quarta-feira, 9 de julho de 2008

Mais uma sobremesa melequenta



A partir de hoje fica implícito que sempre que fizer uma sobremesa melequenta para se comer de colher terá sido para meu marido. Tudo bem, tudo bem... para mim também. Quem não gosta de sobremesas melequentas para se comer de colher? E é sempre bom ir treinando esse tipo de coisa, porque filho meu (quando um dia tiver) não vai comer Danette. Pelo menos não vindo de mim.

Enquanto preparava esse Butterscotch Pudding, de David Lebovitz, fiquei matutando a respeito do nome. Como a palavra "pudim" pode ser ampla em português. Todas as vezes que vi, em programas de culinária, alguém falando de "pudding", esse alguém se referia a um potinho de um creme razoavelmente consistente, como... bem, como um Danette. [A não ser que o programa fosse britânico, quando então "pudding" poderia ser simplesmente "sobremesa"]. E quando se falava de algo mais firme, como um crème caramel, normalmente o doce era chamado de "flan". Por que então, em português, flan é pudim e esse potinho de creme ficou sem nome? Porque se digo que fiz um "pudim de caramelo" qualquer transeunte imaginará uma sobremesa assada e desenformada num prato. Ou estou muito errada? Pois, pelo menos, é isso o que eu imagino quando ouço a palavra "pudim", pois fui condicionada por toda a minha vida pelo nosso pudim de leite. Do que diabos eu chamo um "pudding", então?

Digressões semânticas à parte, esse "pudding" vale a pena ser feito. É muito fácil e muito saboroso, e bem menos enjoativo do que esperava ao pensar "caramelo". [Aliás, outra palavra que, em português, refere-se a "butterscotch" e "caramel", sem distinção nenhuma... Não é irritante?].

Único aviso: a cor do doce depende quase que exclusivamente do tom do açúcar mascavo, e quem freqüenta as gôndolas mais naturebas do supermercado sabe que as cores variam muito de marca para a marca, de um marrom avermelhado para um tom de areia escura ligeiramente acinzentada. Recomendo um açúcar mais para o avermelhado para uma aparência mais apetitosa. E, se isso não for possível, raspas de chocolate podem sempre tornar tudo muito mais bonito e gostoso.

A receita encontra-se no site de Lebovitz, sempre uma boa leitura.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Muffins de corrida 3: limão-cravo e papoula piquininhos

Promessa é dívida, e mais uma vez eu prometera levar quitutes ao café-da-manhã da corrida. Achei que seria uma ótima oportunidade para, além de engordar todo mundo que está tentando emagrecer [insira uma risada maligna aqui], estrear minha forma de mini-muffins trazida da Califórnia.

Durante a viagem perguntei-me diversas vezes se realmente precisava de uma forma de mini-muffins. Afinal, muffins são muito versáteis, e o que se assa em tamanho mini pode ser assado em tamanho médio, grande e (nunca tentei) até mesmo em forma de bolo inglês. O que me fez enfiar a forma na mala foi a lembrança do preço que a Tramontina cobra por uma dessas aqui no Brasil.

Decidi usá-la hoje ao invés da forma antiga porque há pessoas que correm comigo que, ao contrário de mim, têm força de vontade e capacidade de auto-restrição. E, acredito, assustadas com o tamanho dos muffins tradicionais, acabam não experimentando nada. Quem sabe se com muffins tamanho miniatura eles não se arriscam um pouquinho? Hein? Hein?

Assim que tirei os bolinhos ainda quentes de seus mini-buraquinhos, entendi o motivo de se ter uma forma de mini-muffins: eles são tão piquititicozinhos, que foi fisicamente impossível conter um afetado "oooooooooooooh" quando os vi uns ao lado dos outros, fofinhos, aromáticos, de bundinhas douradas e faces sardentas de pontículos pretos. Abri um deles para experimentar, e ele era amarelo-forte, incrivelmente macio e aerado, e, principalmente, perfumadíssimo de limão-cravo, deixando entrever ainda em seu miolo algumas minúsculas raspas da casca cor-de-abóbora do limão.


MINI-MUFFINS DE LIMÃO-CRAVO E SEMENTES DE PAPOULA
Tempo de preparo: 25 minutos
Rendimento: 16-20 mini-muffins, dependendo do tamanho das forminhas


Ingredientes:
  • 3/4 xíc. + 2 colh. (sopa) cheias de farinha de trigo
  • 1/2 colh. (sopa) de fermento químico em pó
  • 1 pitada de sal
  • casca ralada de 1 limão-cravo
  • 1/4 xíc. + 1 colh. (sopa) de suco de limão-cravo
  • 1/3 de açúcar cristal orgânico claro
  • 1/4 xíc. de leite integral
  • 1 ovo
  • 4 colh. (sopa) de manteiga sem sal derretida
  • 1/2 colh. (chá) de sementes de papoula
  • 2 colh. (sopa) de açúcar de confeiteiro

Preparo:
  1. Pré-aqueça o forno a 180ºC. Unte e enfarinhe as formas de mini-muffin ou de empadinhas.
  2. Em uma tigela, misture a farinha, o fermento, o sal, a casca de limão e as sementes de papoula. Em outra, misture a manteiga derretida, o ovo, o leite, o açúcar cristal, 1/4 de xíc. de suco de limão e misture bem até ficar homogêneo.
  3. Junte uma mistura à outra e mexa apenas até que fique homogêneo, sem se importar com pelotas. Distribua entre as formas, preenchendo 3/4 de sua capacidade e leve ao forno por 15 minutos, até que um palito saia limpo quando inserido em um deles e as bordas estejam ligeiramente douradas.
  4. Deixe esfriar na forma por 5 minutos antes de retirá-los e colocá-los em uma grade. Misture o resto do suco de limão ao açúcar de confeiteiro, fazendo uma pastinha, e espalhe-a sobre os muffins.
[UPDATE: Adoro voltar para casa com tupperware vazio...! :D ]

Cozinhe isso também!

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