domingo, 26 de outubro de 2008

PADARIA DE DOMINGO 25: Pãozinho francês, de novo


Não posso falar pelas outras regiões do Brasil, mas em São Paulo, dizer "vou comprar pão", é sair para comprar pão francês. Aquele, do tamanho do seu sanduíche de domingo à noite, vítima da infame piadinha do "sabe como chama pão francês na França? Pão!". Daí meu peito estufado de orgulho por poder produzir pão francês na minha cozinhazinha piquititica.

Não me importa que não seja o pão mais difícil que eu já produzi (quando muito, é um dos mais fáceis); o que me importa é que ele é o mais emblemático. É o pãozinho do lanche da escola, do misto-quente, do ovo de gema mole ou do caldinho de feijão da minha mãe, onde eu mergulhava os nacos do pãozinho fresco e esperava 1-2-3 segundos para embebê-lo bem em toda aquela gostosura líquida. É o pão que minha mãe fatiava e torrava no forno, para moer no dia seguinte no moedor de carne vermelho com cara de anos 70, para fazer a farinha de rosca que envolveria frango à milanesa do almoço.

Pão francês por aqui não é novidade. Inclusive, usei a mesma receita, apenas substituindo metade do açúcar por extrato de malte, como no livro. A diferença foi no visual: finalmente consegui acertar o tamanho certo do pãozinho. Na hora de dividir a massa crua para moldar os pães, cada bolinha de massa deve ter entre 135 e 140g. Quando moldá-los e deixá-los na assadeira, eles parecerão salsichinhas de cerca de 10cm de comprimento e uns 2,5cm de diâmetro; mas como inflam! Para que mantivessem bem seu formato arredondado em baixo, usei a forma de baguettes, onde coube exatamente uma dúzia de pães, só para me fazer sentir ainda mais numa padaria. ; )

Como na primeira vez em que os fiz, meu maior prazer foi deixá-los fermentando e assando assim, grudadinhos uns nos outros, apenas para que, depois de prontos, pudesse separá-los e ver seus miolos brancos e fofos se desgarrando uns dos outros.

Desta vez, no entanto, os pães não desenvolveram a mesma casquinha quebradiça da primeira vez. Culpa da falta de vapor. Ao invés da assadeira, apenas pulverizei o forno com água, mas isso obviamente não foi suficiente. O método da assadeira com água fervente se provou, pelo menos hoje, mais eficiente.

Cozinhe isso também!

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