 Meu deus do céu, como eu odiava aquela droga daquela propaganda com a mulher beiçuda pedindo "putchiiiiiim"! Qual era o produto, não sei. [O que me faz adorar publicidade brasileira, em que todo mundo sabe a piada de cor, mas não se lembra do produto. Alôo? Eficiência? Neh.] Só ficou bem gravada em minha memória aquela boca "angelinojolesca" numa atuação digna de Troféu Framboesa, dizendo "pudim". Bem devagar.
Meu deus do céu, como eu odiava aquela droga daquela propaganda com a mulher beiçuda pedindo "putchiiiiiim"! Qual era o produto, não sei. [O que me faz adorar publicidade brasileira, em que todo mundo sabe a piada de cor, mas não se lembra do produto. Alôo? Eficiência? Neh.] Só ficou bem gravada em minha memória aquela boca "angelinojolesca" numa atuação digna de Troféu Framboesa, dizendo "pudim". Bem devagar.Pudim.
Puddddim.
PU-DIM.
Não, não importa. Para sempre, para todo sempre, pudim será "putchiiim". Com beicinho.
Shoot me.
Shoot me now.
E ultimamente os "putchiiins" são uma constante na minha geladeira. Uma vez que tudo o que botei no forno nos últimos tempos foi da forma diretamente para o lixo, saciei meu desespero por coisinhas doces com receitas de pudim. Desses fáceis, creminho engrossado com amido de milho, desses que fazem casquinha na geladeira e que se comem de colher. Tão bom!
Fiz diversos, de chocolate, de caramelo, butterscotch, sementes de cacau, baunilha, lavanda... Quem se divertiu com isso foi o Allex, que adora sobremesas de colher. Mas algumas ficavam muito moles, outras muito duras. Adaptando uma receita de Alice Medrich, encontrei a textura de pudim que mais me agrada, e que, teoricamente, pode ser variada à exaustão. A primeira versão foi feita com sementes de cacau torradas e moídas. Que foram, depois, substituídas por fava de baunilha, produzindo um sensacional pudim de baunilha, salpicadinho de pontinhos pretos. A terceira tentativa foi com lavanda (que é o da foto), que deu certo, mas ficou um pouco exótico, não para todos os paladares. Minha intensão agora é fazer o mesmo com anis, canela, ou mesmo folhas como menta. Ainda que com menta, a infusão seja diferente.
Então, para que também vocês testem outras variações, fica aqui meu pudinzinho de baunilha. Muito rápido e muito fácil. Não recomendo a substituição da fava por essência, a não ser que seja extrato natural. Você quer que a baunilha de fato exploda em sabor no pudim, e não acho que a essência artificial tenha a complexidade da fava. Pense nela como um investimento. Depois de usar, passe embaixo da torneira aberta para tirar o leite, deixe secar no escorredor de pratos e coloque dentro de um pote de açúcar. O açúcar fica mais perfumado que qualquer essência a base de petróleo.
PUTCHIIIIIM DE BAUNILHA
(Adaptado do livro Bittersweet, de Alice Medrich)
Rendimento: 6 porções
Tempo de preparo: 40 minutos
Ingredientes:
- 1 1/2 xic. creme de leite fresco
- 1 1/2 xic. leite
- 1 fava de baunilha
- 1/2 xic. açúcar
- 1/4 xic. menos 1 colh. (chá) amido de milho
- 1/4 colh. (chá) rasa de sal
- Com uma faquinha, abra ao meio a fava de baunilha no sentido do comprimento, e raspe para fora as sementes. Coloque as sementes e a fava aberta em uma panela com o creme de leite e o leite e leve à fervura em fogo médio. Assim que começar a ferver nas bordas, desligue o fogo, tampe e deixe em infusão por 20 minutos.
- Coe a mistura ou apenas retire a fava.
- Em outra panela, coloque o amido, o açúcar e o sal.
- Junte a essa panela 1/3 xic. do creme de baunilha e misture até formar uma pasta homogênea.
- Junte o restante do creme e ligue o fogo médio, mexendo sempre com uma colher de pau até que comece a ferver e engrossar. Reduza o fogo e deixe ferver, mexendo, por 1 minuto.
- Divida o pudim entre potinhos com capacidade para meia xícara. Sirva morno, em temperatura ambiente ou gelado. Na geladeira, eles formam uma película por cima que muita gente gosta e muita gente não gosta. Se você não gosta, basta cobrir com filme plástico, grudadinho no creme.
 
 
 
