sábado, 9 de dezembro de 2006

Direto da despensa: massa curta com brócolis e grão-de-bico

Depois de colocar na coluna lateral a seção "despensa", sugerindo itens para que você tenha sempre em seu armário, as pessoas devem estar pensando: "mas eu moro sozinho, quando vou consumir toda essa comida, e por que diabos eu teria tantas coisas se não sei sequer como usá-las?" Bom, por isso decidi dar mais uma mãozinha e colocar aqui receitas que podem ser feitas apenas com itens dessa despensa, sem nenhuma visita ao supermercado. Isso pode ser muito útil em noites cansadas, depois de trabalhar o dia todo, pois quem tem paciência de planejar o jantar e ir ao mercado às 21h? E também será extremamente útil se tiver convidados de última hora ou se você quiser manter as pessoas em sua casa um pouco mais mas não agüentar mais pedir pizza.

Então, mantendo sempre tudo muito simples, esse prato você pode fazer para você ou para seus convidados, num jantar de última hora. A receita foi traduzida do site da revista Food & Wine, e é do chef Marc Meyer.

MASSA CURTA COM BRÓCOLIS E GRÃO-DE-BICO
tempo de preparo: 30 minutos
rendimento: 4 porções generosas Ingredientes:
  • 1 lata de grãos-de-bico sem tempero, escorridos e rapidamente lavados
  • 1/3 xíc. de suco de limão espremido na hora
  • 3/4 xíc. azeite de oliva extra-virgem
  • sal e pimenta-do-reino moída na hora
  • 1 pacote de 300-400g de brócolis congelado
  • 1 pacote de massa curta tubular, como penne ou rigatoni
  • 5 dentes de alho grandes, em fatias bem finas
  • 1/2 colher de chá de pimenta calabreza seca
  • 1 xíc. de queijo parmesão ralado
Preparo:
  1. Coloque cerca de 3 litros e meio de água para ferver em um caldeirão ou panela grande. Em uma tigela média, misture os grãos-de-bico com o suco de limão e 1/2 xíc. do azeite. Tempere com sal e pimenta-do-reino.
  2. Quando a água tiver fervido, coloque 1 colher de sopa bem cheia de sal e os brócolis congelados (direto do freezer). Conte 4 minutos a partir do momento em que a água voltar a ferver e retire o vegetal com uma peneira, passando em baixo da torneira fria, até que os brócolis esfriem. Isso manterá sua cor verde intensa e evitará que passem do ponto. Reserve. Coloque a massa no mesmo caldeirão fervente e cozinhe no tempo indicado no pacote.
  3. Enquanto isso, aqueça 1/4 de xíc. de azeite em uma frigideira grande. Junte o alho e a pimenta calabreza e cozinhe em fogo médio por uns 3 minutos, até dourar o alho ligeiramente (não deixe queimar). Junte os brócolis cozidos e cozinhe por uns 5 minutos., acrescentando a mistura de grãos-de-bico e aquecendo por mais 1 minuto.
  4. Escorra a massa, reservando umas 3 ou 4 colheres da água do cozimento. Junte a massa e a água reservada ao brócolis na frigideira (por isso ela tem que ser bem grande), e tempere com pimenta-do-reino. Misture bem, para que toda a massa fique coberta com o molho, desligue o fogo e misture 1/2 xícara de parmesão. Transfira para uma travessa e sirva com o restante do queijo à parte.

sexta-feira, 8 de dezembro de 2006

Panettone


Após tentar a receita da família de meu pai (saborosa, porém muito seca) e uma receita da revista Gula do ano passado (com resultados bizarros por minha insistêcia em fazer com uma colher de pau o que deveria fazer com uma batedeira planetária), encontrei minha receita de Panettone, em um livro de cozinha toscana. Mais fácil que qualquer outra receita do pão natalino que já encontrei, ela resultou em um pão com deliciosos aromas cítricos e de baunilha, um sabor rico, amantegado, doce na medida certa, pontilhado de damascos ligeiramente ácidos, laranjas cristalizadas cobertas de açúcar e passas claras e escuras, e uma textura macia e encorpada de brioche. Ouso dizer que o sabor não apenas não perde como é preferível ao industrializado, com a vantagem de ser fresco, sem conservantes, estabilizantes, ou quaisquer outros ingredientes estranhos à receita tradicional.

No final das contas, o que faz um panettone diferir de um pão comum, além das frutas, é claro, é o uso de gemas e manteiga derretida. Fazendo pães há já algum tempo, estranhei a quantidade de fermento fresco pedido, e fiquei receosa de que o panettone criasse aquele gosto azedo de quando se usa fermento demais. No entanto, ao fazer a massa, percebi que o fermento é necessário para tornar uma massa que do contrário resultaria um tijolo, em um pão mais leve.

Na esperança de que vocês se inspirem, pois, de fato, a única coisa de que se precisa aqui é uma colher de pau, uma fôrma e força de vontade, compartilho a receita que pretendo (até que eu encontre uma nova), repetir todos os natais daqui em diante. E se frutas cristalizadas ou secas não são muito sua praia, que tal substituí-las por gotas de chocolate? (Olha que colher de chá... apesar de não gostar de Chocottone, acho mais interessante que o façam em casa do que comprem um no supermercado...)

PANETTONE FACILISSIMO
(do livro Sabores da Toscana)
tempo de preparo: 30 min + 1h45 de descanso + 45 min de forno + 1h para esfriar
rendimento: 1 panettone de 1,2kg (8 fatias grossas de 12cm de altura)


Ingredientes:
  • 1/3 xíc. de água morna
  • 50g de fermento biológico fresco (2 tabletes e meio)
  • 1/4 xícara de açúcar orgânico claro
  • 6 gemas (de ovos orgânicos)
  • 1 colher (chá) de essência de baunilha
  • casca ralada de 1 limão siciliano
  • 1/2 colher (chá) de sal
  • 180g de manteiga sem sal
  • 2 1/2 xíc. de farinha de trigo
  • 1/2 xíc. de frutas critalizadas ou secas de sua preferência
  • 1/2 xíc. de uvas passas
Preparo:
  1. Em uma tigela grande, misture o fermento, a água quente e uma colher de sopa do açúcar e deixe quieto por 15 minutos, até espumar. Enquanto isso, bata com a batedeira ou fouet as gemas, o resto do açúcar, a baunilha, o sal e a casca ralada do limão, até que fique amarelo pálido e espesso. Junte essa mistura ao fermento espumado.
  2. Derreta em fogo baixo numa frigideira (ou microondas) 160g da manteiga. Reserve.
  3. Junte aos poucos a farinha à mistura de ovos, mexendo com uma colher de pau, até que você tenha usado 1 e 1/2 xíc. da farinha. Então junte a manteiga derretida, mexendo bem até que a massa a absorva toda. Só então volte a acrescentar farinha. IMPORTANTE: a quantidade de farinha depende da umidade do ar e da marca usada. Vá acrescentando uma ou duas colheres por vez, até que você sinta que pode começar a mexer a massa com as mãos. Ela pode estar ainda um pouco grudenta. Enfarinhe um pouco a mesa, derrube a massa sobre ela e, com as mãos enfarinhadas, comece a sová-la (estique a massa com o punho para longe de você, traga-a de volta, dobrando-a, gire 45º e repita). Faça isso, acrescentando mais farinha se necessário, por uns 10 minutos, até que a massa (que deve estar amarelo forte) fique lisa, elástica, não grude em suas mãos mas ainda deixe sua mão e a superfície oleosa. A massa precisa ficar úmida, não seca. Coloque-a dentro de uma tigela levemente untada com manteiga, cubra com um ou dois panos de prato e deixe em local quente e sem vento por 1 hora.
  4. A massa terá crescido cerca de 2 vezes seu tamanho. Soque-a para tirar o ar, e volte-a à mesa, sovando só um pouquinho e então abrindo-a com os punhos em forma oval. Espalhe as frutas e as passas por cima, dobre a massa sobre si mesma e sove com cuidado, apenas o suficiente para misturar bem as frutas à massa. Forme uma bola, cubra com 2 panos de prato e deixe crescer por mais 30 minutos em local sem vento. Enquanto isso, pré-aqueça seu forno a 200ºC.
  5. Unte com manteiga uma fôrma de bolo redonda ou de souflé (aquelas brancas de paredes retas e altas) de 15 cm e mais ou menos 8 cm de altura. Transfira cuidadosamente a massa para a fôrma, sem movimentos bruscos. Derreta os últimos 20g de manteiga e pincele a massa (use os dedos, se não tiver pincel, só cuidado para não se queimar), reservando um pouco da manteiga. Asse por 10 minutos.
  6. Abra a porta do forno e pincele novamente com o que restou da manteiga, com cuidado para não se queimar no forno (como eu fiz!), e abaixe a temperatura para 180ºC, assando por mais 35 minutos ou até que doure. Desligue o forno e deixe o panettone lá dentro até que esfrie sozinho (1 hora, mais ou menos). Desenforme e sirva. É o melhor acompanhamento de uma xícara de um bom café.
DICA: para mantê-lo úmido por mais tempo (afinal, não tem todos os "...antes" do industrial), mantenha-o embrulhado em um saco plástico ou papel alumínio, mas não deixe passar mais de uma semana para consumi-lo.

Cozinhe isso também!

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