segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Sardines Panées

Fui dormir ontem à noite folheando uma revista francesa Saveurs, de Agosto. Quando vi as sardinhas empanadas, fechei a revista, os olhos e adormeci pensando no almoço do dia seguinte.

Hoje, preparei-as, comi-as, lambi os dedos. Delícia. Mas sei que elas nunca mais terão esse gosto, não importa quantas vezes repita a receita. Pois ao invés da ciabatta amanhecida esfarelada, usei as últimas duas broinhas de fubá que haviam restado, sequinhas, sequinhas. O sabor sutil da erva-doce das broas com certeza enriqueceu o tempero das sardinhas. Substituí também os pinoli requisitados por castanhas de caju bem picadas, e, por fim, a menta por manjericão. Por último, as sardinhas usadas na revista tinham pele e ainda as barbatanas do rabo, mas as únicas sardinhas em lata que eu tinha eram do tipo sem pele e sem espinhas. Está bem, é praticamente outra receita. O importante é que ficaram perfeitas sobre uma cama de rúcula selvática, meu tipo favorito, mais suave.

SARDINHAS EMPANADAS
(Adaptado livremente da revista Saveurs, edição de Agosto de 2007)
Tempo de preparo: 30 minutos
Rendimento: 2 porções


Ingredientes:
  • 50g de broa de milho amanhecida
  • 30g de queijo parmesão ralado
  • 1 punhado de salsa picada
  • 20g de castanhas de caju picadas
  • algumas folhas de manjericão picadas
  • 1 lata de sardinhas sem pele e sem espinhas (cerca de 6 filés)
  • 1 ovo extra-grande
  • 2 colh. (sopa) de farinha de trigo
  • 2 colh. (sopa) de azeite de oliva
  • sal e pimenta-do-reino a gosto
Preparo:
  1. Esfarele o pão até virar pó. Misture-o ao queijo, castanhas, salsa e manjericão. Em outra tigela, bata o ovo com uma colherinha de leite ou água.
  2. Espalhe a farinha em um prato. Pegue os filés e, um a um, passe-os na farinha, depois no ovo batido e em seguida na mistura de pão, cobrindo-o o mais possível e separando as sardinhas empanadas em um prato.
  3. Aqueça o azeite em uma frigideira. Doure as sardinhas em fogo baixo por 3-5 minutos de cada lado. Tempere-as com sal e pimenta-do-reino moída na hora sobre uma salada de rúcula.

Ana Corre!

Neste domingo não houve experimentos culinários. Não que eu não quisesse. Passei a tarde toda abrindo e fechando porta de geladeira, olhando em volta, na vã esperança de que um bolo surgisse espontaneamente sobre a mesa da sala, por um passe de mágica. Estava simplesmente cansada demais para cozinhar. Razão pela qual o almoço foi pastel de feira e o jantar, comida chinesa.

O motivo do cansaço começou na noite anterior. Talvez fosse ansiedade, talvez fosse apenas culpa do cão, insone, que vagou de um lado para o outro do apartamento durante toda a noite; seja qual for a razão, tive insônia das bravas de sábado para domingo. Péssimo momento para isso: justamente no domingo tive de acordar às 5 horas da manhã, tomar meu café e pão com manteiga, vestir a roupa de ginástica, o tênis de corrida e ir pegar o carro da minha mãe (a uns 3 quarteirões de casa) para dirigir-me ao estacionamento do World Trade Center. Para quê, você pergunta, para quê? Para então pegar o ônibus fretado que me deixaria, às 7 horas da manhã, na largada da Nike 10k, na Cidade Universitária.

Mencionei que estava chovendo? Contei o detalhe da chuva torrencial às 5 da manhã? Falei da burrada de ir com o tênis no pé até o estacionamento pegar o carro? Preciso dizer que antes da largada, às 8 horas, quando ainda chuviscava, meus pés já estavam completamente encharcados? Não, não preciso dizer. Fazia o aquecimento e olhava para meus tênis, pensando "olá, bolhas!".

Bom, a despeito da insônia, da chuva, das bolhas, e do DJ sofrível contratado para tocar durante o evento, diverti-me muito com outras 24.999 pessoas. O que me fez pensar seriamente no poder da mídia e de marcas como a Nike, que conseguem convencer 25 mil idiotas (inclusa esta que vos fala) a pagarem 60 reais para se vestirem de azul e correrem 10 quilômetros debaixo de chuva. É... Para quê? Para quê? Para que eu e todos os outros idiotas possamos nos sentir orgulhosos e satisfeitos. Eu, pelo menos, sinto-me assim. Primeiro, porque foi minha primeira prova de 10k. Segundo, consegui fazer o percurso em 5 minutos menos do que esperava: 1 hora, 1 minuto e 53 segundos; ou seja, 6 minutos e 12 segundos o quilômetro. Terceiro, porque cheguei em 8.597º lugar. Tá, não é ouro, mas pelo menos eu fui melhor do que 16 mil pessoas. Hehehe... Quarto, porque, preciso lembrar-me disso: há 6 meses atrás eu não corria 300 metros sem ter meu coração fugindo pela boca.

Então, parabéns para mim! O descanso no domingo foi merecido. Agora, de volta às panelas.

Cozinhe isso também!

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