terça-feira, 20 de outubro de 2009

Risotto de abobrinha e ervilhas com alcachofras fritas

Havia tanto tempo eu não preparava risotto... Mas fiquei vidrada na fotografia do livro Venezia, da Tessa Kiros, assim que o abri. [Livro lindo, lindo, lindo, cheio de fotos maravilhosas e coisas gostosas, principalmente frutos do mar!] A única coisa que não havia em casa eram aspargos, mas aquela última abobrinha esquecida e a pobre e rejeitada alcachofra de minha geladeira imploravam para serem usadas nesse prato.

Tudo muito simples. Arranquei todas as folhas duras da alcachofra, deixando apenas o fundo e aquelas folhinhas bem macias do centro. Cortei-a ao meio, passei uma faquinha afiada na base daqueles espetos cabeludos e os retirei com facilidade. Então fatiei as metades de alcachofra bem fino, 4 ou 5mm, deixando os pedaços imersos em água com limão.

Fatiei uma abobrinha e piquei meia cebola. Refoguei a cebola em azeite até amaciar bem, então juntei a abobrinha e 1/2 xic. ervilhas congeladas. Temperei com sal e pimenta-do-reino e cozinhei por alguns minutos, mexendo sempre. Juntei 1 xic. de arroz arbóreo. Mexe-mexe-mexe. Estala-estala. Uma taça de vinho branco. Ok, uma para mim, uma para o risotto. Deixei evaporar até virar um xarope. Então caldo de legumes caseiro. Cozinha, cozinha, cozinha. Risotto veneziano costuma ser um pouco mais caldaloso do que em outras partes da Itália. All'onda.

Enquanto isso, escorri as fatias de alcachofra, sequei um pouco com uma toalha de papel e passei em umas duas colheres de farinha. Aqueci óleo vegetal numa frigideira grande e fritei as alcachofras por uns 5-7 minutos, até que estivessem macias e douradas. Deixei escorrendo no papel toalha.

Risotto pronto? Um naco generoso de manteiga, um punhado ainda mais generoso de parmesão ralado na hora e um pouco de salsinha picada. Mistura-mistura-tampa-deixa-quieto. Depois de alguns minutos, distribuo colheradas generosas no prato, disponho as alcachofras por cima, polvilho mais parmesão, um fio de azeite e folhas frescas de hortelã.

Um dos melhores risotti que já fiz. Achei que fossem dar 2 porções, uma vez que fiz metade da receita do livro, mas deram três, por conta da abobrinha grande que fez volume. Delicioso, aprovadíssimo e altamente recomendável. Já tenho uma lista mental de pelo menos 80% das receitas do livro que quero testar nos próximos meses. :)

Não descrevi aqui todos os passos do risotto, porque quem já sabe fazer risotto percebeu que a única coisa diferente de um risotto de legumes normal são as alcachofras fritas. Se risotto ainda é um mistério para você, leia isso.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

UMA SEXTA FEIRA FRUGAL 5: Camarões com feijão fradinho e salsão congelado

Meu marido detesta camarão. Minha teoria é de que é por falta de hábito, uma vez que sua irmã é altamente alérgica. Sabendo que seria uma refeição única e solitária, então, fui à feira, olhei para a senhora que atendia atrás dos bandejões de camarões de diferentes tamanhos, apontei para o escolhido e disse:

"Quero um pouquinho desse aqui."
"Um pouquinho? Quão pouquinho??"
"Tipo assim", expliquei, colocando as duas mãos em uma concha encolhidinha. "É só para mim, e não quero que estrague."
"Assim tá bom?", perguntou, meio desconfiada, ao colocar na bandejinha um punhadinho bem pequeno.
"Perfeito!"
"Mas é tão pouquinho..."

Eu nunca havia preparado camarão antes. Comer? Opa! Adoro camarão! Mas quando estava limitada ao tamanho (e preço) monstro das bandejas pré-pesadas de supermercado, camarão era algo fora de meu alcance. Principalmente sem ter com quem comê-los.

Esse foi meu almoço solitário. Talvez pelo fato da revista Gourmet ter fechado suas portas [um minuto de silêncio, por favor], eu ando fuçando mais nelas em busca de inspiração, o que me deixa ainda mais deprimida por saber que o número de outubro foi provavelmente o último a chegar na minha casa, apesar da minha assinatura ir até dezembro... :(

E tendo preparado feijão fradinho, adorei a ideia de combiná-los aos camarões. Acabei adaptando um pouco, omitindo as cenouras e o bacon, usando pimenta fresca ao invés de seca e usando pimentão vermelho no lugar do verde. Mas ficou delicioso mesmo assim. O caldinho que ficou no fundo me deixou muito na dúvida: não sabia se bebia, entornando o potinho ou se embebia um pãozinho nele. :)

Para uma porção, aqueci uma colher de azeite numa frigideira média e refoguei 1/2 dente de alho pequeno, 1/2 pimenta dedo-de-moça picada, 3 cebolinhas picadas, 1/4 xíc. de pimentão vermelho picado, 1/4 xic. salsão picado, 1 folha de louro, 1/2 colh. (chá) tomilho seco, sal e pimenta-do-reino. Cozinhei até que começassem a dourar. Então juntei 1 xic. do feijão fradinho com seu caldo de cozimento, abaixei o fogo, acertei o tempero e cozinhei em fogo brando por mais 5 minutos. Enquanto isso, aqueci mais um pouco de azeite em outra frigideira e juntei a outra metade de alho picado e um punhado de camarão limpo e sem casca, temperado com sal e pimenta-do-reino, cozinhando por uns 3 minutos em fogo médio-alto, até que estivessem opacos. Juntei tudo na tigelinha e nham!

A DICA FRUGAL: SALSÃO/AIPO CONGELADO
Salsão sempre vem naqueles maços imensos, que, a menos que você o coloque em tudo que cozinha, acaba ficando molenga na geladeira e estragando. Compre-o, lave-o, retire as folhas. Separe o coração do aipo, com as folhas verde-claras e pequenas, para saladas, pois essa é a melhor parte do salsão. O restante, pique. Ou tudo de um tamanho que você use sempre, ou metade em pedaços grosseiros, para cozidos, metade miúdo, para refogar com cebola. Ferva água em uma panela grande, e tenha uma tigela também grande ao lado, com água e cubos de gelo. Jogue o salsão picado na panela e ferva por 1 minuto. Então retire com uma escumadeira e jogue na tigela de água gelada, para parar o cozimento. Escorra bem e espalhe em uma camada só o salsão sobre uma assadeira que caiba no seu freezer. Os pedaços não devem ficar grudadinhos uns nos outros, ou eles congelarão grudados. Leve ao freezer por algumas horas. Quando estiverem bem congelados, passe-os para um saquinho ou tupperware e volte-o ao freezer. O branqueamento (fervura e água gelada) faz com que o salsão não perca sua textura crocante com o congelamento. E o congelamento individual faz com que os pedacinhos permaneçam soltos dentro do saquinho depois, deixando mais fácil a tarefa de retirar apenas a porção necessária. Claro, deixe os pedaços maiores num saco e os miudinhos em outro. Fazendo isso, se você for uma consumidora de salsão não muito voraz como eu, precisará comprar salsão uma vez a cada três ou quatro meses, e poderá usá-lo sempre que quiser.

Cozinhe isso também!

Related Posts with Thumbnails