
No entanto, meu tomilho morreu. Secou e morreu, assim, puft. As cebolinhas que vêm no cheiro verde da feira vão direto para a terra (quando não vão para o prato), e ali se multiplicam por algum tempo, e então perecem. A alfazema vai de vento em popa, mas esse ano ainda não floriu nenhuma vez. O manjericão é sempre o mais chatinho, uma hora com pulgões, uma hora com cochonilhas, outra hora com aquelas microscópicas aranhinhas. Minhas batatas tiveram podridão na base do caule e não deram batata nenhuma e meu tomateirozinho deu cinco tomates do tamanho de azeitonas, mofou e implodiu.
Cansada de tratar minhas plantas como filhos, resolvi dar-lhes um tratamento "que o mais forte sobreviva". Tudo por ter visto um vídeo no site da revista Gourmet, em que um produtor de trigo orgânico no interior dos Estados Unidos dizia deixar crescer qualquer coisa em meio ao trigo, pois a competição fortalecia o grão e a variedade de nutrientes no solo tornava-o mais saboroso.

E salada eles viraram.
Colhi meus trevos novos e verdinhos e misturei-os a uma maçã Gala fatiada fina [as maçãs Gala estão fantásticas esse mês, e quem me disse em outro post que elas só são farinhentas fora de época estava completamente certo!], um pouco de queijo Brie em pedacinhos, e um vinaigrette de 1 colh. (sopa) de azeite, 1 colh. (chá) de excelente vinagre balsâmico e uma pitada de sal. Eu não pretendia escrever sobre mais uma salada, ainda mais com maçãs, mas essa com certeza valia a pena ao menos uma menção.
[A receita vem do último livro de Heloísa Bacellar, que seria ótimo não fosse a ausência de um índice remissivo, o que dificulta um bocado na escolha das receitas. A receita original usa queijo Camembert.]