
Se há algo que me salvou durante minha looooooonga dieta foi ter sempre à mão de três a cinco tipos de folhas e ervas para as saladas verdes. E, para ser sincera, não me lembro de ter feito duas vezes a mesma combinação. Hoje quis usar tudo o que havia na geladeira, e usei alface romana, roxa, coração de escarola (aquelas folhas mais claras e delicadas, do centro do pé), radicchio e um pouquinho de salsinha. Tudo rasgado com os dedos — e depois misturado também com os dedos. Feche os olhos quem vier almoçar aqui em casa e achar que certas estão as madames da televisão que usam luvas de borracha. Meto a mão (limpinha) na comida mesmo, pois não há nada mais triste do que uma salada verde esmagada por garfos e colheres, jazendo murcha e estatelada no prato.
Meu tempero é sempre o mesmo e, para mim, o melhor de todos para uma salada verde: um vinaigrette de azeite extra-virgem, vinagre branco, mostarda de Dijon (na mesma medida do vinagre), sal e pimenta-do-reino. Mostarda de Dijon eleva qualquer alface aos céus. E, mais uma vez no reino dos favoritos, acho que nada acompanha melhor uma salada verde do que uma omelete. Assim, simples: ovos, um nadinha de leite e manteiga. Nunca fui capaz de preparar uma omelete como Julia Child ensina nesse post da Lud. Talvez minha panela esteja velha e o antiaderente tenha ido para o saco. Talvez seja mera inaptidão de minha parte, muito acostumada a preparar frittate com o auxílio do grill. Então sempre enrolo minha omelete meio quebradinha, com a ajuda de uma espátula. Ela nunca fica linda, mas sempre fica cremosa, o que me deixa muito, mas muito feliz, uma vez que ovos secos e cinzentos, cozidos além da conta, são uma grande fonte de irritação para mim.
Quem diria, depois de tantos anos, que eu me tornaria viciada em salada. Ainda mais salada verde. E não, não vou entrar no mérito que tem cor-de-vinho na minha salada verde... Deixem essa passar, ok? ;)