terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Aaaaah, polenta quentinha...

Não sou muito fã de polenta instantânea. Normalmente prefiro reclamar durante os 40 minutos que fico em frente à panela, mexendo a bendita da polenta de verdade, do que reclamar depois, com o gosto e a textura da polenta instantânea no meu prato. No entanto, quando a cunhada me deu um pacote da instantânea, quem sou eu para fazer desfeita?

A primeira coisa que notei foi o número de ingredientes da polenta: um. Pois é, 100% farinha di mais, dizia. Lembrei-me da Polentina e outras calamidades que já passaram por minhas mãos. Não gosto de Polentina porque ela já vem salgada, e acho o uso de sal em processos industriais sempre muito além do necessário, e acabo, após a refeição, bebendo água como se tivesse atravessado um deserto.

Ao contrário da Polentina, entretanto, essa polenta ficava pronta em menos de 2 minutos após ser acrescentada à água, um milagre conseguido por um processo misterioso de pré-cozimento, segundo a embalagem. No fim das contas, a danada ficou muito boa para uma polenta instantânea. Se conseguirem encontrá-la em algum empório por aqui, recomendo àqueles que têm medo da polenta tradicional: Molino di Ferro, chama-se.

Servi-a com lentilhas verdes cozidas com cebola, alho e ervas provençais, e temperadas com tomates, salsinha fresca e um vinaigrette de azeite, vinagre balsâmico e mostarda de Dijon.

Aliás, obrigada novamente à cunhada, que foi responsável, com seus presentes, por todas as nossas refeições desde sua chegada: tortellini di radicchio num dia, piadina com queijo e tomates no outro, polenta com lentilhas, sopa de cogumelos porcini, e spaghetti al pesto. Supermercado para quê?

PADARIA DE DOMINGO 5: quando a vida te dá limões, faça limonada; mas não reclame se estiver azeda demais.

Ou, traduzindo: se a vida der a você mofo no armário, goteira no quarto e um modem queimado (é, teve dessas também), faça um pão francês "country-style", mas evite ficar ainda mais estressado se o pão não sair exatamente como você esperava...

O humor aqui em casa até que está muito bom para duas pessoas que dormiram na sala (o pobre marido que dormiu no chão com o cachorro merece um prêmio) por duas noites e passaram os últimos dois dias plantados em casa fedendo a Lysoform e esperando pelo técnico da Net. Modem arrumado, armário limpo, uma tarde descabelada de arrumação de roupas com o cachorro pulando entre os cabides (aproveitando para separar boa parte para doação), e finalmente posso sentar ao computador e escrever um pouco.

Ontem, no auge de um surto psicótico, resolvi arregaçar as mangas, esquecer a dor de cabeça causada pelo spray fungicida e preparar esse pão francês. Não é um pão FRANCÊS, mas um pão que é DA França. Feito em parte com farinha integral e com uma esponja que demora cerca de 4 horas para fermentar. O processo foi todo muito fácil, mas talvez por causa da temperatura baixa na cozinha, da umidade do ar, do fato de haver instruções conflitantes no livro e eu ter decidido por uma delas (aparentemente a errada) e ter assado o pão sem vapor, ele não ficou tão interessante quanto eu gostaria. Apesar de charmoso, seu miolo ficou denso e sua crosta não ficou nem leve e quebradiça nem robusta e crocante, mas apenas borrachuda, como pão italiano amanhecido. O gosto ficou ok.

Em parte culpo a farinha, para falar a verdade. Costumo usar a farinha integral orgânica da Cotrimaio, que, em relação a esta que comprei dessa vez (Jasmine, também orgânica) é mais fina e mais clara. Como guardo farinhas em potes de vidro assim que as compro, não tenho as duas embalagens à mão para comparar seus nutrientes e propriedades, mas fiquei com essa impressão estranha de que a farinha da Jasmine é mais "pesada", e talvez isso tenha influenciado na textura do pão. Pelo menos foi divertido moldá-lo dessa forma.

Acho que fico devendo uma receita mais satisfatória para o domingo que vem. E prometo que será domingo mesmo, e não terça-feira...

Cozinhe isso também!

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