quarta-feira, 12 de março de 2008

Crème Caramel Incompetent

Todo cozinheiro tem seu calcanhar de Aquiles. Ao menos acredito nisso. O meu é, invariavelmente, crème caramel, ou pudim de leite. Eu sei, eu sei, qualquer mãe ou avó sabe fazer pudim de leite. Por algum inexplicável motivo, eu nunca consegui produzir um pudim que me parecesse remotamente perfeito. Uns cozinham demais, outros cozinham de menos, uns ficam com o caramelo muito claro, outros ficam doces demais.

A receita que uso, do chef Luís Cintra, é bastante simples. Convenhamos, quem faz sorvete de creme e creme de confeiteiro, deveria conseguir preparar um pudim. Mas por misteriosos motivos, os meus nunca ficam bons. A receita é das clássicas, sem leite condensado. Não gosto da textura e do excesso de doçura de pudins feitos com leite condensado; prefiro os mais tradicionais. É preciso aquecer leite com uma fava de baunilha, deixando em infusão por algum tempo. Batem-se ovos e gemas, mistura-se ao leite e ao açúcar, e derrama-se o creme na forma, sobre o caramelo frio. Tudo ao forno mínimo em banho-maria. Em 50 minutos, o pudim está pronto e vai para a geladeira para terminar de assentar.

Na primeira vez em que fiz o pudim, acreditava que ele deveria sair firme já do forno. Razão pela qual ao invés dos 50 minutos, tive de deixá-lo 4 horas assando, produzindo um pudim ok, mas cozido demais. Na segunda vez, fiz o caramelo em uma frigideira escura, e não consegui enxergar sua cor, de modo que, ao desenformar o pudim (igualmente cozido demais), o caramelo não era um caramelo, mas um xarope claro. Então foi a vez de tentar respeitar o tempo da receita, e o resultado foi um pudim em colapso, com um lado inteiro ainda líquido, que se espalhou por todos os lados. Para Allex, está tudo sempre bom: pudim de leite é pudim de leite, não importa a forma, desde que seja "lisinho". Ainda mais feito com fava de baunilha: o perfume é intoxicante, e vê-se as sementinhas negras por todo o creme. No entanto, não consigo comer uma porção inteira: o pudim ficou muito doce para meu paladar "panna cotta lover".

O que fazer? O que fazer? Como poderei ser um dia uma mãe que não sabe fazer pudim de leite???

terça-feira, 11 de março de 2008

As coisas mais simples são as mais gostosas: sorvete de banana e chocolate

Foi um erro tático. Quando deixei que Allex escolhesse o pão de banana com açaí, havia esquecido que as bananas da cesta orgânica já estavam mais para lá do para cá. Meu plano de fazer um apetitoso bolo de bananas de Nigella para o café da manhã fora por água abaixo.

Sorvete de bananas não era exatamente o que eu queria, mas com certeza era uma boa solução para não desperdiçar as frutas e usar o que havia na despensa, sem necessidade de correr ao mercado.

Sou obrigada a dizer que o resultado foi tão bom, que a colherada da foto é já da metade do pote. Usei mais ou menos uma receita de Lebovitz como base, mas a verdade é que esse sorvete nada mais é do que uma vitamina de banana com leite batida no liqüidificador e levada à sorveteira. Juro: bananas, leite integral, açúcar, baunilha para perfumar, limão para evitar que escureça. Só. Como o leite já estava gelado, foi do liqüidificador direto para a sorveteira, e da sorveteira, direto para um pote cheio de chocolate amargo picado.

Sobraram ainda três bananas, mas acho que elas terão o mesmo destino. Não deixo receita pois foi tudo no olho, mas repito: qualquer um que saiba fazer uma vitamina de banana faz esse sorvete.

Cozinhe isso também!

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