quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Uma salada de verão para compensar o cassoulet

Desta vez não preciso pedir para que finjam coisa alguma. Está de fato calor como a fornalha do Inferno. Tenho a janela escancarada à minha direita e o ventilador ligado no máximo à minha esquerda. Um copo de chá preto gelado com limão e canela sua devagar sobre a mesa da sala, à minha frente. Permaneço o mais inerte possível em frente ao computador, perguntando-me como diabos posso estar com tanto calor sem estar me mexendo. Poderia ser pior, no entanto: se eu fosse peluda como o Gnocchi. Pobrezinho, adormecido de barriga rosa para cima, em frente ao vento intermitente do ventilador, que gira para lá, gira para cá. Já que essa peça de plástico horrosa enfeia minha sala ao tentar fabricar frescor, poderia ao menos vir com um aroma de maresia embutido.

Alucinações à parte, o calor faz um favor quando é momento de esquecer todas as festas passadas e retornar à dieta. Por quê? Vocês pensaram que havia terminado? Pois não estamos justamente na fase mais difícil e crucial de todas: a eliminação total e completa dos últimos 2kg?? Ah, dieta... Você que me acompanha há já seis meses... Pois é, faz já tanto tempo. A verdade é: não sei quem foi o idiota que inventou que se deve fazer dieta no inverno, quando obviamente é muito mais fácil ser saudável e comedido no verão. Alguém consegue comer comida pesada e gordurosa sob um calor de 30ºC? Vai, levanta a mão. Pois é, eu também não consigo. Meu corpo implora por um prato de salada fria, refrescante, crocante, repleta de vegetais frescos e de diferentes texturas.

É uma boa hora para varrer todas as seções de saladas dos livros das estantes, e buscar novas combinações para não cair na velha e cansativa tríade alface-tomate-cenoura. Hoje caí em um de meus livros favoritos, Sabores da Toscana. Coloquei dois ovos orgânicos para cozinhar até que suas claras estivessem cozidas e suas gemas ainda no meio do caminho, permanecendo úmidas, amarelo-vivas e quase cremosas [você que tem fobia de gema crua, olhe para o outro lado]. Enquanto isso, rasguei algumas folhas novas de alface, cortei os talos e folhas do coração de um aipo, fatiei fino alguns rabanetes e misturei a azeitonas pretas na tigela. Temperei com sal grosso moído na hora, pimenta-do-reino, e um vinaigrette de azeite extra-virgem e vinagre de vinho tinto. Descasquei e cortei os ovos ainda quentes, dispus no prato e salpiquei um punhado generoso de salsinha fresca. Não poderia ser mais verão, tão fresco, colorido, energizante.

Daqui a pouco, um sorvetinho, claro. Ninguém é de ferro.

[Apenas porque a nutri me proibiu de pular os carboidratos do almoço, botei para dentro um pouquinho do que restara do cassoulet, frio mesmo, com um fiozinho de azeite. Viu, nutri? Ah, em tempo: a esteirinha de bambu, tão verde e delicada, foi presente da Nana!]

Cozinhe isso também!

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