quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Ô, dificuldade prá fazer um couscous...!


Onze e meia da manhã. Fui desligando devagar a cabeça do trabalho e dos inúmeros post-its colados na tela de meu computador, lembrando-me do que estou esquecendo de fazer. Apanhei o livro italiano de cozinha vegetariana que ganhara de presente e comecei a procurar o que fazer para o almoço. Couscous marroquino com ovos e pimentões parecia uma ótima idéia. Um tanto de carboidrato permitido, legumes cozidos e uma fritatta simples. Tudo dentro da lei.

Separei todos os ingredientes no balcão e, quando estava já prestes a medir 400g de couscous, lembrei: peraê, tem outra medida. Volto-me à geladeira, espiando as notas presas à porta. Cinco colheres de sopa de carboidrato. Oooook... Uma, duas, três... Mas... Peraê. Cozido ou cru??? Porque couscous marroquino infla. Deve ser cozido. Volta uma colher.

Próximo item: 4 colheres de sopa de legumes cozidos. Olho inconformada para meus pimentões e minha lata de tomates pelados. What the f*ck...! Como diabos eu vou medir isso? Corto metade da quantidade que pretendia, separo apenas um tomate da lata e prossigo.

Ok, hora da fritatta. Espio a cola. Posso comer uma omelete de 4 claras.

Aaeaeaeaeaeaaaaaaargh...

Perdoe-me, nutri, mas há coisas que eu faço e coisas que não faço. E omelete de claras eu não faço. Vai uma fritatta de dois ovos então.

No fim das contas, um almoço incrivelmente simples, que normalmente não me tomaria mais de 10 minutos, demorou mais de 30 para sair. Ficou bom? Ah, sim, ficou sensacional, e eu nunca diria que aquilo estava em conformidade com uma dieta. Deu trabalho? Para mim sim, que tive de ficar calculando quantidades. Para você, ah, para você vem de mão beijada. O bizarro foi apanhar minha tigela e ir colocando 5 colheres de couscous, 4 colheres do molho, meia fritatta.

E a preguiça de pensar no jantar?

COUSCOUS MARROQUINO COM PIMENTÕES E FRITATTA
(Adaptado do livro Piatti Unici do Verdure)
Tempo de preparo: 20 minutos Rendimento: 2 porções


Ingredientes:
  • 1/3 xíc. de couscous marroquino
  • 1/2 pimentão amarelo pequeno, sem sementes
  • 1/2 pimentão verde pequeno, sem sementes
  • 1 tomate sem pele
  • 4 ovos
  • 1/2 colh. (chá) de páprica picante
  • 2 dentes de alho picados fino
  • 1/2 colh. (sopa) de azeite de oliva
  • sal e pimenta-do-reino moída na hora
  • 1/2 colh. (chá) de canela para polvilhar
Preparo:
  1. Bata os ovos com 1 colh. (sopa) de água em uma tigela e tempere com sal e pimenta. Aqueça o azeite em uma frigideira grande e despeje os ovos, cozinhando-os em fogo baixo. Quando a parte de baixo tiver coagulado, leve a frigideira ao forno e finalize a fritatta sob o grill ligado. Mantenha-a aquecida.
  2. Corte os pimentões em pedaços de cerca de 1,5cm. Coloque-os em uma panela pequena com o tomate e o alho picado e mexa, cozinhando em fogo baixo. Junte a páprica e salgue. Apenas cubra com água, aumente o fogo e deixe que o molho engrosse, mexendo de vez em quando.
  3. Enquanto isso, coloque 1/3 de xíc. de água em outra panela, para ferver. Quando entrar em ebulição, salgue e junte o couscous, mexendo com um garfo. Desligue o fogo e tampe a panela, deixando que descanse por 5 minutos.
  4. Destampe o couscous. Afofe-o com um garfo. Despeje-o no prato de servir. Corte a frittata em quadrados do tamanho dos pedaços de pimentão e misture-os ao couscous. Derrame o molho de tomate e pimentões por cima. Polvilhe a canela e sirva.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Light uma ova: fui na nutri, tô de dieta...


Sempre fui muito avessa a nutricionistas. Nada contra a profissão, mas eles nunca me pareceram... bem... pessoas que gostam de comer. A impressão que tenho assistindo a determinados programas de TV (em especial aquele BemStar, do GNT, que me dá arrepios às vezes) é que eles ODEIAM comer e só o fazem porque ainda não aprenderam a viver de luz.

A verdade é que estou há tantos anos com meu peso no vai e volta, que perdi completamente a noção do meu tamanho. A roupa cabe, você tá bonita. Então tá bom. Mas na balança você não pesa a mesma coisa de quando tinha 19 anos. Então não tá bom. Nada bom.

Caramba. Para quem vê o blog e não me conhece, devo parecer uma maluca devoradora de doces. Mas a verdade é que sou uma chata que se alimenta bem. Não como porcarias, não como quase nada que seja industrializado ou processado, não fico beliscando salgadinhos, chocolates, bolachas, nuggets e afins. Eu corro. Ok, eu falto. Mas eu faço exercícios. Em algum lugar eu estava errando a matemática da coisa, e era justamente por querer saber onde que resolvi ir a uma nutricionista.

Não demorou muito para que descobrisse meus escorregões. Pequenas mas significativas coisas. Para quem não come carne é muito fácil errar a mão nos carboidratos. Afinal, eles são a base reconfortante para seus magníficos legumes. E aqui vem a desculpa esfarrapada: meus pratos são fora de padrão; eles são maiores do que pratos convencionais. Isso faz com que uma porção normal de comida pareça pequenininha no prato. Você acha que é pouco e preenche um pouquinho mais o vazio. Bem, eu sofro desse mal: apesar de tudo o que falo para os outros sobre tamanho de porção, eu erro na minha. Por isso achei logo de cara muito bom observar a quantidade de ervilhas que eu de fato deveria estar colocando na minha salada, em oposição ao que eu costumava colocar. A-há!

No fim das contas, a nutri foi bastante compreensiva com todas as minhas chatices e minha "rotulofobia" (meu "medo de rótulos", hehehe...), montando um cardápio bastante coerente em relação a meu estilo de vida. Agora essa é a parte interessante (e é aqui que quero que meus colegas de corrida e de dieta caiam sentados morrendo de raiva de mim): o bom de não comer carne é que minha dieta mega-restritiva está cheia de ovos e queijos! Tudo bem, nada de doces por um mês, a não ser uma mísera barrinha de chocolate a 70% de cacau. Mas, por duro que seja, mais duro seria ficar sem queijo.

Voltei da consulta e fui imediatamente ao supermercado rechear minha geladeira de espinafres, acelgas, cogumelos, beringelas, abobrinhas, vagens, maçãs, figos, morangos, bananas, mozzarella de búfala, queijo feta, cottage (que eu adoro), grão-de-bico, milho, cevadinha, trigo em grãos e soba de trigo sarraceno.

E é claro que a nutri tem o endereço do blog. Como não? Veja só que belo modo de vigiar sua paciente...

Não prometo que todos os posts tenham histórias interessantes atreladas às receitas. O desafio será cozinhar comida, essa sim interessante, dentro das linhas-guia coladas na porta de minha geladeira.

Será esse o fim do excesso de Ana Elisa?

SALADA DE ESPINAFRE, ERVILHAS E QUEIJO FETA, OU MINHA SALADA FAVORITA
(Do livro The Naked Chef, de Jamie Oliver)
Tempo de preparo: 5 minutos
Rendimento: 1 porção


Igredientes:
  • 1 tigela de folhas de espinafre orgânico fresco
  • 2 colh. (sopa) de ervilhas congeladas
  • 1 fatia bem fina de queijo tipo Feta
  • 1 colh. (sopa) de azeite de oliva extra-virgem
  • 1/3 colh. (sopa) de suco de limão, ou a gosto
  • sal e pimenta-do-reino moídos na hora
Preparo: Cozinhe as ervilhas congeladas por 1 ou 2 minutos em água fervente e escorra. Misture em uma tigela com o espinafre e o feta esmigalhado. Tempere e mande bala!

Cozinhe isso também!

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