Não é possível. Não - É - Possível!
Hoje consegui uma folguinha na correria desenfreada que tem sido as últimas semanas. Consegui brincar com o cachorro, tomar um café com minha mãe, até tomar uma tacinha de vinho no meio da tarde, já que meu trabalho está terminado por enquanto, e eu dependo do cliente para continuar. Então me deu vontade de bolo de chocolate. Nada muito cheio de firula. Simples e honesto bolo de chocolate. Daqueles com gosto de mãe.
Achei que seria uma ótima oportunidade de colocar o Larousse do Chocolate à prova novamente. Quem frequenta essas bandas já soube desse desastre completo e desse outro menor, e da cisma que fiquei do livro. Outro dia, saindo de uma reunião com uma colega que, só por acaso, trabalha com confecção de chocolates e chegou até a fazer o curso da Callebaut, na Bélgica, comentei a respeito do maledetto. "Ah, ganhei esse livro de natal, mas não fui muito com a cara não!", comentou. Perguntei por quê, e ela me disse que achara as proporções de ingredientes muito estranhas e que tentara duas ou três receitas sem bons resultados. Desistira e aposentara o livro. Estava mesmo pensando em passá-lo para frente. "E o Pierre Hermé?", perguntei, "Você que já comeu coisas dele, acha que é tudo isso ou é só o nome da modinha?". Ela deu de ombros. "Ele inventa umas coisas originais. Mas acho que é só moda."
Outro dia dei de cara com uma foto dele num blog, e não pude deixar de antipatizar com sua cara de bolacha de quem comeu mais macaroons do que comportava seu metabolismo. Você não me engana, pensei.
De volta ao livro, escolhi uma receita que por acaso não era dele, mas de um confeiteiro convidado. Bolo Suzy. Facílimo. Sem margem para erros. Derrete chocolate e manteiga, mistura aos ovos batidos com açúcar, incorpora farinha, leva ao forno entreaberto, calçado com uma colher de pau por exatos 25 minutos.
O forno estava na temperatura correta, a massa com uma cara ótima, forma do tamanho certo untada e enfarinhada à perfeição. Calço a porta. Vinte e cinco minutos passam. Minto: vinte e sete, pois confiei mais no meu relógio de pulso do que no timer do forno. Desligo o fogo. Abro a porta. O bolo cresceu maravilhosamente, de modo uniforme, e formou uma linda casquinha quebradiça. Uau! Redenção total!, pensei. Enfio as luvas de silicone nas mãos. No que movo a forma ligeiramente, fazendo menção de retirá-la da grade do forno, o alerta: wooble, wooble, wooble faz a massa. Um recheio completamente líquido move-se sob a casquinha quebradiça. Não é molinho. É LÍQUIDO.
Respiro fundo.
Blasfemo um pouco.
Fecho a porta do forno e programo mais vinte e cinco minutos no timer. Sem colher calçando p*rra nenhuma. Esse bolo vai sair, mas vai sair do MEU jeito. E pro inferno esse livro.
terça-feira, 22 de janeiro de 2008
domingo, 20 de janeiro de 2008
PADARIA DE DOMINGO 3: Pão italiano integral

Como já havia feito esta receita de pão italiano, achei que seria interessante testar sua versão integral. Ele não é um pão feito 100% com farinha integral, mas talvez por isso mesmo seu miolo tenha ficado tão macio. Desta vez, entretanto, usei o vapor no começo do cozimento, como indicado na receita, e sua casca, ao invés de dura a ponto de quebrar faca serrilhada (como já ficaram outros pães meus), ficou firme e ligeiramente "borrachosa" como deve ser a casca do pão italiano. Absolutamente delicioso para comer do meu jeito favorito no café-da-manhã: passado na frigideira com bastante manteiga e polvilhado de sal moído grosso.



(Quase nada adaptado do Professional Baking)
Tempo de preparo: 20 minutos, mais 2h30 de fermentação e 30min. de forno
Rendimento: 1 pão de 600g ou 2 de 300g Ingredientes:
- 225g de água morna
- 3g de fermento ativo seco instantâneo
- 160g de farinha de trigo integral
- 215g de farinha de trigo para pães
- 7g de sal
- 2g de açúcar cristal orgânico
- Misture o fermento, o açúcar e a água morna e deixe descansar até que haja bolhas na superfície. Junte o restante dos ingredientes e sove bem a massa sobre uma superfície polvilhada de muito pouca farinha, até que ela fique lisa, elástica e desgrude das mãos (a massa é úmida, no entanto, não deve estar seca). Na batedeira com gancho, deixe na velocidade 2 por 8 minutos.
- Forme uma bola sem fendas e deixe fermentando numa tigela (não precisa untar nem enfarinhar) coberta por um pano por 1h30 se o dia estiver quente (27ºC) ou 2h se o dia estiver frio (24ºC ou menos).
- Afunde a massa com os punhos, trazendo as pontas para dentro e forme uma bola novamente. Deixe relaxar por 5 minutos. Abra a bola com os punhos, esticando, em forma de retângulo, com uns 30cm de comprimento. Role-a como um rocambole, apertando bem e selando a massa. Não deixe fendas visíveis. As pontas devem estar arredondadas, e não pontudas. Role sob as palmas para deixar o filão mais comprido, se quiser. Coloque em uma assadeira polvilhada com farinha de milho e deixe que dobre de volume.
- Pincele o pão com água e faça-lhe cortes diagonais ou um único no sentido do comprimento. Leve ao forno pré-aquecido a 220ºC por cerca de meia hora. Deixe uma assadeira com água fervendo na prateleira de baixo do forno pelos primeiros 10 minutos.
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