segunda-feira, 9 de junho de 2008

Salada de beterrabas e folhas amargas: controle de prejuízo das férias...



Férias são mesmo necessárias para se colocar a cabeça de volta no lugar e pôr sua vida em perspectiva. Mas que faz um estrago na silhueta, isso faz. Depois de grandes porções de boa comida e uma certa freqüência (deliciosa? preocupante?) de vinhos e cervejas para acompanhar as refeições, voltei sentindo-me uma verdadeira bolha. Tudo o que quero é retomar o ritmo de exercícios e tentar tornar os pratos da casa um pouco mais leves. Afinal, ultimamente, o único da casa com físico impecável é o cachorro.

Passei no mercado para livrar minha geladeira de seu triste vazio, e tentei compor no carrinho a salada que me lembrava de um dos livros que comprei durante a viagem (Fast Food, de Gordon Ramsay, o único dele que me pareceu mais pé no chão e com menos receitas carnívoras). No entanto, ao folhear novamente o livro em casa, percebi que misturara em meu cérebro cerca de 3 diferentes receitas suas, de modo que, sem titubear, usei os ingredientes para criar minha própria, que ficou parecida, mas não igual a uma outra que fiz há tempos atrás.

SALADA DE MINI-BETERRABAS E FOLHAS AMARGAS
Tempo de preparo: 20 minutos
Rendimento: 1 porção


Ingredientes:
  • 5-6 mini beterrabas, com casca e caules
  • 1 punhado de folhas de rúcula selvática
  • 1 radicchio de treviso pequeno (aquele comprido, que parece uma endívia, menos amargo que o redondo)
  • 1 colh. (sopa) de queijo de cabra tipo Crottin esmigalhado
  • 1 1/2 colh. (sopa) de azeite extra-virgem
  • 1/2 colh. (sopa) de vinagre balsâmico de qualidade
  • sal e pimenta-do-reino a gosto
Preparo:
  1. Lave as beterravas, coloque em uma panela pequena com água e cozinhe até ficarem macias.
  2. Fatie o radicchio inteiro, de modo a obter rodelas finas. Reserve.
  3. Misture o azeite, o vinagre, o sal e a pimenta, até que fique homogêneo e reserve.
  4. Escorra as beterrabas, e corte-as ao meio no sentido do comprimento, ou em quartos, se forem maiores. Você pode comê-las quentes na salada ou esperar que esfriem.
  5. Misture a rúcula e o radicchio, disponha as beterrabas por cima e derrame o vinaigrette, misturando delicadamente. Espalhe o queijo por cima e bom apetite!

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Novas tralhas: a melhor parte de qualquer viagem!

De um hotelzinho em San Francisco, escrevi rapidamente um e-mail para Allex, contanto as travessuras de viagem.

"Não vai acreditar! Comprei facas Henckels! Iêeei!"

Ao que, no dia seguinte, tive sua resposta:

"Pára de comprar faca! Não tem mais espaço, mulher!"

Dei ouvidos ao apelo desesperado de meu marido? É claro que não. Havia entre as lojas de cozinha e mim uma atração irresistível. Era impossível passar por qualquer uma delas sem arrastar minha tia para dentro para fuçar em tralha. Ela ria e meneava a cabeça, num misto de preocupação e surpresa, assistindo à minha crescente empolgação frente a cortadores de biscoito e panelas. Hoje minha tia provavelmente pensa que sou um pouco biruta.

Quando pus meus pés brasileiros na Sur la Table e na Williams-Sonoma, comecei a contar mentalmente meu dinheiro, para saber se seria possível levar as lojas inteiras. Ok, respire fundo. Seu apartamento é minúsculo, sua cozinha já está irremediavelmente abarrotada e a verdade é que você não precisa de micro-panelinhas verde-limão da Le Creuset, nem de um pilão mexicano. E acalme-se, não leve todos os cortadores de biscoito: você nem faz tantos biscoitos assim.

Ai, ai...

O resultado do equilíbrio entre a histeria consumista e a fagulha moribunda mas ainda existente de consciência em mim, está aqui:

Uma forma de mini-muffins num preço justo (não os absurdos 90 reais que as lojas cobram por uma forma da Tramontina);

Uma forma francesa de madeleines não antiaderente (enfim!!), porque assim elas criam aquelas deliciosas casquinhas em volta, que de outra forma não existiriam;

Um assadeira de baguettes, para aplacar o perfeccionismo irritante da padeira dentro de mim;

Duas formas de madeira de biscoitos chineses, pelas quais fiquei absolutamente encantada quando fui à China Town de San Francisco (não sei ainda o que fazer com elas, mas inventarei alguma coisa);

Quatro novos cortadores de biscoito: uma árvore de Natal, um homem de gengibre, um pé e um osso, pois sempre quis fazer cookies de gente que tivessem cara de biscoito de cachorro. Só pela piada;

Dois silpats;

Um pano de linho para queijos e afins, pois nunca os encontrei por aqui (e me arrependo de não ter comprado mais);

Quatro potinhos dengosos com desenhos de tomate, beringela alcachofra e aspargos;

Um cesto para fermentar pão, para que ele fique com desenhos circulares sobre a casca;

Uma espátula decente de cabo de madeira;

E, finalmente, minhas lindas, fantásticas, afiadíssimas facas alemãs Zwilling Henckels: um jogo com uma de chef de 8 polegadas, uma multi-uso e uma de frutas. Eu pretendia levar apenas uma. Mas quando vi que o jogo (que ainda vinha com uma chaira nova) custava um terço do preço de uma única faca aqui no Brasil ("por que diabos?" seria uma ótima pergunta), não pude me controlar. Cheguei a experimentar uma faca de chef da Global. Deus do céu: a faca não tinha nem 2mm de espessura, era a lâmina mais bonita que já vi, e tinha o peso de um talher de plástico. Absolutamente sensacional! Mas a vendedora foi atenciosa e explicou que aquela era uma faca delicada, que não era feita para cortar ossos ou abóboras, serviços para os quais facas mais pesadas seriam mais apropriadas. Bom, não sei quanto aos ossos, mas abóboras muito me interessam. Henckels it is!

Como vocês podem ver, eu fui uma boa menina, e nem me descontrolei... muito.

Cozinhe isso também!

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