
terça-feira, 25 de agosto de 2009
Couve-flor com curry e castanhas-de-caju

sexta-feira, 21 de agosto de 2009
Uma Sexta-Feira Frugal 4: faça seu próprio requeijão

Há anos quero preparar esse requeijão, que eu via sempre em um livro antigo de meu pai, daquela coleção que ensina auto-suficiência que já mencionei aqui antes. Mas enrola dali, enrola daqui, esqueci de comprar os ingredientes... Ok. Chega disso. Hoje é dia de fazer requeijão.
Foi uma bobagem demorar tanto, uma vez que é quase mais fácil fazê-lo em casa do que sair para comprá-lo. Ricotta, manteiga e leite batidos juntos. Só. E ficou perfeito. Um requeijão muito saboroso e cremoso, que pretendo fazer muitas vezes mais. Não ficou mais barato que o requeijão comprado. Confesso, comprei minha ricotta favorita, e não a mais barata (ainda que ela também não seja a mais cara). Mas compensou. Entrei em alguns sites de supermercado para ver os averiguar seus ingredientes de diferentes marcas de requeijão. E, em alguns casos, são 3 contra 11. "Ah, mas eles não usam 'ricotta', e sim os ingredientes da mesma", alguém diz. Ok... Grosso modo, temos o seguinte:
- ricotta = soro de leite + coalho + sal
- manteiga = creme de leite
REQUEIJÃO
(adaptado do livro Vida, Um Guia da Auto-suficiência)
Tempo de preparo: 5 minutos
Rendimento: 3 xícaras (uns 3 potinhos de requeijão industrializado)
Ingredientes:
- 500g ricotta fresca
- 200g manteiga com ou sem sal em temperatura ambiente
- 1/2 - 3/4 xic. leite fervendo
- Coloque a ricotta e a manteiga em um liquidificador ou processador e pulse algumas vezes para misturar os ingredientes mais ou menos.
- Despeje um pouco do leite (1/4 xíc., mais ou menos) e bata bem, até ficar homogêneo. Vá acrescentando o restante do leite, até atingir a consistência desejada. Use todo o leite se quiser um requeijão mais molinho, e menos se quiser que ele fique mais firme.
- Acerte o sal, se necessário ou acrescente os temperos que quiser, ainda batendo.
- Guarde em potinhos bem fechados na geladeira.
Obs.2: o livro indica que se pode substituir a manteiga pelo mesmo peso em óleo de milho (200g).
segunda-feira, 17 de agosto de 2009
O Sorvete de Morango Perfeito e Definitivo

Aproveite esses dias de calor antes que o frio e a chuva retornem, vá até o mercado, compre morangos orgânicos bem maduros e prepare esse sorvete. Eu juro que você não vai se arrepender.
SORVETE DE MORANGO PERFEITO
(da revista Gourmet)
Tempo de preparo: 10 min. + 4 horas de geladeira
Rendimento: 1,5l
Ingredientes:
- 500g morangos orgânicos bem maduros, sem folhas e cortados ao meio
- 3/4 xíc. açúcar
- 3/4 colh. (chá) suco de limão
- 1/8 colh. (chá) sal
- 2 xíc. creme de leite fresco
Preparo:
- Amasse os morangos com um garfo com o açúcar, o sal e o suco de limão. Deixe descansar, mexendo às vezes, por 10 minutos.
- Coloque metade da mistura no liquidificador e bata com o creme de leite até que fique homogêneo. Misture ao restante dos morangos com uma colher e leve a mistura à geladeira por no mínimo 4 horas. (É melhor de um dia para o outro.)
- Coloque na sorveteira e siga as instruções do fabricante.
Obs.: minha máquina aguenta apenas 1l de sorvete, então o sorvete subiu e a pá parou depois de um tempo. Nenhum prejuízo. Fez sujeira, mas deu certo. Se vc não quiser problemas, e sua sorveteira também for pequena, faça metade da receita.
Obs. 2: se os morangos que você comprou estiverem meio durinhos, passe-os num multiprocessador ligeiramente ao invés de amassá-los com um garfo, para obter um purê pedaçudo. E se eles não estiverem SUPER doces, acrescente mais 1/4 xíc. de açúcar.
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
Frico


Para uma pessoa solitária, derreta 1 colh. (chá) de manteiga em uma frigideira pequena e refogue 1/2 cebola pequena cortada em meias-luas fininhas até que amacie e comece a dourar. Junte 1 batata média fatiada bem fino, com casca, sal, pimenta, e mexa um pouco para recobrir a batata de manteiga e cebola. Junte caldo de legumes suficiente para cobrir as batatas (cerca de 1/2 xícara), e deixe ferver. Cozinhe em fogo baixo até que as batatas estejam macias e o líquido tenha engrossado. Então cubra com umas quatro fatias de queijo prato ou outro de sua preferência e deixe o queijo derreter e dourar nas bordas. Sirva imediatamente.
quarta-feira, 12 de agosto de 2009
Blueberry Muffins de workshop

BLUEBERRY MUFFINS WITH DOUGHNUT TOPPING
(do livro Baking for All Ocasions, de Flo Braker)
Tempo de preparo: 1 hora
Rendimento: 12 muffins
Ingredientes:
- 2 xíc. farinha de trigo
- 1/2 xic. açúcar cristal orgânico
- 2 colh. (chá) fermento químico em pó
- 1/2 colh. (chá) bicarbonato de sódio
- 1/2 colh. (chá) sal
- 3/4 xic. buttermilk
- 85g manteiga derretida
- 2 ovos grandes
- 2 colh. (chá) casca de limão siciliano ralada
- 1 colh. (chá) essência de baunilha
- 1 1/2 xic. mirtilos frescos
- 1/2 xic. açúcar cristal orgânico
- 1 1/2 colh. (chá) canela em pó
- 85g manteiga derretida
Preparo:
- Pré-aqueça o forno a 190ºC. Unte e enfarinhe 12 forminhas de muffin ou empadas, ou forre-as com forminhas de papel.
- Em uma tigela grande, misture a farinha, açúcar, fermento, bicarbonato e sal. Em outra, misture os ovos, a manteiga, o buttermilk, a baunilha e a casca de limão.
- Junte a mistura líquida à seca e misture com uma espátula apenas o bastante para que não haja flocos de farinha aparentes. Não misture demais, ou os muffins ficarão pesados.
- Junte as frutas e misture delicadamente. Distribua a massa nas formas, até 3/4 de sua capacidade e leve ao forno por 18-23 minutos, até que estejam dourados e afastados das bordas.
- Deixe descansar na forma por 15 minutos e então retire os muffins.
- Misture o açúcar e a canela. Enquanto os muffins ainda estiverem mornos, mergulhe a parte de cima na manteiga derretida e então na mistura de açúcar, e deixe em uma grade para terminar de esfriar. Consuma em até dois dias, deixando os muffins em um pote fechado.
sexta-feira, 7 de agosto de 2009
Uma Sexta-Feira Frugal 3: cream cheese com gomas e conservantes, nunca mais!

Há algumas coisas boas de se fazer em casa porque são mais saudáveis e outras porque são mais baratas. Nem sempre os dois motivos andam juntos, mas quando andam, não consigo resistir.
Eu adoro cream cheese. Mas detesto a K****. Então há muito tempo parei de comprar cream cheese Phil********, pois ele já não tem nada a ver com o cream cheese antigo, hoje cheio de espessantes, estabilizantes e conservantes. Fui salva pelo fato de meu supermercado ter uma seção de queijos de fabricação própria, mais frescos, sem porcarias, e que por isso duram menos e custam mais, e aí está incluído o cream cheese. Para satisfazer meu desejo por bagels no café da manhã, comprava parcimoniosamente minúsculas porções cream cheese, mais caro mas muito mais cremoso e saboroso que o industrializado. Mas não conseguia me imaginar gastando o que precisaria gastar caso quisesse preparar uma de minhas sobremesas favoritas: cheesecake.
Fuçando por aí, nessa minha nova neurose de fazer queijo e economizar uns trocados, encontrei diversos sites americanos ensinando a fazer cream cheese em casa, simplesmente filtrando iogurte integral num pano por um dia inteiro. Li muitos comentários e dúvidas a respeito, sobre aquilo ser apenas um queijo de iogurte (labneh) ou de fato cream cheese. Um dos sites dizia que sua avó costumava preparar o queijo dessa forma, e outro ainda dizia que esse era o modo Amish de se fazer cream cheese. Muitos atestavam que queijos cremosos são praticamente iguais em várias partes do mundo, mudando-se apenas o nome, daí a confusão entre queijo de iogurte e tantos outros tipos de queijo. Difícil mesmo é encontrar uma receita que seja "a original", uma vez que a tal marca famosa adulterou seu produto ao longo do tempo e mesmo os tópicos da Wikipedia parecem ter sido escritos por sua equipe de marketing.
Muito falatório e pouca prática.
Preparei cerca de 2 litros de iogurte [e, pesquisando, descobri que, de fato, você obtem uma consistência melhor ao usar apenas 1 colh. (sopa) de iogurte para 1 litro de leite, ao invés de quantidades maiores; algo a ver com "saturar" o leite com as bactérias], despejei no pano sobre o escorredor de macarrão, cobri com um pratinho (para não atrair insetos) e deixei pingando, em temperatura ambiente, até que todo o soro estivesse na tigela e apenas um queijo cremoso e saboroso restasse no pano.
Preciso ser sincera e dizer que fui apressadinha. Queria comer o cream cheese na manhã seguinte, mas tendo começado o processo cedo, fiquei com medo que, ao deixar o queijo em temperatura ambiente durante toda a noite, ele ficasse ácido demais. Então guardei meu cream cheese na geladeira quando sua consistência era ainda de um requeijão firme. Mas da próxima vez com certeza deixarei por 24 horas, para deixá-lo mais sequinho.
Se é de fato cream cheese, não sei. Até aí, aquele da marca famosa, com comercial na TV e tudo, já não é cream cheese de verdade há muito tempo. O gosto ficou igual. Uma boa acidez, uma doçura aveludada da gordura do leite, cremoso... e ganhou alguma complexidade depois de ter acrescentado um nadinha de sal para realçar o sabor, mas não o suficiente para deixá-lo salgado. Ficou perfeito no meu bagel de canela e passas. Agora resta testá-lo numa receita de cheesecake.
O preço? Usando leite premium [pois seu queijo só será tão bom quanto o leite que usar para prepará-lo], custou exatamente metade do preço do cream cheese industrializado, calculando o valor por quilo. Dois litros de leite integral premium, com maior teor de gordura, produziram 625g de cream cheese bem cremoso, mas suspeito que produziriam cerca de 500g de um cream cheese mais sequinho.
O benefício extra é ter mais de 1 litro de soro assim, de lambuja. O soro do leite que resta da fabricação do cream cheese pode ser utilizado como o buttermilk nas receitas americanas. Também pode substituir parte do caldo em sopas ou parte da água na hora de deixar os grãos secos de molho, pois ele é abarrotado de nutrientes. E, para quem adora tomar shakes de proteínas, saiba que os tais aminoácidos em pó que você toma são retirados [tchanans!] do soro do leite [traduza o nome da marca mais famosa de shake de proteína do mercado... A-há! ;)]. Você pode congelar o soro em cubinhos e batê-los no liqüidificador com frutas , produzindo seu próprio shake de proteína e parando de gastar o que não tem com aqueles imensos potes de pó bizarro. [Hoje de manhã já preparei buttermilk pancakes com o soro, e ficaram ótimas!]
Ou seja, mesmo que não seja, no fim das contas, de fato cream cheese no sentido tradicional da coisa, é sempre bom saber que há um susbtituto mais natural e mais barato.
CREAM CHEESE
Tempo de preparo: 24h, se o iogurte estiver pronto, e 32h se você fizer o iogurte*
Rendimento: cerca de 250-300g de cream cheese por litro de leite/iogurte
Ingredientes:
- iogurte integral de qualidade (apenas leite e fermento lácteo, sem espessantes de qualquer tipo, e nunca iogurte desnatado)
- Forre um escorredor de macarrão com um pano para queijo ou um guardanapo de pano e posicione o escorredor sobre uma tigela funda, de modo que ele não toque o líquido que ficará depositado no fundo.
- Despeje o iogurte no pano, tampe com um prato, puxando as bordas para cima do prato (isso impedirá que o pano, saturado, pingue na sua bancada) e deixe em temperatura ambiente por 24 horas.
- Retire o queijo do pano e guarde-o na geladeira, em um pote fechado, durante 1 mês. Guarde o soro numa garrafa na geladeira e use no lugar de buttermilk nas receitas.
sexta-feira, 31 de julho de 2009
Uma Sexta-Feira Frugal 2: meu primeiro queijo fresco de verdade

Fazer queijo sempre foi um daqueles comichões em meu cérebro, coceirinha na mão, aquele tique que não passa até você dar a cara para bater. Mas morria de medo de mexer com o coalho, essa coisa esquisita tirada de estômago de bezerro. [Existe coalho vegetal, mas é pouco usado industrialmente e eu não encontrei para comprar. Não vou ser hipócrita aqui: todo queijo que eu como, mesmo sendo pseudo-vegetariana, é feito com o coalho animal.] E também morria de medo de desperdiçar leite.
No entanto, com os preços a que estão chegando alguns queijos – e eu como queijo em quase todas as minhas refeições – de repente gastar, sei lá, 8 ou 10 reais em leite fresco para fazer quase 1kg de queijo fresquinho não parece assim tão caro. Na verdade, eu queria ir direto para a receita de mozzarella fior di latte (mozzarella feita com leite de vaca ao invés de búfala) da revista Gourmet. Mas encontrei um site fantástico sobre produção de queijo caseiro, que sugere uma ordem de tipos de queijo para os iniciantes, de acordo com o nível de dificuldade: iogurte, labneh, Neufchâtel, queijo prensado, mozzarella e então queijos azuis (como gorgonzola e roquefort). Deliberadamente pulei o labneh e fui direto ao Neufchâtel, porque eu queria muito mexer com o coalho que eu comprara [disponível em muitos supermercados, na geladeira dos laticínios].
No fim das contas, FAZER o queijo é fácil. Cinco minutos à noite, cinco minutos na manhã seguinte e cinco minutos quando o queijo tiver sorado todo. Os problemas acontecem nas sutilezas, como errar na quantidade de coalho ou acidulante, errar na temperatura ou não usar o leite apropriado. [UHT, que é o de caixinha, não funciona; tem que ser fresco, ou, no máximo, homogeneizado, daquele que fica na geladeira e dura uns 3 dias, o que matou minha intenção de fazer queijo de cabra, uma vez que ainda não encontrei leite fresco de cabra para comprar, só UHT, e o congelado não é mais vendido no meu supermercado por falta de procura.]

Chame isso de sorte de principiante, mas meu queijo deu certo de primeira. Quando acordei na manhã seguinte, abri a tampa da panela e vi aquele coalho firme, brilhante e lisinho lá dentro, dei pequenos gritinhos de alegria. Funcionou! Funcionou! Funcionou! MIM FAZ QUEIJO! UGA UGA! Mas tive de deixar sorando um pouco mais de tempo do que a receita indicava, uma vez que ao tempo requerido o queijo ainda tinha consistência de cottage (mas já estava muito bom!). No fim, agora que se passaram já uns dois dias de queijo pronto, vejo que poderia ter deixado sorando ainda mais, para que ele ficasse mais sequinho. Mas essa consistência mais cremosa está quebrando um belo galho para fazer as vezes de cottage no café da manhã e ricotta nos preparos para o jantar. O queijo ficou muito saboroso. Claro que não posso chamá-lo de Neufchâtel, pois não foi feito com leite de cabra. Logo, vira "queijo fresco" mesmo. Como ele ficou mais molinho, acabei não moldando o bendito, que ficou num potão tampado mesmo. Próximas paradas: mascarpone, cream cheese e mozzarella! Uhúuuuu! :D
QUEIJO FRESCO
(Daqui, onde também há fotos do passo-a-passo)
Tempo de preparo: 15 min. de trabalho + 12 horas (coalho) + 12-24 horas (sorando)
Rendimento: aproximadamente 750g de queijo fresco, dependendo do leite usado
Ingredientes:
- 3,5l leite fresco ou homogeneizado (que tem que ficar na geladeira), de vaca ou cabra, tipo A integral
- 1/4 xíc. buttermilk*
- 1/2 colh. (chá) coalho líquido
- 1/4 xíc. água fria 1/2-1 colh. (chá) sal
Preparo:
- Esterilize a panela colocando uns 5 dedos de água em um caldeirão grande, tampando e deixando ferver por 5 minutos. Descarte a água.
- Coloque o leite e o buttermilk no caldeirão ainda quente. O leite deve permanecer inalterado. Se talhar ou ficar espesso imediatamente, não vai dar certo. Isso acontece quando se acrescenta buttermilk demais ou se deixa a mistura em temperatura ambiente por muito tempo.
- Leve ao fogo e aqueça apenas até a temperatura ambiente (18-20ºC). Enquanto isso, dissolva o coalho líquido na água.
- Desligue o fogo, junte a água com coalho ao leite e misture bem com um batedor de arame. Tampe e deixe descansar em temperatura ambiente SEM MEXER EM HIPÓTESE ALGUMA por 12 horas, ou até que o coalho esteja visível e firme.
- Coloque um pano para queijo ou um guardanapo de pano bem limpo sobre um escorredor de macarrão, e posicione o escorredor sobre uma tigela funda, de modo que o queijo não fique imerso no soro que pingar (e vão pingar litros de soro!)
- Com uma faca na vertical, faça um quadriculado na mistura. Com uma concha, retire o coalho da panela (vai parecer iogurte industrial, muito firme, separado do soro amarelado), e coloque-o no pano. Se sua geladeira for das antigas, com prateleiras de grade, puxe as pontas do pano e amarre como uma trouxa firme, pendurando a trouxa na grade e deixando a tigela de soro embaixo. Senão, apenas cubra o coalho com as pontas do pano, pois ele ficará saturado e começará a pingar também. Tenha certeza de que o coalho não ficará imerso no soro quando a tigela encher. Leve à geladeira por 12 horas, ou até que o queijo pareça mais sequinho e "moldável".
- Retire o queijo do pano para uma tigela, acrescente o sal a gosto (ou use sem sal como sobremesa, como um petit suisse, mas sabendo que o sal ajuda a conservar o queijo por mais tempo), misture bem e molde em um aro de metal ou plástico ou simplesmente guarde em um tupperware bem vedado na geladeira. Use em pouco tempo, pois queijos frescos não agüentam mais de uma semana na geladeira.
segunda-feira, 27 de julho de 2009
Mimi vegetariano, ou o fim do pão com vinaigrette

Praia e churrasco costuma significar um consumo fora do normal de queijo coalho para a maioria dos vegetarianos ou pseudo-vegetarianos. Aproveitei a deixa para fazer um teste. Preparei as almôndegas de cogumelo, omitindo o molho de tomate, acrescentei apenas um pouco mais de farinha de rosca para deixar a mistura mais firme e moldei "Espetinhos Mimi" [quem já foi em churrasco de faculdade aqui em SP sabe do que estou falando] em palitos. Como eles são frágeis, deixei-os na geladeira por algumas horas, até firmarem bem, antes de assá-los na churrasqueira como faria a qualquer espetinho. E ficaram ótimos! Agora também posso comer espetinho com vinaigrette, ao invés de... bem... pão e vinaigrette. Um conselho para quem desconfiar que a grelha do amigo está prá lá de gasta: pincele ligeiramente os espetos com azeite, para que não grudem. A receita faz cerca de 12 espetinhos.
sexta-feira, 24 de julho de 2009
Uma Sexta-Feira Frugal 1: Geléia de Maçã

Não é segredo para ninguém de que eu sou chata, natureba e adepta do "faça você mesmo". Acredito que seja uma herança genética, uma vez que minhas avós (como muitas), faziam sorvete, macarrão, pão e o que fosse na cozinha, meu pai sempre quis morar numa chácara e ser auto-suficiente e até meu tio, que é médico, já aprendeu o suficiente de marcenaria para construir a cozinha inteira do meu primo. Adoro isso de ser independente. E também tenho tentado, há já muitos meses, levar uma vida um pouquinho mais frugal.
E "frugal" é uma palavra que anda muito na moda hoje em dia, ainda que eu não veja lá muita gente aplicando o conceito. Nos Estados Unidos, por conta da crise, as pessoas parecem de fato estar voltando ao estilo de vida de nossas avós: economia ferrenha de recursos, comida caseira, criação de galinhas e horta para aqueles que têm quintal. Adoro ler a coluna de W. Hodding Carter, no site da revista Gourmet, onde ele conta suas desventuras na tentativa de uma vida mais frugal para poder quitar suas dívidas. A despeito de toda a tragédia financeira, a maior parte das pessoas parece estar na verdade se beneficiando dessa mudança de vida, voltando-se mais para o convívio em família, desacelerando suas rotinas e se alimentando de uma forma mais saudável. E isso é muito bom. Independente do motivo de essa mudança estar acontecendo, acredito que ela seja sim muito positiva.
Mas em minha busca em sites brasileiros a respeito de um estilo de vida frugal, vi-me frustrada, pois me parece que por aqui, talvez pelo fato de a crise não ter batido tão forte – ainda que tenha sim tido um impacto – ainda não há um movimento tão massivo por parte da classe média para alterar qualquer coisa em nosso estilo de vida. Ao invés de fugirmos feito diabo da cruz do estilo americano que lhes causou a ruína, continuamos comprando desenfreadamente e sustentando estilos de vida que não condizem com nossos salários. Noutro dia descobri que quem mais tem e usa cartão de crédito no Brasil é a classe C e D. Isso é muito preocupante.
Já disse isso aqui antes, e continuo na mesma fase: cansada de comprar, cansada desse conceito de "saiu de casa, gastou dinheiro". E eu quero ver até onde consigo ir. Iogurte e pão, ah, são coisas que já estão tão na minha rotina, que nem penso mais a respeito. Quando vejo, já está pronto. Virou miojo. Mas agora estou passada com o preço dos laticínios. E decidi que vou tentar fazer o máximo possível deles em casa. Algumas continhas e regras de três me mostraram que eu vou conseguir economizar um belo dindin se eu dedicar um pouquinho do meu tempo para produzir meus queijos favoritos. Há mais uma dezena de alimentos que podem ser produzidos em casa e uma centena de hábitos que podem melhorar nossas vidas e reduzir nossos gastos. Ando testando cada um deles. E quero começar a dividir minhas experiências com vocês. Vou ver se consigo, toda sexta-feira, postar alguma receita, dica ou experiência bizarra, com ou sem sucesso, para que vocês também testem e, quem sabe, economizem uns trocados. Espero que gostem. :)
1. GELÉIA FÁCIL E DELICIOSA DE CASCAS DE MAÇÃ
(Do livro: Entre Panelas e Tigelas, A Aventura Continua, de Heloisa Bacellar.)
Nada melhor que não precisar comprar geléias carésimas e, ao mesmo tempo, reduzir um pouco seu lixo. Ao invés de jogar fora as cascas e o miolo das maçãs (quando você as corta com faca e não com os dentes), coloque num saquinho e congele. Vá juntando as cascas e miolos, com semente e cabo inclusive, até ter umas 4 xícaras. Então coloque numa panela com água suficiente para cobrir, leve à fervura e cozinhe por meia hora. Passe a polpa obtida por uma peneira ou um passa-verdure com o disco fino e volte a polpa à panela com 1 pau de canela e 1 xícara de açúcar. Cozinhe por mais 15 minutos até que fique encorpada e brilhante [eu já cozinhei por uma meia hora e obtive uma geléia mais firme e mais forte]. Deixe que esfrie e guarde em pote fechado na geladeira por até 1 mês. Faz 1 a 1 1/2 xíc. de geléia, dependendo da quantidade de maçã e quanto tempo ficou cozinhando. Delícia tanto no pãozinho com manteiga ou cottage (foto) quanto para pincelar tortas de frutas e bolos neutros (foto).
quarta-feira, 22 de julho de 2009
Fake chicken meatballs, ou sensacionais almôndegas de tofu para "tofu-haters"

Ah, mas o que diabos são essas receitas de almôndegas, então? Que feio, Ana Elisa, se contradizendo dessa forma... tsc...tsc...
Explico-me. ;)
Eu tenho um bocado [um belo bocado] de livros de cozinha. E posso dizer seguramente que 1/3 das receitas contidas neles são com carne ou aves. E isso começou a me irritar. Muito. Não pelo fato de não comer bife ou frango assado, mas pelo fato de que há ali uma centena de combinações de temperos interessantíssimas, e outra centena de acompanhamentos perfeitos para esses pratos, e eu nunca vou provar nada disso. Hunf. Foi nessa que mandei tudo às favas e comecei a preparar as receitas de carne usando cogumelos. [Quando os pedaços de carne são grandes, como bifões mesmo, uso os chapéus inteiros de cogumelos grandes; nos cozidos ou assados muito longos, cozinho os legumes no tempo da receita e acrescento os cogumelos no final, para que não passem do ponto, mas absorvam os temperos. Tem dado muito certo e rendido ótimas refeições.]
Mas e frango? O que eu poderia usar no lugar de frango? Hmmm... Pensei naquele peito de frango branquinho e completamente sem gosto (quando sem tempero), e imediatamente me lembrei do tofu. O tofu não vai imitar a textura do frango, isso com certeza. Mas vai prover a mesma base neutra para variados temperos e a mesma versatilidade de preparo. Pelo menos essa é minha teoria.
Ontem à noite, cortei um pedaço de tofu [orgânico, porque se vou comer soja, que não seja transgênica nem cheia de veneno] do tamanho de um filé de frango, esfreguei uma quantidade abissal de temperos (pimenta calabreza, sal, anis moído e orégano) em todo ele e grelhei o bendito no azeite até que ficasse crocante e dourado por fora. Comi acompanhado de rabanetes fatiados e salsa verde. Dexeufalar? Surpreendentemente gostoso. O segredo do tofu é temperá-lo quase que na medida do exagero, aparentemente. Não vai funcionar como aquele franguinho de todo dia, só com salzinho e pronto.
Hoje no almoço, apanhei uma receita de Chicken Meatballs, do fabuloso livro A16 Food + Wine [A16 é um restaurante americano especializado em cozinha do sul da Itália], reduzi as quantidades para duas porções e troquei todo o frango por tofu e toda a banha por manteiga. E prossegui exatamente como mandava a receita. Com a diferença de que eu não precisei cozinhar um pedacinho da massa para experimetá-la, uma vez que não estava lidando com frango cru.
As almôndegas saíram crocantes e douradas, macias por dentro, e deliciosas. Sem brincadeira. Servi com cenouras assadas com ervilhas, cebolinha e hortelã, outra receita adaptada do mesmo livro.
Meu paraíso será o dia em que eu conseguir pele sintética para fabricar minhas próprias salsichas, porque as salsichas de soja que existem no mercado são de doer... :P
FAKE CHICKEN MEATBALLS - ALMÔNDEGAS DE TOFU
(Adaptado do livro A16 Food + Wine)
Tempo de preparo: 40 minutos
Rendimento: 2 porções (8 almôndegas de 5cm)
Ingredientes:
- 1/4 colh. (chá) sementes de erva-doce
- 3 grãos de pimenta-do-reino
- 1/2 colh. (chá) sal
- 150g tofu orgânico firme
- 1 colh. (sopa) manteiga
- 1/4 xíc. farinha de rosca
- 1 punhado generoso de salsinha picada
- 1 dente de alho pequeno, bem picadinho
- 1 colh. (sopa) de água
- 1 ovo grande
- azeite de oliva
Preparo:
- Pré-aqueça o forno a 205ºC. Unte uma assadeira pequena com azeite de oliva e reserve.
- Num pilão de pedra, esmague a erva-doce, o sal e a pimenta-do-reino até obter um pó. Reserve.
- Passe o tofu por um processador manual (passa-verdure) com o disco de buracos largos. Deve funcionar também num amassador de batatas, ou use um garfo. Junte os temperos em pó, a manteiga em floquinhos, a farinha de rosca, a salsinha e o alho. Misture bem.
- Junte o ovo e a água e misture. A massa deve parecer flocosa mas pegajosinha. Experimente e acerte o sal se necessário.
- Forme 8 bolas de 5cm de diâmetro com a massa, apertando-a bem nas palmas das mãos para que a mistura mantenha-se unida. Delicadamente coloque as bolas na assadeira untada.
- Leve ao forno por 20-25 minutos. No meio do cozimento, vire cuidadosamente as almôndegas com a ajuda de uma colher, para que dourem por igual. Elas devem ficar douradas, firmes e com uma leve casquinha crocante em torno. Sirva as almôndegas quentes, com o acompanhamento de sua preferência.
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