segunda-feira, 1 de junho de 2009

Oh, my darling Clementine... cake.


Oh, yeah, eu ousei e fui direto no cliché no título!!! ;)
Bolo de tangerina da Nigella.

Desde que as danadas das mexericas (orgânicas) surgiram no mercado, eu estava pensando em bolo de mexerica. E sempre quis preparar este bolo bizarro de Nigella, que leva mexericas inteiras, com casca, fiozinhos brancos e tudo.

No entanto, como há ainda outras gostosuras na fila, não quis preparar o bolo inteiro, e resolvi cortar a receita pela metade e estrear minha pequenina forma de 16cm. De tudo absolutamente certo, não fosse eu abrir o forno antes do tempo (uma vez que eu não sabia quanto tempo demoraria para assar um bolo tão pequeno), o que fez com que ele afundasse um tantinho no meio.

Sem problemas, o bolo ficou delicioso mesmo assim. Perfumado de mexerica, úmido, macio e com aquele gostinho inconfundível de amêndoas. Ótimo bolo para quem não quiser usar farinha de trigo.

BOLO DE TANGERINA
(adaptado daqui)
Tempo de preparo: 2h + 1h
Rendimento: 6 fatias pequenas ou 4 generosas


Ingredientes:
  • 1-2 mexericas (±190g)
  • 3 ovos
  • 115g açúcar
  • 125g amêndoas moídas
  • 1/2 colh. (chá) fermento químico em pó
Preparo:
  1. Cubra a mexerica inteira com água, leve ao fogo, tampe e deixe cozinhar por 2 horas. Escorra, corte a fruta ao meio e retire as sementes. Bata o restante da fruta (polpa, fiapos, casca) no liquidificador até que fique um purê homogêneo.
  2. Pré-aqueça o forno a 190ºC. Unte com manteiga e forre com papel-manteiga uma forma redonda e alta, de 16cm de diâmetro.
  3. Bata os ovos na batedeira até que fiquem claros e fofos. Ainda batendo, adicione o açúcar, em seguida as amêndoas e o fermento.
  4. Com uma espátula, incorpore rápida mas delicadamente o purê de mexerica.
  5. Despeje a mistura na forma e leve ao forno por 30-35 minutos, até que esteja dourado e um palito inserido no centro do bolo saia limpo.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Crostini de rabanetes e salada quente de funcho e agrião

Não é porque está frio que eu vou sair correndo das saladas. Ah, não. Continuo adorando essa oportunidade diária de combinar uma série de legumes e verduras de modo fácil e rápido, deixando as horas de planejamento e execução na cozinha para momentos mais calmos.

Continuo firme e forte em minha resolução de comer apenas o sazonal, e apenas o forte do mês, e isso tem sido muito mais agradável e muito menos difícil do que imaginava que seria. A primeira boa surpresa é o aumento na variedade de verduras e legumes que ano consumindo. Porque se me deixar sozinha numa feira, eu volto com a sacola cheia das mesmas coisas: pimentões, alface romana, abobrinhas, escarola.

Ontem, apanhei minha listinha de maio/junho e fiquei horrorizada pela ausência das minhas verduras amargas favoritas. E agora? O que eu faço sem escarola? E catalogna? Vocês precisam entender: eu não consigo ficar mais de dois dias sem algo verde escuro no meu prato. Reli a lista, e eis que surge a salvação: agrião. Está aí uma verdura que eu nunca compro. Sempre ali, verdinha e picante, olhando para mim, e eu ignoro seu olhar pidão e apanho alguma outra favorita para levar para casa, como um cãozinho velho e sarnento numa petshop ao lado de filhotes dourados de labrador. [Preciso apenas explicar aqui que eu sou completamente maluca por cachorro velho e sarnento de rodoviária, no entanto. Quero levar todos para casa. Já o agrião, coitado...]

Desta vez, não tive escolha. Ok, agrião, chegou a sua vez. Vamolá! Você é o verde do meu prato no mês de junho. Campeão! Funcionário do mês!

Mas ainda que a geladeira esteja hoje recheada de coisinhas maravilhosas como funcho, abóbora, batata-doce, mostarda (ganhei do feirante um maço enoooooorme, porque ele ficou passado que eu nunca experimentara), cenouras com suas folhas, ervilhas-tortas e afins, eram os rabanetes que continuavam me açoitando com suas acusações de abandono.

*Suspiro*

Foi um misto de gula com falta de inspiração. Quero muito comer rabanetes de outra forma que não crus, mas confesso que desde que experimentei esse jeito de comê-los, não consigo pensar em mais nada. Quando li no Chez Panisse Vegetables sobre esses open-face sandwiches de rabanetes, manteiga e anchovas, pensei: "Íiiiiiiuuuuuuh! Não há meios de isso funcionar!" :P Quão errado pode estar um ser humano?? Eu estava muito, muito errada. Não apenas funciona, como é delicioso! Não importa quão insuportavelmente picantes estejam seus rabanetes. Alguma coisa acontece quando eles tocam a gordura doce da manteiga e a carne salgada das anchovas, e os três ingredientes se fundem num sabor só, completo e suculento sobre a baguette quente.

Sério.

Completamente viciante.

Para não comer uma baguette inteira, um tablete de manteiga, um vidro de anchovas e uns 17 rabanetes no almoço [ah, eu seria totalmente capaz disso], resolvi complementar meus três crostini com uma salada que criasse o mesmo efeito "amálgama de sabores". O agrião, picante como os rabanetes, foi coberto com uma camada de funcho quente, refogado em azeite e sementes de erva-doce, cozido até amaciar e quase caramelizar com um pouquinho de açúcar. No garfo, o agrião perde sua picância e a erva-doce não é assim tão doce, e o equilíbro me pareceu perfeito.

Vale dizer que como fã número 1 de funcho (erva-doce), estou extasiada por ele estar na época! Fiquei meio desconfiada quando vi o tamanhozinho dos bulbos, acostumada àqueles de supermercado, do tamanho da minha cabeça. "Pode levar", disse o feirante. "Este é pequenininho mesmo, mas olha só como são redondinhos! Estão muito saborosos, pode confiar. Toma, faço 6 pelo preço de 5." Confiei, e com razão. Estão mesmo uma delícia! Nada como um bom fornecedor! :)

CROSTINI DE RABANETES
(quase nada adaptado do livro Chez Panisse Vegetables, de Alice Waters)
Toste um pouco fatias de baguette no forno, sob o grill ou numa torradeira, e espalhe um pouco de manteiga sem sal sobre as fatias quentes. Cubra com um, dois ou três filés de anchova (dependendo do tamanho) e então com fatias finas de rabanetes. Tempere com pimenta-do-reino moída na hora.

SALADA QUENTE DE FUNCHO E AGRIÃO
(adaptado do livro Gordon Ramsay's Fast Food)
Fatie a parte branca de um bulbo pequeno de funcho (do tamanho de um punho) e reserve algumas folhinhas. Em um pilão, triture uma pitada de sementes de erva-doce com um pouco de sal grosso. Aqueça um fio de azeite numa frigideira e junte a erva-doce triturada, mexendo com uma colher até que exale aroma. Junte o funcho fatiado, tempere com sal, pimenta-do-reino e 1/2 colh. (chá) de açúcar e mexa, deixando que cozinhe em fogo baixo até que esteja macio e ligeiramente dourado. (Você pode deixar caramelizar mais se quiser.) Coloque um punhado de agrião lavado e seco em um prato, cubra com o funcho quente, tempere com azeite e mais sal e pimenta, se quiser, e as folhinhas reservadas. Serve 1.

Cozinhe isso também!

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