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quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Bolinhos de cenoura, o sucesso dos pepinos e a imprevisibilidade do paladar infantil

Já escrevi aqui algumas "dicas anti-stress" para alimentar uma criança pequena (ou pelo menos a MINHA criança pequena). Mas faltou uma. Uma boa para mãe que gosta de cozinhar mas não gosta de comer todo dia a mesma coisa: nunca presumo de antemão que o pequeno caçador de formigas vai recusar a comida que estou fazendo.

Porque é fácil fazer isso. Você, com uma vontade imensa de comer ensopado francês de peixe, imagina a criança lidando com aquele creme, os pedaços do peixe e frutos do mar, as texturas e temperos diferentes, a dificuldade com a colher, e repensa o jantar. E faz macarrão com molho de tomate, que é mais fácil. No dia seguinte, querendo soba com berinjela e manga, aparecem as mesmas inseguranças, seu dia foi cansativo, não está com o menor saco de lidar com criança birrenta... macarrão com molho de tomate. Pro pimpolho, apenas. Depois que ele vai dormir, você prepara seu soba para matar vontade.

Claro que às vezes eu caio nessa. Mas ando tentando não mais entrar na pegadinha da "comida fácil de criança". Principalmente quando Thomas me surpreende ao tomar um copo inteiro de lassi com água de rosas, chá de jasmim sem açúcar nenhum ou castanhas de caju crocantes e cheias de pimenta caiena. Nessas horas me lembro de que simplesmente não dá para prever o que uma criança vai gostar de comer ou recusar.

Tanto que, querendo ainda apresentar alimentos crus ao pimpolho, preparei essa raita? tzatziki? esse... pepino com iogurte para acompanhar os bolinhos de cenoura do Bill Granger. Presumi que ele comeria os bolinhos, pois bolinhos sempre fazem sucesso, e que talvez, se eu desse sorte, se interessasse em experimentar os pepinos, uma vez que estavam envoltos em iogurte e ele adora chuchar comida em molhos de qualquer espécie.

Surpresa: nem tocou nos bolinhos; comeu todo o pepino. o_O

Vai entender.

Fica a dica: não presuma nunca que o pimpolho vai ou não vai comer xis coisa baseado em experiências prévias. Lembra o vício em bananas do pequeno? Sumiu. Anda deixando bananas pela metade. Mas experimente deixar uma caixa de morangos à disposição. Tadinho, vai sofrer quando eles pararem de aparecer na banca orgânica.

Mesmo sem pimpolhos, no entanto, esse é um almocinho leve e muito gostoso. Apesar das inúmeras receitas, acabo fazendo os pepinos meio que sempre da mesma forma: fatiando fino, salgando e deixando numa tigela por um tempo, para sorarem. Espremo e descarto o líquido e misturo os pepinos a iogurte caseiro, um dente de alho bem picadinho, menta seca, cebolinha picada, pimenta-do-reino, um fio de azeite e mais sal, se julgar necessário.

Para os bolinhos, do ótimo livro Bill's Open Kitchen, de Bill Granger, misture numa tigela:
  • 60g (1/2 xic.) farinha de trigo
  • 125ml (1/2 xic.) de água com gás ou tônica
  • 1 ovo
  • 1/4 colh. (chá) de cominho moído
  • 1/4 colh. (chá) de sementes de coentro moídas
  • 1/4 colh. (chá) de cúrcuma
  • 1 colh. (chá) açúcar
  • 1 colh. (chá) de sal
  • 1 pimenta dedo-de-moça sem sementes e picada (ou a gosto)
  • 235g (1 1/2 xic.) cenoura ralada grosso
  • 8 talos de cebolinha picados
  • 25g (1/2 xic.) de coentro fresco picado
Aqueça uns 60ml de óleo numa frigideira grande e frite os bolinhos em porções de 2 colh. (sopa) cada, sem encher demais a frigideira. Frite por uns 2 minutos cada lado, até que dourem, escorra em papel-toalha e sirva quente, com um molhinho de iogurte à sua escolha ou os pepinos. Faz cerca de 12 bolinhos.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Um novo vício: Lassi

Demorei para voltar a produzir iogurte depois de me mudar, porque iogurte era meu lanche pós-corrida, com frutas ou granola caseira, e, sem correr há já muitos meses, não me via consumindo tanto iogurte desvinculado do exercício. Mas o livro Milk me trouxe essa vontade de volta, antes mesmo de lê-lo, e fui atrás de leite e um iogurte industrial (na falta do envelope de pó por aqui) para prepará-lo. Contei aqui como a primeira leva nunca virou nada que parecesse iogurte (aliás, deixei algumas horinhas a mais para ver se firmava ou azedava mais, e o que aconteceu foi o leite estragar, coisa que nunca me havia ocorrido antes), e que a segunda leva, feita com um iogurte que ainda continha alguma bactéria produtora de fermentação lática, ficou pobrinho, com textura de cola branca. O gosto estava ok, feito com leite bom, mas a textura estava muito pouco apetitosa para ser comido a colheradas com frutas frescas.

Comecei, então, a buscar o que fazer com aquele iogurte. E daí saíram o bolo de laranja e chocolate, um pãozinho de iogurte e mel delicioso e macio (foto abaixo), cuja receita original está aqui no Serious Eats, um cozido de lentilhas e espinafre com especiarias, do Bill Granger que além de muito bom, revelou-me que agora meu filho não só come, como adora grão-de-bico (ele sempre rejeitava o pobre legume), e mais um bom punhado de outras coisinhas gostosas.

E eu fiquei me perguntando por que diabos não usava mais iogurte para cozinhar.

Daí que voltei a produzir iogurte semanalmente, usando o Leitíssimo, que voltou a aparecer no meu mercado ou o Timbaúba, um leite orgânico de Alagoas que gostei um bocado. Ambos produziram bons iogurtes, só com o método de aquecer a 46ºC (por serem UHT, não há necessidade de ferver e deixar esfriar), inocular com uma ou duas colheres do iogurte anterior, ainda fresco, e deixar numa bolsa térmica por umas 8 horas. Aliás, para quem de vez em quando faz iogurte com cara de cola branca e não entende por quê, descobri no livro mais um motivo: presença de outras bactérias além das da fermentação lática; não tem problema se isso acontecer, o iogurte pode ser consumido, mas da próxima vez limpe muito bem todos os utensílios que serão usados na fabricação do iogurte e, se o leite for pasteurizado ou cru, ferva por um minutinho ou dois antes de deixar esfriar a 46ºC, para matar possíveis "bactérias erradas".

Minha produção de iogurte, no fim das contas, tem sido prolífica e constante, principalmente depois de ter começado a preparar quase que diariamente um grande copo de Lassi para meu lanchinho – a pequena futura arrasadora de corações me chuta horrores, reclamando de falta de comida, e fico com uma fome de leão no meio da manhã.

Lassi é uma bebida indiana a base de iogurte, que vai maravilhosamente bem com os pratos mais fortes e apimentados. Também existe em versões salgadas ou, uma das mais famosas, batida com manga. Mas é delicioso sozinho. Para um copão grande, estilo milk-shake, coloco 3/4 xic. de iogurte no fundo do copo, 2-3 colh. (chá) açúcar orgânico, um pouco de gelo picado, um splash de água de rosas (a gosto, mas muito pode deixar com jeito de perfume), e hortelã fresca bem picadinha. Misturo bem com uma colher comprida, e, enquanto misturo, vou completando o resto do copo com leite gelado, até ficar naquela textura de milk-shake ralinho, do tipo que você consegue beber de goles. Deve-se misturar muito bem, ou o iogurte adoçado fica no fundo e o leite por cima. Puxe a colher para a superfície enquanto mistura, para ter certeza de que ficará homogêneo. Nham! Vício, vício.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Muttar Paneer e birra de criança


E quando você tem um blog de culinária há tantos anos que já não se lembra de ter ou não publicado uma receita? Isso acontece com frequência comigo quando se trata de pratos que já preparei várias vezes. Não consegui encontrar no blog nenhuma referência a mutaar paneer, mas se parecer familiar a alguém, considere isso um reforço na minha recomendação. ;)

Adorei o conceito desse prato desde a primeira vez que vi Nigella preparando-o em seu programa de TV, e adorei ainda mais quando o fiz em casa, a primeira, a segunda e a décima oitava vez. É rápido, prático, e costumo ser tendenciosa no meu julgamento de qualquer coisa que tenha sotaque indiano.

Thomas, que desde as papinhas come temperos fortes como curries e pimentas, não estranhou. Comeu metade do prato com gosto, mas depois fez birra e não quis sobremesa. Simplesmente tirei o prato dele, lavei suas mãozinhas e deixei que saísse para brincar. Sem estresse.

O que me fez lembrar de quando ele fez birra a primeira vez. E como fiquei maluca com isso. O choro histérico (de mãe e filho), a comida no chão, a colher voando longe, e eu sem entender por que diabos meu filho recusava algo que até o dia anterior ele comera com gosto.

Isso passou.

Não a birra. O drama.

Birras existem e sempre vão existir. Um dia, é sono. Esse é fácil de reconhecer: não quer comer (nem mesmo a favorita e irrecusável banana), não quer beber água, no colo está ruim, no chão está pior. Chupeta e berço. Resolvido. Come um lanche reforçado quando acordar.

Noutro dia, é o dente. Qualquer comida que ofereça a menor resistência machuca. Irrita. Não quer comer, não quer colo e colocar no berço achando que é sono piora as coisas. Choro incessante. Pura histeria. Sofá e desenho. Distrai da dor. Resolvido. Mamãe faz um arrozinho com tomate, bem molinho, gostoso e fácil de comer, de jantar.

Num terceiro dia, é simplesmente falta de apetite. Porque adulto às vezes está sem fome, e olha para a comida e não quer nada. Tem dia em que ele comeu meio pãozinho a mais no café da manhã e na hora do almoço não tem fome. Brinca com o garfo, tira a comida do prato e coloca na bandeja do cadeirão, aperta nos dedos, bota de volta no prato. Comer, nada. Dois bocadinhos, se tudo isso. Ele se diverte, mas não come nada. Sem drama. Tira o prato, deixa a criança sair pra brincar. Lanchinho reforçado depois. Resolvido.

Às vezes, pelo meio da refeição, a birra vem. Brincadeira com a comida, garfo jogado no chão, prato virado ao contrário. Não é sono, não é dente, não é falta de apetite. É frustração. Frustração porque quer comer sozinho mas a mãe não está deixando, ou frustração porque quer comer sozinho mas suas habilidades ainda são parcas e dá muito trabalho colocar o arroz na colher e a colher na boca sem derrubar tudo pelo caminho. Nessa hora, pergunto: "posso ajudar?", e tento pegar o garfo da mãozinha dele. Se ele deixar, ele come ainda boas garfadas com mamãe ajudando.

Ou, para distrair da brincadeira da comida, de fazer montanha com purê de batata, basta um copo d'água. E, saciada a sede, ele volta a comer.

Ninguém está morrendo de fome, ninguém está desnutrido, ninguém deixa de comer a coisa certa na hora certa. Mas, principalmente, ninguém está estressado: nem mãe nem criança.

Normalmente, a não ser que o atirador de garfos tenha feito muita porcaria com sua comida, simplesmente guardo o pratinho na geladeira e dou de novo no jantar. Quase sempre ele come aquilo que ele recusou no almoço. Principalmente se eu, espertalhona, jogar algumas uvas-passas no meio (que o bicho adora) para abrir-lhe o apetite.

Então deixo aqui essas duas dicas. Claro, nem toda criança é igual. Mas birra de criança na hora de comer irrita qualquer mãe. Se você começou a lidar com isso pela primeira vez, a primeira dica: não estresse. Quanto mais irritada você ficar, mais a criança vai captar essa irritação e responder a ela. Não quer comer, não come. Come depois. Come amanhã. De modo geral, criança com fome come. A não ser que ela esteja incomodada com outra coisa (sono, dente, fralda cheia, etc...) ou que a comida seja difícil de ela comer (alface para quem não tem molares, por exemplo). Thomas detestava feijão quando menor, porque não conseguia triturar a casca do feijão e se engasgava. Hoje come qualquer tipo. Ainda não é fã de grão-de-bico, que é mais firme. Num dia ficou irritado por não conseguir comer milho. Na semana seguinte, andava por aí com a espiga na mão, metendo-lhe os dentinhos.

E sim, no dia seguinte, Thomas comeu todo o seu mutaar paneer.

E a segunda dica é: faça muttar paneer. Já fiz duas versões: a de um livro indiano, com mais ingredientes e etapas, e a versão adaptada da Nigella, que eu, no meu direito, adapto também. Como nunca tenho extrato de tomate, uso um ou dois tomates de alguma lata que eu tenho aberto. Nunca uso caldo de legumes, não precisa, o prato já é saboroso só com água. E uso queijo-coalho no lugar do indiano paneer, sempre com sucesso. Aliás, ele é ótimo para substituir o grego haloumi também. Não é a mesma coisa, mas tenho um amigo que fazia o inverso: morando em Londres, desejando queijo-coalho, usava o haloumi no lugar.

MUTTAR PANEER
(Adaptado do livro Feast, de Nigella Lawson)
Rendimento: 4 porções

Ingredientes:
  • 250g queijo coalho (retire os palitos, se houver, e corte em cubos pequenos)
  • 1 cebola, picada
  • 2 dentes de alho, picados
  • Gengibre fresco (cerca de 2,5cm), descascado e picado
  • 1 colh. (chá) garam masala ou curry em pó
  • 1 colh. (chá) cúrcuma
  • 350g ervilha congelada
  • 1 tomate fresco bem maduro picado ou retirado de uma lata
  • 250ml água
  • óleo vegetal

Preparo:
  1. Aqueça um fio de óleo numa frigideira ou panela grande. Doure o queijo no óleo, tomando cuidado, pois pode espirrar um pouco na hora de virar os cubinhos. Retire os queijos dourados com uma escumadeira e reserve. 
  2. No mesmo óleo (acrescente mais um fio, se precisar), refogue a cebola, o alho e o gengibre até que fiquem macios. Tempere com um pouco de sal e junte o garam masala e a cúrcuma. Mexa bem, deixando os temperos tostarem um pouco no óleo, por 1-2 minutos.
  3. Junte as ervilhas, mexa, e junte o tomate e a água, amassando o tomate com a colher e mexendo bem. Abaixe o fogo e deixe apurar por uns cinco minutos, até que a água tenha reduzido bem e formado um molhinho grosso, uns cinco minutos. 
  4. Desligue o fogo e junte o queijo reservado. Sirva com arroz. Delicioso com arroz integral. (Transformado em purê, com o arroz, fica uma ótima papinha.)

domingo, 13 de março de 2011

Curry de peixe de raspar o prato

Faltam apenas dois dias úteis para minha "licença-maternidade"; assim, entre aspas, porque freelancer tirando licença é quase tão improvável quanto a promessa da Unilever de que se comprando a margarina deles diminue-se a quantidade de doenças cardíacas no mundo. [Aliás, como eles ainda não foram processados por essas campanhas mentirosas, eu ainda não sei.] De qualquer forma, ainda mais agora que temos quase certeza de que o bebê venha um pouco adiantado, não vejo a hora de ter uma semaninha – só uma já estaria bom – de assistir a filmes com pé pra cima e fazer docinhos.

Chega de trabalhar. Já deu.

O quarto do bebê está pronto, a mala da maternidade (finalmente) também, e meu freezer está abarrotado de sopa veneziana de feijão, penne gratinado com espinafre e abóbora, torta de verduras e queijo, burritos, pães integrais, cookies de aveia, bolo de ameixa, de banana, brownies... tudo pra tentar facilitar os momentos sonâmbulos por vir.

Mas independente do que anda acontecendo dentro do freezer, o que tenho tido vontade de comer AGORA são mesmo temperos asiáticos. Já preparei diversas vezes um soba de chá verde com cogumelos e pepinos apimentados, macarrão chinês com peixe grelhado e legumes, e ando maluca para ir comer em um restaurante tailandês que um amigo recomendou.

Quando voltei da feira com dois filés enormes de Namorado, não tinha muita ideia do que fazer com eles. Até entrar no site do Jamie Oliver para reclamar de duas revistas minhas que extraviaram [e que serão enviadas novamente, porque eles são uns fofos e nem colocaram a culpa no correio brasileiro, como normalmente outras empresas fazem] e dar de cara com um Keralan Fish Curry.

Hmmmmmmm....

Cuuuuuurryyyyyyy...

:)

Não deu outra. Seria um excelente prato para estrear a lata de leite de coco tailandês que eu comprara a preço de ouro na Bombay. Explico: fico enfurecida de sermos um país em que se produz tanto coco, e não termos uma desgraça de uma garrafinha de leite de coco que seja de verdade. Todas as marcas têm água como ingrediente principal e gomas e estabilizantes para engrossar o caldo que pouco coco têm. Quando peguei aquela lata de aço na mão e li "extrato de coco, água e ácido cítrico", fechei os olhos para o preço e mandei bala. Sinceramente? Vale cada centavo. A textura é de creme, e o gosto é sensacional: como se eu tivesse aberto um coco maduro e raspado a carne branca para comer. É fresco e delicioso! COMPLETAMENTE diferente da textura aguada e do retrogosto ligeiramente amargo das nossas garrafinhas brasileiras. O que me deixou ainda mais enfurecida.

Sei que posso fazer o leite de coco em casa, muita gente já me disse isso. Mas numa quinta-feira à noite, de supetão, quando não posso sair e comprar um coco fresco, é bom saber que existe uma alternativa que fique me esperando na despensa.

O prato é facílimo de fazer e, enquanto mexia a panela e experimentava o caldo espesso em torno do peixe, não conseguia acreditar em como aquilo estava delicioso! Quando raspei o último resquício do molho da tigela, fiquei triste por não ter feito uma porção maior, pois, contrariando toda a minha política culinária, deus! como queria ter repetido o prato! ;)

CURRY DE PEIXE
(porções adaptadas daqui)
Tempo de preparo: 30 minutos
Rendimento: 2 porções

Ingredientes:
  • 2 filés grandes de namorado (ou outro peixe branco firme), sem pele, cortado em pedaços de 2,5cm
  • óleo vegetal
  • 1/4 colh. (chá) sementes de mostarda
  • 5 folhas de curry (encontradas na loja Bombay)
  • 1 cebola pequena, fatiada fino
  • 1 dente de alho, fatiado
  • 1 pedaço de 2cm de gengibre fresco, ralado
  • 1/2 pimenta chilli verde, sem sementes e picada (usei meio jalapeño)
  • 1/8 colh. (chá) pimenta caiena em pó
  • 1/4 colh. (chá) cúrcuma
  • 1/2 xic. leite de coco
  • 1/2 xic. tomates italianos em lata, com seu suco (amasse um pouco o conteúdo da lata, antes de medir e guarde o que sobrar na geladeira)
  • coentro fresco

Preparo:
  1. Aqueça um fio de óleo numa frigideira grande e junte as sementes de mostarda e as folhas de curry. Sem deixar queimar, espere que as sementes comecem a estourar. 
  2. Junte a cebola, o alho, o gengibre e o chilli e cozinhe em fogo médio-baixo, por uns 5 minutos, até que a cebola amoleça. 
  3. Misture a pimenta caiena e a cúrcuma em uma colherinha de água e junte à panela. Mexa tudo por 1 minuto e junte o peixe. Tempere com sal. 
  4. Junte o leite de coco e os tomates, misture muito bem, e cozinhe em fogo baixo, mexendo de vez em quando para não pegar no fundo, por 15-20 minutos, ou até que o peixe esteja cozido e o líquido, reduzido. 
  5. Acerte o tempero, polvilhe com bastante coentro picado e sirva com arroz basmati. (Ficou ótimo com arroz integral!)

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Risotto de cenouras à indiana

É muito interessante o momento em que deixamos de olhar para livros de receitas como fórmulas fixas e começamos a vê-los como fontes de idéias. Foi exatamente o que aconteceu quanto vi a salada de cenouras à indiana do novo livro do Jamie Oliver. Imediatamente me deu vontade de preparar... salada? Não, risotto. Usei basicamente os mesmos ingredientes (limitado pelo que havia na despensa), apresentando de uma forma diferente, o que tem sido minha brincadeira ultimamente: transformar sopas em tortas, tortas em saladas, saladas em risottos, risottos em sopas. Gostaria de ter o coentro para salpicar por cima para um toque de verde, e, no fim, esqueci-me de colocar as sementes tostadas de gergelim. Parece estranha a combinação, mas garanto que ficou muito, muito gostoso!!

RISOTTO DE CENOURAS À INDIANA
Rendimento: 2 porções grandes
Tempo de preparo: 30 minutos


Ingredientes:
  • 250g de arroz arbóreo
  • 1 litro de caldo de legumes
  • 1 cebola roxa picada
  • 4 cenouras médias descascadas e fatiadas fino
  • 2 colh. (sopa) de azeite de oliva
  • 3 colh. (sopa) de manteiga
  • 2 colh. (chá) de garam masala
  • 1/2 colh. (chá) de sementes de cominho
  • 1/2 colh. (chá) de gengibre em pó (ou 2-3cm de gengibre fresco ralado)
  • 1/4 colh. (chá) de cúrcuma
  • 1 colh. (sopa) de mel
  • 1/2 xíc. de parmesão ralado
  • sal e pimenta-do-reino moída na hora
Preparo:
  1. Coloque a cenoura, o mel, 1 colh. (sopa) de manteiga, uma boa pitada de sal e pimenta-do-reino em uma frigideira. Coloque água suficiente para cobrir e leve à fervura em fogo baixo. Deixe cozinhando, mexendo de vez em quando, até que a cenoura esteja cozida e toda a água tenha evaporado.
  2. Enquanto isso, aqueça o caldo de legumes em uma panela pequena. Em uma caçarola, aqueça o azeite. Coloque a cebola picada e refogue em fogo médio-baixo até amaciar. Junte o garam masala, o cominho, o gengibre e a cúrcuma e mexa bem para cobrir toda a cebola. Refogue por mais uns 2 minutos.
  3. Junte o arroz e mexa bem em fogo médio-alto para recobri-lo com os temperos. Junte a primeira concha de caldo e mexa bem para que absorva toda a água. Abaixe o fogo para o mínimo e vá juntando conchas de caldo, mexendo sempre, conforme a água for absorvida, por 15-18 minutos, até que o arroz esteja cozido. Se ele estiver muito seco, junte mais um pouco de caldo antes de prosseguir para a próxima etapa, ou, ao juntar o queijo, o risotto ficará firme demais.
  4. Junte a cenoura cozida e misture bem. Se quiser, bata metade da cenoura no processador até virar purê antes de juntá-la ao risotto. Desligue o fogo. Misture o restante da manteiga, o queijo ralado, acerte o sal e a pimenta e tampe por uns 5 minutos.
  5. Toste um punhado de sementes de gergelim e pique um punhado de coentro e espalhe por cima na hora de servir, se quiser.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Indiano, para variar



Chega um momento em que, confesso, canso do gosto de comida italiana. Chega de massa, chega de parmesão. Nessas horas, tiro da estante o livro que Allex me deu no natal passado: Complete Indian Cooking, e me esbaldo na variedade de sabores e aromas da culinária indiana.

Ontem à noite o jantar acabou saindo um pouco tarde, pois sempre me atrapalho um pouco na hora de preparar mais de um prato. Comecei separando todos os ingredientes lá pelas 19h, coloquei a berinjela no forno, enquanto preparava os outros legumes, e quando faltavam apenas 5 minutos para que a berinjela estivesse pronta, comecei a fazer os chapatis. No fim, quando jantamos, eram quase 10 da noite, mas com certeza valeu a pena esperar.

Escolhi os pratos conforme o que tinha na geladeira: bharta, uma espécie de purê de berinjelas assadas e depois refogadas com alho, cebola, coentro fresco, em grão e suco de limão; balti de legumes, um refogado do que estiver na estação (usei cenouras, abobrinhas e ervilhas) com cebola, alho, gengibre, coentro, cúrcuma e muita muita pimenta; e chapatis, um pãozinho chato como uma panqueca, de farinha de trigo integral, frito na frigideira com um pouco de ghee ou manteiga. Os chapatis eram recomendação de acompanhamento da receita de balti, e entendi o por quê quando experimentei os legumes: sempre esqueço que as receitas desse livro levam uma quantidade de pimenta além do meu paladar, e nunca diminuo a quantidade; o pão com certeza é uma base neutra que ajuda a diminuir o picante do prato. Não que isso incomode a meu marido: para ele, quanto mais pimenta, melhor.

De qualquer forma, os pratos foram um sucesso, tanto o balti picante quando o bharta ("refrescante", segundo Allex). Os chapatis me estressaram um pouco: feitos às pressas, não pegaram a consistência ideal e por isso não consegui abri-los fino o suficiente, ficando um pouco pesadões, apesar de saborosos. O que gosto da comida indiana, além da complexidade dos sabores, cores e aromas, é o fato de satisfazer rápido, fazendo com que comamos menos. O que sobrou ontem será reaquecido no vapor (não tenho, abomino e não quero ter microondas) e servido com uma porção pequena de arroz jasmim, que, como o basmati (que faltou em minha despensa desta vez) é o acompanhamento perfeito para qualquer prato picante de arder os olhos.

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Batatas ao curry


Se eu me deixar tomar pela preguiça culinária, não farei nada além de macarrão todos os dias. E geralmente é o que acontece no final do mês, quando acredito já ter gasto uma fortuna com supermercado e tento usar o que há na despensa sem comprar mais nada, nada. Os ingredientes frescos são os primeiros a serem consumidos, e eu acabo com muitas massas, latas de tomate e queijo. O que faz com que você deseje ardentemente começar o mês com qualquer coisa que não tenha sotaque italiano.

As batatas estavam sentadas em minha mesa havia já um tempo, e eu não me inspirava a fazer nada com elas, quando me lembrei de uma receita muito fácil que eu fizera um dia. A receita original pedia batatas bolinha com casca e era bastante comedida nos temperos, resultando num prato um pouco sem graça de batatas que não haviam absorvido o molho. Resolvi pegar então minhas batatonas Asterix, que têm uma linda casca rosa e são excelentes para fazer gnocchi, e fatiá-las, com casca mesmo, para que absorvessem melhor o tempero. Fui generosa com o curry em pó e especialmente exagerada com o gengibre ralado. Passas e leite de coco eu tinha na despensa, mas nada de coentro fresco. Dá-lhe salsinha mesmo, para não me obrigar a ir ao supermercado e gastar mais dinheiro. Para acompanhar, cozinhei um pouco de arroz de jasmim, um arroz branco muito aromático vastamente utilizado na culinária asiática. Se perfume é tão característico, que ele costuma ser cozido assim, apenas na água, sem nem mesmo sal. E nada combina melhor com um prato cremoso e apimentado como este. Claro, ele não é obrigatório. Você pode servir o curry com arroz comum, refogado em cebola, salgado normalmente.

BATATAS AO CURRY
Rendimento: 2 porções
Tempo de preparo: 40 minutos


Ingredientes:

  • 2 colh. (sopa) de óleo vegetal
  • 1/2 cebola picada
  • 2 dentes de alho pequenos ou 1 grande picados
  • 1 colh. (sopa) de gengibre fresco ralado
  • 1 colh. (sopa) bem cheia de curry em pó
  • 350-400 gramas de batatas com casca, em fatias grossas (1 cm)
  • 1 cubo de caldo de legumes dissolvido em 1 e 1/2 xic. de água
  • 1/2 xic. de leite de coco
  • 2 colh. (sopa) farinha de trigo
  • sal a gosto
  • 1/2 xic. de passas escuras sem caroço
  • Um punhado de salsinha picada

Preparo:
  1. Dissolva a farinha de trigo no leite de coco e reserve.
  2. Refogue em fogo médio a cebola e o alho no óleo em uma panela que que possa conter as batatas depois, até amaciar a cebola. Não deixe o alho queimar. Junte o gengibre e misture bem por 1 minuto.
  3. Junte as batatas e o curry e misture bem, para cobrir as batatas nos temperos. Despeje a água com o cubo de caldo e o leite de coco. Misture bem e deixe ferver. Abaixe um pouco o fogo e tampe, cozinhando por cerca de 20 minutos, ou até que as batatas estejam cozidas mas não desmanchando.
  4. Desligue o fogo. Experimente e acerte o sal. Misture as passas e sirva com a salsinha picada por cima.

Cozinhe isso também!

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