segunda-feira, 8 de janeiro de 2007

Comida que não engorda

Um amigo pediu-me hoje algumas receitas light, o que decerto me pôs a pensar. Lembrei-me de um livro que comprara com receitas sem gordura em uma época em que pretendia fazer regime. Lembrei-me também de executar todas as receitas com manteiga e leite integral, pois as versões originais de margarina não tinham gosto de nada. Não é à toa que o ser humano associa gordura a sabor. Sem ela, não absorvemos grande parte das vitaminas necessárias à nossa sobrevivência. E, desculpem-me os radicais da dieta, mas não colocaria em meu pão uma passadela de margarina nem que me pagassem fortunas.

Não estou magérrima, isso é uma verdade. Mas em momento algum atribuo à comida o excesso de gostosura. Responsabilizo, sim, minha irreparável preguiça de ir à academia todos os dias. Hoje, um pouco mais consciente, venho tentando manter um nível razoável de disciplina, e tenho feito cerca de 1h30 de exercícios diários que já fizeram diferença. Claro, seriam mais notáveis se à ginástica acompanhasse uma dieta; não fosse minha relutância em deixar de comer de tudo um pouco. O caso é que, ao longo do tempo, venho acreditando cada vez menos no corte da gordura e cada vez mais na diminuição da porção.

A medicina ayurvédica (medicina indiana, a mais antiga do mundo) nos diz que devemos comer apenas o que cabe em nosso estômago saudável. Estenda as mãos em concha à sua frente. O que couber nelas é exatamente o que cabe em seu estômago se ele estivesse do tamanho normal. E sim, o seu estômago é de um tamanho diferente do de seus amigos. Provavelmente, você só deveria comer aquilo que cabe em um prato de sobremesa. Agora pense na porção caminhoneira de arroz com feijão que comeu ontem... Consegue entender de onde vem a barriguinha?

Bom... Meu maior desafio então tem sido pesquisar em meus livros e anotações receitas que faço em dias que quero algo leve e que possam ser consideradas "light". A verdade é que mesmo minhas receitas mais dietéticas seriam condenadas pelos radicais do alface com limão. Ainda assim, me arrisco aqui, e publico no blog a comida que eu como (de verdade) quando acredito precisar dar uma controladinha na alimentação. Parece um absurdo pedir para refogar qualquer coisa em azeite ou manteiga, ou usar pão branco ou queijo ralado. Mas pense no que você come de verdade normalmente: montes de carne, comida processada, muito sal adicional e quilos de doces. De repente batatas, os tão temidos carboidratos, não parecem tão ruins.

A sopa abaixo é uma deliciosa surpresa. Demorei para experimentá-la, com medo de que tivesse gosto de mollho de tomate. Mas é, na verdade, um dos pratos mais gostosos que já comi, e bastante substancial!

PAPPA AL POMODORO (Sopa de tomates toscana)
Tempo de preparo: 45 minutos
Rendimento: 4-5 porções


Ingredientes:
  • 1 dente de alho picado fino
  • azeite extra-virgem
  • 500g de tomates tipo italianos, ou chucha (os compridinhos)
  • 1 mão cheia de folhas de manjericão, rasgadas, sem os cabinhos
  • Pimenta-do-reino moída na hora
  • Sal
  • 500 ml de caldo de galinha ou vegetais (1/2 tablete diluído na mesma quantidade de água)
  • 250g de pão italiano amanhecido, já duro
  • queijo tipo parmesão ralado

Preparo:
  1. Corte os tomates ao meio e retire as sementes com uma colher de chá, descartando-as. Pique os tomates.
  2. Aqueça o azeite em uma panela em fogo médio e refogue o alho, até soltar o aroma e dourar um pouco. Não deixe ficar marrom, ou a sopa ficará amarga.
  3. Junte o tomate picado, metade do manjericão e um pouco de pimenta, a gosto. Mexa e cozinhe por uns 5 minutos, temperando com um pouco de sal no final (coloque metade do que colocaria normalmente, e deixe para terminar de salgar no final).
  4. Junte o cubo de caldo com a água e, em fogo baixo, espere começar a ferver.
  5. Corte o pão em cubos de 1cm, mais ou menos e junte-os à panela. Mexa por uns 3 minutos. Tampe e cozinhe em fogo mínimo por mais ou menos 30 minutos, mexendo de vez em quando para não grudar no fundo.
  6. Destampe, apague o fogo, experimente e acerte o sal e a pimenta se necessário (lembre-se que a sopa DEVE ter algo de adocicado, pois é característico do tomate).
  7. Sirva em cumbucas ou pratos de sopa, com um fio de azeite extra-virgem por cima, o restante do manjericão fresco e um pouco de queijo ralado.

DICA: se seu objetivo é emagrecer, a primeira coisa é começar a diminuir o sal. Excesso de sal faz com que você retenha água no corpo, dando-lhe a aparência de inchado. Diminuindo o sal, diminui-se o inchaço, aparentando-se ter perdido peso.

quinta-feira, 4 de janeiro de 2007

Pão de Milho Cretino de Fácil


Acho que não existe uma cultura na América inteira que não tenha seu próprio pão de milho. Não é prá menos, já que o milho é nativo deste lado do mundo. Este aqui, no caso, é dos Estados Unidos, muito popular na cozinha do sul, chamada de "soul food", uma mistura da culinária dos americanos do sul e dos escravos africanos da região. Este "cornbread" é conhecido por ser rápido, fácil e muito barato, razão pela qual foi popular durante períodos de guerra. Ele costuma servir de entrada ou acompanhamento para pratos substanciosos de carne e feijão. Para os carnívoros de plantão, sugiro prepará-lo para sua próxima feijoada.

Originalmente, o pão deve ser preparado em uma frigideira de ferro fundido. No entanto, obtive excelentes resultados usando uma simples forma de bolo. Mas você pode usar o que tiver, desde uma frigideira de aço inox (que não seja antiaderente e não tenha cabos que derretem) até travessas refratárias e formas de bolo inglês.

O caso é que esse pão é mais fácil de se fazer do que um bolo, então realmente não há desculpa para não tentá-lo.

PÃO DE MILHO AMERICANO
tempo de preparo: 35 minutos
rendimento: 1 pão


Ingredientes:
  • 1 1/3 xíc. de farinha
  • 1 xíc. de fubá fino
  • 2 colh. (chá) de fermento químico em pó
  • 1 cholh. (chá) de sal
  • pimenta-do-reino moída a gosto
  • 1 1/4 xíc. de leite
  • 2 colh. (sopa) de mel
  • 2 ovos grandes
  • 1/3 xíc. + 1 colh. (sopa) de óleo de milho
  • 8 cebolinhas verdes grandes picadas fino
Preparo:
  1. Pré-aqueça o forno a 200-205ºC. Escolha qualquer forma redonda de 25cm e coloque-a no forno para esquentar.
  2. Em uma tigela grande, peneire a farinha, o fubá, o fermento, o sal e a pimenta. Reserve.
  3. Em uma tigela menor, bata com um garfo os ovos, o leite, o mel e 1/3 xícara de óleo, até ficar mais ou menos homogêneo.
  4. Faça um buraco no meio dos ingredientes secos e derrame ali os líquidos, misturando com uma colher apenas o suficiente para ficar mais ou menos homogêneo. Não ligue para as pelotas. Junte a cebolinha e misture.
  5. Com luvas, retire do forno a forma e derrame nela a 1 colher de óleo. Parecerá muito, mas é assim mesmo. Com cuidado, gire e mexa a forma para que o óleo espalhe pelo fundo e um pouco pelas laterais da forma. Vai sobrar óleo no fundo, não se preocupe.
  6. Derrame na forma a massa amarela e volte ao forno. Asse por 30 minutos aproximadamente, até que a superfície esteja dourada e um palito saia limpo quando inserido no meio. Retire do forno e deixe descansar uns 5 minutos antes de desenformar. Sirva quente ou em temperatura ambiente.

Cozinhe isso também!

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