quarta-feira, 13 de setembro de 2006

Pão de Forma do Homem-Elefante


Não adianta quantos pães macios e com crosta eu faça: meu namorado continua pedindo que eu compre pão de forma industrializado. Resolvi testar, então, uma receita de pão de forma caseiro, MUITO fácil, que encontrei na internet. Como era para dois pães grandes, dividi a receita e adaptei, colocando azeite de oliva ao invés de óleo vegetal comum, e fermento biológico seco no lugar do fresco em tabletes.

Tudo ia bem, até a massa começar a crescer. A receita especificava uma forma de bolo inglês GRANDE. Tendo a minha 28,5x11,5cm, pareceu-me o suficiente quando coloquei a massa molenga no fundo da forma. Em 20 minutos, no entanto, ela dobrou de tamanho, e, antes que eu pudesse colocá-la no forno quente, começou a espalhar-se pelas laterais da forma como o no filme "A Bolha Assassina".

Coloquei o pão no forno, na esperança que ali ele se aquietasse, mas o cheiro de queimado chamou-me de volta à cozinha, onde presenciei meu pão de forma multiplicando-se como uma ameba em diversos filhotes: a massa crescera a tal ponto que, escorrendo pelas laterais, soltara-se em grandes bolotas brancas, agora enegrecendo no chão do forno. Tudo o que pude fazer foi dar de ombros e prosseguir com o preparo, ignorando o cheiro de carvão, já que o pão que estava dentro da forma parecia perfeito.

O resultado vocês podem ver na fotografia: o pão do Homem-Elefante, inchado e disforme como ficaria um cogumelo retangular. O importante, porém, é que ficou gostoso.

Veja aqui a receita inteira.

sexta-feira, 8 de setembro de 2006

Mestiço

Como eu disse no outro tópico sobre comer fora, está cada vez mais difícil. Tantas boas recomendações, mas o Mestiço não passou de uma grande decepção.

Antes mesmo de pensar em comida, a circulação do ambiente é péssima para os garçons; vê-se que não houve um bom planejamento do número e disposição das mesas. Se inclinasse minha cabeça para trás, acertaria a careca do homem sentado atrás de mim. O atravancamento de mesas causou também um efeito direto na qualidade do serviço: como os garçons não alcançavam todas as partes da mesa de 14 pessoas que havíamos reunido, ouvimos frases como "toma seu prato" e "me dá seu prato aí", seguidos de malabarismos meus e de meu namorado com nossos pratos, tentando passá-los à garçonete por cima da cabeça de nossos amigos. Até então, desagradável, mas facilmente perdoável por uma boa experiência gastronômica. O que, fatidicamente, não ocorreu.

Não comendo carne vermelha ou de aves, minhas opções resumiram-se a saladas muito simples para seu elevado preço, massas cujos ingredientes eu tinha em casa e peixes que pareciam saborosos, mas cujo preço deixava um gosto amargo na boca. Com orçamento limitado àquela noite, pedi o peixe que me parecia mais interessante dentre os mais em conta: salmão teriaki com batatas grelhadas. Não há como estragar um prato tão simples, pensei. No entanto, a batata (porque era de fato 1 batata pequena fatiada) estava fria, sem sal, e não havia sido grelhada o suficiente para cozinhar por igual. O salmão, que poderia salvar o prato, tinha gosto de peixe. Ria o quanto quiser, mas peixe fresco não tem gosto de peixe, não tem aquele cheiro do porto de Santos. Peixe fresco lembra gosto de mar. Estava claro que o peixe havia sido congelado, comprometendo um prato que depende completamente da qualidade de um único ingrediente. Fiquei pensando se o chef do restaurante já ouvira falar em ervas... Você precisa ser muito confiante da qualidade de seus ingredientes para fazer algo assim tão simples, e obviamente, algo deu muito errado no meio do caminho.

O que salvou meu prato, e que me deu vontade de andar até a cozinha e sugerir ao chef, foi o chutney doce e espesso como goiabada que havia sido servido à parte para o curry de legumes de meu namorado. Apossei-me dele e espalhei-o sobre o peixe e sobre a batata, o que enfim possibilitou que minha boca sentisse algum gosto agradável. Vai uma dica, então: salmão grelhado com chutney de manga.

Definitivamente, não tenho a menor intenção de retornar a um restaurante que me obriga a "consertar" minha refeição à mesa. Espero que outras pessoas tenham menos senso crítico e tenham apreciado seu jantar de 50 reais.

Cozinhe isso também!

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