sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Cupcakes de chocolate MUITO bons e MUITO fáceis

Quando meu marido disse que os cupcakes haviam ficado ótimos e quis levá-los para o trabalho, soube imediatamente que tinha algo especial em mãos. Veja bem: ele não é fã de chocolate. E muito menos de bolos. Logo, sua aprovação nesse quesito significa sucesso absoluto.

Depois de uma semana incrivelmente corrida no trabalho [fui praticamente abduzida, razão pela qual os posts fizeram *puft!* e sumiram], resolvi que usaria minha meia hora de folga enquanto os clientes não retornavam os trabalhos para produzir algo doce. Mas precisava ser chocolate. Tinha de ser. Também precisava ser simples e rápido, pois a qualquer momento o trabalho poderia voltar. Esses cupcakes do livro da Ghirardelli foram amor à primeira vista. Ou amor ao meu tempo livre, vai saber. Pois eles são MUITO rápidos de se fazer, uma vez que são preparados como muffins. Enquanto os cupcakes esfriam, você prepara a cobertura. Larga a cobertura na geladeira por meia horinha e pronto: é só lambuzar os bolinhos.

Eu A-DO-REI esses cupcakes. Eles são bastante escuros, macios, leves, amargos e complexos, por conta do café espresso misturado ao cacau. E ficaram ótimos com a ganache mais doce, sem ficarem enjoativos. Acho que ficariam sensacionais com alguma cobertura de caramelo queimado, também. Hmmm... dá para imaginar?

Ontem, trabalho entregue, resolvi colocar em dia todas as tarefas pessoais que haviam sido adiadas por conta do excesso de trabalho das semanas anteriores. Mas quando tudo deu errado e saiu dos eixos, e apenas um cupcake de chocolate salvaria, não havia mais nenhum. Eles estavam tão bons que não ultrapassaram o fim de semana.

CUPCAKES DE CHOCOLATE
(do livro The Ghirardelli Chocolate CookBook)
Tempo de preparo: 1 hora
Rendimento: 12 cupcakes médios


Ingredientes:
  • 1 xic. + 2 colh. (sopa) farinha de trigo
  • 1/4 xic. cacau em pó
  • 1 1/4 colh. (chá) bicarbonato de sódio
  • 1/4 colh. (chá) sal
  • 1 ovo grande
  • 1/2 xic. açúcar mascavo compactado na xícara
  • 1/2 xic. açúcar cristal orgânico
  • 1/2 xic. + 2 colh. (sopa) leite integral
  • 1/3 xic. café forte ou espresso
  • 1/2 xic. (100g) manteiga sem sal, derretida
(cobertura)
  • 170g chocolate meio-amargo (usei 56% de cacau)
  • 3/4 xic. creme de leite fresco
  • 3 colh. (sopa) manteiga sem sal
  • gotas de chocolate para decorar

Preparo:
  1. Pré-aqueça o forno a 180ºC e forre a forma de muffins com forminhas de papel (as forminhas realmente facilitam para desenformar os bolinhos, que saem do forno MUITO frágeis e molinhos).
  2. Peneire a farinha, o cacau, o bicarbonato e o sal em uma tigela.
  3. Em outra tigela, misture o ovo e os açúcares até ficar homogêneo. Junte o leite, o café e a manteiga derretida. Junte os ingredientes secos e misture apenas até que fique homogêneo.
  4. Divida a massa entre as formas, enchendo-as até 3/4 da capacidade. Asse por 15 minutos, ou até que um palito inserido no meio saia limpo. Os bolinhos não vão crescer muito, e ficarão achatados no topo, o que facilita na hora de confeitá-los.
  5. Esfrie nas formas por 10 minutos. Com uma pequena espátula ou faca, desenforme-os com cuidado, deixando que terminem de esfriar sobre uma grade.
  6. Enquanto isso, faça a cobertura: pique o chocolate e derreta-o em banho-maria, mexendo de vez em quando. Tire do fogo. Aqueça o creme de leite e junte ao chocolate, mexendo bem com um fouet. Deixe que amorne um pouco e junte a manteiga, mexendo até que ela esteja bem incorporada. Deixe descansar até firmar o suficiente para espalhar a ganache sobre os bolinhos (1 hora em temperatura ambiente ou 20-30 minutos na geladeira).
  7. Espalhe a cobertura nos bolinhos e enfeite com as gotas de chocolate. Sirva no mesmo dia ou guarde-os num tupperware fechado na geladeira, onde eles se conservam bem por mais alguns dias: a cobertura firma mais um pouco, mas não deixa de ser deliciosa, e ela protege o bolinho do ressecamento.

UMA SEXTA FEIRA FRUGAL 10: caldo de peixe e risotto de robalo

Estava eu feliz e contente esperando o peixeiro terminar de embalar os dois belos filés de robalo que eu comprara, quando, de repente, ele se vira para mim e pergunta, casualmente:

"Vai querer levar a cabeça?"
Sem pensar muito a respeito, apenas ligeiramente atordoada pela pergunta, devolvi:
"E o que diabos eu vou fazer com isso?"
"Caldo, ué", respondeu ele, muito natural.

Imediatamente a senhora-joga-nada-fora dentro de mim despertou e aceitou o presente, estendendo as mãos para receber o pacote ensanguentado como uma criança pedindo doce.

Chegando em casa, abri o embrulho sobre a tábua de corte, deparando-me com aquela estranha cabeça prateada, de boca aberta, completamente desproporcional à fina fileira de ossos delicados ao longo de sua coluna até o rabo. Corri para meus livros, buscando uma receita de caldo de peixe confiável. E ao ler as instruções, encontrei meu primeiro obstáculo: o peixeiro retirara as guelras, que amargam o caldo, mas eu esquecera de lhe pedir para se livrar também dos olhos. E, para minha surpresa, todos os meus livros de técnicas ensinam como filetar maravilhosamente bem um peixe, mas nenhum deles ensina como diabos arrancar os olhos de um.

E fiquei ali. Olhando para aquela cabeça. A cabeça olhando de volta. A mesma estranheza que me causava quando minha avó preparava o peixe inteiro, assado: eu não gostava de olhar nos olhos ressecados do bicho. Ok, vamos lá. Para tudo tem uma primeira vez. Segurei a cabeça. Levantei. Olhei por fora. Olhei por dentro. Como eu vou fazer isso? Coloquei-a de volta na tábua. Apanhei uma faca. Aproximei meus dedos do olho esquerdo. Um calafrio percorreu minha espinha.

Larguei a faca e a cabeça e dei um pulinho aflito para trás.

Eu NÃO VOU ENCOSTAR NESSE OLHO!, pensei. A mera expectativa da sensação gelatinosa sob a ponta dos meus dedos me dava arrepios. E pensar em, de repente, sem querer, estourar aquela bola branca e sentir sabe deus lá o quê que tem lá dentro escorrendo em minha pele me deu vontade de desistir e jogar tudo fora. Ninguém vai ficar sabendo. Ninguém me viu trazendo essa cabeça para cá.

No entanto, a possibilidade da desistência me envergonhou. E esse misto de vergonha e decepção comigo mesma foi sempre o que me moveu a ultrapassar meus próprios limites. Foi assim com o medo de altura. Vai ser assim com o olho de peixe. Porque, afinal, isso DEVERIA SER NORMAL. Não é normal para mim, que cresci comprando filés sem rosto embalados em bandejinhas de isopor no supermercado. Lembrei-me imediatamente de minha avó materna e de seu alívio quando a primeira granja surgiu em seu bairro, livrando-a do desconforto de ter de torcer o pescoço e depenar as próprias galinhas. O que sempre me fez pensar que, sendo a opção mais óbvia simplesmente deixar de comê-las em lugar de se obrigar a passar por aquela situação todo domingo, concluo que minha avó deveria gostar muito, muito de frango.

Tendo isso em mente, apanhei, munida de toda a coragem do mundo, a cabeça novamente. Mas, espertinha, levei-a à pia. Pois se algum olho explodisse, era melhor que eu pudesse jogá-lo ralo abaixo do que ter de limpá-lo de minha preciosa bancada.

E de volta ao dilema. Como diabos eu faço isso?? Talvez eu possa empurrá-los para fora das órbitas. Enfiei meu dedo por dentro da cabeça do peixe, o que fez com que ela parecesse um fantoche macabro em minha mão, e empurrei. Tudo o que consegui foi um peixe de olhos esbugalhados. E os olhos olhavam para mim e diziam: "Ô, menina! Pare de brincar com meu cadáver, por favor. Que falta de respeito!"

No fim, respirei fundo e reuni o que havia de mais selvagem dentro de mim, explodi os coitados com a ponta da faca e retirei todos os resquícios com o dedo, embaixo da torneira aberta. Nada profissional. Mas funcionou.

Terminei de lavar muito bem o peixe, retirando qualquer vestígio de sangue, e acomodei-o na panela, cobrindo-o com água, vinho e temperos, de modo que uma hora depois, eu tinha um caldo leve, perfumado e saboroso, pronto para ser coado e congelado.

Seu primeiro destino foi esse risotto de robalo, muito leve e interessante. Eu nunca havia preparado risotto de peixe, e gostei do resultado, ainda que esteja mais acostumada a risotti de verduras. Senti um pouco a falta do queijo para engrossá-lo, e talvez da próxima vez eu o acrescente mesmo assim.

Enquanto isso, se alguém souber como tirar os olhos de um peixe, por favor, me ilumine (ainda que provavelmente vá deixar a tarefa para o peixeiro, da próxima vez).

CALDO DE PEIXE:
  • Você pode usar apenas os ossos. Use a cabeça e qualquer resto da carne apenas se o peixe estiver MUITO fresco. Retire as guelras e os olhos para que o caldo não amargue. Lave bem a carcaça, retirando quaisquer resquícios de entranhas ou sangue.
  • Coloque o peixe numa panela (corte-o em pedaços menores, se necessário). Coloque água suficiente para cobrir a carcaça, vinho branco seco e vegetais aromáticos, na seguinte proporção: para cada 1kg de peixe, cerca de 1l água fria, 1 xic. vinho branco seco, 2 xic. de vegetais aromáticos picados (cebola, alho-poró, salsão, cenoura, segundo o que você tiver) e um sachê com alguns talos de salsinha, tomilho, 1 folha de louro, 1 dente de alho e 1 colh. (chá) de grãos de pimenta-do-reino e sal a gosto.
  • Coloque em fogo médio-baixo, espere ferver, deixe o fogo no mínimo e cozinhe em fervura branda por 30-60 minutos, ou até que o caldo esteja com o sabor e intensidade desejados. Durante o cozimento, impurezas subirão para a superfície em forma de espuma: retire-a com uma espátula.
  • Assim que o caldo estiver pronto, passe por uma peneira bem fina ou por um pano, sem perturbar muito os pedaços sólidos, para que o caldo não fique muito opaco. Se não for usar imediatamente, leve à geladeira. Retire quaisquer partículas sólidas de gordura que subam à superfície. O caldo vai solidificar na geladeira, e você pode usá-lo em 3 ou 4 dias. Ou congele assim que estiver suficientemente frio, e você poderá usá-lo dentro de 4 a 6 meses.
  • Antes de consumir o caldo, avalie o cheiro e o gosto: ambos devem estar apetitosos, e não azedos ou amargos.

RISOTTO AL BRANZINO
(Do livro Gastronomy of Italy, de Anna del Conte)
Rendimento: 3 porções
Tempo de preparo: 30 minutos


Ingredientes:
  • 2 colh. (sopa) azeite de oliva extra-virgem
  • 1 dente de alho, ligeiramente amassado
  • 100g filé de robalo, sem pele, cortado em pedaços pequenos
  • sal e pimenta-do-reino moída na hora
  • 1 colh. (chá) páprica doce
  • 5 colh. (sopa) xerez seco (usei Marsala seco)
  • 5 colh. (sopa) conhaque
  • 1 litro caldo de peixe
  • 4 colh. (chá) azeite
  • 50g manteiga sem sal
  • 1/2 cebola, fatiada
  • 250g arroz arbório ou carnaroli
  • 2 colh. (sopa) vinho branco seco
  • Salsinha picada

Preparo:
  1. Aqueça o azeite e o alho numa frigideira e junte os pedaços de peixe. Tempere com sal, pimenta e páprica. Junte o xerez ou Marsala e o conhaque, e junte umas duas colheres de caldo de peixe. Mexa algumas vezes, cozinhe por um minutinho e retire do fogo, removendo o alho. Reserve.
  2. Aqueça o caldo de peixe numa panela. Em outra, aqueça o azeite, metade da manteiga e refogue a cebola, até que fique macia mas não dourada. Junte o arroz em fogo méio-alto e mexa bem até que ele fique transparente e estale.
  3. Junte o vinho e mexa bem com uma colher de pau, até que o vinho tenha evaporado. Junte umas duas conchas de caldo quente e mexa, deixando que o arroz absorva quase todo o caldo, em fogo baixo.
  4. Continue adicionando o caldo e cozinhando, mexendo de vez em quando, por uns 12 minutos. Então junte o peixe e seu molho e continue cozinhando e adicionando tanto caldo quanto necessário, até completar uns 15-18 minutos de cozimento, até que o arroz esteja cozido e al dente.
  5. Desligue o fogo, junte a manteiga e a salsinha, acerte o sal e a piment, tampe e deixe descansar por 5 minutos. Sirva imediatamente.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Sorvete de melão

O melão Honey Dew que eu comprara estava para lá de maduro, e ainda havia tantas outras frutas para serem comidas puras, que não tive outra escolha a não ser transformá-lo em algo delicioso e adequado a essa fornalha onde estou morando: sorvete.

A missão inicial era fazer um Melona caseiro, pois toda vez que comia o sorvete verde e quadrado, pensava em melão e leite condensado. E foi o que fiz então. Descasquei e retirei as sementes do melão, cortei-o em pedaços e bati no liquidificador (deu mais ou menos 1,3l de suco de melão). Misturei a 1 lata de leite condensado, uma pitada de sal e 1/2 colh. (chá) de Absolut Vanilla. Por quê? Porque me deu na telha, e porque achei que um pouquinho de álcool deixaria o sorvete menos "gelinho". Deixei a mistura na geladeira por algumas horas, mas recomendo que se deixe de um dia para o outro, para ficar beeeeem gelado antes de ir à sorveteira. Como a quantidade era maior do que caberia na sorveteira, coloquei uma parte na máquina e a outra em copinhos pequenos com palitos, para transformá-los em picolés.

Os dois deram muito certo e ficaram bem gostosos. Pedi para o marido experimentar sem lhe dizer o que era, e seu veredito foi "Não sou muito fã de melão, mas isso ficou bem gostoso, bem verãozão."

Ficou igual ao Melona? Não. Falta muita coisa artificial (incluindo a cor) para deixar igual ao Melona. Talvez uma proporção maior de leite condensado em relação ao suco de melão ajude a deixar mais doce e menos refrescante. Mas ficou um sorvete de melão muito, muito gostoso (e impossível de fotografar nesse calor).

Quiabo para quem não gosta de quiabo

Este é o modo mais fácil e mais gostoso de se preparar quiabos. Quiabo, aliás, é a prova da evolução do paladar. Como algo que eu odiava tanto quando criança pode me parecer tão delicioso quando adulta?

Use quiabo bem jovem, destes do tamanho de um dedo indicador (pelo menos do tamanho dos meus, que são compriiiiidos). Cozinhe no vapor por cerca de 10 minutos, ou até que estejam macios. Enquanto isso, pique várias cebolinhas e refogue em um pouquinho de óleo vegetal com uma pitada generosa de sal, até que murchem. Tempere o quiabo cozido com esse óleo aromatizado, ainda quente, e misture com um pedacinho de gengibre descascado e cortado em tiras fininhas e uma espremidinha de limão.

Fica delicioso e muito leve! Talvez pelo quiabo ser tão jovem, talvez por ser feito no vapor, praticamente não se sente a baba. O resultado é bastante diferente, e por isso acredito que possa converter alguns indivíduos contra-quiabo.

Mais uma receita da falecida Gourmet. Cada vez que apanho uma das revistas de minha estante e preparo uma receita com sucesso, fico com mais raiva da editora por ter assassinado a Gourmet. :(

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

PADARIA DE DOMINGO 35: Pão de milho e centeio

Como eu não gosto de ligar o computador de fim de semana, vai ser difícil manter as Padarias de Domingo de fato aos domingos. Era para ter publicado isso ontem, mas bateu uma preguiça incrível... Mas tudo bem. Padaria de Domingo na terça. Porque o mundo não faz sentido mesmo, então por que eu deveria fazer??

Esses pãezinhos são fáceis, densos, macios e saborosos, com uma textura interessante, "crunch-crunch", por causa da polenta (sêmola de milho) na massa e o farelo de trigo em que eles são rolados antes de ir ao forno. Ficam uma delícia em fatias, na torradeira, e acompanharam muito bem um cozido de milho e quiabo que fiz noutro dia. Melhor ainda, eles congelam bem. A receita é grandinha, e produz cerca de 10 pãezinhos do tamanho de pães de hambúrguer, ainda que você possa moldá-los do tamanho que quiser, produzindo outra quantidade. Como somos apenas duas bocas, deixei metade num saquinho fechado sobre a bancada e a outra metade foi para o freezer, e tem sido retirada em pares diretamente para o forno, onde são requentados por uns 10 minutos em forno médio, apenas para que descongelem e fiquem morninhos. E ficam perfeitos novamente.

Aliás, com isso de ficar congelando caldos, pães, salsão, casca de maçã (para geleia), casca de abacaxi (para suco), vinho (congelo em porções de 150ml as sobras para usar em risotti e cozidos depois), peixes, gengibre (congela maravilhosamente bem), claras de ovo e tantas outras coisas, na tentativa de aproveitar tudo e não desperdiçar nada, anda faltando espaço para a vodka e para o sorvete, e já vi que assim que tivermos mais espaço será prioridade arrumar um freezer maior. ;)

PÃEZINHOS DE MILHO E CENTEIO
(ligeiramente adaptado do livro Vegetarian Cooking for Everyone, de Deborah Madison)
Tempo de preparo: 3 horas
Rendimento: cerca de 10 pãezinhos do tamanho de pães de hambúrguer


Ingredientes:
  • 2 1/4 colh. (chá) fermento ativo seco instantâneo
  • 1 3/4 xic. água
  • 1/2 xic. buttermilk ou leite desnatado
  • 1/4 xic. de óleo vegetal
  • 1/4 xic. melado
  • 1 colh. (sopa) sal
  • 1 xic. farinha de trigo integral
  • 1 xic. farinha de centeio
  • 1 xic. polenta (sêmola de milho)
  • 3 xic. farinha de trigo especial ou para pães
  • Farelo (fibra) de trigo para cobrir os pães

Preparo:
  1. Misture o fermento a 1/4 xic. de água e deixe fermentar enquanto você arruma os outros ingredientes.
  2. Em uma tigela grande, misture o resto da água, o buttermilk, o melado, o sal, o óleo e o fermento. Junte a farinha integral, a de centeio e a polenta e misture com uma colher de pau até que fique homogêneo.
  3. Comece adicionando a farinha de trigo especial, 1/2 xic. por vez. Quando você não conseguir mais misturar com a colher, vire em uma bancada e sove até que a massa fique macia e elástica. A massa deve ficar ainda um pouco pegajosa.
  4. Coloque em uma tigela grande, untada com óleo, vire a bola de massa para recobrir com uma fina película de óleo, cubra com um pano úmido e deixe fermentar por 1h30 a 2h, até que dobre de tamanho.
  5. Divida em pedaços iguais, dependendo do tamanho que você quer, e forme bolas. Role cada uma das bolas de massa no farelo de trigo e coloque em uma assadeira grande. Os pães não crescem muito, e não há problema se acabarem grudando uns nos outros: eles se destacam depois, como pão francês. Faça um corte em cruz em cada um deles, cubra com um pano úmido e deixe fermentar por 40 minutos a 1 hora.
  6. Quando faltar uns 15 minutos, ligue o forno a 190ºC. Asse os pães por 25 minutos ou até que estejam dourados e emitam um som oco ao bater-lhes na parte de baixo com os nós dos dedos. Deixe que esfriem sobre uma grade antes de consumi-los ou congelá-los.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

UMA SEXTA FEIRA FRUGAL 9: atum em conserva

Por que alguém quereria fazer sua própria conserva de atum, quando pode comprar a latinha pronta e mais barata no supermecado? Porque essa é uma conserva de atum como nenhuma outra: o peixe fica absolutamente macio e úmido, em comparação com as versões ressecadas de supermercado. Fiquei muito surpresa com o sabor e a textura do atum preparado assim, e é tudo tão incrivelmente fácil...

Em termos de preço, a coisa complica um pouco. Tudo vai depender de onde você compra seu pedaço de atum e em que pote você o guarda depois, pois é o tamanho do pote que vai determinar quanto azeite você vai usar. Quanto mais apertadinho estiver o peixe dentro do pote, menos azeite é usado e mais barato fica. Também não se pode comparar o preço desta conserva com as latas comuns, em que o atum é conservado em "óleo comestível". Aliás, detesto esse termo. Poderia ser mais genérico??? Comparado com algumas marcas de atum em lata italianas e portuguesas, em que o peixe é conservado em azeite de oliva, com certeza sai mais em conta.

Esta receita é uma conserva de geladeira. Porque carnes em conserva em geral devem passar por pressão para selar vidros ou latas e garantir uma temperatura alta o suficiente para matar qualquer porcaria que possa... bem... matar você depois. Na geladeira dura menos (duas semanas) mas é completamente seguro. Na minha casa, no entanto, não durou uma semana, pois o atum estava tão bom que o comi todos os dias.

CONSERVA DE ATUM (de geladeira)
(do livro A16 Food + Wine)
Tempo de preparo: 2h30
Rendimento: 2 xíc.


Ingredientes:
  • 450-500g posta de atum fresco, com uns 3-5cm de espessura
  • sal grosso
  • 1/2 bulbo de funcho, cortado ao meio
  • 1/2 cebola vermelha
  • 1 talo de salsão
  • 3 dentes de alho
  • 1 limão, cortado ao meio (siciliano, de preferência)
  • 1 folha de louro
  • 1 colh. (sopa) de pimenta-do-reino inteira (as bolinhas)
  • Azeite de oliva extra-virgem

Preparo:
  1. Tempere generosamente o atum com o sal, em todos os lados. Cubra com filme plástico e leve à geladeira por no mínimo 2 horas e no máximo 1 dia.
  2. Numa panela média, misture o funcho, cebola, salsão, alho, limão, louro e pimenta, e coloque água suficiente para cobrir tudo, uns 5cm.
  3. Leve à fervura branda em fogo médio e delicadamente baixe a posta de atum inteira na água. Ajuste o fogo para que a água ferva o mais brandamente possível, para que o atum não se despedace e fique duro, e cozinhe por 8 minutos (ou até 15, se estiver usando um pedaço muito espesso), até que fique entre "no ponto" e "bem passado". O peixe ficará mais firme e a cor mudará de vermelho para acinzentado por fora, e ligeiramente rosado no centro (cheque afastando a carne com a ponta de uma faca).
  4. Com uma escumadeira, retire o atum com cuidado e coloque em um prato limpo. Descarte o líquido de cozimento. Verifique se o atum tem qualquer ponto escuro de sangue e retire-os. Cubra com um pano de prato limpo e úmido e deixe chegar à temperatura ambiente.
  5. Quando o atum estiver frio, experimente um pedacinho. Se estiver sem gosto, tempere com sal. Coloque o atum num recipiente com tampa, o menor possível (pense em como o atum vem apertado nas latas) e cubra com azeite. Tampe e leve à geladeira.
  6. Para usar o atum, retire a quantidade desejada de peixe e raspe o excesso de óleo com uma faquinha (o azeite solidifica na geladeira e fica esbranquiçado, isso é normal e não altera o gosto). Tenha certeza de que o restante do atum continua submerso em azeite antes de voltá-lo à geladeira. Dura 2 semanas.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Salada de vermicelli de arroz com lula e ervas

Desde o começo do ano ando trabalhando loucamente. Tanto, que não sei como estou conseguindo encaixar em meu tempo os passeios com o cachorro e as desventuras culinárias. Quinta, por ser dia de feira, já costuma ser uma correria para mim. Hoje, com pelo menos três trabalhos para entregar, me admira que eu esteja aqui escrevendo esse post. Bem, todo mundo merece meia horinha de almoço...

Por conta do tempo curto, saquei da minha lista "receitas a fazer da revista Gourmet" esta salada rapidíssima de lula e vermicelli de arroz. Comprei na feira duas lulas pequenas, limpas pelo peixeiro (dividi a receita para fazer uma só porção), e foi rápido fatiá-las e cozinhá-las em água com sal, seguidas do vermicelli. Durante o tempo que levou para a água começar a ferver, já deixei todos os ingredientes separados. O tempo da massa e da lula cozinhar foi o que levou para apanhar uma tigelinha e um par de hashi. Misturei tudo e nham! Prá dentro.

Como não salguei o suficiente a água, fiquei bastante tentada a manchar toda aquela alvura delicada com shoyu. Mas resisti. A salada é refrescante assim, e gostei dela.

SALADA DE VERMICELLI DE ARROZ COM LULA E ERVAS
(da revista Gourmet)
Tempo de preparo: 10 minutos
Rendimento: 4 porções


Ingredientes:
  • 450g lula fresca, limpa, em fatias de 1cm e tentáculos cortados ao meio
  • 1 pacote de vermicelli de arroz (220-250g)*
  • 6 colh. (sopa) suco de limão
  • 1 colh. (sopa) fish sauce (Nam Pla)*
  • 2 colh. (chá) açúcar
  • 3/4 colh. (chá) pimenta calabreza em flocos
  • 6 colh. (sopa) óleo vegetal
  • 1 pepino, fatiado em meias-luas finas
  • 2 cebolinhas fatiadas fino
  • 1 xic. ervas como hortelã, manjericão e coentro, misturadas e picadas grosseiramente
(* Nam Pla e vermicelli de arroz podem ser encontrados em qualquer mercadinho do bairro da Liberdade ou em supermercados e empórios com boas seleções de importados.)

Preparo:
  1. Coloque uma panela de água com bastante sal para ferver. Enquanto isso, prepare os outros ingredientes. Deixe ao lado uma tigela de água gelada.
  2. Cozinhe a lula na água fervente por cerca de 1 minuto, até que fique opaca. Transfira para a água gelada para parar o cozimento. Retire a lula fria da água, seque em papel toalha e coloque num prato.
  3. Na mesma água fervente, cozinhe o vermicelli, apenas até que fique macio, cerca de 3 minutos. Transfira o vermicelli para a água gelada. Escorra muito bem o vermicelli e corte duas ou três vezes com uma tesoura.
  4. Numa tigela, misture o suco de limão, nam pla, açúcar e pimenta, temperando com 1 colh. (chá) de sal. Adicione o óleo em um fio constante, batendo para misturar bem. Junte o vermicelli, a lula, o pepino e as ervas e misture bem. Sirva imediatamente.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Salada de abacate e tomate com queijo feta

Tão simples, tão bom.
Como uvas.
Como lavar o rosto com água fria depois de um dia sob o sol.
Ou tirar os sapatos em casa e esticar os dedos dos pés.
Ou uma soneca depois do almoço de domingo.

De Deborah Madison, do livro Vegetarian Cooking for Everyone (um dos meus favoritos): abacate cortado em pedaços carnudos, tomates, queijo feta em cubinhos, cebolinha, coentro fresco, uma espremidinha de limão, um fio de azeite, sal e pimenta-do-reino.

Simples e muuuuuito bom.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Salada greco-cipriota

É principalmente durante essas ondas de calor [o mundo está na menopausa???] que dou graças por trabalhar em casa. Sinto calor só em ver meu marido saindo de camisa de manga comprida fechada até o pescoço. Ou ver os pés inchados das mulheres nas ruas, enfiados em sapatos de salto alto, o suor desmanchando a escova de seus cabelos grudados na testa. Trabalhar em casa, de shorts, regata e pés descalços do assoalho de madeira é com certeza um privilégio, e não troco isso por nada.

E se a onda de calor tem algo de positivo é impossibilitar meu paladar de sequer cogitar um almoço quente. Meu corpo pede desesperadamente por saladas, frias, crocantes, refrescantes. Esta é do livro de Tessa Kiros, Falling Cloudberries e foi novidade para mim na adição de coentro fresco e alho à salada grega a qual já estava acostumada. Por que eu não pensei nisso antes?

A salada é uma mistura de alface romana, coração de salsão (aquela parte de folhas clarinhas e deliciosas), pepino cortado em meias luas finas, tomates bem maduros, cebola roxa em meias luas bem fininhas, um punhado de coentro fresco, azeitonas pretas e queijo feta esmigalhado. Para o molho, um pouquinho de alho bem picadinho ou espremido misturado a azeite e vinagre de vinho tinto na proporção de 3 para 1, uma pitada de sal, pimenta-do-reino e orégano.

Tãaaaao bom... :)

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Salada de abacate e milho grelhados

Calor dos infernos. Grelha esturricando sobre a chama do fogão. Uma espiga de milho pequena, bem nova, meio abacate pequenininho, lambuzados de azeite. Eles chiam quando os coloco sobre a grelha preta e imediatamente começam a soltar cada um seu aroma. Coloco em uma tigela grande uma colher de parmesão ralado, uma pimenta vermelha e um dentinho de alho minuciosamente picados. Cubro com um fio de azeite, uma espremida de limão, sal e pimenta-do-reino e misturo bem. Uso os dedos para ajudar a recobrir as folhas tenras do coração da alface romana com o molho. Mexe de um lado, mexe do outro, até que todas elas estejam brilhantes de azeite e pontilhadas de tempero. O cheiro do milho quente é maravilhoso e me lembra alguma sobremesa. Retiro o abacate da grelha, com cuidado, observando as listras negras e largas bem marcadas em sua carne verde pálida. Retiro a casca e fatio, dispondo a fruta morna sobre a alface em meu prato. Apanho o milho e retiro os grãos deliciosamente chamuscados com uma faca, polvilhando a salada com aquelas pepitas douradas e aromáticas. O calor dos infernos se torna tolerável quando as fatias de abacate quente derretem em minha boca, apimentadas. Hmmm... Verão...

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

UMA SEXTA FEIRA FRUGAL 8: Picles de casca de melancia

Quando eu disse que a meta do ano era desperdício zero, não estava brincando. Cortei a melancia, coloquei-a numa tigela e fiquei seriamente incomodada com aquele monte de cascas. Deve existir algo a se fazer com elas! Meio minuto de pesquisa na internet me levou a uma série de receitas de picles de casca de melancia, uma conserva típica do sul dos Estados Unidos. Parando para pensar, picles de casca de melancia faz todo o sentido, uma vez que aquela parte esbranquiçada entre a carne rosada e a casca verde tem textura (e um pouco do gosto) de pepinos.

Acabei misturando duas receitas diferentes, uma de Martha Stewart e outra do site All Recipes, pois a primeira era vaga ao definir os temperos como "pickling spice" e a segunda tinha passos demais. Muitas receitas que encontrei eram longas e mandavam deixar a melancia de molho e tralalá. A receita de Martha era mais rápida. Fiquei na dúvida se eu poderia levar a conserva a cabo e de fato transformá-la numa conserva de prateleira, e não de geladeira. Mas como a proporção de vinagre das receitas era parecida, achei que a de Martha teria acidez suficiente para se manter em temperatura ambiente.

Bom... eu vou descobrir, não vou?

Então, se você não quiser arriscar como eu, deixe na geladeira e sirva junto com camarões, peixes, frangos, salada ou apenas queijo e pãozinho. Se quiser arriscar, basta ficar de olho: se o líquido começar a ficar fosco, enevoado, a conserva estragou. Claro, dependendo do recipiente usado, pode sobrar uma bela quantidade de líquido. Segundo o blog Food in Jars, você pode guardar o líquido na geladeira, fervê-lo novamente e cobrir algum outro vegetal. No entanto, essa conserva vai para a geladeira, pois não é aconselhável usar para conservas de prateleira um líquido fervido duas vezes (aparentemente parte da característica "conservante" do vinagre vai embora).

Se ficou gostoso?? Não faço a menor ideia. A melancia apenas cozida em sal ficou uma delícia. Tive vontade de apenas cobrir com um fio de azeite e comer daquele jeito mesmo. Logo, só posso acreditar que os picles devem ter ficado bons também. É o problema das conservas, imagino: só vamos saber o resultado final muito tempo depois. É sempre uma surpresa. :)

PICLES DE CASCA DE MELANCIA
(Pouco adaptado daqui e daqui.)
Tempo de preparo: 1 hora
Rendimento: 8 porções (os 2 vidros da foto, que são vidros de picles de uns 300ml)


Ingredientes:
  • 450-500g casca de melancia (de aproximadamente 1,5kg de melancia)
  • 3 colh. (sopa) + 1 colh. (chá) sal
  • 1 1/2 xic. vinagre de sidra
  • 1 1/2 xic. açúcar
  • 1 pau de canela médio quabrado em pedaços menores
  • 2 colh. (sopa) de cravos inteiros
  • 1/2 colh. (chá) de sementes de mostarda

Preparo:
  1. Com um descascador de legumes ou uma faca, retire a parte verde das cascas, deixando apenas a parte esbranquiçada. Corte em tiras de 1x5cm.
  2. Coloque 5 xic. de água com 3 colh. (sopa) do sal para ferver numa panela média. Quando estiver fervendo, junte a melancia e cozinhe por cerca de 5 minutos, até que esteja macia, mas ainda al dente. Escorra e reserve.
  3. Na mesma panela, misture os temperos, o açúcar, o vinagre, a colh. (chá) sal e 1 xic. de água. Leve à fervura, mexendo de vez em quando com uma colher para dissolver o açúcar.
  4. Distribua a melancia nos vidros esterilizados (ou num pote com tampa, se for à geladeira). Preencha o vidro com o vinagre fervente, com cuidado, deixando 1cm de distância da borda. Tente colocar uma boa quantidade dos temperos nos vidros também. Tenha certeza de que a melancia está completamente submersa.
  5. Limpe qualquer resíduo nas bordas e feche bem com as tampas esterilizadas. Coloque numa panela com água fervendo que comporte os vidros em pé com água até as tampas e ferva durante 10 minutos. (Se for para a geladeira, basta fechar, deixar esfriar e colocar na geladeira por no mínimo 2 horas e no máximo 2 semanas.)
  6. Retire os vidros, coloque na bancada sobre panos de prato e deixe que esfriem de um dia para o outro, sem mexer neles. Verifique se está bem selado pressionando a tampa com o dedo: se ela não se mover, está bem fechado. Se não estiver, leve à geladeira e consuma em 2 semanas. 
[UPDATE:  Não rolou deixá-los na prateleira. Eles estragaram. Refiz a receita depois, apenas seguindo a dona Martha Stewart e pesquisando o que seriam os "pickling spices" e ficou muito gostoso. O estranho apenas é que eu esperava algo diferente, e o picles é tão docinho que parece fruta em calda. Minha mãe gostou tanto que ganhou quase todos os potes de presente.]

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Salada de vagem com ervas e tofu frito

Aaaaah... a lambança de Dezembro... Panettone... sorvete... torta... biscoito... cerveja... vinho... caipirinha... caipirinha... vinho... cerveja... O interessante é que a memória da diversão do último mês do ano sempre fica. Fica na barriga, nas coxas, naquela parte do seu braço que balança (mas não deveria) quando você dá tchauzinho. Eita, tristeza.

Lá fui eu tirar da gaveta a dieta da nutri e colar na porta da geladeira. De novo. Mas a verdade é que o total descaso que é Dezembro me deixou com crise de abstinência de legumes. Fui à feira hoje e me senti como uma criancinha numa loja de doces. Me dá pimentão! Um não, quatro! E abobrinha! E rúcula! E alface romana! E... e... quiabo! Vagem! Beterraba! Ah, meu deus, beterraba!

Sinto-me mais leve apenas de olhar para minha geladeira. Tão colorida. Tão saudável. Escondendo na parte de trás ainda punhados de castanhas, frutas secas, queijos e afins. Mas tenho sido uma boa menina. Desde o dia 1º, voltei para uma alimentação mais leve. Menos macarrão. Menos pizza. Nada de álcool. Pelo menos durante a semana. ;)

Consigo sentir meu corpo suspirando aliviado. "Graças a Deus, essa louca tomou juízo... Afe!", ele reclama. Calma, querido. Calma, que logo logo você vai estar como novo.

Esta salada me chamou a atenção no momento em que a vi na falecida Gourmet. Mas, na minha (ainda) convicção de respeitar a sazonalidade da comida, claro que tive de deixar a revista de lado e esperar até que chegasse o verão. Aliás, foi divertido apanhar todas as revistas antigas e sair marcando todas as gostosuras de verão que ainda não havia podido preparar. Fiz uma lista imensa, e duvido que consiga preparar tudo esse mês. Será ótimo tentar, no entanto.

Para preparar a salada, cozinhe 1 ovo, descasque, corte ao meio e separe a gema da clara. Fatie a clara e coloque em uma tigela grande. Cozinhe 100g de vagens em água fervente até ficar al dente, escorra e junte à clara, com mais um belo punhado de rúcula e algumas folhas de estragão.
Coloque a gema cozida em outra tigelinha e bata com um garfo ou fouet até desmanchá-la. Junte 1 colh. (chá) de suco de limão, 1 colh. (chá) água, 1/2 colh. (chá) de mostarda de Dijon e misture bem. Vá juntando 1 1/2 colh. (sopa) de azeite num fio, batendo sempre, até ficar homogêneo. Tempere com sal e pimenta. Junte um punhado de salsinha picada, 1 colh. (sopa) de cebola picada e 1 colh. (chá) de alcaparras, drenadas e picadas. Derrame isso sobre a salada e misture bem.
Quebre um ovo cru em outra tigela e bata ligeiramente. Corte uma fatia de tofu (100g no total) e divida em duas, se quiser. Seque com papel-toalha. Polvilhe com sal dos dois lados e passe no ovo batido. Frite em um fio de azeite, dos dois lados, até que fique bem dourado. Sirva com a salada.
Delícia!

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

PADARIA DE DOMINGO 34: Pão de nozes numa quarta-feira

[Um zilhão de anos depois, tentando resolver por que diabos eu não conseguia acessar o Blogger, finalmente um post...]

Neste Natal, como nos anteriores, fiz panettone e sorvete de nozes com calda quente de chocolate. Definitivamente preciso desta tríade no dia de Natal. Uma lembrança de infância que surrupiei para o presente e transformei em minha própria tradição. Todos os anos, a receita produz o sorvete de nozes mais gostoso que já comi, mas também produz sobras com as quais não sabia lidar. O processo de deixar as nozes tostadas em infusão no leite, batê-los em purê e coá-los sempre me deixava com mais leite aromatizado do que a receita pedia e com um belo punhado de nozes moídas e já secas sobre a peneira. Nos outros anos, esses restos foram para o lixo. Neste, eu os guardei.

Minha primeira ideia fora fazer biscoitos com as nozes moídas, mas como ainda tinha Speculatius e ganhara um pacote inteiro de Amaretti de minha cunhada, achei que biscoitos não eram uma boa ideia. Principalmente lembrando que meu marido não é nem um pouco fã de nozes. E eu ainda não sabia o que fazer com o leite aromatizado.

Tive uma epifania quando vi uma receita de pão em um dos livros de Deborah Madison. A receita original usava leite em pó e óleo de nozes. Adaptei substituindo a medida do leite em pó pelo leite de nozes, subtraindo a mesma medida da quantidade de água, e usando óleo de canola. E, claro, as nozes picadas estavam lá, também esperando para serem usadas.

O pão ficou fantástico! De casca grossa, miolo denso mas muito macio, um sabor complexo que não grita "nozes" logo de cara, e absolutamente perfeito com uma colherada de queijo cottage. Nham!

Fiquei muito contente com ele, pois não apenas consegui reutilizar as sobras do sorvete, como finalmente eliminei a uruca dos pães que tive ano passado, quando nenhum deles dava certo. Estão reabertas as Padarias de Domingo, e estou absolutamente empolgada para cozinhar muito esse ano, de forma mais natural, mais nutritiva, mais sustentável e mais divertida! Espero que todos vocês tenham tido um lindo Natal e uma excelente virada de ano. Agora, mãos à obra.

PÃO DE NOZES
(Adaptado do livro Vegetarian Cooking for Everyone, de Deborah Madison)
Tempo de preparo: 4 horas
Rendimento: 2-3 pães médios


Ingredientes:
  • 2 xíc. água morna
  • 2 colh. (chá) fermento biológico seco instantâneo
  • 1/4 xic. de óleo de canola
  • 1 colh. (sopa) xarope de malte ou mel
  • 1/2 xic. leite aromatizado com nozes
  • 2 colh. (chá) sal
  • 4 xic. farinha de trigo integral (da mais grossa, com bastante fibras, não aquela fininha e clara)
  • 2 xic. (aproximadamente) farinha de trigo para pães ou comum
  • 1 1/2 xic. de nozes moídas usadas para aromatizar o leite
  • Manteiga derretida

Obs: Se não fez o sorvete, você pode assar as nozes por 5 minutos em forno médio, misturá-las ao leite e levar à fervura. Desligue, tampe e deixe em infusão por uns 20 minutos. Bata no liquidificador (não precisa transformar em purê, pode deixar grosseiro) e coe em uma peneira forrada com pano limpo. Deixe por uns 30 minutos, para que as nozes realmente sequem bem.


Preparo:
  1. Misture o fermento e 1/4 xic. de água em uma tigela e deixe fermentar enquanto você separa o restante dos ingredientes.
  2. Junte o restante da água, o óleo, o xarope ou mel, o leite de nozes e o sal. Misture bem. Junte toda a farinha integral e bata com a colher de pau até ficar homogêneo.
  3. Junte suficiente farinha de trigo para formar uma massa pesada que descole das laterais da tigela. Adicione as nozes.
  4. Vire a massa numa superfície e sove até que fique macia e elástica, adicionando um pouco de farinha para impedir que grude (o método do Bertinet funciona maravilhosamente, sem que se tenha de juntar tanta farinha e mantendo a massa úmida).
  5. Coloque a massa em uma tigela grande untada com óleo, cubra com um pano úmido e deixe dobrar de tamanho, por aproximadamente 1h30.
  6. Divida a massa em 2 ou 3 pedaços iguais e forme bolas, colocando-as em uma assadeira untada com óleo. Cubra novamente com pano e deixe dobrar de tamanho, por cerca de 45 minutos. Nos últimos 15 minutos, pré-aqueça o forno a 190ºC.
  7. Faça 3 cortes paralelos na superfície de cada pão e pincele com manteiga derretida. Asse até que a casca esteja marrom e o bater dos nós dos dedos na parte de baixo dos pães produza um som oco, cerca de 40-60 minutos.

Como a receita produz 3 pães médios, bastante coisa para duas pessoas, coloquei um dos pães num saco plástico, fechei bem e coloquei no freezer, para ser descongelado durante a noite e reaquecido no forno ou na torradeira, em um outro momento. Não sei se esse pão congela bem. É um teste. Mas esse ano minha meta é desperdício zero... ;)

Cozinhe isso também!

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