quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Pão do Pão

Quando tinha minha coluna de gastronomia no portal Onne,
lembro-me de ter escrito um texto imenso sobre a ausência de verdadeiras padarias em São Paulo. Em países europeus é muito comum aquela lojinha pequena, familiar, centenária, que produz excelentes pães artesanais, e nada mais. Não se vende frios, não se vende sorvete, não se vende revistas ou ração para cachorro. Pães e somente pães, variados e de qualidade, pois são feitos por alguém que se especializou nisso. Aqui, o mais comum é comprar aquele pãozinho francês sem gosto, pois foi feito por alguém sem paixão, que colocou na misturadeira industrial um saco de mistura pronta para pães.

Aparentemente, minha angústia será exterminada. Essa semana descobri um lugarzinho discreto e muito charmoso: Pão. Sim, a padaria chama-se Pão, e produz apenas pães e semelhantes, com 80% de ingredientes orgânicos, assados em pedra e com fermentação natural (sourdough).

Enquanto conversava com o rapaz no balcão, podia ver atrás dele outros funcionários produzindo a próxima fornada, numa cozinha bastante pequena, que se vê também da rua, através da janela. Aliás, o Pão é, por enquanto, apenas isso: uma cozinha, um balcão pequeno e três mesinhas para quem quiser um café, uma fatia de torta ou um sanduíche. A decoração faz um gênero rústico-muito-bem-planejado-por-um-decorador-que-manja-das-coisas, com painéis de madeira escura e sem verniz, dentro e fora da padaria. A lista de produtos ainda cabe em uma página, e eles ainda não abrem todos os dias. Mas se depender da paixão do funcionário, cujos olhos brilhavam ao me explicar o propósito da padaria, o negócio vai longe. "Nossos pães são feitos com ingredientes orgânicos e com muito amor", disse-me ele. Há quanto tempo você não ouve isso em sua padaria?

Recomendo. Vão. Conheçam. Experimentem. Ajudem o Pão a crescer! hehehe...

Cozinhe isso também!

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