sexta-feira, 22 de setembro de 2006

Eu não acredito em calorias 1 - A Dieta

Eu me considero uma gordinha que teve um período bastante magro e agora se encontra num equilíbrio ligeiramente cheinho. Quando nasci, no entanto, me recusava a comer, e os médicos tiveram a brilhante idéia de dar-me um remédio que abria o apetite. Acredito que o efeito tenha sido permanente. Isso mais a esperteza infantil que driblava o olhar atento de minha mãe cada vez que eu abria um novo pacote de bolachas me colocaram em dieta logo aos 12 anos de idade, tempo em que me lembro de levar palitinhos de cenoura para a escola e de não poder comer bananas. O resultado disso foi o de qualquer dieta restritiva: perda de peso insignificante e frustração incomensurável.

Outras dietas vieram depois disso, e os resultados eram sempre os mesmos: um mês inteiro comendo saladas de alface com limão, 2kg perdidos que logo voltavam e pura melancolia. Contudo, as coisas mudaram quando tranquei a faculdade de filosofia e, querendo entrar em publicidade, matriculei-me no cursinho. Na mesma época, empolgada com coisas novas, comecei um curso de esgrima e um de violino. O cursinho me obrigava a andar um bocado para pegar o ônibus, a esgrima fez-me exercitar músculos que eu sequer sabia que tinha, e o violino, que me encantara, ocupava cerca de 3 ou 4 horas de meu dia. Vi, maravilhada, os quilos indo embora, apesar dos gordos croissants de chocolate devorados todos os dias na padaria próxima ao cursinho. Aquilo me instigou.

A segunda grande perda de peso, e aquela que me fez finalmente atingir o tão almejado “peso ideal” foi quando, um ano depois, arranjei meu primeiro emprego: assistente de vendas em uma loja de shopping. Eram 6 exaustivas horas em pé dobrando e arrumando camisas masculinas, mais fins-de-semana e feriados inteiros sem folga. Junte a isso pegar metrô todos os dias para a faculdade (até o metrô eram 6 quarteirões subindo uma ladeira de dar medo). O emprego durou exatamente um mês. Comendo batatas assadas com cheddar e bacon, lasagne ai funghi, sorvetes Häagen-Dazs e a ocasional taça de vinho à noite, consegui, nesse curto período, emagrecer 6 kg.

Foi então que me dei conta de que meu problema não era especificamente o que eu andava comendo, mas quanto tempo meu traseiro ficava acomodado no sofá. O simples fato de ficar em pé metade do meu dia, subindo e descendo a escada que levava ao estoque, já conseguia eliminar toda a comida que eu havia consumido em meu almoço.

Então, essa é a lição número um do “Eu não acredito em calorias”:

NÃO FAÇA DIETA; TIRE A BUSANFA DO SOFÁ.

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