separe os raviollini, cortando entre eles e cortando a borda que foi selada com os dedos, para efeito estético. Retire as aparas de massa e coloque os raviollini em uma assadeira enfarinhada, enquanto você recomeça o processo com a outra metade de massa envolta em filme.
  8. Cozinhe os raviollini em 2 litros de água fervente com muito sal, em 3 levas. Não adianta encher a panela, pois muitos deles flutuarão e alguns podem não cozinhar por igual. Cozinhe por cerca de 3 minutos e retire com uma escumadeira para uma travessa aquecida.
  9. Em uma frigideira, derreta a manteiga em fogo baixo com o alecrim e deixe cozinhar por meio minuto, apenas para aromatizá-la. Despeje a manteiga e o alecrim sobre os raviollini e sirva imediatamente, acompanhado de mais pimenta e bastante queijo ralado.
A idéia original era fazer um molho muito fresco com tomates crus, cortando-os em cubos bem pequenos e marinando-os um pouco em azeite e manjericão, e simplesmente servir os raviollini com um montinho dessa marinada por cima, que acho que casaria bem com a mandioquinha. No entanto, todos os tomates que tenho na despensa estão reservados para o jantar. O molho de manteiga e alecrim, no entanto, não decepciona! Pretendia servi-los hoje à noite, à amiga do Allex que vem jantar conosco, mas como nem todo mundo é fã de mandioquinha, acho melhor não arriscar.

domingo, 25 de novembro de 2007

Spaghetti vapt-vupt

Tomates marinados em azeite, um dente de alho muito bem picado, um punhado de salsinha, sal e pimenta do reino, sobre spaghetti al dente e queijo roquefort esmigalhado. Yummy!

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Estranha lasagne de palmito

Eu não sou de ficar colecionando receitas que vêm em rótulos, como fazia minha avó. Na maior parte das vezes, sou muito desconfiada para dar atenção a elas, pois acredito que a maioria tenha aquele mesmo gosto apastelado e simplório, sem profundidade, sem textura. Ok, preconceito puro, mas é um julgamento empírico, eu juro. Porém, quando vi, no rótulo do vidrinho de leite de coco, uma receita de lasagne com frango e leite de coco, por algum motivo aquilo me apeteceu. Claro, sem o frango. Imediatamente pensei em substituir o frango por palmito, lembrando-me de uma receita de risotto de palmito e leite de coco que uma amiga do Allex mencionara certa vez. O resultado ficou com certeza interessante, ainda que eu não tenha conseguido livrar-me completamente da acidez do líquido em que estavam conservados os palmitos, o que me leva a crer que seja melhor comprar palmito pupunha fresco para cozinhar da próxima vez. Também não segui a receita a risca, porque qualquer coisa que leve margarina não merece 100% de minha atenção. Fiz meu molho branco como sempre faço, usei apenas metade do pote de requeijão (e da próxima vez pretendo usar ricotta fresca), omiti o caldo de legumes e acrescentei bons punhados de salsinha picada, para um toque refrescante e um pontilhado muito bem-vindo de verde.

LASAGNE DE PALMITO E LEITE DE COCO
(Adaptada de uma receita do leite de coco DuCoco)
Tempo de preparo: 1 hora
Rendimento: 4 porções grandes

Ingredientes:
  • massa para lasagne Barilla
  • 1/2 copo de requeijão cremoso
  • 250g mussarela fatiada
  • 50g de queijo parmesão ralado
  • 1 vidro de 500g de palmito em conserva (300g drenado)
  • 1 cebola pequena fatiada fino
  • 1 punhado de salsinha picada
  • azeite de oliva extra-virgem
  • sal e pimenta-do-reino
  • 500ml de leite integral
  • 200ml de leite de coco
  • 2 colh. (sopa) manteiga sem sal
  • 2 colh. (sopa) farinha de trigo
  • 1 pitada de pimenta calabresa em flocos

Preparo:
  1. Refogue a cebola em duas colheres de azeite até dourar e amaciar. Corte o palmito em fatias finas e junte-os à cebola, misturando bem. Acrescente o requeijão e metade do leite de coco, misture, tempere com sal e pimenta e reserve.
  2. Aqueça o leite. Em outra panela, derreta a manteiga. Junte a farinha e mexa bem, em fogo baixo, até que doure. Junte o leite aos poucos, mexendo bem para que não empelote. Continue mexendo até engrossar. Junte o resto do leite de coco, a pimenta calabresa, sal, pimenta-do-reino a gosto e reserve.
  3. Aqueça o forno a 180ºC. Unte uma travessa com manteiga e espalhe um pouco do molho branco no fundo. Cubra com folhas de lasagna, a mistura de palmito, queijo mussarela e salsinha picada. Cubra com molho e prossiga com as camadas. Cubra finalmente com lasagne, molho branco, mussarela, polvilhe com o parmesão e com o restante das folhas de salsinha. Leve ao forno por 30 minutos ou até que esteja dourado e borbulhante e a massa esteja macia.

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Almoço rapidíssimo

Quando não há "restô d´ontém", eu acabo caindo mesmo no macarrão para meus almoços solitários durante a semana. É sempre um ótimo momento para experiências e para se desafiar: que molho consigo fazer sem sujar panela nenhuma e com o que tem na geladeira enquanto a massa cozinha??

Enquanto meus 100g de fettuccine emaranhavam-se na água fervendo, junto com meia dúzia de tomates secos (que levam uns 7 minutos para cozinharem), apanhei minha cumbuquinha e depositei-lhe uma colher cheia de requeijão cremoso, muita pimenta-do-reino moída na hora, um naquinho de manteiga, um punhado de parmesão e folhinhas de manjericão recém-colhidas da janela. Escorri o macarrão e os tomates, despejando-os na cumbuca e misturando bem. Ficou uma delícia e só sujou a panelinha onde cozinhei o macarrão e a tigela onde comi. Dá vontade de estapear quem diz por aí que não cozinha por falta de tempo...

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Gnocchi de mandioca



Fazia tempo que queria testar essa versão brasileira de gnocchi. Apesar de gostosos e leves, entretanto, acho muito difícil qualquer transeunte conseguir diferenciá-los dos de batata, já que a mandioca, depois de cozida, adquiriu um gosto bastante suave, e o molho, confesso, encobria um pouco seu sabor.

Difícil deixar a receita, já que fui fazendo tudo um pouco a olho, não tendo encontrado nenhuma receita que me satisfizesse. Cozinhei a mandioca em pedaços pequenos (grande erro, pois depois não consegui cortar fora o centro fibroso, e tive problemas para transformá-la em purê), passei-a pelo amassador de batatas, juntei sal, pimenta-do-reino, queijo ralado, 1 ovo e farinha de trigo suficiente para dar liga. Cozinhei-os normalmente e cobri com um molho de Marcella Hazan, de tomate, cebola, cenoura e salsão com manteiga e creme de leite. Ficou com certeza saboroso, e me deixou a pensar que outras raízes e legumes poderiam ser usados da mesma forma, substituindo as batatas...

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Fettuccine de abobrinha

É muito bom quando invencionisses não apenas dão certo, mas ficam também muito boas. Traumatizada pelas abobrinhas que deixara estragar no mês passado, resolvi usar as novas rapidinho, sem dó. O plano inicial era fazer bolinhos de abobrinha, mas tive uma preguiça imensa de preparar todos os outros pratos de arroz, salada, etc, e eu tinha um resto de ricotta que sobrara do preparo da última polenta, que estava para vencer. Como amanhã, também, vou viajar para uma prova de revezamento em Bertioga (minha primeira prova de corrida!!), não queria nada que me deixasse restos até segunda-feira.

Refoguei a abobrinha fatiada (2 grandes e uma pequenininha) em um dente de alho do tamanho do meu dedão (fico sempre impressionada com esses alhos super desenvolvidos), uma pitada de pimenta calabresa seca, pimenta-do-reino preta e branca, menta seca e sal. Deixei ficar bastante macia, mas sem perder o verde vivo da casca. Desliguei o fogo, e triturei em meu mini-processador metade das abobrinhas com cerca de 100g de ricotta de búfala e um punhado de parmesão, até que virasse uma pasta densa e verde-clara. Acertei sal e pimenta e deixei de lado enquanto cozinhava a massa. Depois de escorrer o fettuccine, misturei a pasta de ricotta, as abobrinhas refogadas, um fio de azeite e um punhado generoso de salsinha picada. Fiz questão de anotar a receita para repeti-la depois. Use quantidades moderadas de menta seca (uma pitada basta), ou o sabor anisado ficará forte demais.

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Crepes de farinha de milho e quinua

Você sabe que perdeu completamente a razão quando resolve (assim, como quem não quer nada) fazer sua própria farinha.

Fiquei muito interessada nesta receita de crepes de Heidi, que levava farinha de trigo integral, farinha de milho e farinha de quinua. Tinha em minha despensa as duas primeiras, mas a maledetta quinua, apenas em grãos. Não sei se foi a vontade de comer os crepes ou a preguiça de pensar em outra opção para o jantar de ontem, mas tive a "brilhante" idéia de moer os grãos de quinua no meu mini-processador, como costumo fazer com amêndoas. Perfeito na teoria, não fosse o fato de os grãos serem pequenos demais e terem apenas dançado loucamente de um lado para o outro do recipiente, sem serem minimamente triturados.

Plano B: como são feitas as farinhas de qualidade? São produzidas em moinhos de pedra, ora bolas... Estiquei os olhos para meu pilão de pedra, e não tive dúvidas: despejei-lhe os grãos do processador e comecei a socá-los, cheia de determinação. Os primeiros movimentos bruscos resultaram em minúsculos grãozinhos saltitando para fora do pilão, fugindo da iminente violência em direção à boca do Gnocchi, que esperava ansiosamente no chão o resultado da lambança. Diminui os movimentos, então, e comecei a esmagá-los mais cuidadosamente, montinho por montinho, até vê-los reduzidos a uma farinha tão fina e leve que parte dela ficou suspensa no ar quando passei-a para outra tigela.

Foi uma experiência interessante, mas que não sei se repetirei tão logo. Demorei cerca de 30 minutos de amassa-amassa, dói o braço, troca de mão, ai-ai-ai, para produzir 2/3 de xícara de farinha, que era o que precisava para fazer crepes para dois. O resultado compensou, ao menos: o amargor dos grãos de quinua crus desapareceu depois de cozidos, conferindo aos crepes um sabor mais terroso e herbáceo que casou muito bem com a adocicada farinha de milho e a intensa integral. Eles ficaram saborosos, mas com uma consistência mais para as piadine italianas (ou pães sírios muito finos) do que crepes franceses. Recheei-as com o que havia em casa: batatas fatiadas muito finas, grelhadas (como sugeria a receita), um restinho de milho em lata, fatias de queijo prato, azeitonas gregas kalamata e cebolinhas em conserva, temperando com Tabasco defumado. Parece uma zona, mas minha lombriga ficou contente e eu não tive de correr ao supermercado para gastar mais dinheiro, que, aliás, é o desafio até o fim do mês.

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Tagliatelle al cacao e noci



Estou acostumada a fazer macarrão em casa. Então não me assustei quando vi essa receita; pelo contrário, fiquei morrendo de vontade de testá-la. Como Allex, no entanto, detesta nozes, precisava deixar para um dia em que todos os fatores se encaixassem: vontade de preparar a massa, tempo, ingredientes na despensa e Allex fora de casa. Ontem isso aconteceu, quando mais uma vez ele foi abduzido pelo trabalho.

A massa foi facílima de se preparar. A receita original pedia uma mistura de farinha de trigo, farinha de trigo integral, cacau e farinha de castanhas (pouquíssima coisa). Não tinha da última, logo aumentei a quantidade de farinha de trigo. Também não queria preparar macarrão para 8 pessoas, então dividi toda a receita por 4 e fiz apenas para mim, com pouco mais de 150g de farinha no total, 1 ovo e 1 gema. Com o tempo muito seco, acabei tendo de umedecer a massa com água para dar o ponto, pois já não era possível incorporar mais uma gema. Fiz o tagliatelle com ajuda da máquina de macarrão (presente de minha mãe quando juntei os trapos), e deixei-o secando um pouco na bandeja enquanto preparava o molho, também meio adaptado. A receita pedia ricotta, mas usei cottage que era o que tinha na geladeira e que eu sabia que não daria muita diferença de gosto e textura aplicado aqui. Deveria ter pelado metade das nozes, mas não me incomodei, pois não havia nem um punhado delas. Por último, usei orégano no lugar de manjerona, pois são da mesma família e de sabores semelhantes.

O resultado ficou muito bom. A massa caseira é muito mais leve do que a industrial (apesar de adorar as massas de grano duro e de ovos da Barilla), e o cacau, ao contrário do que esperava, não lhe conferiu um gosto achocolatado, mas sim uma espécie de amargor agradável e uma profundidade de sabor que casou muito bem com a intensidade das nozes moídas com alho cru. Talvez eu tivesse usado um dente de alho maior, pois faltou-me um pouco de sua pungência para levar o prato a outro nível. Fiquei imaginando também em que a farinha de castanhas (em tão pouca quantidade) faria diferença. Uma pena que as fotos tiradas um pouco sem paciência não façam jus à beleza da massa acastanhada. De qualquer forma, fica aqui a receita original, da revista La Cucina Italiana, para quem quiser se aventurar:

TAGLIATELLE AL CACAO E NOCI
Tempo de preparo: 1 hora
Rendimento: 8 pessoas


Ingredientes:

(para a massa)
  • 400g de farinha de trigo
  • 70g de farinha de trigo integral
  • 25g de cacau em pó
  • 10g de farinha de castanhas
  • 3 ovos
  • 6 gemas
  • azeite
  • sal
(para o molho)
  • 200g de nozes
  • 1 dente de alho
  • 80g de ricotta macia
  • 100g de azeite
  • 3 colh. (sopa) de queijo parmesão ralado
  • manjerona
  • sal grosso
Preparo:
  1. Peneire todas as farinhas, uma pitada de sal e o cacau em uma tigela grande. Abra um buraco no meio e despeje os ovos, as gemas e uma colherinha de azeite. Misture com um garfo até formar uma massa e depois sove numa superfície ligeiramente enfarinhada por uns 10 minutos, até que fique lisa e elástica.
  2. Divida a massa em 4 ou 5 partes e, enquanto abre 1, envolva as outras em filme plástico. Abra a massa devagar na máquina de macarrão, passando 2-3 vezes em cada abertura, até a penúltima espessura (8). Cubra as faixas de massa estendida com um pano enquanto abre as outras, para que não ressequem demais.
  3. Corte as faixas de massa no comprimento que deseja para os fios e passe-as na máquina para cortá-las como tagliatelle (tagliatelle é o nome genérico para massas como fettuccine, pappardelle, linguini, etc... "tagliare" quer dizer "cortar"). Disponha os fios cortados numa assadeira grande, polvilhada com farinha e separe-os bem com os dedos.
  4. Faça o molho aferventando brevemente 2/3 das nozes. Escorra-as e esfregue-as dentro de um pano de prato limpo para retirar-lhes a pele. Em um pilão ou processador, triture as nozes peladas e as ainda com pele com o alho e uma pitada de sal grosso. Misture a pasta de nozes à ricotta, o azeite, uma pitada de manjerona e o parmesão.
  5. Cozinhe a massa por cerca de 2 minutos (mais se você tiver deixado a massa secando por um dia todo), escorra, misturando um pouco da água do cozimento ao molho. Misture o molho com a massa, para cobrir bem todos os fios e sirva imediatamente com parmesão à parte.

sábado, 1 de setembro de 2007

Sobras deliciosas




Ao preparar o Tian para o jantar com minha tia, acabou restando um pouco de cada ingrediente, que não couberam na travessa. Hoje resolvi fazer o almoço com aquelas sobras. Dourei um dente de alho em azeite de oliva, juntei o pimentão vermelho e uma folha de louro, deixei amaciar, então acrescentei a berinjela e a abobrinha, sal e pimenta-do-reino e algumas folhas de manjericão e deixei amaciar. Quando o penne ficou pronto, juntei a massa aos legumes na frigideira, com mais um fio de azeite e um bom punhado de Grana Padano ralado. Simples e gostoso; perfeito para um almoço tardio num sábado de sol.

sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Jantar com titia


Ontem à noite minha tia veio jantar conosco. Fiquei feliz pois, no fim das contas, Allex conseguiu chegar a tempo de comer com a gente.

Tudo correu muito bem. Começamos com caipirinhas (estreando os copos dados pela tia do Allex), mas quase os quebramos tentando socar o limão com meu socador de pedra-sabão. Para acompanhar a bebedeira, comprei um pão sensacional na Pâtisserie do Le Vin, um patezinho de pimentão do Santa Luzia e azeitonas pretas chilenas.

Para jantar, resolvi ser a rainha da praticidade: cannelloni de abóbora e cenoura ao molho branco, que preparei no dia anterior e deixei para assar na hora, e tian de legumes (foto), do livro Cozinhando para Amigos, que montei à tarde e deixei quietinho até a hora de colocar no forno. Claro que a manobra só é possível porque meu forno é duplo.

O cannelloni é fácil: coloquei a abóbora inteira (depois de espetá-la algumas vezes com a ponta da faca) em uma assadeira com um dedinho d´água, e assei em forno médio até que um garfo entrasse fácil em sua casca (cerca de 40 minutos). Retirei a polpa com uma colher, e reservei. Tirei a água da assadeira e coloquei pedaços de 2,5cm de cenoura com dentes de alho inteiros e com casca, tomilho, sal, pimenta e azeite e assei por 20 minutos. Espremi o alho, misturando à abóbora, e amassei junto com a cenoura. Um punhado de queijo ralado, noz-moscada, sal e pimenta e uma folha de sálvia muito bem picada, e recheei as cascas dos cannelloni. Fiz um molho branco rápido, despejei uma parte no fundo de uma travessa untada, acomodei os cannelloni, despejei o resto do molho, queijo ralado, e forno por 20-30 minutos. Na verdade era para ser só de abóbora, mas ela não me forneceu recheio suficiente, então tive que improvisar com as cenouras que tinha (ambas são laranja e docinhas, o que poderia dar errado?), e ficou delicioso.

Para o tian, piquei uma cebola, 1/2 pimentão vermelho pequeno e dois dentes de alho, misturei com um pouco de manjericão, tomilho, sal e pimenta, e espalhei no fundo de uma travessa com azeite. Cortei uma berinjela e uma abobrinha em fatias de 0,5cm, e depois em meias-luas, e fiz fileiras intercalando com cerca de 4 tomates cortados em quartos, sem as sementes. Mais manjericão, mais tomilho, sal, pimenta e azeite, cobri com papel alumínio e coloquei no forno a 180ºC por 30 minutos. Tirei o papel e deixei mais 30. Servi quente, mas fica muito gostoso frio também.

Achei que fosse comida demais, mas como todo mundo repetiu (eu ADORO quando isso acontece), não sobrou nada! De sobremesa, depois de pratos razoavelmente substanciosos, achei melhor manter a simplicidade, então coloquei uma tigela cheia de morangos orgânicos, que apesar de meio pálidos, estavam deliciosos. Minha tia surpreendeu-se, e disse que na Califórnia, onde mora, os morangos são estupidamente vermelhos, mas completamente sem gosto. No fim, o jantar foi um sucesso, e eu estou muito feliz!

domingo, 26 de agosto de 2007

Lasagne de tudo um pouco

Neste domingo de sol e brisa refrescante entrando pela janela, sabia que queria almoçar algo que matasse minha fome muito bem matada, mas que também tivesse qualquer coisa de leve, refrescante. Na minha geladeira havia cenouras e beterrabas orgânicas, grana padano, e umas bobeiras aqui e ali; e no freezer, ervilhas, favas e couve de bruxelas. Não restara mais muitas opções de massa na despensa a não ser cannelloni e lasagne Barilla, então resolvi dar uma de inventora e juntar um monte de coisa em um prato só.

Comecei fatiando fino algumas cenouras, colocando-as numa frigideira funda com água bastante para cobrir, uma colher de mel, açúcar, sal, pimenta-do-reino e sementes de cominho, e deixando ferver, até que ficassem glaceadas. Enquanto isso, coloquei água e sal para ferver em outra panela e branqueei um punhado de couve de bruxelas, outro de ervilhas e o que restara de favas. Escorri e reservei. Em outra frigideira, dourei um dente de alho e uma cebola em fatias finas e misturei às couves.

Pré-aqueci o forno a 180ºc, e pus-me a preparar o molho branco, com manteiga, leite integral, farinha, sal e pimenta-do-reino. Untei uma travessa com manteiga, espalhei uma colherada de molho, uma camada de massa para lasagne da Barilla, as couves com cebola, molho, outra camada de massa, as cenouras glaceadas, folhas de tomilho colhidas da janela, molho, outra camada de massa, as ervilhas e favas, um punhado de salsinha picada, mais molho, a última camada de massa, molho e um punhado generoso de grana padano ralado, com mais um salpicar de salsinha. Deixei no forno por uns 20 minutos, até que dourasse, e nós dois nos esbaldamos, acompanhados por um Sauvignon Blanc simplesinho mas gostoso e o cachorro circulando aos nossos pés, todo curioso.

Não deixo aqui em formato de receita pois de fato fui fazendo no olho, experimentando. O resultado é um marido de barriga cheia capotado no sofá e eu aqui publicando esse post, orgulhosa da minha invencionisse de sucesso.

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Jantar difícil


Estou orgulhosa de mim mesma. Sexta-feira passada, tinha convidado um amigo para jantar conosco. Planejei um cardápio de três pratos: uma pissaladière (espécie de pizza de cebolas francesa), fettuccini ao gorgonzola e uma salada. Comprei o vinho. Montei a mesa com minha toalha nova. Fiquei de olho no relógio o dia todo, com tudo cronometrado para que a pissaladière saísse quentinha do forno ao mesmo tempo que o macarrão ficasse pronto. Neura total. Aí as coisas começaram a dar errado.

Primeiro, meu convidado (que chegaria às 20h30), disse que teria de ir embora às 22h, o que é sempre um balde de água fria, quando se espera ficar muito tempo na mesa batendo papo. Segundo, meu marido me liga e diz que o cãozinho que adotáramos deveria ser pego no final daquele dia, o que queria dizer que ele chegaria bastante atrasado ao jantar. Liguei para nosso amigo e ele disse que não havia problema, então, também não tinha problemas para mim. Quando faltava já 1 hora para que ele chegasse, minha pissaladière crescia na bancada e o molho do macarrão já estava pronto, apenas esperando a massa, Allex ligou novamente, dizendo que deixaria o Gnocchi em casa e voltaria para o escritório para continuar trabalhando. Hora extra já me dá nos nervos normalmente. Quando ela atrapalha meus planos, então... Falei mais uma vez com nosso convidado, mas desta vez ele achou melhor deixar para lá, pois achava que estava dando muito trabalho, e seria melhor marcar para outro dia.

Ok, disse eu, pensando o que faria com tanta comida e ninguém para jantar. Esse tipo de coisa costuma me tirar do sério, mas, desta vez, respirei fundo e liguei para meu melhor amigo, que aceitou o convite imediatamente. Comemos metade da pissaladière, bebemos todo o vinho, conversamos, brincamos com o novo cãozinho recém-chegado, e, no fim das contas, a noite foi incrivelmente agradável.

sábado, 4 de agosto de 2007

Restos de geladeira 2

Ao fazer os cannelloni de brócolis, sobrara cerca de 1 xícara de recheio, que acabei guardando na geladeira com dó de jogar fora. Ontem à noite o recheio virou molho. Como o brócoli havia virado um purê bem molinho, resolvi transformá-lo em pesto. Juntei um punhado de parmesão ralado, boas doses de azeite e acertei o sal e a pimenta, até ficar com a carinha que todo molho pesto tem. A verdade é que eu até poderia ter preparado o brócoli e amassado no pilão com o resto, direitinho, ignorando minha intenção prévia de fazer o cannelloni. Cozinhei 200g de fusilli (2 porções), juntei o pesto de brócoli, uma mozzarella de búfala em pedacinhos e umas folhinhas de manjericão. Aprovadíssimo!

Já hoje, mantendo o tema dos restos, após uma sessão de arrumação e limpeza semanal de casa, perguntei ao Allex o que ele gostaria de comer. Couscous, ele disse. Refoguei na manteiga rapidamente duas cebolinhas perdidas com uma pimenta dedo-de-moça e uma pitada de cominho, juntei meia xícara de água com 1 colher de chá de sal e deixei ferver. Desilguei o fogo, juntei meia xícara de couscous (tudo o que restara na embalagem), tampei e deixei descansar. Enquanto isso, piquei meia dúzia de tomatinhos-cereja que já estavam muito murchinhos para uma salada e escorri uma lata de grãos-de-bico. Afofei o couscous com um garfo e mais uma colher de manteiga, juntei os tomates e os grãos-de-bico e, para finalizar, juntei um punhado de salsinha picada. Ficou muito gostoso. "Era exatamente esse sabor e essa textura que eu queria nesse almoço", disse ele. Que bom!

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Couscous de Maçã ao Curry


Isso parece absolutamente revoltante, mas demonstrou-se incrivelmente gostoso! Eu juro que esse é o último post do dia, já que tive de tirar o atraso de uma semana inteira sem meu computador ligado à internet.

Ontem, usando o laptop do Allex para pegar meus e-mails de trabalho, comecei a fuçar em outros blogs, buscando uma informação a respeito de crème fraîche. Acabei caindo no blog de outra natureba louca por comida, uma jornalista brasileira residente na California com muitas histórias de cozinha para contar. Adorei seu blog, Chucrute com Salsicha, e um post seu acabou me levando a um segundo, chamado 101 Cookbooks, de uma autora igualmente natureba mas sem medo de manteiga. Como eu disse em outro post, eu procurava àquela tarde qualquer coisa para fazer com minhas cebolinhas, e então me deparei com essa estranhíssima receita, que usava tudo aquilo que eu tinha em casa: couscous marroquino, maçãs, curry, cebolinhas, hortelã, manteiga e castanhas de caju (que usei em lugar dos pinolis sugeridos na receita).

O resultado foi completamente inesperado. Acreditava que teria um prato agridoce para paladares acostumados, mas em lugar disso, tive um couscous de sabores marcantes, envolventes e combinando maravilhosamente entre si. Deu-me uma vontade incrível de comprar o livro da moçoila, chamado Super Natural Cooking: Five Ways to Incorporate Whole and Natural Ingredients into Your Cooking. O interessante de suas receitas é que não são natureba-radicais, do tipo que bane manteiga e açúcar. Trata-se mais de banir industrializados e processados e buscar usar elementos cada vez mais frescos em seu dia-a-dia.

O link para a receita original em inglês está aqui. Como eu sei que nem todo mundo curte receita em outra língua, eu traduzo...

COUSCOUS DE MAÇÃ AO CURRY
Rendimento: 3-4 porções como prato único, ao contrário das 6 que ela indica
Tempo de preparo: 20 minutos


Ingredientes:
  • 4 colh. (sopa) de manteiga sem sal
  • 1 colh. (sopa) de curry em pó
  • 1 maçã média com casca, cortada em cubos
  • 3 cebolinhas picadas
  • 1 xic. couscous marroquino integral ou comum
  • 1 3/4 xic. água
  • 1 colh. (chá) de sal marinho
  • 1/2 xic. de pinolis ou castanhas de caju (sem sal) torradas
  • Um punhado de folhas de hortelã picadas
Preparo:
  1. Numa panela, sobre fogo médio-alto, derreta 3 colh. (sopa) da manteiga e junte o curry e pitadas generosas de sal, cozinhando por um minuto até que o arom se desprenda.
  2. Misture a maçã e cozinhe por 3 minutos, para que a fruta amacie um pouco e absorva os temperos. Retire da panela e reserve.
  3. Na mesma panela, sobre fogo médio-alto, coloque o restante da manteiga e refogue brevemente as cebolinhas, até que elas murchem um pouco, e junte a água e o sal. Levante fervura, despeje o couscous, cubra e desligue o fogo. Deixe quieto por 5 a 10 minutos, até que o couscous tenha absorvido toda a água.
  4. Afofe o couscous com um garfo, para desfazer pelotas, junte a maçã, castanhas e hortelã. Tempere com mais sal e curry se necessário.

Cannelloni de Brócolis


Adorei descobrir em meu supermercado a massa pronta para cannelloni da Barilla (marca de massas em que mais confio, tendo a DeCecco em 2º lugar). Ainda que eu me vanglorie às vezes por fazer massa em casa, eu também sou filha de Deus e mereço algumas facilidades da vida moderna. Nada melhor do que ter os tubinhos de massa de ovos prontinhos para inserir o recheio, colocar molho por cima e levar ao forno!

Esses cannelloni são ligeiramente adaptados de uma receita de Jamie Oliver, de um programa que começará semana que vem no GNT (Jamie at Home, que também virará livro) mas que há já algum tempo eu seguia na internet. A receita original levava também brócoli romanesco e couve-flor e usava crème fraîche ao invés de molho branco. Esses cannelloni são fáceis de fazer mas exigem algumas etapas que podem soar trabalhosas...

CANNELLONI DE BRÓCOLIS
(adaptado do programa Jamie at Home)
Rendimento: 4 porções generosas ou 3 monstruosas
Tempo de preparo: 1 hora + 40 minutos no forno


Ingredientes:
  • 2 colh. (sopa) de azeite de oliva
  • 2-3 dentes de alho fatiados fino
  • 2-3 filés de anchova de qualidade
  • 1/2 colh. (chá) de pimenta calabreza seca
  • 1 brócoli inteiro e grande, bem verde e bonito, de florzinhas bem fechadas
  • 1 xic. passata di pomodoro Raiola ou Annalisa (polpa de tomate peneirada, sem tempero, sem sal e sem conservante)
  • 1 colh. (chá) de vinagre de vinho tinto
  • 1 colh. (sopa) bem cheia de manteiga sem sal
  • 1 colh. (sopa) de farinha de trigo
  • 1 xic. leite integral
  • pimenta-do-reino moída na hora
  • sal marinho
  • queijo parmesão ralado
  • 1 bola média de mozzarella de búfala (opcional)
  • 1/2 pacote de cannelloni Barilla (cerca de 10 a 12 tubos)

Preparo:
  1. Coloque uma panela bem grande com bastante água para ferver. Enquanto isso, lave o brócoli para tirar qualquer sujeira ou bicho e quebre-o em pedaços menores. Pique os talos mais duros. Quando a água ferver, coloque 1 colh. (sopa) de sal e o brócoli e tampe. Conte uns 6 minutos a partir do momento em que a água voltar a ferver. Escorra e reserve.
  2. Seque a panela, aqueça nela o azeite em fogo médio e refogue o alho. Quando ele começar a dourar, junte as anchovas, com cuidado pois elas espirrarão o óleo.
  3. Junte a pimenta e misture com uma colher de pau para desmanchar as anchovas. Junte o brócolis escorrido e misture bem para cobri-lo com o tempero. Abaixe o fogo e tampe. Deixe cozinhando até que ele se desmanche, mexendo de vez em quando para não queimar. Se começar a pegar no fundo, acrescente um pouquinho de água e tampe. Demorará de 20-30 minutos, dependendo da sua panela, da intensidade da chama do seu fogão e do tamanho dos pedaços de brócoli.
  4. Vá amassando com a colher, e quando tiver virado um purê verde claro, tire do fogo e espalhe em uma assadeira grande, para que esfrie mais rápido. Enquanto isso, faça os molhos.
  5. Misture o vinagre com a passata e tempere com sal a gosto, despejando no fundo de uma travessa refratária. Reserve.
  6. Coloque o leite em uma panela e aqueça em fogo baixo. Enquanto isso, derreta a manteiga em outra panela pequena e junte a farinha, mexendo rapidamente com uma colher, até que vire uma massinha amarela.
  7. Continue mexendo em fogo baixo, até que o amarelo escureça um pouco, então derrame um poquinho do leite quente (cerca de uma colher) e misture rápido com um garfo para quebrar os grumos.
  8. Vá repetindo isso até clarear a mistura, parecendo-se mais com o molho branco. Então vá derramando quantidades maiores de leite, sempre mexendo muito para que não se formem grumos. Mexendo ainda, deixe que o molho branco engrosse até que cubra com uma película grossa as costas de uma colher.
  9. Desligue o fogo, tempere com sal e pimenta-do-reino a gosto e junte um punhado generoso de parmesão ralado. Experimente. Acerte as quantidades.
  10. Pré-aqueça o forno em temperatura média (190ºC). Preencha os tubos com o brócoli já morno (com uma colher de chá ou um saco de confeiteiro improvisado*), e disponha-os na travessa sobre o molho de tomate. Salpique um pouco de pimenta-do-reino e derrame o molho branco por cima. Coloque mais um bom punhado de queijo ralado e, se quiser, pedaços da mozzarella. Leve ao forno por 30-40 minutos, até que esteja dourado em cima e a massa dos cannelloni esteja macia (teste com um garfo).
*Para o saco de confeiteiro, coloque o purê em um saco plástico limpo e aperte o recheio para uma das pontas, torcendo o saco atrás. Corte com uma tesoura a pontinha do saco e vá apertando com cuidado o recheio para fora , inserindo essa ponta do saco no tubo de massa.

sábado, 5 de maio de 2007

Acampamento chique







Andar 70 km em 3 dias? Dormir no meio do mato? Ficar sem banho? Bolhas nos pés? Picadas de micuins? Nada disso de fato me incomoda quando o que eu quero é me distanciar da cidade e ter a companhia de árvores e pássaros. No entanto, se existe um lado do acampamento selvagem que me irrita é a perspectiva de jantar miojo todas as noites.

Não há outro jeito: quando se faz uma travessia, não se pode levar comida pesada de carregar ou de preparo longo, já que o gás do fogareiro é pouco e existem grandes chances de você estar exausto demais no fim do dia para cozinhar pratos complicados. Quando programei a viagem com meu namorado, porém, deixei bem claro que, como encarregada da comida, as decisões seriam minhas, e eu não pretendia levar macarrão instantâneo ou aquelas horrendas sopas em pó, também figurinhas fáceis em acampamentos.

Os dois pratos escolhidos por mim (e que obtiveram grande êxito tanto no quesito leveza, quanto rapidez de preparo) para três noites foram couscous marroquino com grão-de-bico, ervilhas e especiarias, e tortellini de queijo da Barilla, com azeite extra-virgem e queijo ralado.

O primeiro foi escolhido por ser preparado em 5 minutos e usar apenas um copo de água. Levei na mochila um saquinho plástico com 200g de couscous seco (duas porções generosas), e outro pequenino com meio cubo de caldo de legumes, uma pitada de cominho, menta seca, pimenta-do-reino e sal. Para o tortellini, jantar dos outros dois dias, 2 pacotes de 250g cada (4 porções no total), dois pacotinhos de queijo ralado de 50g, e minha grande descoberta para culinária de acampamento: uma garrafinha de azeite extra-virgem de 125ml, que agora será lavada e guardada para ser reutilizada nas próximas viagens.

O tortellini foi a escolha perfeita: um pacote leva só 7 minutos a mais para cozinhar do que dois pacotes de miojo, cabe exatamente na panela de acampamento e acaba absorvendo toda a água usada; ou seja, não há desperdício. Sua massa de ovos e seu recheio de ricotta, Grana Padano e Parmigiano Reggiano, satisfazem não apenas a fome, mas também o paladar, e permitem que um andarilho cansado vá dormir no chão frio de barriguinha cheia e quentinha, sem acordar com fome no meio da noite (o que sempre acontece comigo ao jantar sopas Maggi e afins).

Agora quero começar a fazer experiências, e buscar receitas que possam ser simplificadas para acampamentos mais longos, em que se sente falta de um gosto mais fresco na boca.
Vale dizer que nossos lanches de queijo meia-cura, mel e frutas secas foram refrescados por ocasionais amoras selvagens encontradas em arbustos no meio do caminho...

Cozinhe isso também!

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