terça-feira, 4 de outubro de 2011

32 e um bolo


Trinta e dois anos.

*Suspiro*

É difícil não lembrar meus dezesseis anos e os anseios que tinha naquela época. Imaginava que depois dos trinta anos eu seria uma grande diretora de criação de uma mega agência de publicidade, dirigiria um carro fenomenal, teria um apartamento sensacional, um(ns) namorado(s) gostosérrimo(s) e seria uma daquelas mulheres poderosas e fod*nas que o mundo de hoje diz que precisamos ser para sermos felizes. Em momento nenhum passou pela minha mente adolescente que aos 32 anos eu estaria casada, com um bebê de 6 meses, um cão, trabalhando em casa como ilustradora e querendo para mim uma vida cada vez mais caseira e simples. Nada poderia estar tão distante da imagem que tinha do meu suposto futuro.

Então, nesse momento, poderia entrar o texto "mas estou feliz por como tudo acabou acontecendo". E não haveria nada de errado com essa frase, a não ser pela adversativa. "Mas" não se encaixa aqui. O que acho realmente interessante ao comparar o cenário fictício com o real, é o fato de que eu em momento nenhum "não consegui" ser a mulher que eu vislumbrava naquela época. Não há frustração nesse quesito. Ao contrário, todas as oportunidades se apresentaram para que seguisse aquele caminho. Interessante mesmo foi ver como, na hora de decidir o que de fato queria para mim, fui declinando essas oportunidades em detrimento dos meus princípios, que foram amadurecendo ao longo dos anos e me mostrando o que era de fato importante para minha felicidade.

Hoje não reconheço mais aquela pessoa que achava que seria "tudo" ter um Porsche. Mas adoro repensar o processo, os estopins de todas as mudanças em mim, e quase posso ouvir o som das engrenagens se movendo e das chaves estalando em meu cérebro, mudando meu raciocínio, evoluindo meus gostos e desgostos, fazendo novas escolhas.



E vejo como justamente hoje é tão mais fácil escolher. Escolher o simples. Escolher verde. Escolher família. Escolher silêncio. Conforme vou simplificando, eliminando o desnecessário, o extra, o entulho, o que importa se torna evidente e preenche todas as frestas inseguras de minha estrutura. Vou indo hoje a passos mais lentos, tentando não me cobrar tanto a perfeição absoluta – tão difícil –, mas vou mudando pequenos hábitos. Nunca pensei que cancelar a TV a cabo fizesse tanta diferença na minha interação familiar e no meu aproveitamento de tempo. Vendi meu computador para ficar apenas com o lap (não havia motivo para ter ambos, a não ser apego), e vi, surpresa, também minha conta de eletricidade despencar. Cancelei minha conta de todas as redes sociais e me vi cercada apenas de meus amigos de verdade e pessoas que sabem meu telefone. Parei de perder tempo na frente do computador e depois reclamar que não havia tempo para outras coisas, como brincar com o cachorro. Propus a meu marido que ficássemos 30 dias sem gastar dinheiro, inspirada no Extreme Frugality, e o resultado foi melhor do que eu esperava. Não apenas financeiro, mas percebemos como encontramos coisas para fazer juntos e aproveitar a companhia uns dos outros quando simplesmente "sair para gastar dinheiro" está fora da mesa. Como entulhamos nosso lar com tralhas inúteis por simples tédio – levante a mão quem dá um pulinho na Amazon quando não tem o que fazer.   o/ 



Simplificar tem sido a melhor escolha que fiz nos últimos tempos. A vida vai ficando mais fácil e mais leve.

Agora, de simples e leve esse bolo não tem nada. Quatro camadas de um bolo intenso e úmido de chocolate, intercaladas com ganache, caramelo com flor de sal e amêndoas. Esse foi um exemplo do esforço oposto a simplificar, uma vez que, confesso, não foi nada fácil preparar e montar um bolo de camadas com um bebê requisitando minha atenção o dia todo. Encaixar as etapas nos cochilos do pequeno foi um exercício de planejamento não muito bem sucedido. Para quem tem uma tarde livre de interrupções, no entanto, ele é um passeio no parque.

BOLO DE CHOCOLATE COM ECHEIO DE CARAMELO SALGADO

Ingredientes:
(caramelo)
  • 1 xic. açúcar
  • 1/4 xic. água
  • 2 colh. (sopa) xarope de glucose
  • 1/2 xic. creme de leite fresco
  • 1/4 xic. manteiga sem sal, em cubos
  • 1/4 xic. sour cream
  • 1/2 colh. (chá) suco de limão
  • Uma pitada grande de flor-de-sal e mais um adicional para a montagem do bolo
(ganache)
  • 650g chocolate meio-amargo picado (não ultrapasse 61% de cacau)
  • 3 xic. creme de leite fresco
(bolo)
  • 2 xic. açúcar
  • 1 3/4 xic. farinha de trigo
  • 3/4 xic. cacau em pó
  • 1 1/2 colh. (chá) fermento químico em pó
  • 1 1/2 col. (chá) bicarbonato de sódio
  • 1 colh. (chá) sal
  • 1 xic. leite integral
  • 2 ovos grandes
  • 1/2 xic. manteiga sem sal, derretida e fria
  • 1 xic. água quente
  • 1 colh. (sopa) café instantâneo

  • 1 1/4 xic. amêndoas sem sal, torradas e picadas grosseiramente

Preparo:
(caramelo)
  1. Misture o açúcar, 1/4 xic. água e o xarope de glucose numa panela média sobre fogo baixo até que o açúcar dissolva.
  2. Aumente o fogo para médio, cubra e cozinhe por 4 minutos.
  3. Retire a tampa, aumente o fogo para alto e ferva sem mexer até que esteja com uma cor âmbar intensa, cerca de 6 minutos.
  4. Retire do fogo. Adicione o creme (vai borbulhar vigorosamente). Com um batedor de arame, misture a manteiga, o suco de limão, o sour cream e uma pitada generosa de flor se sal. Deixe esfriar completamente. Pode ser feito até 3 dias antes. Deixe voltar à temperatura ambiente para usar.
(ganache)
  1. Coloque o chocolate numa tigela grande. Leve o creme à fervura e derrame-o sobre o chocolate. Deixe amolecer por 1 minuto e então misture até que esteja homogêneo. Deixe esfriar até que fique numa consistência firme o bastante para espalhar sobre o bolo. PPode ser feito até 3 dias antes. Deixe voltar à temperatura ambiente para usar.
(bolo)
  1. Preaqueça o forno a 180ºC. Unte 2 formas de 21-22cm de diâmetro, forre o fundo com papel-manteiga e unte o papel. Enfarinhe, retirando o excesso. 
  2. Peneire o açúca, farinha, cacau, fermento, bicarbonato e sal numa tigela grande. Junte o leite, ovos e manteiga derretida e bata na batedeira em velocidade baixa até que esteja bem misturado. Aumente a velocidade e bata por 2 minutos. 
  3. Misture o café em pó a 1 xic. de água quente até dissolver e junte à massa, batendo até que fique misturado. A massa será bastante líquida. Divida a massa entre as formas (cerca de 3 xic. cada) e asse até que um palito saia limpo ao ser inserido nos bolos, cerca de 32 minutos. 
  4. Deixe esfriar numa grade por 10 minutos. Passe uma faca nas laterais para soltar os bolos, desenforme, retire o papel e deixe que esfriem completamente. 
(montagem)
  1. Corte cada bolo ao meio. Coloque uma metade de baixo no prato. Espalhe 1/2 xic. de ganache sobre o bolo. Coloque 3/4 xic. de ganache num saco de confeitar com um bico redondo de 0,5cm. Faça um anel de ganache na beirada do bolo. Espalhe 1/4 xic. de caramelo dentro do anel. Polvilhe uma pitada de flor de sal e 1 colh. (sopa) amêndoas. Cubra com outra metade do bolo e repita as camadas, até a última metade. Espalhe o restante da ganache por todo o bolo e pressione as amêndoas picadas nas laterais do bolo. Pode ser feito 2 dias antes. Cubra com uma redoma e leve à geladeira. Retire 1 hora antes de servir.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Quinua com couve-flor assada

Ele faz sujeira. Ele quer segurar a colher. Quer pegar o pote. Quer comer direto do pote, enfiando a cara inteira no purê. Ele emite grunhidos de nhaum-nhaum-nhaum com a colher na boca. Ele mete os dedos no purê e os passa na orelha, nos cabelinhos ralos. As mangas da roupa, mesmo arregaçadas, já foram esfregadas na comida espalhada sobre a bandeja de sua cadeira. Ele inclina todo o corpo em direção à próxima colherada, bracinhos jogados para trás, e então ri, boca escancarada, cheia de comida.

Quando a papinha faz sucesso, ela acaba em quinze minutos. Quando nem tanto, o processo pode durar até uma hora. Os maiores sucessos foram sopa de espinafre com aveia e parmesão, e refogado de legumes (cenoura, couve e repolho) com crumble de tofu. As frutas nem têm mais graça, ele devora todas, mas se animou um bocado com a compota de pera e fava de baunilha e a de pera e cardamomo.

Tinha deixado separada uma sopa de lentilhas e maçã para ele. Mas quando o almoço ficou pronto, decidi que daria uma boa papinha. Como já havia temperado com pimenta, bati a quinua e a couve-flor com leite, para amenizar o apimentado e manter o sabor, além de melhorar a textura para ele.  O pequeno raspou o prato e as lentilhas ficaram para amanhã. Orgulho desse moleque! :)

No que diz respeito aos adultos, esse prato era apenas uma salada quente de couve-flor, da revista do Jamie Oliver. Acrescentei quinua cozida para completar a refeição, que ficou muito saborosa. Adoro jeitos diferentes de se preparar couve-flor; principalmente uma que leva coentro, erva adorada aqui em casa.

Corte uma couve-flor média em floretes menores; mergulhe em água fervente com um pouco de sal pr um minuto ou dois, escorra e deixe sair um pouco o vapor antes de dispor em uma assadeira. Amasse no pilão 2 colh. (chá) sementes de cominho, 1/2 colh. (sopa) de coentro em grão e uma pitada de pimenta calabresa. Misture à couve-flor, regue com azeite, tempere com sal e pimenta, misture 2 colheres de semente de abóbora ou girassol e leve ao forno a 200ºC por 20 minutos. Enquanto isso, cozinhe um pouco de quinua segundo instruções da embalagem. Retire a couve-flor, junte coentro e cebolinha picadas, tempere com uma espremida de limão e sirva sobre a quinua. Serve 4 pessoas.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Salada de lentilhas e beterrabas pra mamãe e bebê

E o pequeno cavaleiro começou a almoçar. Eu vinha me divertindo com os lanchinhos entre as mamadas, e ele gostara de quase tudo que eu lhe dera: banana (que ele come sozinho, sem precisar amassar), pera, mamão, abacate, atemóia, cenoura com laranja, compota de maçã com canela e limão siciliano, compota de maçã com canela e pimenta-da-jamaica, morango, abóbora com sálvia e noz-moscada, guacamole (abacate com tomate picadinho e limão)... Apenas kiwi e purê de favas com hortelã não fizeram sucesso. Dei risada quando vi um livro dizendo: "a partir dos 6 meses você não precisa mais peneirar a papinha...". Hein? Era pra peneirar?? Até então eu vinha raspando com a colher ou amassando no disco de buracos menores do passa-verdura, que transformam em purê sem eliminar todas as fibras, mantendo alguma textura.

Quando veio a hora de de fato substitur uma mamada por uma refeição, meu cérebro pirou um pouquinho. Não ia rolar preparar todo dia uma refeição diferente para ele além do que eu já cozinho, e eu não gostei da ideia de fazer uma batelada e congelar, pois sei que ele acabaria meio que comendo sempre a mesma coisa, o que não é muito bom para um vegetariano, que precisa de variedade.

Entra em cena a mãe neurótica.

Comecei a pesquisar. De sites médicos a blogs de culinária como o meu, passando por nutricionistas, entusiastas, mães e pais experientes... Cada um dizendo uma coisa diferente. Um ingrediente novo a cada 7 dias. A cada 5 dias. Todo dia uma coisa nova. Não pode botar sal. Uma pitada não mata. Não pode botar gordura (sites americanos). Tem que variar a gordura: um dia manteiga, um dia gordura de pato (sites franceses). Não pode colocar temperos fortes (sites ocidentais). Essa papinha tem 25 especiarias diferentes (sites indianos). Comida de criança tem que ser especial. Pega o Pad Thai e bate no liquidificador (NY Times).

A conclusão a que cheguei? Go free style, como disse meu marido. Aparentemente ninguém sabe porcaria nenhuma, e papinha de criança é o maior chutômetro do mundo. Concluí que a melhor forma de garantir uma alimentação saudável para o meu pequeno é se ele comer o que eu como. E pronto. Bate o Pad Thai no liquidificador é o novo lema da casa. (A não ser que seja massa de trigo ou tabuleh, como aprendi do pior jeito: o glúten estimulado transforma a papa numa cola muito pouco apetitosa.) As únicas coisas vetadas pelo médico no momento são peixes e ovos. Para a cozinha, então.

Essa salada de lentilhas ficou deliciosa, e o purê dela também, passado no passa-verdura e afinado com a água de cozimento das próprias lentilhas. Para 2 porções de adulto, ou 1 adulto e 2 porções de bebê comilão, descasquei e cortei em cubos 2 beterrabas pequenas, temperei com azeite, uma pitadinha de sal e coloquei em uma assadeira, no forno a 180ºC por 20-30 minutos, até que estivessem caramelizadas e macias. Enquanto isso, cozinhei destampado 1/2 xícara de lentilhas verdes com 2 cenouras picadas, 1 folha de louro, 1 ramo de salsinha, 1 ramo de tomilho e 1/2 cebola picada, com água bastante para cobrir. Quando macias, escorri as lentilhas reservando o líquido, retirei as ervas, juntei as beterrabas e temperei com azeite, uma espremida de limão siciliano, salsinha e hortelã picadas. Separei a minha porção, que temperei com mais um pouco de sal e pimenta, e fiz purê do resto, conseguindo dois potinhos como o da foto, afinados com o líquido das lentilhas. A receita é um nadinha adaptada do ótimo Vegetarian Cooking For Everyone, da Deborah Madison.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Salada de tofu com cominho, abacate e tomate e referências verdes

Quanto mais simplifico minha vida, mais em evidência ficam as coisas que de fato importam. Quando me desvio desse caminho, volto e releio alguns posts dos sites e blogs abaixo, que sempre me ajudam a lembrar o que realmente quero para minha vida:

Zero Waste Home
Recycle This
Green Baby Guide
Simplesmente
O Tao do Consumo
Extreme Frugality

Apesar de toda a rotina nova com o bebê, tem sido muito mais fácil do que parece simplificar as coisas e buscar hábitos e soluções mais "verdes", mais saudáveis, e que, quase sempre, no fim do mês, acabam resultando também mais econômicas.

Nesse espírito, essa salada com tofu é bem mais gostosa do que parece. Abacate e tomate fatiados. Salsinha picada. Tofu esfregado com azeite, sal, pimenta-do-reino e muito cominho moído. Tofu na frigideira quente até dourar e formar uma casquinha quase crocante. Tofu junto com o abacate, tomate e salsinha. Azeite, limão, sal e pimenta. Nham! Tudo orgânico, by the way.

PS: agradeço a quem sugeriu as fraldas de pano. Ganhei um kit de minha mãe e pretendo testá-las já. :)

UPDATE: Infelizmente as fraldas de pano não deram certo para mim, por vários motivos escatológicos que não vêm ao caso num blog culinário. Mas pode ser que a marca não fosse lá essas coisas. Bem... Lá vou eu diminuir a "pegada de carbono" do menino de outras formas.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Sem receita hoje... só pequenas alegrias

O tempo vai passando muito rápido. Noutro dia chorei feito uma criancinha ao guardar as roupinhas de recém-nascido do meu pequeno matador de dragões. "Ele era tão pequeniniiiiinho...", expliquei para meu marido incrédulo. "Mas ele AINDA é pequeno!", tentou argumentar, sem sucesso. Lembro-me de ainda estar grávida e já imaginando o dia em que começasse a dar comidas diferentes para meu bichinho de goiaba. Por isso e pela óbvia curiosidade dele cada vez que alguma comida colorida passava em frente a seus olhinhos, não esperei dois segundos depois do pediatra dizer "vai!" para começar a dar-lhe algumas frutinhas. ;)

Talvez tenha sido o fato de eu ter dado meu dedinho sujo de fruta para ele sentir o gosto sem comer nos últimos meses, talvez seja pura sorte. Mas sua aceitação rápida do novo alimento me fez acreditar que ele já estava definitivamente pronto para esse passo. Primeiro foi a pera, raspadinha. Sucesso total. Depois banana, que ele gostou tanto, que erguia os bracinhos na minha direção, segurava a colher e a puxava para a boca escancarada. Seu olhar de puro espanto ao me ver descascar a fruta me fez gargalhar. "Uh!Uh!Uh!", exclamava ele, olhinhos arregalados, batendo os bracinhos nas laterais do carrinho, absolutamnete enlouquecido para pegar aquela fruta tão engraçada.

Então veio a maçã. A maçã Gala, orgânica, docinha, já não foi sucesso imediato. Vai virar gosto adquirido. No primeiro dia, foi cuspida. Mas eu, que fiquei fazendo abóbora para o meu marido até ele aprender a comer sem reclamar (malvada, eu?), não desisto fácil. No segundo dia, ele comeu relutante, mas comeu. Sempre comigo dando risada, fazendo graça, sem mostrar sinal de frustração por ele não ter amado de paixão uma das minhas frutas favoritas. No terceiro dia, mudei a estratégia: descasquei uma metade de maçã e dei o pedaço inteiro na mão dele, para que explorasse à vontade. Naquele formato, foi fácil para ele usar a fruta de mordedor, sem correr o risco de que algum pedaço menor se quebrasse e o fizesse engasgar. Imediatamente vi que ele havia adorado o gosto da maçã, mas não a textura dela raspada. A-há! Fiz um purezinho mais molinho e lá foi ele: adorou maçã. :D

Então veio a laranja, em forma de suco, dada de colherinha porque ainda não quero dar mamadeira enquanto estiver amamentando. Lambança total, mas aprovada.

Mas foi o episódio do mamão que me fez morrer de rir e ansiar ainda mais pelas abobrinhas, berinjelas e agriões. Lá fui eu com a colherinha de café cheia de mamão. E nada. Ele nem via a colher chegando, que dirá abrir a boca. Seus olhinhos estavam totalmente concentrados no grande pedaço cor-de-abóbora em minha mão. Era tudo o que ele queria. Pegar o mamão. Desisti da colher, então, e segurei o pedaço da fruta à sua frente. Suas mãozinhas descoordenadas vieram, ávidas, agarraram a fruta e daí em diante meu filho virou o Cookie Monster. Com direito a olhos vesgos de ansiedade. ;)

Muito anda sinalizando que a primeira papinha propriamente dita virá logo. É uma mistura de tristeza e alegria. Alegria porque não vejo a hora de preparar algumas sopinhas frias para os dias quentes de verão. Pergunto-me quais serão seus legumes favoritos. Tristeza porque amamentar é gostoso e vai deixar saudades. E porque meu bichinho de goiaba está crescendo rápido... :)

Enquanto isso, vou fuçando aqui, em busca de inspiração extra:


http://www.latartinegourmande.com/2009/10/15/homemade-baby-food/
http://whippedtheblog.com/2008/11/21/homemade-baby-food-for-the-mini-whipped-gourmand/
http://smittenkitchen.com/baby/

:)

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Biscoitos recheados de manteiga de amendoim

Algumas pequenas coisas idiotas que me tiram do sério:
  • quando você serve a água quente do chá e ela puxa o papelzinho da ponta do fio pra dentro da xícara;
  • quando o que sobrou de comida não é nem tão pouco que você possa terminar de comer nem o suficiente para ser uma porção para o dia seguinte;
  • quando eu estou contando xícaras de farinha numa tigela já cheia de outros ingredientes e de repente me dá um branco de quantas xícaras já foram;
  • cães de meias;
  • quando no meio de uma história eu me esqueço do nome do livro/autor/ator/cantor/música ou qualquer informação crucial para o clímax da história, e meu interlocutor continua me olhando, impaciente e desconfortável;
  • quando um diretor f*de o filme na última cena;
  • pisar no molhado de meias.
Coisas idiotas que deveriam me tirar do sério mas me fazem rir:
  • quando o bebê resolve ver qual efeito tem o peso de suas mãos contra a água da banheira e me molha inteira;
  • derrubar a torrada com a manteiga para baixo;
  • quando o cachorro rouba minhas meias e baba nelas;
  • quando o bebê regurgita em outra pessoa que não eu;
  • quando o bebê resolve se aliviar no trocador, antes que eu coloque a fralda limpa;
  • quando o cachorro me empurra pra fora do sofá;
  • Overacting de figurantes;
  • quando depois de fazer biscoitos recheados especialmente para o seu marido, você descobre que ele não gosta de manteiga de amendoim. 
¬_¬

É rir pra não chorar.

BISCOITOS RECHEADOS DE MANTEIGA DE AMENDOIM
Tempo de preparo: 1h30
Rendimento: 36 biscoitos

Ingredientes:
(biscoitos)
  • 2 xic. farinha de trigo
  • 1/2 colh. (chá) bicarbonato de sódio
  • 1/4 colh. (chá) sal
  • 3/4 xic. manteiga sem sal em temperatura ambiente
  • 3/4 xic. manteiga de amendoim natural (amendoins torrados, sem sal, moídos no processador)
  • 1/2 xic. açúcar cristal orgânico
  • 1/2 xic. açúcar demerara
  • 1 ovo grande
  • 1 coh. (chá) extrato natural de baunilha
(recheio)
  • 6 colh. (sopa) manteiga sem sal em temperatura ambiente
  • 3/4 xic. manteiga de amendoim natural
  • 3/4 xic. açúcar de confeiteiro
  • 3 colh. (sopa) creme de leite fresco

Preparo:
  1. Numa tigela, misture a farinha, o bicarbonato e o sal.
  2. Na tigela da batedeira, misture a manteiga, a manteiga de amendoim e os açúcares. Bata em velocidade médio-alta até que fique claro e fofo, cerca de 3 minutos.
  3. Junte o ovo e a baunilha e bata até incorporar, raspando as laterais com uma espátula.
  4. Com a batedeira em velocidade baixa, junte a farinha e bata apenas até que não se veja a farinha.
  5. Separe a massa em duas partes, achate em forma de um disco, embrulhe em filme-plástico e leve à geladeira por no mínimo 30 minutos.
  6. Polvilhe a bancada com farinha. Abra o primeiro disco de massa com um rolo, na espessura de 0,5cm. Corte com uma faca em retângulos de 2,5x6cm e disponha em uma assadeira forrada com papel-manteiga, distantes uns 3cm. Leve à geladeira por 15 minutos para firmarem. Enquanto isso, pré-aqueça o forno a 160ºC, com as grades na parte superior e inferior.
  7. Leve os biscoitos ao forno por 15-20 minutos, alternando as assadeiras no meio do tempo, até que os biscoitos estejam ligeiramente dourados nas beiradas e firmes no centro. Retire com uma espátula e deixe que esfriem completamente sobre uma grade. Repita com o segundo disco.
  8. Para o recheio, coloque todos os ingredientes na tigela da batedeira e bata em velocidade médio-alta até que esteja claro e fofo, cerca de 5 minutos. Distribua em metade dos biscoitos e cubra com a outra metade. Guarde na geladeira por até 3 dias.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Salada de beterrabas (1) com azeitonas e funcho (2) com pecorino

Achei muito interessante uma reportagem da revista do Jamie Oliver que dizia que o governo britânico sugere que as pessoas consumam 5 porções de vegetais e frutas por dia para serem saudáveis. A reportagem vinha para tentar explicar o que seriam essas porções e como introduzi-las na sua dieta. Quando comentei sobre isso com minha mãe, ela ergueu as sobrancelhas, espantada, e disse: "mas tudo isso?"

Então matutei a respeito.

Ontem meu almoço foi uma salada de batatas (1), abacate (2) e agrião (3). O jantar foi uma sopa de repolho (4), grão-de-bico (5) e batatas (ops, de novo, não conta). No dia anterior, almoçara uma salada de agrião (1), pera (2), nozes e queijo serrano. Comera de café-da-manhã um mingau de aveia (3) e banana (4) e jantara uma massa com molho de brócolis (5). Hoje o almoço foi essa salada de beterrabas (1) e funcho(2) com queijo pecorino e azeitonas, e a sobremesa foi arroz (3) doce de café. O jantar vai ser uma omelete de agrião (4) com hortelã e uma saladinha de trigo (5) e tomates (6).

Fiquei pensando na chateação que seria cozinhar se eu ficasse calculando esse tipo de coisa. Assim como seria se eu calculasse calorias, ou porcentagens de qualquer coisa, ou nutrientes, ou benefícios. Não só isso, pensei no espanto de minha mãe, e me dei conta de que as pessoas acham difícil comer essa quantidade (mínima) de verduras, legumes, grãos e frutas, porque presumem que devem ACRESCENTAR esses itens a um cardápio já existente de itens pouco naturais. Quando, na verdade, se você comer todo dia arroz, feijão, uma coisa verde, uma colorida e uma fruta de sobremesa, você não só cumpriu a meta, como a ultrapassou. Sem nem pensar a respeito. Sem nem ser tachado de "natureba".

Por que, ao invés de bagunçar o coreto criando regras complexas, o governo não simplesmdente sugere "coma o que estiver mais próximo de seu estado natural"? Isso resolveria tudo. Não?

Para preparar essa salada, apanhe algumas beterrabas pequenas, inteiras, tempere-as com sal e azeite, embru-lhe-as em papel alumínio e asse-as a 180ºC por 1 hora ou até que fiquem macias. Quando estiverem cozidas, retire-as do forno e deixe que esfriem o bastante para manuseá-las e retirar-lhes a casca. Corte-as em fatias grossas e misture-as a um vinaigrette feito de um punhado de azeitonas pretas picadas bem miúdo, azeite e vinagre de vinho tinto. Então fatie um bulbo de funcho, mergulhe-o em água fervente com sal por 1 minuto e depois em água gelada. Escorra e tempere com azeite, suco de limão, sal e pimenta-do-reino. Disponha as beterrabas no prato, o funcho por cima, e coloque por cima lascas de queijo pecorino. A receita é do lindo livro A16 Food+Wine.

Bom mesmo é comer comida fresquinha, colorida, e se preocupar apenas com o sabor. :)

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Bolo de peras ao conhaque e chocolate branco

Existem dicas e existem intromissões.

Dica: bota a banheira do bebê no box do chuveiro que facilita a vida.
Intromissão: bota um casaco no menino que ele tá com frio.

Dica: não lute contra sua nova rotina quando tiver um bebê pequeno em casa; assim você estressa menos.
Intromissão: você PRECISA (insira qualquer predicado irritante que soe como uma lei universal da mãe estressada).

Dica: presuma que tudo é normal e bebês são criaturinhas em formação completamente imprevisíveis; isso também estressa menos (e aborrece menos seu pediatra). Se o bebê tá fofo e feliz, aquele soluço não quer dizer nada.
Intromissão: que ABSURDO você não usar (insira qualquer objeto-tralha de bebê que você considere inútil).

Dica: nos momentos desesperadores, lembre-se de que não é para sempre: um dia seu filho VAI dormir, VAI aprender a ir ao banheiro sozinho e VAI dizer a você o que o está incomodando.
Intromissão: pára de comer chocolate, porque isso é cólica.

Dica: Happiest Baby on The Block. É bizarro, mas FUNCIONA. Fiquei fula de ter descoberto isso só no segundo mês.
Intromissão: peraí que eu sei botá-lo pra dormir (diz a pessoa, desenrolando o bebê, que estava tranquilo e imediatamente desata a chorar).

A lista é infindável. E hoje, andando com o bebê sentadinho no sling, olhando para frente, um homem me abordou, horrorizado: "Ai, mas isso não está apertando o nenê???" INTROMISSÃO. Oi, você não me conhece. Bom dia. Tudo bom?

Claro que há quem vá achar que minhas dicas são também uma intromissão. A verdade é que qualquer coisa que digam a você que seja diferente do que você está fazendo com seu filho vai deixá-la ligeiramente ofendida. Porque por melhor que sejam as intenções, fica sempre aquele gosto amargo de "você acha que não estou fazendo um bom trabalho". E quem é mãe está sempre tentando fazer o melhor possível.

Ainda bem que existem também as dicas inofensivas, que só trazem felicidade. Por exemplo, quando a Pat me mandou uma mensagem me sugerindo que eu preparasse esse bolo, depois de ter comentado que eu tinha peras e chocolate branco dando sopa em casa. Foi bater o olho na receita (facílima) que corri para a cozinha. Talvez tenha sido o fato de usar uma forma 1cm menor do que devia (distração) ou ter aberto o forno 15 minutos antes (outra distração) que fizeram o bolo afundar no meio. Ou talvez ele deva ser assim mesmo, pois a massa ficou muito fofa, deliciosa com o sabor da manteiga noisette. O bolo ficou maravilhoso, macio, molhadinho, perfumado. De comer sozinha e escondido. ;)

Outra dica boa? Essa aqui: http://desenhoque.tanlup.com/
Finalmente produzi uma nova leva de posters de frutas e verduras, e estou testando vendê-los através dessa lojinha. Assim não preciso ficar fazendo novos posts a cada vez que produzir, e fica tudo concentradinho em um lugar só. Então quem estava esperando, vá lá. Se funcionar direitinho, do jeito que espero, mês que vem já coloco à disposição outras coisinhas mais. :)

BOLO DE PERAS AO CONHAQUE COM CHOCOLATE BRANCO
(do livro The Boozy Baker)
Tempo de preparo: 1 hora
Rendimento: 8 fatias gordinhas

Ingredientes:
(peras ao conhaque)
  • 2 colh. (sopa) açúcar
  • 1/4 xic. conhaque
  • 2 colh. (chá) suco de limão
  • 2 xic. peras (cerca de 2 peras) maduras, descascadas e cortadas em cubos de 1cm
(bolo)
  • 1 xic. farinha de trigo
  • 1 colh. (sopa) fermento químico em pó
  • 120g manteiga
  • 3 ovos grandes
  • 2/3 xic. açúcar
  • 1/2 xic. chocolate branco picado

Preparo:
  1. Combine o açúcar, o conhaque e o suco de limão numa tigela pequena e junte as peras em cubos. Deixe macerando por 20 minutos. Então escorra sobre outra tigela, reservando o líquido e as peras separadamente.
  2. Pré-aqueça o forno a 180ºC. Unte e enfarinhe uma forma redonda de fundo removível de 22-23cm. 
  3. Em uma frigideira pequena, derreta a manteiga em fogo baixo, cozinhando por cerca de 8 minutos, até que fique acastanhada e solte um cheiro de nozes. Cuidado para não queimar. Retire do fogo. 
  4. Numa tigela, misture a farinha, o fermento e o sal. Reserve.
  5. Na tigela da batedeira, bata os ovos em velocidade alta até que fiquem bem claros e fofos. Vá juntando o açúcar aos poucos, batendo por mais uns 2 minutos. 
  6. Baixe a velocidade da batedeira e junte 1 colh. (sopa) do líquido de conhaque reservado (o restante não será usado). 
  7. Alternadamente, junte a farinha e a manteiga, começando e terminando pela farinha. Bata apenas até que a farinha esteja incorporada. 
  8. Espalhe a mistura na forma e espalhe por cima as peras em cubos e o chocolate. Leve ao forno por 45 minutos, ou até que um palito inserido no meio saia limpo e o bolo esteja dourado. Deixe esfriar completamente na forma antes de desenformar. 

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

7grãos com pesto e verduras e meu fornecedor de orgânicos

Foi na semana em que Thomas nasceu que mudei muita coisa a respeito da minha cozinha e minha forma de comprar comida. Primeiro, porque imediatamente após a primeira mamada do bebê, dei-me conta de que tudo o que pusesse na boca viraria o corpo do meu filho. Segundo, porque a mudança em minha rotina me forçou a buscar soluções mais práticas, que não me tirassem de casa o tempo todo. E terceiro, porque só pensar nas fraldas descartáveis que ele usaria já me fazia tremer e querer compensar a natureza de alguma forma: trazer menos embalagens para casa e gerar menos lix, por exemplo.

Foi no blog Fogão Azul que encontrei a indicação para o website do Fernando, antes Cesta Orgânica, e agora renomeado Alimento Sustentável, que faz a distribuição de produtos de pequenos produtores de orgânicos, pescadores que trabalham com espécies sustentáveis e pesca não-predatória e produtores de queijos artesanais, como o queijo Serrano e o Canastra. Receber pela primeira vez aquela cesta de vime cheia de frutas e verduras soltas me deixou emocionada: finalmente aquilo me parecia coerente. Na semana seguinte, quando mais uma cesta foi entregue, a primeira foi devolvida, junto com o saquinho de pano onde vieram os cogumelos e a caixa onde vieram os ovos, para que tudo fosse reutilizado.

Ao longo desses meses, todas as minhas frutas e verduras têm vindo dele. Peço sempre uma grande quantidade de produtos, o que me força a preparar uma boa variedade nas refeições e a economizar as viagens ao mercado, onde acabo comprando apenas alguns poucos itens de mercearia e confeitaria que ainda não constam de sua lista.

O fato de ser tudo muito fresco ajuda um bocado (quase tudo é produzido em até 150km de São Paulo, e colhido praticamente no dia anterior à entrega). As verduras, depois de lavadas, secas e acondicionadas em potes fechados na minha geladeira, chegam a durar duas semanas ou mais, e as frutas têm vindo especialmente saborosas. Fazia anos que não comia kiwis tão doces. Aliás, escrevi esses dias um email ao Fernando, perguntando sobre a espécie de maçã que vinha na cesta (Gala, por sinal, pequenas, mas muito doces), e lhe contando algo bizarro que me acontecera: durante a semana em que ele não entregou os produtos, reorganizando o novo site, acabei comprando maçãs comuns no supermercado. Maçãs enormes, lindíssimas, Oregon, muito vermelhas, e Granny Smith, verdinhas. Foi fatiar a maçã Oregon para ter uma estranha surpresa: o movimento da faca estava manchando de vermelho a carne clara da fruta. Pensei que tivesse cortado o dedo. Olhei novamente e fiquei em choque: a casca vermelha era puro corante. Também a maçã verde, quando cortada, revelou-se tão verde-radioativa no interior quanto no exterior, como se lhe tivessem injetado aquela cor. "Isso não é normal", pensei. De volta às maçãs orgânicas, para sempre. :)

Desde então tenho me comprometido a consumir a maior quantidade possível de orgânicos em detrimento dos produtos "comuns", uma vez apresentada a devida qualidade. Até minha nêmesis aqui em casa, os "flocos de milho açucarados" daquele tigre maldito foram enfim abolidos, substituídos por sua excelente versão orgânica. O marido aprovou de boca cheia e o tigre não entra mais aqui.

Ironicamente, desde que comecei a comprar mais orgânicos, tenho gasto menos em supermercado. Justamente por limitar minha escolha de ingredientes ao que há disponível, muita compra por impulso foi impedida nesse processo. E, de quebra, sinto que, podendo fazer isso, estou, como diz Michael Pollan, "votando três vezes ao dia", estimulando a produção de algo em que acredito, na esperança de que um dia um tomate orgânico seja um tomate comum e não precise mais de predicado.

Esse almoço supimpa foi feito com as verduras da cesta e arroz 7 grãos orgânico. Aliás, a única coisa não-orgânica aqui era o extrato de tomate italiano (justo quem, mas fazer o quê? eu disse que estou tentando, e não que consegui). Tudo delicioso, adaptado novamente do livro Nature, de Alain Ducasse. Thomas olhava maravilhado para o prato colorido e esticava os bracinhos, tentando alcançar meu garfo. Não resisti. Mergulhei meu dedinho no arroz para lambuzá-lo bem e levei-o à boca do pequeno. Ele cheirou, esticou a linguinha para fora e experimentou. Primeiro o choque. Sabor novo. O que é isso? Então se refestelou, puxando meu dedo inteiro para dentro. Bom saber que gostou, filhão; isso um dia vai virar papinha para você. ;)

Para preparar o arroz, refogue meia cebola picada em um pouco de azeite. Junte 1/2 xícara de arroz 7 grãos, mexa um pouco, tempere com sal e acrescente 1 1/2xic. de água quente (ou a proporção de água indicada no pacote). Deixe ferver, tampe e cozinhe por 15 minutos. Destampe, junte 1 colh. (sopa) extrato de tomate, tampe novamente e continue cozinhando por mais 15 minutos, até que o arroz esteja cozido. Enquanto isso, corte 1 cenoura, 4-6 rabanetes e meio bulbo pequeno de funcho em fatias o mais finas possível. Reserve. Num pilão, ou num processador, triture um punhado de coentro, um de manjericão e dois punhados de salsinha acompanhados de 1 dente de alho pequeno, 1 colher (sopa) de amendoins crus (ou pinoli, ou castanha de caju, ou castanha do Pará...), 1 colh. (sopa) azeite e 3 colh. (sopa) de leite. Tempere com sal e pimenta. Na hora de servir, misture o arroz pronto e quente aos legumes fatiados e tempere com o pesto de ervas.

Para quem mora na área de entrega do Alimento Sustentável, recomendo muitíssimo: www.alimentosustentavel.com.br

Para quem acha que eu recebi alguma coisa por esse post, saiba que não: eu é que entrei em contato com o Fernando perguntando se poderia escrever a respeito e recomendá-lo. É justamente por não fazer propaganda por aqui que eu espero que vocês levem a sério minhas recomendações. :)




segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Bolo de especiarias com maçãs carameladas e chantilly


Está sendo difícil conter minha ansiedade. O pequeno agora quer pegar tudo o que está a seu alcance, incluindo a rúcula do meu prato (que foi jogada no chão da sala), o chantilly do meu morango, o pãozinho com manteiga do meu café da manhã. Ok, talvez eu não devesse comer com ele no colo o tempo todo... ;) Mas a verdade é que ando apaixonada pelo fascínio nos olhinhos dele quando tenho alguma comida nas mãos. Provavelmente mais interessado nas cores e nos cheiros do que de fato no conceito "comida", ele segue ávido os movimentos da comida do prato à boca de quem come, curiosíssimo. Dá aquela vontade louca de mergulhar o dedinho na sopa de legumes e levá-lo à sua boca, para que comece não a comer mas a experimentar alguns sabores. Vamos ver... quem sabe... Enquanto isso, me pergunto se ele terá guardado no inconsciente dele o cheiro dessas maçãs carameladas, que cozinhei enquanto ele me fazia companhia na cozinha, prestando atenção a tudo.

BOLO DE ESPECIARIAS COM MAÇÃS CARAMELADAS E CHANTILLY
(do livro Gourmet Today)
Rendimento: 9 porções

Ingredientes:
(maçãs carameladas)
  • 8 maçãs Gala ou Fuji
  • 6 colh. (sopa) manteiga em temp. ambiente
  • 3/4 xic. açúcar demerara orgânico
(bolo)
  • 1 1/2 xic. farinha de trigo
  • 1 1/2 colh. (chá) fermento químico em pó
  • 1/2 colh.(chá) bicarbonato de sódio
  • 1/2 colh. (chá) sal
  • 1/2 colh. (chá) pimenta da jamaica moída
  • 1/2 colh. (chá) noz moscada ralada
  • 1/8 colh. (chá) cravos moídos
  • 8 colh. (chá) manteiga sem sal em temperatura ambiente
  • 1/3 xic. açucar demerara orgânico
  • 1 ovo grande,em temperatura ambiente
  • 1/2 xic. maple syrup
  • 1/2 xic. sour cream
  • 1 colh. (chá) extrato de baunilha
(chantilly)
  • 1/2 xic. sour cream
  • 1 1/4 xic. creme de leite fresco
  • 2 colh. (sopa) açúcar cristal orgânico

Preparo:
  1. Pré-aqueça o forno a 180ºC e unte e enfarinhe ema forma quadrada de 20cm.
  2. Descasque e retire o centro das maçãs. Corte-as em fatias de 1cm de largura. Em uma frigideira grande e de fundo grosso, espalhe a manteiga uniformemente no fundo. Polvilhe o açúcar por cima e disponha as maçãs. Leve ao fogo médio até que o açúcar embaixo tenha dissolvido e as maçãs em cima comecem a soltar líquido, sem misturar, cerca de 10 minutos.
  3. Cozinhe, mexendo de vez em quando, até que o líquido comece a ficar xaroposo, cerca de 30 minutos. Escorra o xarope em uma tigela de metal e volte as maçãs ao fogo até que fiquem caramelizadas, cerca de 30 minutos, mexendo de vez em quando. Volte as maçãs ao xarope e reserve para reaquecer na hora de servir.
  4. Equanto as maçãs cozinham, faça o bolo. Com um fouet, misture numa tigela a farinha, fermento, bicarbonato, sal e especiarias. Reserve. Bata a manteiga e o açúcar em velocidade média até que fique fofo e claro.
    Junte o ovo e a baunilha e bata até que fique homogêneo. Junte o maple syrup e o sour cream e bata até que fique homogêneo novamente. Em velocidade baixa, junte a farinha, batendo apenas até incorporá-la. 
  5. Espalhe na forma e asse por 35-40 minutos, até que um palito saia limpo quando inserido no centro. Esfrie na forma por 10 minutos e então desenforme.
  6. Na hora de servir, corte o bolo em 9 porções e bata o creme, sour cream e açúcar em pobto de chantilly. Sirva com as maçãs aquecidas.

Cozinhe isso também!

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