quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Meu natal frutado



Não, não é "frustrado", não foi erro de digitação. É "frutado" mesmo. Porque enquanto discorri cansativamente a respeito de natais na minha tia e afins, os natais na casa de meus pais, quando passávamos apenas nós quatro, passaram batido. Verdade seja dita: minha mãe nunca foi lá muito doceira. Alguns bolos aqui e acolá, brigadeiro no aniversário. Por isso, além do tender, do arroz com passas, da farofa fresquinha, da salada, sempre havia na mesa de natal cestas e mais cestas de frutas frescas: pêssegos, ameixas, nectarinas, nêsperas, damascos, uvas e cerejas. Eu achava lindas aquelas cores fortes e harmônicas em fruteiras de cristal sobre a toalha de mesa vermelha. Passávamos a tarde toda, enquanto meus pais arrumavam a casa, beliscando das uvas e das cerejas, esperando pelos pratos principais da ceia. Isso sem contar com as tigelinhas de nozes, castanhas e pistaches que meu pai deixava espalhados pela casa toda, para a conveniência de todos. Nada me traz mais para casa novamente, para os natais íntimos e aconchegantes da minha família, como uma tigela de frutas da estação. Quando vi essas cerejas no mercado, das vermelhas e das amarelas, não resisti a trazê-las para casa, colocá-las em uma tigela branca e deixá-las sobre a mesa, para ir beliscando, enquanto a ceia do natal não chega.

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