Não ando preparando muitos doces, por todos os motivos abaixo:
1. Tive uma overdose de cozinha (e doces) no fim do ano e ando com mais vontade de comer frutas in natura.
2. Ganhamos muitos chocolatinhos, biscoitos e coisinhas natalinas comestíveis, e não gosto de fazer doce novo enquanto não acabar com o que há em casa.
No entanto eu comprara damascos frescos ainda antes do ano novo com uma intenção específica: purê (ou calda) de damasco. Preparara isso no ano passado com uma bandejinha de frutas que estavam muito sem gosto, e o resultado fora sensacional. Esperei, então, o ano inteiro pelo surgimento dos damascos frescos no supermercado, salivando de antecipação.
O preparo não poderia ser mais simples: coloque numa panela média 1/2 xic. de açúcar, 1 1/2 xic. de água e algumas gotas de extrato de baunilha e leve à fervura, até que o açúcar tenha dissolvido. Ferva por um minutinho ou dois e junte cerca de 15 damascos cortados ao meio e sem caroço. Espere levantar fervura, abaixe o fogo, tampe e deixe cozinhar até que os damascos comecem a se desmanchar. Desligue o fogo e passe tudo por um liquidificador, processador ou um passa-verdura. Guarde em potes na geladeira e use em sorvetes, iogurte, bolos, pãezinhos... A receita é da Tessa Kiros, do livro Apples for Jam, que eu adoro.
Hoje de manhã já misturei fartas colheradas ao iogurte caseiro, até que todo o iogurte ficasse cor-de-laranja e perfumado. Poderia comer isso pelo resto da vida. Tão bom...
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
terça-feira, 4 de janeiro de 2011
Um almoço colaborativo: pizzoccheri com folhas de rabanete
Espero que todos tenham tido um ótimo Natal e um excelente Reveillon. Eu tinha sim planos de escrever durante o fim do ano a respeito de todas as minhas desventuras culinárias, mas confesso que depois de passar tantos dias preparando comida, a única coisa que queria era sentar e comer, e não ficar fotografando ou falando a respeito. Passadas as festas, passei dois merecidos dias assistindo a uma temporada inteira de Mad Men, com meus delicados pés tamanho 40 para cima.
[Apenas para matar a curiosidade de qualquer transeunte, o almoço do dia 25 foi quase um repeteco de dois anos atrás: pasta de figo seco e avelã com pecorino, arroz selvagem com cramberries secas e castanhas, couve de bruxelas com parmesão, uma salada de aspargos, batatas e avelãs e uma torta de abóbora, tudo para acompanhar o peru, o tender e a farofa de minha mãe. De sobremesa, o velho e bom panettone, sorvete de nozes, sorvete de baunilha e calda quente de chocolate. Como alternativa, torta de limão com coco. No Reveillon, Saint Peter marinado em charmoula, com berinjelas e pimentões agridoces, rúcula e batatas assadas.]
De qualquer forma, confesso que ainda estou esperando a correria passar. No fim do ano, a correria do trabalho virou correria de compromissos familiares e com amigos que não via havia muito tempo e depois correria de cozinha. Quando essa maratona passou, me vi defronte a uma nova: a maratona do "faltam três meses para o bebê chegar e eu ainda não tenho nem onde colocar o moleque".
Vê-se logo que as experimentações culinárias andam em segundo plano.
Hoje, com pouco tempo e muita fome, resolvi colocar em uso dois deliciosos presentes: um maço de folhas de rabanete fresquinhas, colhidas da horta de meu primo, e um pacote de pizzoccheri que minha cunhada nos trouxe da Itália.
Enquanto os pizzoccheri cozinhavam, piquei grosseiramente as folhas de rabanete e fatiei um grande dente de alho. Refoguei o alho numa frigideira com um fio de azeite e um naco de manteiga. Quando começou a dourar, juntei as folhas, com uma generosa pitada de sal e pimenta-do-reino, e mexi com um garfo grande de bambu [acho os garfos mais práticos que as colheres para mover folhas numa frigideira sem jogá-las para fora da panela] até que estivessem murchas mas ainda de um verde bem vivo. Juntei um punhado de passas, mais um naco generoso de manteiga e acertei o tempero. Então bastou escorrer os pizzoccheri e juntá-los às folhas refogadas, servindo com um punhado de parmesão ralado grosso.
De barriga cheia e gordice satisfeita, posso voltar para minha correria.
[Apenas para matar a curiosidade de qualquer transeunte, o almoço do dia 25 foi quase um repeteco de dois anos atrás: pasta de figo seco e avelã com pecorino, arroz selvagem com cramberries secas e castanhas, couve de bruxelas com parmesão, uma salada de aspargos, batatas e avelãs e uma torta de abóbora, tudo para acompanhar o peru, o tender e a farofa de minha mãe. De sobremesa, o velho e bom panettone, sorvete de nozes, sorvete de baunilha e calda quente de chocolate. Como alternativa, torta de limão com coco. No Reveillon, Saint Peter marinado em charmoula, com berinjelas e pimentões agridoces, rúcula e batatas assadas.]
De qualquer forma, confesso que ainda estou esperando a correria passar. No fim do ano, a correria do trabalho virou correria de compromissos familiares e com amigos que não via havia muito tempo e depois correria de cozinha. Quando essa maratona passou, me vi defronte a uma nova: a maratona do "faltam três meses para o bebê chegar e eu ainda não tenho nem onde colocar o moleque".
Vê-se logo que as experimentações culinárias andam em segundo plano.
Hoje, com pouco tempo e muita fome, resolvi colocar em uso dois deliciosos presentes: um maço de folhas de rabanete fresquinhas, colhidas da horta de meu primo, e um pacote de pizzoccheri que minha cunhada nos trouxe da Itália.
Enquanto os pizzoccheri cozinhavam, piquei grosseiramente as folhas de rabanete e fatiei um grande dente de alho. Refoguei o alho numa frigideira com um fio de azeite e um naco de manteiga. Quando começou a dourar, juntei as folhas, com uma generosa pitada de sal e pimenta-do-reino, e mexi com um garfo grande de bambu [acho os garfos mais práticos que as colheres para mover folhas numa frigideira sem jogá-las para fora da panela] até que estivessem murchas mas ainda de um verde bem vivo. Juntei um punhado de passas, mais um naco generoso de manteiga e acertei o tempero. Então bastou escorrer os pizzoccheri e juntá-los às folhas refogadas, servindo com um punhado de parmesão ralado grosso.
De barriga cheia e gordice satisfeita, posso voltar para minha correria.
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