Tenho cozinhado um bocado, é verdade, mas a volta ao trabalho tem sido prioridade total – quando Thomas não é. O bichinho voltou a dormir noites inteiras (benzadeus) mas passa o dia todo pedindo atenção, carinho, conversa, risada, brincadeira. Não se conforma em ficar deitado; seu negócio é sentar e ficar em pé. Mas como ainda não o faz sozinho (por mais de dois segundos, pelo menos), vale-se de meus braços para ajudá-lo, e fica enfurecido quando não estou disponível para a tarefa. Logo, qualquer sinal de sonolência que o leva a um rápido, muito rápido, cochilo, leva-me imediatamente ao computador para trabalhar. E não para atualizar o blog. Fué.
Hoje o dia está mais calmo, no entanto, e consegui sacar a máquina fotográfica na hora do almoço.
Tenho uma nóia muito específica com comida: fico obcecada quando descubro um ingrediente novo, e absolutamente frustrada se não posso experimentá-lo. Nem que seja uma vezinha só, mas eu PRECISO cozinhar aquele legume estranho, aquele doce interessante, aquela fruta difícil de achar que apareceu na revista. Como assim existe um troço que é favorito de alguém e eu não conheço o gosto?
Quando vi uma receita com raiz de bardana (gobo), fiquei louca. O que é isso? Que gosto tem? Como come? Com o quê combina? A receita original, do lindo livro francês Nature, de Alain Ducasse, serviu de inspiração, pois meu adaptômetro estava ligado no máximo.
Descasquei uns 4 talos de bardana rapidamente, colocando-os de molho em água com limão. O contato com as mãos deixa sua carne branca imediatamente escura. Cortei os talos em pedaços menores e reservei, ainda na água. Piquei uma cebola bem pequena e esmaguei um dente de alho inteiro, sem picá-lo. Refoguei ambos no azeite até começar a amolecer e juntei a bardana, tampando a panela e cozinhando por uns 5 minutos, até começar a dourar. Juntei cerca de meia xícara de trigo em grãos, uma colher de chá de casca de limão siciliano picada, um punhado de passas claras e misturei bem. Despejei 1/4 xic. de Vermute, deixando que o trigo absorvesse, e cobri com caldo de legumes caseiro, temperando com sal e tampando a panela. A mistura cozinhou por cerca de meia hora, até que os grãos estivessem macios e al dente, e a bardana, cozida. Escorri, acertei sal e pimenta e servi polvilhado de cebolinha picada.
O resultado ficou bem interessante. A bardana tem algo que lembra fundo de alcachofra, mas diferente. O marido, meio avesso a novidades, não virou fã, mas se essa raiz caísse no meu colo de novo, essa seria uma bom jeito de comê-la. Para compensar a naturebice do almoço, servi de sobremesa morangos orgânicos com chantilly fresquinho e suspiros de farinha de castanha e nozes, o que já deixou o homem mais feliz. De qualquer forma, pretendo preparar tudo isso de novo com alcachofras, que vão combinar lindamente com o prato.
quarta-feira, 3 de agosto de 2011
terça-feira, 12 de julho de 2011
Uma coisa leva à outra, e às vezes leva a Shortbread
Noutro dia contava à Pat sobre meu histórico de fracassos retumbantes com biscoitos: biscoitos queimados, crus, moles demais, esfarelentos demais, e o diabo a quatro. O que é estranho, pois eu me lembrava de assar bons biscoitos há anos atrás; mas algo aconteceu ao longo do tempo que me fez meio que "perder a mão".
Eu não desistia da ideia dos biscoitos, porém. A louca desvairada que me habita (e que se parece com a velha dos gatos dos Simpsons) continua comprando livros apenas de biscoitos, alimentando a fantasia de um dia ser uma fantástica cookie baker. Confesso, entretanto, que caí no mesmo pecado com os biscoitos que com os bolos: elegi meus tipos favoritos, caí na preguiça culinária e preparei sempre os mesmos ao longo dos anos. Chocolate Chip Cookies, Oatmeal cookies... e infinitas variações sobre o tema. Assim como aconteceu com brownies, quick breads e pound cakes.
Algo aconteceu no final da gravidez, no entanto, que me fez querer tentar novamente. E comecei com os biscotti, que havia anos não apareciam na minha cozinha. Pode ter sido desejo de grávida nos 44 do segundo tempo, mas o sucesso daqueles biscotti me incentivou a continuar. Parecia que a a mão para os biscoitos retornara. Após o nascimento do Thomas, NÃO sair para comprar ingredientes que faltavam me fez trabalhar com o que tinha e cozinhar o que dava, e acabei me aventurando nas barras. Foi com elas que caí nas bases de shortbread, que eu nunca preparara antes, e foi paixão à primeira mordida.
Shortbread é um tipo de biscoito cuja receita aparece em todos os livros americanos e ingleses que possuo, e que nunca me havia apetecido. Sua simplicidade passa por monotonia, erroneamente. Não me parecia interessante o suficiente. Não parecia algo que eu tivesse vontade de comer. No entanto, agora, estou apaixonada por sua textura leve e ligeiramente crocante, por seu sabor amanteigado. Adorei comê-lo com chá, café, ou com marmelos cozidos e iogurte. E agora que fui fisgada, pergunto-me o que mais andei perdendo, que outros biscoitos ignorei presunçosamente por tanto tempo. E não vejo a hora de prepará-los todos.
Esta receita de Alice Medrich não apenas é deliciosa, mas é à prova de idiotas. Se você se sente um desastre na cozinha e não tem coragem de assar biscoitos com medo de estragar ingredientes, essa é a porta de entrada para um caminho viciante e sem volta: a dos homemade cookies. Não apenas os ingredientes são simples, mas o processo não envolve bater manteiga, abrir com rolo, nem separar bolinhas. Apenas tenha certeza de usar uma manteiga bem saborosa e extrato de baunilha de verdade. Aliás, isso é regra para tudo e estou chovendo no molhado ao especificar esse tipo de coisa... ;)
Pat, esse shorbread é para você, que me fez ter vontade de retornar aos biscoitos. :)
Eu não desistia da ideia dos biscoitos, porém. A louca desvairada que me habita (e que se parece com a velha dos gatos dos Simpsons) continua comprando livros apenas de biscoitos, alimentando a fantasia de um dia ser uma fantástica cookie baker. Confesso, entretanto, que caí no mesmo pecado com os biscoitos que com os bolos: elegi meus tipos favoritos, caí na preguiça culinária e preparei sempre os mesmos ao longo dos anos. Chocolate Chip Cookies, Oatmeal cookies... e infinitas variações sobre o tema. Assim como aconteceu com brownies, quick breads e pound cakes.
Algo aconteceu no final da gravidez, no entanto, que me fez querer tentar novamente. E comecei com os biscotti, que havia anos não apareciam na minha cozinha. Pode ter sido desejo de grávida nos 44 do segundo tempo, mas o sucesso daqueles biscotti me incentivou a continuar. Parecia que a a mão para os biscoitos retornara. Após o nascimento do Thomas, NÃO sair para comprar ingredientes que faltavam me fez trabalhar com o que tinha e cozinhar o que dava, e acabei me aventurando nas barras. Foi com elas que caí nas bases de shortbread, que eu nunca preparara antes, e foi paixão à primeira mordida.
Shortbread é um tipo de biscoito cuja receita aparece em todos os livros americanos e ingleses que possuo, e que nunca me havia apetecido. Sua simplicidade passa por monotonia, erroneamente. Não me parecia interessante o suficiente. Não parecia algo que eu tivesse vontade de comer. No entanto, agora, estou apaixonada por sua textura leve e ligeiramente crocante, por seu sabor amanteigado. Adorei comê-lo com chá, café, ou com marmelos cozidos e iogurte. E agora que fui fisgada, pergunto-me o que mais andei perdendo, que outros biscoitos ignorei presunçosamente por tanto tempo. E não vejo a hora de prepará-los todos.
Esta receita de Alice Medrich não apenas é deliciosa, mas é à prova de idiotas. Se você se sente um desastre na cozinha e não tem coragem de assar biscoitos com medo de estragar ingredientes, essa é a porta de entrada para um caminho viciante e sem volta: a dos homemade cookies. Não apenas os ingredientes são simples, mas o processo não envolve bater manteiga, abrir com rolo, nem separar bolinhas. Apenas tenha certeza de usar uma manteiga bem saborosa e extrato de baunilha de verdade. Aliás, isso é regra para tudo e estou chovendo no molhado ao especificar esse tipo de coisa... ;)
Pat, esse shorbread é para você, que me fez ter vontade de retornar aos biscoitos. :)
SHORTBREAD ASSADO DUAS VEZES
(do livro Chewy Gooey Crispy Crunchy, de Alice Medrich)
Tempo de preparo: 5 min + 2 horas de descanso + 1h10min forno
Rendimento: cerca de 16 biscoitos
Ingredientes:
- 11 colh. (sopa) manteiga sem sal (cerca de 160g)
- 1/4 xic + 1 colh. (sopa) de açúcar cristal orgânico
- 1 colh. (chá) extrato de baunilha
- 1/4 colh. (chá) sal
- 1 1/2 xic. farinha de trigo branca orgânica
- açúcar demerara para polvilhar
Preparo:
- Forre o fundo de uma forma quadrada de 20cm com papel-alumínio OU unte uma forma de quiche de 23cm com fundo removível.
- Derreta a manteiga. Numa tigela média, misture a manteiga ainda quente ao açúcar, sal e baunilha. Junte a farinha e misture apenas até que esteja incorporada. Com as mãos, espalhe a massa no fundo da forma e deixe descansando em temperatura ambiente por 2 horas ou durante a noite.
- Pré-aqueça o forno a 150ºC e posicione a grade na parte inferior do forno. Asse o shortbread por 45 minutos. Remova a forma do forno mas deixe-o ligado. Polvilhe o açúcar demerara sobre o biscoito e deixe esfriar por 10 minutos.
- Remova o shortbread da forma cuidadosamente para que não quebre e corte-o em quadrados, fatias ou palitos. Coloque os biscoitos numa assadeira forrada com papel-manteiga, ligeiramente afastados entre si, e asse por mais 15 minutos.
- Retire, remova os biscoitos da assadeira e deixe que esfriem sobre uma grade. Guarde em pote fechado por várias semanas.
segunda-feira, 11 de julho de 2011
Sobre compromisso e educação
Existe uma arte que anda se perdendo: a de se receber pessoas. Não apenas porque menos gente cozinhe em casa e tenha prazer (ao invés de pânico) em receber os amigos e familiares para um jantar. Mas porque quem ainda gosta de fazê-lo tem se sentido cada vez menos estimulado pela falta de consideração de seus próprios convidados. Talvez seja culpa de ferramentas como SMS e Twitter, que tornam a comunicação entre seres humanos cada vez mais lacônica e seca. Talvez os pais de toda uma geração tenham falhado em ensinar o mais básico das boas maneiras, como dizer "bom dia", "com licença", "obrigada" e "desculpe-me". São pequenos mas importantes os rituais de civilidade que estão desaparecendo, e, com isso, um pouco da esperança que eu tinha em ver minha casa sempre cheia de gente amiga.
Quando alguém se propõe a realizar um evento em sua casa, seja ele uma reuniãozinha com os mais chegados ou uma comemoração para cinquenta pessoas, há mais envolvido do que o simples comichão de quem ama ser anfitrião. Quando se envia um convite para, digamos, quarenta pessoas, pedindo R.S.V.P., é esperado dessas pessoas que, no mínimo, elas respondam "vou" ou "não vou". Ao contrário do que se espera, "não vou" é uma resposta absolutamente válida e não fere os sentimentos de quem está convidando.
Digamos que, dessas quarenta, vinte tenham respondido "vou". Alguns entusiasmados ainda acrescentam um "com certeza!" ao final da frase. A partir daí, qualquer bom anfitrião começa a planejar comes e bebes em torno desse número. Um cardápio é criado, mesmo que seja salgadinho e pipoca, e bebida é comprada. O anfitrião cuidadoso ainda leva em consideração as sensibilidades e preferências dos convidados que confirmaram presença, comprando bebidas light, não alcoólicas, e alimentos para quem tem restrições, como vegetarianos ou intolerantes a lactose, por exemplo.
No dia da festa, o anfitrião limpa a casa e arruma a mesa com muito gosto. Coloca uma boa trilha sonora e dá os últimos toques aos comes, esperando o primeiro convidado.
E ele espera.
Há esse estranho hábito no Brasil de não se querer ser o primeiro a chegar numa festa. Então, apesar do convite ser para, digamos, 19h, as pessoas só começam a chegar às 20h30. Todo o planejamento em torno da comida quente já foi perdido quando isso acontece, e o anfitrião já começa sua festa ligeiramente estressado pela espera. PAREM com isso.
Passam-se três horas de festa, e, ao ver que dos vinte confirmados, apenas seis chegaram, o anfitrião fica com a pulga atrás da orelha. Será que os convidados se perderam? Erraram o dia? Esqueceram? O bom anfitrião aproveita a companhia de quem veio e deixa para xingar depois.
E quando a festa acaba, ele xinga. Muito. Vai checar email e celular em busca de algum pedido de desculpas pela ausência, alguma justificativa... e nada. NADA. Vai olhar a geladeira repleta de comida e bebida comprada especialmente, e se pergunta por que essas pessoas sequer se deram o trabalho de aparecer. Afinal, era uma boca-livre em boa companhia. Ou talvez eles não achem que a companhia é tão boa assim.
Não sei o que há com as pessoas hoje em dia. Elas não honram compromissos, sua palavra não vale nada, e não há absolutamente nenhuma empatia nelas, pois não se colocam no lugar do anfitrião. Não se lembram de que receber gente custa caro e dá trabalho. Quando você é convidado à casa de alguém, trata-se de um evento especial, e quer dizer que você é querido por essa pessoa. Talvez amizades hoje em dia estejam restritas ao Facebook. Talvez dê muito trabalho sair de casa e se relacionar ao vivo.
Àqueles que estão sempre conosco, tomando uma cerveja e dando risada... amo vocês.
Todos aqueles que deixam os amigos na mão... vão à m*rda.
Quando alguém se propõe a realizar um evento em sua casa, seja ele uma reuniãozinha com os mais chegados ou uma comemoração para cinquenta pessoas, há mais envolvido do que o simples comichão de quem ama ser anfitrião. Quando se envia um convite para, digamos, quarenta pessoas, pedindo R.S.V.P., é esperado dessas pessoas que, no mínimo, elas respondam "vou" ou "não vou". Ao contrário do que se espera, "não vou" é uma resposta absolutamente válida e não fere os sentimentos de quem está convidando.
Digamos que, dessas quarenta, vinte tenham respondido "vou". Alguns entusiasmados ainda acrescentam um "com certeza!" ao final da frase. A partir daí, qualquer bom anfitrião começa a planejar comes e bebes em torno desse número. Um cardápio é criado, mesmo que seja salgadinho e pipoca, e bebida é comprada. O anfitrião cuidadoso ainda leva em consideração as sensibilidades e preferências dos convidados que confirmaram presença, comprando bebidas light, não alcoólicas, e alimentos para quem tem restrições, como vegetarianos ou intolerantes a lactose, por exemplo.
No dia da festa, o anfitrião limpa a casa e arruma a mesa com muito gosto. Coloca uma boa trilha sonora e dá os últimos toques aos comes, esperando o primeiro convidado.
E ele espera.
Há esse estranho hábito no Brasil de não se querer ser o primeiro a chegar numa festa. Então, apesar do convite ser para, digamos, 19h, as pessoas só começam a chegar às 20h30. Todo o planejamento em torno da comida quente já foi perdido quando isso acontece, e o anfitrião já começa sua festa ligeiramente estressado pela espera. PAREM com isso.
Passam-se três horas de festa, e, ao ver que dos vinte confirmados, apenas seis chegaram, o anfitrião fica com a pulga atrás da orelha. Será que os convidados se perderam? Erraram o dia? Esqueceram? O bom anfitrião aproveita a companhia de quem veio e deixa para xingar depois.
E quando a festa acaba, ele xinga. Muito. Vai checar email e celular em busca de algum pedido de desculpas pela ausência, alguma justificativa... e nada. NADA. Vai olhar a geladeira repleta de comida e bebida comprada especialmente, e se pergunta por que essas pessoas sequer se deram o trabalho de aparecer. Afinal, era uma boca-livre em boa companhia. Ou talvez eles não achem que a companhia é tão boa assim.
Não sei o que há com as pessoas hoje em dia. Elas não honram compromissos, sua palavra não vale nada, e não há absolutamente nenhuma empatia nelas, pois não se colocam no lugar do anfitrião. Não se lembram de que receber gente custa caro e dá trabalho. Quando você é convidado à casa de alguém, trata-se de um evento especial, e quer dizer que você é querido por essa pessoa. Talvez amizades hoje em dia estejam restritas ao Facebook. Talvez dê muito trabalho sair de casa e se relacionar ao vivo.
Àqueles que estão sempre conosco, tomando uma cerveja e dando risada... amo vocês.
Todos aqueles que deixam os amigos na mão... vão à m*rda.
segunda-feira, 4 de julho de 2011
Coisinhas doces: Turtle Bar e bebê Thomas
A piada que meu marido conta há anos em casa é a de que "Ana Elisa está sempre com as mãozinhas cheias de doce". Aparentemente isso é genético, pois desde que o pequeno cavaleiro matador de dragões descobriu suas mãos, ele as devora inteiras, o tempo todo, como se estivessem de fato cheias de doce. Imagino como será quando seus dedinhos tocarem brigadeiro ou cobertura de bolo pela primeira vez... Eita...
Enquanto o pequeno se esbalda em leite, sem sequer suspeitar dos planos gastronômicos que o aguardam, a mãe, sim, meleca os dedos de caramelo, chocolate e biscoito. Estas barras são bastante rápidas, se você não contar o tempo que o caramelo demora para esfriar e o chocolate firmar. Que são deliciosas, bem, isso é óbvio considerando os ingredientes. O que me surpreendeu nelas foi o fato de não serem enjoativas. Digo, são doces. Mas, no melhor estilo Alice Medrich, não são de doer as cáries.
Comi tudo sozinha. Pronto, falei.
(Um termômetro para doces é altamente recomendável nessa receita, para garantir que o caramelo não vá nem ficar mole, escorrendo, nem duro, puxa-puxa, mas sim macio e derretendo na boca.)
TURTLE BARS
(do livro Chewy Gooey Crispy Crunchy, de Alice Medrich)
Tempo de preparo: 1h30
Rendimento: 30-35 barrinhas
Ingredientes:
(shortbread)
14 colh. (sopa) manteiga sem sal, derretida e ainda morna
1/2 xic. açúcar
2 colh. (chá) extrato de baunilha
3/8 colh. (chá) sal
2 xic. farinha de trigo
(cobertura)
1 3/4 xic. açúcar demerara
1/4 xic. mel
3/8 colh. (chá) sal
1/4 xic. água
4 colh. (sopa) manteiga
1 lata (395g) leite condensado
1 colh. (sopa) extrato de baunilha
2 xic. metades inteiras de pecans ou nozes
170g chocolate ao leite ou meio amargo picado, ou 1 xic. de gotas de chocolate
Preparo:
- Pré-aqueça o forno a 180ºC e posicione a grade na parte inferior do forno. Forre uma assadeira de cerca de 21x30cm com papel-alumínio.
- Numa tigela média, misture a manteiga derretida, o açúcar, a baunilha e o sal. Adicione a farinha e misture apenas até que esteja incorporada. Não se preocupe se a massa parecer muito mole ou oleosa. Pressione-a no fundo da assadeira forrada, espalhando de modo uniforme. Asse por 20-25 minutos, ou até que esteja dourada e acastanhada nas beiradas. Deixe esfriar na própria forma, sobre uma grade.
- Equanto isso, faça a cobertura. Em uma panela de fundo grosso, com capacidade para 1-1,5l, junte o açúcar demerara, o mel, sal e água. Coloque em fogo médio e junte a manteiga. Mexa constantemente com uma espátula de silicone, raspando bem o fundo e as laterais da panela, até que a manteiga derreta. Se formar um grumo na ponta da espátula, raspe com uma colher de volta à panela e continue mexendo.
- Leve à fervura, mexendo sempre, por aproximadamente 3 minutos, para que todo o açúcar dissolva.
- Junte o leite condensado e retorne à fervura, que tem que ser constante, mas não "furiosa", espirrando para todo lado. Continue mexendo e cozinhando até que um termômetro para doces acuse 112ºC (235ºF). O tempo total de cozimento deve ser aproximadamente 15 minutos.
- Remova a panela do fogo e junte a baunilha. Raspe todo o caramelo sobre a base de biscoito, na forma. Incline a forma (que estará imediatamente muito quente), para espalhar o caramelo de forma uniforme.
- Espalhe as nozes tostadas e o chocolate picado e deixe que o caramelo esfrie e o chocolate volte a ficar duro, o que pode demorar algumas horas.
- Puxe as abas de papel alumínio para ajudar a desenformar o doce. Com uma faca afiada, corte em quadrados pequenos e guarde em um pote hermético por 1 semana.
terça-feira, 28 de junho de 2011
Sempre garantidos blinis de agrião com chantilly de cominho
Não esperava que meu pequeno matador de dragões fosse também um tão prodigioso produtor de xixi. Mamando feito um ogro esfomeado, tive de passá-lo para fraldas maiores, imensas, que fecham no melhor estilo "Saint-Tropeito", antes que seu tamanho estivesse adequado, uma vez que as fraldas "corretas" não aguentavam mais o tranco. Ainda assim fui pega de surpresa. Estava me acostumando às maravilhosas 6 a 8 horas de sono ininterrupto, quando Thomas voltou a acordar de madrugada, entre 2 e 4 da manhã, reclamando de fraldas cheias e, uma vez desperto, fome, provavelmente por conta do tempo frio.
Esse retorno ao sono interrompido tem me deixado capenga, e muito pouco ansiosa para voltar ao trabalho. Foi um retrocesso inesperado na minha rotina. Mas, como mãe agora, parece-me mais correto esperar pelo inesperado, conformar-me e não criar muito caso a respeito. Ver meu cavaleito ítalo-germânico crescendo e ficando forte compensa meu eu-zumbi, e saber que essa rotina não será para sempre me alivia.
O que é esperado, no entanto, é o destino do primeiro maço de agrião orgânico que aparece em minha casa. Há já alguns anos eles se transformam imediatamente em blinis, essas panquecas de fermento biológico, servidas com chantilly de cominho. A ideia de um chantilly salgado parece estranha, mas fica deliciosa com as panquecas de agrião.
Esse retorno ao sono interrompido tem me deixado capenga, e muito pouco ansiosa para voltar ao trabalho. Foi um retrocesso inesperado na minha rotina. Mas, como mãe agora, parece-me mais correto esperar pelo inesperado, conformar-me e não criar muito caso a respeito. Ver meu cavaleito ítalo-germânico crescendo e ficando forte compensa meu eu-zumbi, e saber que essa rotina não será para sempre me alivia.
O que é esperado, no entanto, é o destino do primeiro maço de agrião orgânico que aparece em minha casa. Há já alguns anos eles se transformam imediatamente em blinis, essas panquecas de fermento biológico, servidas com chantilly de cominho. A ideia de um chantilly salgado parece estranha, mas fica deliciosa com as panquecas de agrião.
BLINIS DE AGRIÃO COM CHANTILLY DE COMINHO
(da revista Saveurs)
Tempo de preparo: 1h20m
Rendimento: 4 porções
Ingredientes:
- 160g farinha de trigo
- 2 ovos orgânicos
- 200ml leite
- 50ml creme de leite fresco
- 20g fermento biológico fresco ou 7g fermento biológico seco
- 5g sal
- 1 maço de agrião
(chantilly)
- 100ml creme de leite fresco
- 1/2 colh. (sopa) cominho moído
- 1 pitada de sal
Preparo:
- Lave e seque bem o agrião. Pique-o bem, descartando os talos mais grossos.
- Aqueça um pouco o leite (não deixe passar de 60ºC) e reserve. Numa tigela, esmigalhe o fermento junto à farinha.
- Separe os ovos e reserve as claras fora da geladeira. Bata as gemas com o creme e o leite morno. Incorpore aos poucos a farinha com o fermento, obtendo uma mistura homogênea. Salgue e deixe repousar em temperatura ambiente por 1 hora pelo menos.
- Prepare o chantilly, batendo o creme com o cominho e o sal, e reserve na geladeira até a hora de servir.
- Passado o tempo de fermentação, bata as claras em neve e incorpore-as delicadamente à massa. Junte o agrião picado.
- Aqueça uma frigideira com um fio de óleo e despeje porções da massa, do tamanho que quiser. Cozinhe cerca de 2 minutos de cada lado e sirva os blinis quentes, com o chantilly à parte.
quinta-feira, 9 de junho de 2011
Salada de repolho e laranja para um dia de chuva
O frio e a chuva acabam com minha vontade de comer sorvete, mas o mesmo não ocorre com as saladas. Muito pelo contrário, adoro as saladas de outono e inverno, com folhas robustas, frutas e castanhas. A falta da refeição quente não me assusta, contanto que haja uma xícara de chá fumegante esperando por mim em seguida. O melhor de tudo é que saladas como essa podem esperar sem murchar enquanto você troca uma fralda e coloca um bebê para dormir.
Basta fatiar fino um pouco de repolho, ralar grosso uma cenoura pequena e cortar gomos de uma laranja doce, em cima da tigela, para recolher todo o suco que pingar. Junte a isso fatias fininhas e quebradiças de queijo Feta, nozes picadas e sementes de girassol tostadas, que acredito que sejam as sementes mais aromáticas que existem ao serem aquecidas. Para temperar, sal, pimenta, azeite e um pouco de óleo de nozes. A acidez fica por conta do suco da laranja.
Poderia comer dessa salada por todos os meses de frio. Adoro sua textura, o sabor da laranja e a cor viva da cenoura, mais calorosa que o céu cinza e chuvoso lá fora.
Receita adaptada do lindo Apples For Jam, da Tessa Kiros.
Basta fatiar fino um pouco de repolho, ralar grosso uma cenoura pequena e cortar gomos de uma laranja doce, em cima da tigela, para recolher todo o suco que pingar. Junte a isso fatias fininhas e quebradiças de queijo Feta, nozes picadas e sementes de girassol tostadas, que acredito que sejam as sementes mais aromáticas que existem ao serem aquecidas. Para temperar, sal, pimenta, azeite e um pouco de óleo de nozes. A acidez fica por conta do suco da laranja.
Poderia comer dessa salada por todos os meses de frio. Adoro sua textura, o sabor da laranja e a cor viva da cenoura, mais calorosa que o céu cinza e chuvoso lá fora.
Receita adaptada do lindo Apples For Jam, da Tessa Kiros.
terça-feira, 7 de junho de 2011
Somen, acelga e tofu para um almoço tranquilo
O bebê segue meus movimentos com seus olhinhos alertas e azul-acinzentados. Ele parece gostar dos sons da cozinha, e apesar do tilintar de louças, da batida ritmada da faca contra a tábua de madeira e do burburinho da água da torneira sobre a pia de inox, ele adormece.
Abro a geladeira para apanhar meus ingredientes: molho de ostra, shoyu (ambos sem glutamato monossódico), mirin, um toco de tofu orgânico e uma linda e enorme acelga orgânica. Da despensa, apanho uma porção de somen. Tenho consciência de que somen costuma ser comido frio, mas em minha tentativa de trabalhar com o que tenho em mãos, o somen hoje será servido quente.
Coloco água para ferver numa panela pequena e aqueço um fio de óleo em uma frigideira. Corto o toco de tofu em pedaços menores e atiro-os ao óleo quente, dourando-os dos dois lados. Enquanto isso, misturo numa tigela um pouco de mirin, shoyu e cebolinhas picadas. No olho, a gosto. Aqueço outra frigideirinha pequena, onde tosto sementes de gergelim e junto-as ao molho. Assim que o tofu está pronto, ele vai para a tigela, para absorver os sabores. A frigideira grande continua no fogo enquanto mergulho algumas folhas de acelga fatiadas fino na água fervente. Um minutinho apenas. Então, com a ajuda de um pegador de metal, retiro as folhas amolecidas e verde-vivo da água e jogo-as na frigideira ainda com um pouco de óleo pelando. Muito barulho e uma nuvem de vapor branco. Junto uma colherada de molho de ostra e mexo bem, desligando o fogo. Na água ainda fervente vai o somen, por poucos minutos. Escorro-o e junto à acelga e ao molho com tofu, misturando tudo muito bem.
Levo minha tigela fumegante para a sala e vou buscar o bebê adormecido. Sento-me no sofá ao lado do cão peludo, quentinho e ligeiramente carente. Ele repousa sua cabeça em meu colo quando cruzo as pernas. O bebê dorme profundamente em sua cadeirinha, enrolado no xale de lã, e sei que ainda poderei cochilar por meia hora antes que ele acorde para mamar novamente.
Abro a geladeira para apanhar meus ingredientes: molho de ostra, shoyu (ambos sem glutamato monossódico), mirin, um toco de tofu orgânico e uma linda e enorme acelga orgânica. Da despensa, apanho uma porção de somen. Tenho consciência de que somen costuma ser comido frio, mas em minha tentativa de trabalhar com o que tenho em mãos, o somen hoje será servido quente.
Coloco água para ferver numa panela pequena e aqueço um fio de óleo em uma frigideira. Corto o toco de tofu em pedaços menores e atiro-os ao óleo quente, dourando-os dos dois lados. Enquanto isso, misturo numa tigela um pouco de mirin, shoyu e cebolinhas picadas. No olho, a gosto. Aqueço outra frigideirinha pequena, onde tosto sementes de gergelim e junto-as ao molho. Assim que o tofu está pronto, ele vai para a tigela, para absorver os sabores. A frigideira grande continua no fogo enquanto mergulho algumas folhas de acelga fatiadas fino na água fervente. Um minutinho apenas. Então, com a ajuda de um pegador de metal, retiro as folhas amolecidas e verde-vivo da água e jogo-as na frigideira ainda com um pouco de óleo pelando. Muito barulho e uma nuvem de vapor branco. Junto uma colherada de molho de ostra e mexo bem, desligando o fogo. Na água ainda fervente vai o somen, por poucos minutos. Escorro-o e junto à acelga e ao molho com tofu, misturando tudo muito bem.
Levo minha tigela fumegante para a sala e vou buscar o bebê adormecido. Sento-me no sofá ao lado do cão peludo, quentinho e ligeiramente carente. Ele repousa sua cabeça em meu colo quando cruzo as pernas. O bebê dorme profundamente em sua cadeirinha, enrolado no xale de lã, e sei que ainda poderei cochilar por meia hora antes que ele acorde para mamar novamente.
sábado, 4 de junho de 2011
Queijo cottage, de novo, mas diferente
O despertador toca às cinco da manhã. Conformada, ainda que contrariada, levanto-me da cama, devagar, esticando os braços, sentindo os ombros ainda doloridos pelo peso do bebê. Sinto que meu corpo não acompanha o desenvolvimento do pequeno, e quando ele começa a se acostumar, o bebê cresce, engorda, fica mais pesado, exigindo mais de músculos que antes apenas sovavam pão.
Saio da cama, pés no assoalho frio, perguntando-me, mais uma vez, por que ainda não comprei pantufas. Vou de passos arrastados até o banheiro, lavar o rosto e tirar os cabelos desgrenhados da frente dos olhos. Preguiçosa mas cheia de determinação, visto a roupa de ginástica, uma camiseta por cima da outra, mais o moletom e o cachecol, por conta do frio. Com o tênis de corrida produzindo ruídos de borracha contra a madeira, agora caminho cuidadosa até a cozinha, ligando a cafeteira.
Preparo uma dose dupla de café preto, fatio meu pãozinho francês e espalho sobre os nacos uma colherada generosa de queijo cottage caseiro. Minhas pálpebras ainda estão pesadas, quando ouço os primeiros sons vindos do quarto do bebê, como um brinquedo desses que se aperta a barriga: breves, compassados, agudos e insistentes.
Passo pelo meu quarto. Marido e cachorro roncando. Encosto a porta e levo meu café-da-madrugada para a cômoda ao lado do berço. O bebê abre os olhos assim que acendo o abajur. Ele volta seu rostinho alerta pra mim, e ensaia um bico retorcido para baixo com seus labiozinhos cor-de-rosa, que sempre me corta o coração. Aproximo-me, segurando suas mãozinhas e falando com ele. O bico se desfaz no momento em que ele me reconhece. Enquanto troco sua fralda, ele esperneia, tentando rolar, indeciso entre chorar, manhoso e com frio, ou admirar o reflexo do abajur na vidraça da janela.
Sento-me na poltrona, bebê no colo, café ao lado, apoiado no trocador. Enquanto ele mama, esganado, depois de seis milagrosas e ininterruptas horas de sono, como meu pãozinho, tentando não derrubar migalhas nos seus cabelinhos ralos. O queijo caseiro é mais doce e suave do que a versão comprada em potes de plástico. Tem gosto de leite fresco e uma textura cremosa, de grumos pequenos, que derrete na boca. A imensa xícara de espresso termina de erguer minhas pálpebras e me aprontar para o dia por vir. Um dia inteiro de bebê alerta, querendo interagir e não cochilando mais do que 1 hora inteira. Um dia inteiro de cão carente, querendo brincar e passear. Um dia inteiro de cuidar da casa e ter certeza de que tudo e todos estão limpos e alimentados.
Coloco o bebê no berço ainda acordado, dou-lhe um beijo estalado na testa e faço-lhe um carinho entre as sobrancelhas, o que sempre o faz sorrir. Enquanto termino de apanhar minhas coisas (bolsa, carteira, iPod), ouço os ruídos estranhíssimos que ele emite enquanto tenta libertar os bracinhos agitados das cobertas. Ele produzirá mais alguns deles até soltar uma das mãos, que ele imediatamente levará inteira à boca escancarada, dormindo sozinho em seguida.
Abro a porta do quarto, digo "tchau!" para o marido, fornecendo-lhe as últimas notícias sobre o bebê e um "status" de fralda e mamada, e corro porta afora em direção ao clube, para 45 minutos de corrida, já com saudades daquelas bochechas cada vez mais redondas e cor-de-rosa.
Preparo:
Saio da cama, pés no assoalho frio, perguntando-me, mais uma vez, por que ainda não comprei pantufas. Vou de passos arrastados até o banheiro, lavar o rosto e tirar os cabelos desgrenhados da frente dos olhos. Preguiçosa mas cheia de determinação, visto a roupa de ginástica, uma camiseta por cima da outra, mais o moletom e o cachecol, por conta do frio. Com o tênis de corrida produzindo ruídos de borracha contra a madeira, agora caminho cuidadosa até a cozinha, ligando a cafeteira.
Preparo uma dose dupla de café preto, fatio meu pãozinho francês e espalho sobre os nacos uma colherada generosa de queijo cottage caseiro. Minhas pálpebras ainda estão pesadas, quando ouço os primeiros sons vindos do quarto do bebê, como um brinquedo desses que se aperta a barriga: breves, compassados, agudos e insistentes.
Passo pelo meu quarto. Marido e cachorro roncando. Encosto a porta e levo meu café-da-madrugada para a cômoda ao lado do berço. O bebê abre os olhos assim que acendo o abajur. Ele volta seu rostinho alerta pra mim, e ensaia um bico retorcido para baixo com seus labiozinhos cor-de-rosa, que sempre me corta o coração. Aproximo-me, segurando suas mãozinhas e falando com ele. O bico se desfaz no momento em que ele me reconhece. Enquanto troco sua fralda, ele esperneia, tentando rolar, indeciso entre chorar, manhoso e com frio, ou admirar o reflexo do abajur na vidraça da janela.
Sento-me na poltrona, bebê no colo, café ao lado, apoiado no trocador. Enquanto ele mama, esganado, depois de seis milagrosas e ininterruptas horas de sono, como meu pãozinho, tentando não derrubar migalhas nos seus cabelinhos ralos. O queijo caseiro é mais doce e suave do que a versão comprada em potes de plástico. Tem gosto de leite fresco e uma textura cremosa, de grumos pequenos, que derrete na boca. A imensa xícara de espresso termina de erguer minhas pálpebras e me aprontar para o dia por vir. Um dia inteiro de bebê alerta, querendo interagir e não cochilando mais do que 1 hora inteira. Um dia inteiro de cão carente, querendo brincar e passear. Um dia inteiro de cuidar da casa e ter certeza de que tudo e todos estão limpos e alimentados.
Coloco o bebê no berço ainda acordado, dou-lhe um beijo estalado na testa e faço-lhe um carinho entre as sobrancelhas, o que sempre o faz sorrir. Enquanto termino de apanhar minhas coisas (bolsa, carteira, iPod), ouço os ruídos estranhíssimos que ele emite enquanto tenta libertar os bracinhos agitados das cobertas. Ele produzirá mais alguns deles até soltar uma das mãos, que ele imediatamente levará inteira à boca escancarada, dormindo sozinho em seguida.
Abro a porta do quarto, digo "tchau!" para o marido, fornecendo-lhe as últimas notícias sobre o bebê e um "status" de fralda e mamada, e corro porta afora em direção ao clube, para 45 minutos de corrida, já com saudades daquelas bochechas cada vez mais redondas e cor-de-rosa.
QUEIJO COTTAGE
(receita dividida ao meio, vinda do lindo livro "Forgotten Skills of Cooking", de Darina Allen)
Rendimento: 1 xíc. bem cheia
Ingredientes:
- 1,25 l leite integral (de garrafa; NÃO use UHT)
- 1/4 colh. (chá) coalho líquido
- 1 colh. (sopa) água
Preparo:
- Aqueça o leite apenas até ficar morno. Misture o coalho à água e salpique sobre a superfície do leite, mexendo bem com uma colher. Cubra com um pano de prato e a tampa da panela (o pano evita que o vapor do leite condense e pingue de volta) e deixe quieto por 2 a 4 horas.
- Com uma faquinha de ponta arredondada, corte o coalho num padrão xadrez e volte a panela ao fogo mínimo, apenas para amornar, até que você comece a ver o soro brotar. Não aqueça muito, ou o coalho ficará muito duro.
- Forre uma peneira com um pano próprio para isso, e posicione sobre uma tigela grande. Apanhe o coalho com uma concha e derrame sobre o pano. Amarre as pontas e deixe pendurado em algum gancho, pingando sobre a tigela, durante toda a noite (fora da geladeira).
- No dia seguinte, coloque o queijo num potinho, salgue a gosto e consuma em até umas 2 semanas. Guarde o soro na geladeira e use para cozinhar.
sexta-feira, 27 de maio de 2011
Torta de salmão e brócolis
Vira e mexe sou honesta comigo mesma, apanho todas as minhas revistas de culinária e as massacro, arrancando as páginas com as receitas que eu sei que, DE FATO, prepararei um dia, e jogando na reciclagem todo o restante. Não adianta fingir que vou preparar aquele bolo de treze camadas ou uma "espuma" de alguma coisa. [Aliás, levante a mão quem acha que "espumas" parecem cuspes no prato.] O melhor caminho para enxugar aquela prateleira abarrotada é mesmo a sinceridade. Revistas inteiras, guardo apenas as que realmente são forradas de receitas preparáveis, como as minhas Gourmet (já rasgadas, amassadas e manchadas, de tanto uso) e as do Jamie Oliver, que, confesso, guardo principalmente pela qualidade das fotografias, excelentes referências para desenhar.
As chacinadas, noutro dia, foram as francesas Saveurs. Depois de selecionar as receitas testadas e aprovadas [como o arroz doce, meu favorito até agora] e as que pretendo fazer um dia, separei todas por estação do ano e guardei-as num fichário, para fácil acesso. O que de fato contribui para essa limpeza é o fato de colocar na reciclagem todas as receitas com carne (exceto peixes e frutos do mar).
Esta torta, da sessão "Outono", estava me paquerando havia muito tempo, apenas aguardando um belo brócolis, um pouco de ricotta e uma quinta-feira para comprar peixe fresco. Nunca havia preparado uma torta com peixe, veja só, e estava apreensiva com o resultado. Mas ela ficou muito saborosa, substancial, perfeita para um almocinho em dia frio. O peixe cozinhou deliciosamente, e não sobrecarregou o restante da torta com sua "peixisse".
Como sempre acontece com receitas francesas, tive um problema com a temperatura do forno. Resolvi seguir à risca e assar a torta aos indicados 180ºC, mas, sendo mais alta que uma quiche, ela demorou o dobro do tempo para ficar pronta. Talvez seja o caso de aumentar a temperatura uma vez que esteja com o recheio dentro.
As chacinadas, noutro dia, foram as francesas Saveurs. Depois de selecionar as receitas testadas e aprovadas [como o arroz doce, meu favorito até agora] e as que pretendo fazer um dia, separei todas por estação do ano e guardei-as num fichário, para fácil acesso. O que de fato contribui para essa limpeza é o fato de colocar na reciclagem todas as receitas com carne (exceto peixes e frutos do mar).
Esta torta, da sessão "Outono", estava me paquerando havia muito tempo, apenas aguardando um belo brócolis, um pouco de ricotta e uma quinta-feira para comprar peixe fresco. Nunca havia preparado uma torta com peixe, veja só, e estava apreensiva com o resultado. Mas ela ficou muito saborosa, substancial, perfeita para um almocinho em dia frio. O peixe cozinhou deliciosamente, e não sobrecarregou o restante da torta com sua "peixisse".
Como sempre acontece com receitas francesas, tive um problema com a temperatura do forno. Resolvi seguir à risca e assar a torta aos indicados 180ºC, mas, sendo mais alta que uma quiche, ela demorou o dobro do tempo para ficar pronta. Talvez seja o caso de aumentar a temperatura uma vez que esteja com o recheio dentro.
TORTA DE BRÓCOLIS E SALMÃO
(ligeiramente adaptado da revista francesa Saveurs)
Tempo de preparo: 2h
Rendimento: cerca de 8 porções
Ingredientes:
(massa)
- 250g farinha de trigo orgânica
- 1 colh. (sopa) sementes de papoula
- 5g sal
- 125g manteiga sem sal gelada
- 1 gema
- 50ml água gelada
(recheio)
- 4 ovos orgânicos
- 300g creme de leite fresco
- 200g ricotta
- 400g salmão fresco sem pele
- 1 brócolis pequeno
- sal e pimenta-do-reino
Preparo:
- Numa tigela, misture a farinha, o sal e as sementes de papoula. Junte a manteiga em cubos e esfregue com as pontas dos dedos até obter uma farofa grossa. Junte a gema e a água e misture com um garfo até começar a formar uma massa. Amasse com as mãos, formando um disco, embrulhe em papel-alumínio e leve à geladeira por 30 minutos.
- Pré-aqueça o forno a 180ºC. Abra a massa em uma superfície ligeiramente enfarinhada e forre uma forma de fundo removível de 23-25cm, de bordas altas. Fure o fundo com um garfo, forre a massa com papel-alumínio e cubra com feijões secos. Leve a base da torta ao forno por 30 minutos, removendo os feijões e o papel-alumínio no meio do tempo.
- Enquanto isso, corte o brócolis em floretes pequenos e cozinhe por uns 2 minutos em água fervente com sal. Escorra e reserve.
- Corte o salmão em pedaços de cerca de 2cm, tempere com sal e pimenta e reserve.
- Numa tigela, misture os ovos, o creme de leite e a ricotta. Tempere com sal e pimenta.
- Retire a base de torta do forno e espalhe o brócolis e o salmão sobre ela. Cubra com o creme de ovos e leve ao forno por mais 45 minutos, ou até que o recheio esteja dourado e firme. Não se importe com alguns chamuscados nos floretes de brócolis. Sirva imediatamente.
domingo, 15 de maio de 2011
Salada de espinafre. radicchio e maçã
Sei que deveria ter paciência e uma pitada de misericórdia comigo mesma, e fazer uso do mantra "faz só um mês que eu expeli um ser humano". Mas noutro dia, depois de uma noite mal dormida (culpa da insônia, e não do bebê), deparei-me com uma assustadora imagem no espelho: uma mulher pálida, de olheiras, cabelos desgrenhados e sem corte, molengona, vestida com as roupas largas e puídas da gravidez, pontuadas de manchas de leite regurgitado.
Choque.
Dei-me o direito de ficar deprimida com aquela figura por cinco minutos. Percebi quão fácil é, sozinha em casa com o bebê, deixar-se levar pelo cansaço, tédio social e fome por conta das mamadas, e simplesmente esquecer quem era aquela mulher pré-maternidade. Como, apesar de ter me cuidado durante a gravidez e engordado pouco, eu poderia facilmente desandar agora e enfiar o pé na jaca, tornando-me, de forma praticamente irreversível, uma mãe com barriga de pochete, moletom, perna peluda e cocô na testa.
Decidida a não deixar isso acontecer, fiz um voto de "não ao cocô na testa": apesar de minha calça jeans não entrar ainda (faltam 8 miseráveis quilos), estou me esforçando para sair por aí bonitinha, fazendo o melhor uso do que cabe em mim; a maquiagem saiu da gaveta, mesmo que para ficar em casa; e no mesmo dia em que o médico liberou, corri para a musculação. Incrível como senti falta da endorfina liberada pelos exercícios, o que, mais do que nunca, faz com que eu não entenda um ser humano sedentário.
Dou início ao projeto "Xô, pochete!', vulgarmente chamado "Projeto M.I.L.F." ;)
Numa tigelinha, misture cerca de 2 colh. (sopa) de cebola fatiada fino e 1 colh. (chá) de vinagre de vinho tinto. Numa frigideira, toste algumas avelãs picadas grosseiramente e 1 colh. (chá) de sementes de girassol. Numa tigela grande, misture 1 maçã pequena fatiada, punhados de radicchio e espinafre, as avelãs, as sementes, e queijo Stilton esmigalhado (ou outro queijo azul). Misture ao vinagre e cebola 1/2 colh. (chá) de mostarda de Dijon e 1 colh. (sopa) de azeite. Tempere a salada e coma imediatamente. Serve 1 porção.
Choque.
Dei-me o direito de ficar deprimida com aquela figura por cinco minutos. Percebi quão fácil é, sozinha em casa com o bebê, deixar-se levar pelo cansaço, tédio social e fome por conta das mamadas, e simplesmente esquecer quem era aquela mulher pré-maternidade. Como, apesar de ter me cuidado durante a gravidez e engordado pouco, eu poderia facilmente desandar agora e enfiar o pé na jaca, tornando-me, de forma praticamente irreversível, uma mãe com barriga de pochete, moletom, perna peluda e cocô na testa.
Decidida a não deixar isso acontecer, fiz um voto de "não ao cocô na testa": apesar de minha calça jeans não entrar ainda (faltam 8 miseráveis quilos), estou me esforçando para sair por aí bonitinha, fazendo o melhor uso do que cabe em mim; a maquiagem saiu da gaveta, mesmo que para ficar em casa; e no mesmo dia em que o médico liberou, corri para a musculação. Incrível como senti falta da endorfina liberada pelos exercícios, o que, mais do que nunca, faz com que eu não entenda um ser humano sedentário.
Dou início ao projeto "Xô, pochete!', vulgarmente chamado "Projeto M.I.L.F." ;)
SALADA DE ESPINAFRE, RADICCHIO E MAÇÃ
(ligeiramente adaptado da revista Jamie)
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