terça-feira, 27 de abril de 2021

Os adultos que eles vão ser um dia. E popovers que, como crianças, eu fiz sem saber no que iam dar.


Até a primavera entendeu o feelling dessa quarentena.

Thomas, meu filho, tem dez anos, agora. Dez anos são duas mãos cheias, espalmadas, que, quando estiradas para os lados na ponta dos braços, formam um abraço comprido que me enlaça a cintura inteira. Como isso é possível? Lembro quando minhas mãos eram tão grandes que seguravam todo o seu corpo feito um saquinho de leite.

Ainda existem sacos de leite no Brasil? Aqui no Canadá compramos leite em sacos: um saco grande que comporta 3 sacos menores, totalizando 4 litros. Há um apetrecho de geladeira de 1 dólar e 99, que se usa para manter os sacos empilhados, e uma jarra de plástico de 1 dólar e 99, com uma vaquinha estampada em dourado, para acomodar o saco aberto, cortado com tesoura na pontinha, como era na minha infância. Gosto do leite em sacos. O que não gosto é de saber que são 4 litros de leite divididos em 3 sacos. Cada saco contém, portanto, 1,3333333333...ao infinito de leite. O que me faz pensar como diabos se mede infinitas partes de leite num saco. Ou que na verdade cada saco contém exatos 1,3 litros de leite e e eu fui roubada dos meus preciosos mililitros infinitos. Quem consegue dormir sabendo disso?

Enfim. Meu filho tem dez anos e é ele normalmente quem troca o saco de leite da jarra de plástico. Ele faz um corte pequeno demais na ponta com a tesoura da cozinha, e frequentemente o leite sai do saco num jato arqueado que erra a xícara. Mas eu fico feliz que meu filho de dez anos lembre de trocar o leite da jarra.

Dez anos é uma idade importante. Com dez anos, meu filho pode sair da escola sozinho. Com dez anos, ele pode andar pelas ruas da cidade, sem que ninguém olhe para trás procurando os pais da criança. Com dez anos, o governo diz que eu não sou uma mãe horrível se ele ficar sem supervisão em casa por algumas horas. 

Às vezes eu olho para esse menino de dez anos largado na minha poltrona amarela. Seu rosto sério enfiado num livro de dinossauros. O livro, por sua vez, apoiado às pernas de girafa dobradas à sua frente, como um muro que separa sua consciência do mundo acontecendo à sua volta. E eu me dou conta de que seu maxilar está mais largo, que seu corpo comprido ocupa todo o espaço da cadeira, que a massa de músculos entre seus ombros e sua cintura formam um perfeito trapézio, já distante das proporções infantis às quais me acostumei por uma década. Ele ergue os olhos das páginas para me olhar sob sobrancelhas pensativas, e eu vejo o homem que ele vai ser um dia. 

O encanto se quebra quando sua expressão relaxa, e ele me conta seus planos de ser um cientista, morando dentro de um vulcão, onde pretende criar um Indominus Rex de verdade. 

Meu filho de dez anos.

Então, numa manhã comum, enquanto cada um preparava o próprio café-da-manhã (Allex e seu smoothie, Laura e seu ovo frito com legumes, Thomas e seu mingau de aveia e eu ainda no meu cappuccino, esperando a fome aparecer), Thomas disse que queria ir ao mercado sozinho. 

"Qual mercado?", perguntei. Há um mercadinho vinte e quatro horas a 350 metros de casa, aonde Thomas já foi sozinho algumas vezes para comprar baguetes para o café.

"No NoFrills", ele disse.

NoFrills é uma rede de supermercados equivalente ao Extra, cuja loja mais próxima fica a exatamente um quilômetro de casa, subindo a avenida movimentada ao longo do parque. Esse ponto é um mercado razoavelmente pequeno, mas onde tenho evitado levar as crianças desde o início da quarentena. É onde faço metade das minhas compras semanais.

"Pra quê você quer ir lá?", perguntei, sentindo apitar no ouvido a vontade de dizer não. 

"Quero comprar um treat pra vocês", ele respondeu. Minha expressão deve ter sido de confusão, pois ele imediatamente começou a explicar: "Você e o papai andam muito sad. Vocês não have fun anymore."

"A gente quer fazer uma festa pra vocês!", Laura interrompeu, casualmente, como se o fato de estar de cabeça para baixo, sustentando o corpo sobre as mãos espalmadas e com os pés ao alto, levemente apoiados à parede, não tivesse nenhuma influência no tom da conversa.

"É. A gente quer fazer uma festa, para vocês pararem de trabalhar e have fun again."

Foi como um soco no estômago. Um soco carinhoso e bem intencionado, mas ainda assim um gancho de direita logo abaixo das costelas. Eles tinham razão. Nós estávamos "sad". Tristes. Nós estávamos trabalhando muito e not having fun anymore. Sabíamos disso. Eu havia já mencionado a Allex minha dificuldade em me abandonar a qualquer espécie de diversão genuína, sem sentir o peso do mundo lá fora e das preocupações espremendo meu peito como um torno. As duas semanas anteriores haviam sido particularmente complicadas: pincei um nervo no pescoço e comecei a sentir dores elétricas e dormentes em todo o meu lado direito. O fato de que as dores pioravam sempre que eu me deitasse me impedia de dormir ou mesmo ficar naquele tal repouso que recomendam para nervo pinçado. Passei madrugadas chorando de dor e exaustão, sem conseguir dormir mais de duas horas por noite. Depois da quinta madrugada, fui a um pronto-socorro, onde me deram uma dose cavalar de remédios e marcaram uma ressonância magnética para o dia seguinte. A ressonância confirmou o que já sabíamos: que meus nervos estavam pinçados entre algumas vértebras do pescoço, e que isso havia sido causado pela pressão dos músculos tensos e travados em volta. Ibuprofeno, Tylenol e quiropraxista para os músculos. E CBD para a ansiedade. 

As dores começavam a ir embora quando as crianças propuseram a festa. Eu já conseguia dormir, ainda que não noites inteiras.

Dor é uma coisa engraçada. Ela muda tudo. Sem dor, eu ia dormir desejando que a pandemia acabasse, que a quarentena tivesse fim, pré-requisito essencial para a reestruturação da minha felicidade. Com dor, eu rezava a deuses antigos para conseguir dormir. Dormir, esse desejo tão simples. Se eu puder dormir, serei feliz. 

E, dormindo, vi restaurada aquela alegria besta de quem ri à toa da piada do tio do pavê. 

Não sentir dor é lindo.

"Tá bom, filho", eu disse. "Quando você vai ao NoFrills?"

"Depois da escola. Mas eu também quero passar na biblioteca."

A biblioteca fica, em termos de esquinas, na diagonal oposta ao mercado. Apenas uma pessoa por vez tem permissão de entrar, se besuntar de álcool, mostrar a carteirinha para o bibliotecário e pedir o livro encomendado. Para facilitar as coisas, a biblioteca também tem "Grab And Go Bags" (sacolas pegue-e-vá): sacolas de papel pardo, cheias de livros que você leva para casa às cegas, apenas com base nas dicas que o bibliotecário escreveu nas sacolas: "Livros de 8-10 anos, aventura e dinossauros", "Romances ingleses do século XIX", "Livros infantis, 4-6anos, sobre amizade e diversidade".

"Tá bom. Então entre biblioteca e mercado, você deve ficar não mais que uma hora fora de casa. Se você demorar mais que uma hora, eu vou atrás de você", avisei, dando-me conta de que essa seria a maior quantidade de tempo que ele já passara sozinho na rua. Eram quinze minutos para ir e voltar do 24 horas. Eram oito minutos entre o parque e o nosso apartamento, quando ele precisava voltar correndo para usar o banheiro e o pai, trabalhando, me avisava por Whatsapp quando ele entrara e quando saíra para me encontrar no parque outra vez. 

Uma hora inteira.

"Tá", disse ele, assentindo firmemente com a cabeça, como um soldado recebendo uma missão.

Depois da escola, ele apanhou a mochila da escola, uma sacola de mercado, a chave de casa, seu porta-moedas de unicórnio e seu cartão da biblioteca. 

"Leva meu celular, só em caso de você precisar", eu disse, colocando meu telefone dentro de sua mochila. "E é SÓ mercado e biblioteca. Não é pra entrar em mais nenhum lugar. ESSE É O COMBINADO."

"Ok."

Fiquei observando o girar dos trincos da porta, quando ele usou as chaves para trancá-los pelo lado de fora. Trinco dourado. Trinco prateado. Cujas chaves, curiosamente, têm as cores trocadas. Laura deu duas estrelas, uma parada de mão e um salto dançante sobre o sofá, quando foi em direção à janela que dá vista para a avenida. Diz ela que avistou o irmão correndo na calçada, mochila azul e casaco azul avenida acima, até desaparecer por trás dos prédios que encobriam o caminho. Imediatamente, Laura cruzou os braços e as pernas e começou a reclamar. O irmão podia fazer tantas coisas. Ela não. Não via a hora de ter dez anos também.

Expliquei, tentando não tornar óbvio meu revirar de olhos, que não era a idade que dava a Thomas liberdade, mas a responsabilidade que ele havia demonstrado em outros momentos. O modo como atravessava as ruas, como respeitava os combinados, como cumpria com suas tarefas sem que eu precisasse lembrá-lo delas. "Quando você me mostrar que tem responsabilidade, você vai ter mais liberdade", eu disse. "Começa com você, filha. Não é a idade, ainda que alguma maturidade venha sim com a idade. Faz parte do desenvolvimento. Mas veja só: quantos amiguinhos seus de oito anos têm permissão pra usar o fogão sozinhos?"

"Ahn... nenhum. Mas eu tenho!"

"Sim, você tem. Porque você mostrou responsabilidade e maturidade lidando com facas e fogo e coisas fervendo, e eu sei que eu posso confiar em você na cozinha. Você não brinca com as facas e não faz nada perigoso perto do fogão. Você presta atenção e é cuidadosa. Você cumpre as regras e os combinados na cozinha. Então você pode cozinhar sozinha. Quando mostrar essa mesma responsabilidade em outras áreas, vai poder ir ao mercado sozinha também."

"Argh", resmungou, largando os braços e jogando a cabeça para trás, numa expressão aborrecida muito típica de desenhos animados. Pensei em como o fato de meus filhos emularem personagens de cartuns para comunicar suas emoções facilita meu trabalho na hora de desenhá-los.

Apesar de ter entendido a conversa, ela ainda fazia questão de demonstrar fisicamente seu aborrecimento. Eu poderia ter deixado quieto. Mas sabia que tudo o que ela queria era ter também algo de interessante para contar ao irmão depois.

"Laura, você quer fazer o jantar hoje? Enquanto a gente espera seu irmão voltar?", tentei.

A resposta foi o sim explosivo que eu esperava.

"Tá. Vou te ensinar a fazer risotto, então."

"Aaaaaargh. Mas eu não queria fazer risotto. Pode ser sopa?"

"Sopa?? Tá bom."

Eu não queria jantar sopa. Mas achei que jantar com paz familiar seria mais apetitoso do que um risotto emburrado.

Enquanto Thomas se aventurava no mercado, Laura descascou e picou fininho uma cebola, duas cenouras, um talo de salsão, um punhado de salsinha, quatro batatas e umas tiras de bacon. "Pô, ela pica legume mais rápido que eu", disse Allex, enquanto apanhava seu chá para voltar a mais uma reunião. "Ela pratica bastante", eu disse. Laura pica legumes melhor que a maior parte dos adultos que eu conheço. "Laura é uma máquina de picar".

Tendo a mãe ao lado, dando dicas dos próximos passos, Laura dourou o bacon, carregou os legumes picados com a lâmina da faca até a panela, refogou tudo, mexendo com uma colher na mão direita, enquanto casualmente apoiava a mão esquerda à cintura. Ela acrescentou o caldo, a casca de parmesão para dar sabor, e ficou de olho no ponto da batata como sinal de que era pra juntar o arroz. Acertou o fogo, experimentou o tempero. Decidiu quando estava tudo bom o bastante para servir, e, na hora do jantar, serviu, cheia de orgulho, duas conchas grandes de sopa para cada um, sem derrubar uma gota na mesa.

A sopa da Laura.

Quando o irmão abriu a porta de casa, ela correu não para saber dele, mas para contar como ela tinha preparado o jantar sozinha. O som daquelas chaves virando outra vez os trinco de cores diferentes foi um alívio imenso. Ele estava de volta em casa dez minutos antes da uma hora combinada.

Thomas tirou os sapatos, lavou as mãos, guardou a máscara, e veio nos mostrar o resultado de sua empreitada.

"Eu comprei isso para a festa", disse, colocando sobre a bancada da cozinha um tubo de batatas Pringle's sabor Barbecue. "É do Halo!", explicou, empolgado, apontando para o desenho do soldado de video-game na embalagem. "E eu comprei isso para mim, e isso para a Laura." Ele segurava, em cada uma de suas grandes mãos de dez anos, um saco com um quilo de balas de uma marca genérica de supermercado. "E eu fui na biblioteca e peguei esses aqui!" Ao lado de sua mochila, estavam duas sacolas Grab And Go de papel pardo: "Histórias em quadrinhos, 10-12 anos, Batman e SpiderMan" e "Ficção, 8-10 anos, com mensagens positivas". 

"Thomas foi sozinho ao mercado e voltou com doces e histórias em quadrinhos", disse a Allex, quando ele saiu do quarto-escritório. "Já é praticamente um homem de quarenta anos", brinquei.

"Ha. Ha. Ha. Engraçadinha", ele retrucou.

As compras do Thomas.


"E como você se sentiu indo sozinho no mercado, Thomas?", perguntei, fingindo tranquilidade. Tentava conter meu impulso de reclamar da quantidade colossal de jujubas e balas de goma que ele havia comprado. Como na vez em que nos comunicamos mal e ele, aos 8 anos, voltou para casa da escola sozinho de bicicleta. Ele estava tão feliz com a aventura, sem a menor ideia do que havia feito de errado, que respirei fundo e me forcei a primeiro perguntar sobre a experiência, para depois pedir que não saísse pedalando sozinho por aí sem me avisar.

Maternidade zen. Pelo menos de vez em quando.

"Eu em senti confiante", ele disse, com um sorriso que ocupava toda a largura daquele maxilar de gente grande. "Eu fiquei muito feliz porque você confiou em mim. Eu tô muito proud of myself."

Tudo o que uma mãe quer ouvir.

Naquela noite, jantamos a maravilhosa sopa da Laura, tivemos jujubas de sobremesa, e as crianças leram gibis do Homem Aranha até a hora de dormir.

Ao longo da semana, eles continuaram falando da festa, criando convites, planejando músicas e decorações, e dividindo tarefas entre eles. No domingo, Allex e eu observamos, positivamente impressionados, enquanto as crianças arrumavam o quarto, passavam pano nos móveis, e aspirador no chão. Eles penduraram bandeirinhas e cartazes. Colocaram na bancada do quarto uma pilha de pratos, guardanapos de papel e os copos vermelhos descartáveis que guardamos para festas. Arrumaram os chips e os doces em potinhos ao lado de jarras de água e suco de maracujá. 

Quando o relógio deu cinco horas, a música começou: Alestorm. Alestorm é uma banda de metal-farofa que só faz músicas de pirata. Thomas fechou a porta do quarto atrás de nós, ofereceu chips e anotou nossos nomes nos copos descartáveis com uma caneta Sharpie preta de ponta grossa, "pra gente saber de quem é o copo".

"Aqui é o Chill-Out Spot", explicou Laura, apontando para o cobertor vermelho esticado sobre sua cama bem feita como nunca, e a pilha de almofadas peludas formando um canto aconchegante para relaxar, caso a festa ficasse muito louca. 

"Bom, nossos filhos já estão prontos pra faculdade",comentei com Allex por trás do meu copo de suco. "Eles já sabem fazer festa em dormitório", eu ri. 

Dançar com eles aliviou a tensão em meu pescoço. Ri deles e com eles, e a festa terminou com um filme em família, pizza pedida pelo pai, e uma torta de limão que Laura havia ajudado a preparar. 

"Você gostou da festa, mamãe?", perguntou Laura, me abraçando o pescoço com cuidado, já deitada na cama. 

"Foi a melhor festa que vocês já fizeram!", respondi, honestamente. "Eu fiquei muito impressionada com o empenho de vocês."

"Que bom."

"Obrigada pela festa, e obrigada pelo feedback. Eu gostei muito que vocês vieram falar com a gente, tá?"

"Tá."

"Só lembra que não tem nada a ver com vocês. A gente só tá cansado dessa quarentena. Só isso."

"Vai passar, mamãe. Não é pra sempre. Você e o papai só precisam trabalhar menos e se divertir um pouco". 

"Você tem razão". 

"Na próxima vez, eu que vou buscar a pizza", Thomas disse, com os ombros já enfiados embaixo das cobertas. 

"Ok. Tô muito orgulhosa de vocês dois", eu disse, cobrindo os dois de beijos estalados. Thomas esticou os dois braços compridos para fora da cama, pedindo um abraço. E aquele abraço longo de dez anos me cercou inteira. Quando fechei a porta do quarto já escuro, vi os dois deitados, cada um em sua parte do beliche, ansiosos para serem deixados em paz para conversarem até caírem no sono. E vi os adultos que eles vão ser um dia. 

 

.....


Naquela semana, depois da bronca das crianças, eu resolvi me divertir um pouco. As dores melhoraram, e eu quis preparar algo diferente para o café da manhã. Algo que eu nunca havia feito antes. Apanhei o livro que eu emprestara da biblioteca e decidi preparar Popovers.

"Popovers?",perguntou Laura. "O que é isso??"

"Eu não sei", respondi, honestamente. "A gente vai descobrir quando ficar pronto". 

Como crianças, que você decide fazer sem saber no que vai dar, os popovers também apresentaram imprevistos: 

"Droga. A massa precisa descansar meia hora antes de ir pro forno", resmunguei.

"O que isso quer dizer?", Laura perguntou.

"Quer dizer que o café-da-manhã vai demorar mais um pouco."

"Aaaaargh."

"Sim. Argh."

Quando ficaram prontos, descobri que eles são a versão individual e salgada daquelas German Pancakes ou Dutch-Baby pancakes. Acho que era esse o nome. A versão familiar é uma massa rala de panqueca, que você despeja na frigideira já bem quente e com gordura, e enfia no forno. A massa cresce como um souflé, e desinfla assim que sai do forno, e você polvilha com açúcar antes de servir. Os popovers, por sua vez, são uma massa rala de paqueca, que você despeja nas forminhas de muffin já bem quentes e com gordura. Os popovers crescem como soufflés, e desinflam assim que são tirados do forno. E você os come com manteiga e geleia.

CORNMEAL POPOVERS

(do livro One Good Dish, de David Tanis)

Rendimento: 12 unidades, ou 4 pessoas

 

Ingredientes:

  • 2 colh. (sopa) manteiga sem sal, em temperatura ambiente, para untar as formas
  • 3 ovos grandes
  • 1 xíc.leite
  • 1/3xic. buttermilk (ou leite com uma colherinha de vinagre)
  • 1/3 xic. água
  • 3/4 xic. farinha de trigo
  • 1/4 xic. farinha de fubá
  • 1/2 colh (chá) sal
  • 2 colh (sopa) manteiga, derretida

 

Preparo: 

  1. Pré-aqueça o forno a 190oC. Unte generosamente com a manteiga as 12 cavidades de uma forma de muffins. 
  2. Numa tigela, bata com um fouet os ovos, leite, buttermilk e água, até que fique homogêneo.
  3. Junte a farinha fubá e sal para fazer uma massa rala.
  4. Junte a manteiga derretida e misture com o fouet até que fique homogêneo. 
  5. Deixe descansar por pelo menos 30 minutos. Quando faltarem 5 minutos para colocar assar os popovers, coloque a forma de muffins preparada no forno, para que esquente bem.
  6. Retire a forma quente e, rapidamente, coloque 1/4 xic. de massa em cada cavidade. A massa vai ser bem líquida ainda. Leve imediatamente ao forno e asse por 25-30minutos, até que estejam bem dourados e inflados.Sirva imediatamente.

quinta-feira, 8 de abril de 2021

A fila da montanha russa. Scones, biscoitos, biscotti.

 

 

Ele tem me chamado de Solange Frasão. Às vezes de Pugliesi. Então tenta buscar na memória algum outro nome de musa fitness, sem sucesso, e repete a primeira, enquanto eu guardo os kettlebells no lugar, e enxugo o suor que escorre pela testa e pinga da ponta de meu nariz. Eu rio, e faço alguma piada autodepreciativa (um velho hábito com o qual preciso parar) comparando meu físico com o delas, ao que Allex sorri de volta e diz "You are MILFing right."

Eu não sei se estou MILFing, or whatever, sei apenas que me sinto forte. E sentir-se forte é bom numa época em que o mundo inteiro nos faz sentir impotente.  

Desde o começo do ano, quando finalmente consegui colocar meu pé no chão sem sentir ondas agudas de dor geradas no meu calcanhar e subindo por minha coluna, voltei a correr regularmente. Mas desta vez, repleta de uma cautela quase traumática, resolvi ter paciência e respeitar o fato de que meu corpo não tem mais vinte anos; mesmo que os funcionários da loja de bebidas continuem me pedindo a carta de motorista quando compro meu vinho de sexta-feira. (É essa pele de nenê que herdei da minha vó.) Eu posso ter esse rostinho "xófem", mas a fascite plantar será um lembrete eterno do fato de que meu corpo tem sim 41 anos e requer mais responsabilidade. 

Foi assim que voltei a treinar kettlebell direito e me alongar decentemente, ao invés de fazer aquela meia dúzia de exercícios com peso leve e sentar na escrivaninha para trabalhar imediatamente após correr 15km. Coisas das quais você se safa quando tem vinte anos. Lembrando mais uma vez, porque às vezes eu esqueço: EU NÃO TENHO 20 ANOS. 

Mas se com vinte anos eu não via vantagem em ficar forte, e fugia da musculação achando tudo uma grande bobagem, hoje me vejo quase mais ansiosa pelos treinos de força do que pela corrida em si. Ouso dizer que é a vontade de levantar pesos que tem me levantado da cama. 

Honestamente, apesar das piadas infames e dos textos bem humorados que tenho publicado no Instagran, poucas coisas têm me tirado da cama nos últimos meses além do senso de responsabilidade com relação a meus filhos.

Houve muitos dias em que eu só queria chorar e dormir.

Mas assim como tenho consciência de que em alguns dias por mês minha irritabilidade, fragilidade emocional, cansaço ou depressão têm fontes puramente hormonais, tenho feito um esforço para me lembrar de que essa sensação de ter um rinoceronte sentado no meu peito quando abro meus olhos de manhã é puramente circunstancial. Essa não sou eu.

Repita: ESSA NÃO SOU EU.

Deixo o choro vir e coloco em palavras, às vezes escritas, às vezes ditas a um ouvido amoroso, toda a angústia que me aflige. Lembro e repito aquelas descrições tão precisas de Bukowski e Sylvia Plath: é como se enxergasse e ouvisse tudo através de uma névoa; é como se estivesse sob uma redoma de vidro.

É como se meu corpo tivesse perdido a sensibilidade. A pele formiga, os olhos embaçam, algo obstrui os ouvidos, não há sabor na língua. Não gosto mais da minha música favorita.

Nada me toca.

Mas eu não sou mais a menina adolescente que chorava na frente do espelho para admirar o brilho trágico das próprias lágrimas. 

Repita: ESSA NÃO SOU EU.

Sentei-me um dia em minha poltrona, num ato mecânico de uma inteligência artificial que descobre não estar viva, e, de olhos fechados, listei mentalmente todas as coisas que me davam prazer.

Ler naquela poltrona, com uma xícara de chá.

Escrever um texto engraçado.

Gansos em formação, atravessando o céu da cidade.

Esquilos comendo castanhas com suas mãozinhas minúsculas.

Cheiro de manjericão.

Correr longe.

A vibração dos músculos depois de um treino de força.

Quando a comida está tão boa que a gente sorri e diz HMMMMMM.

Abraços.

Beijos.

Olhar o lago.

Terminar uma pintura.

A risada dos meus filhos.

Descobrir um vinho bom.

Mingau de aveia quente com maple syrup.

Passeios de bicicleta com as crianças.

A sensação de competência quando consigo usar toda a comida da casa até a geladeira e a despensa ficarem vazias, como a resolução de um quebra-cabeça muito difícil.

Piqueniques.

Mato.

Dançar na sala.

Conversar com uma amiga.

O modo como o cheiro de cada livro meu me lembra de onde estava quando o li pela primeira vez.

Churrasco na varanda.

Conversar com Allex até esquecer que estávamos vendo um filme.

A textura do spaghetti.

Luz de abajur no começo da noite, quando as crianças adormecem e a casa é silêncio.

O som de "KA-TCHING!"que o aplicativo do Etsy faz toda vez que vendo uma pintura, e a reação das crianças ao ouvir a notificação: "Mamãe vendeu um desenho! Mamãe vendeu um desenho!"

Ver a lua cheia da janela do quarto escuro. 

Receber mensagens de quem está lendo meu livro e gostando.

Descobrir que consigo fazer algo que eu achava que não conseguia.

Flores.

O barulho da caldeira da máquina de café ligando de manhã.

Enfiar os pés embaixo da coberta e sentir os lençóis limpos ainda gelados.

Cheiro de xampu no cabelo lavado.

Lembrar de um momento bom que eu tinha esquecido.

Croissant com geleia. 

Piadas internas.

O silêncio antes de uma ideia.


Devagar, comecei a buscar minha sensibilidade perdida. Tentar entender porque é que essa lista inteira não funcionava mais, e fazê-la voltar a funcionar. Afastar a névoa dos olhos. Levantar a redoma. Se a vida anda mecânica no fundo do poço, vou mecanicamente encontrar uma saída dele. Só preciso lembrar de que essa não sou eu. 

Repita: ESSA NÃO SOU EU.

De todas as minhas fontes de prazer, atividade física intensa tem sido o remédio mais potente. Ver meu corpo correndo mais rápido, ficando mais forte, executando movimentos novos, é prova irrefutável de que o tempo ainda existe, e de que melhoras são possíveis. 

Aproveito a dose cavalar de endorfina pulsando em minhas veias para buscar cores em atividades antes cinzentas. Escrevo um texto engraçado. Inspiro fundo o cheiro do xampu enquanto seco os cabelos. Ganho um beijo na nuca. Rio alto de uma piada besta. 

Abraço.

As coisas vão bem até não estarem bem de novo.Até a preocupação virar tensão e a tensão travar meu pescoço. Até a preocupação virar insônia e eu não conseguir recuperar meus músculos dos exercícios do dia anterior. E eu precisar parar tudo de novo. E de novo. Lembrando que todo o resto está também parado. E esperar passar. Lembrando que tudo o que faço é esperar passar. 

Às vezes choro, porque só queria conseguir dormir.

Abraço.

Gansos voando em frente à minha janela.

A luz da primavera faz o lago ter outro tom de azul. 

As coisas não estão bem até estarem bem de novo. Como o abre e fecha do comércio em Toronto. Como o abre e fecha das escolas. Enquanto escrevo isso, voltamos à escola online. Enquanto reviso o texto, sai uma nova ordem (DE NOVO) de ficar em casa por mais um mês.

Seria uma montanha-russa emocional. Mas não é. Montanhas-russas são divertidas. Eu não estou em uma montanha-russa. Estou há quatro horas na fila, embaixo do sol escaldante, com a excursão da terceira série gritando atrás de mim. E quando finalmente chegar minha vez, o brinquedo estará quebrado, fechado para manutenção. Sem reembolsos. 

Corro. Levanto pesos. Sorrio contente porque consegui fazer flexões de braço. Eu nunca tinha conseguido fazer flexões de braço. Sento em minha poltrona para ler com uma xícara de chá. Beijo. Abraço. Sorrio outra vez quando ouço a caldeira da cafeteira esquentando ao meio-dia. Um espresso depois do almoço. Um cochilo de conchinha. 

Minha pele volta a sentir, e o que enxergo tem definição. Mas é preciso estar atenta. Não me deixar levar pelos desastres miniatura da vida dos dias iguais. Essa água fria que lava a alegria e pesa nos pés. Encontrar de novo um jeito de ter prazer e relaxar para conseguir dormir. E, dormindo, ter força para fazer força. 

Quero ter forças para fazer força.

Escolho receitas que eu nunca fiz para que hoje seja diferente de ontem. Para acordar meu paladar adormecido.Chamo as crianças para fazerem comigo um biscoito que elas nunca comeram.

"Vai Solange!", ele diz. Eu rio.É bom rir. Meu corpo vai lembrando aos poucos como é bom rir. Rio de um par de gansos tentando fazer ninho na varanda do prédio da frente. Rio dos absurdos que as crianças dizem. Faço um desenho. Rio de uma coleção de Memes estúpidos que só têm graça porque não têm graça. "Não acredito que você está rindo disso", ele diz, encantado com minha capacidade de chorar de rir com uma piada tão segunda-série.

Ando no mato. O mato me traz uma saudades do Gnocchi que me abre um buraco por dentro que quase não consigo conter. Choro um pouco. Choro muito. As crianças me abraçam. "É o Gnocchi, né, mamãe?" Também, eu respondo, sincera.

Voltamos para casa e as crianças pedem música.

Everything's not awesome
Things can't be awesome all of the time
It's an unrealistic expectation
But that doesn't mean we shouldn't try
To make everything awesome
In a less idealistic kind of way
We should maybe aim for not bad
'Cause not bad right now would be real great.

 A sabedoria de Lego Movie 2.

E vamos indo. Nada incrível. Apenas não-ruim. Não-ruim está bom. No meio dessa fila sem fim para um passeio de montanha-russa que nunca chega. Convencendo as crianças de que não vai demorar muito mais. Vamos jogar um jogo enquanto isso. Fazer um piquenique. Alguém trouxe um baralho?

RESPIRA.

....

Ano passado, a quarentena me fez buscar comidas fáceis e confortáveis, pratos que não precisavam de receita. Muito da minha atenção era voltada à novidade da escola online e de todas as dificuldades causadas pelo Lockdown no Canadá e pelo isolamento social, que aqui aconteceu de verdade. Um ano depois, essa estratégia não mais me serve. Não há novidade mais em estar em casa, em crianças estudarem no computador, em restaurantes e lojas e museus fechados, em não podermos ver os amigos, em termos medo de ficarmos doentes. Quem tem ditado a novidade é a comida. (Antes era o vinho,mas isso não faz bem.) Não todos os dias, pois não tenho energia mais para testar receitas novas todas as noites, como era no passado. Mas algumas vezes por semana. Um bolo diferente, um biscoito que ninguém conhece, um jeito novo de comer rabanetes, uma carne que eu nunca fiz. Qualquer coisa que me faça lembrar da passagem do tempo, e que traga prazer aos dias. 

Estas são três receitas que fizeram estrondoso sucesso aqui em casa. 


A primeira, scones de azeite,erva-doce e uva-passa, deliciosos para o café da manhã. Tão fáceis porque congelá-los faz parte do processo, o que quer dizer que você pode assar quantos quiser de manhã cedo e ter um café da manhã diferente em vinte minutos, enquanto você checa as notícias de manhã, bota uma música, manda um Bom-Dia pra família pelo Whatsapp.

 

Os biscoitos amanteigados de trigo sarraceno e nibs de cacau foram devorados pelas crianças, e me trouxeram a lembrança gostosa de quando Thomas nasceu: preparei esses biscoitos há dez anos atrás, e levei um pote deles comigo na maternidade (a louca).

 

Sim, isso quer dizer que Thomas fez dez anos. DEZ ANOS. Partiu-me o coração o fato de ser seu segundo aniversário sob quarentena. Ele preparou comigo seu bolo de baunilha da Alice Medrich (tem aqui no blog), recheado de doce-de-leite e coberto de chantilly e morangos. Combinação que ele pediu. Também pediu hambúrgueres de almoço e a pizza de gorgonzola da mamãe de jantar. "Quero ver Jurassic World EM FAMÍLIA, todo mundo junto", ele disse. Claro, pimpolho. Eu queria escrever um post inteiro sobre seus dez anos. Mas não consegui. Não com o tom que eu queria. Eu desejava mais para ele do que esses dias trancados.


Os últimos, biscotti de fubá, foram feitos no improviso, numa noite em que eu não tinha o que mandar de lanche no dia seguinte e não tinha lá muitos ingredientes pra fazer qualquer coisa. Eu não tinha manteiga, quase não tinha farinha de trigo, e me restavam dois ovos na geladeira. Achei uma receita de biscotti de azeite e fubá da Alice Medrich, que adaptei para não usar castanhas (proibidas na escola), acrescentando sementes de erva-doce. Os biscotti tinham gosto de bolo de fubá, acabaram em dois dias, e a receita vai ser repetida muitas vezes.

 SCONES DE ERVA-DOCE, PASSAS E AZEITE

(Do livro Baking Handbook, de Martha Stewart)

Ingredientes:

  • 3 colh. (sopa) sementes de erva-doce, e mais um pouco para polvilhar por cima
  • 4 xíc. farinha de trigo
  • 2 colh (sopa) fermento químico em pó
  • 1 colh. (sopa) açúcar
  • 1 colh (chá) bicarbonato de sódio
  • 1/2 colh (chá) sal
  • 115g manteiga sem sal, gelada, cortada em cubos
  • 1 1/2 xic. passas amarelas, de preferência o tipo sem semente, picadas grosseiramente
  • 1/2 xic. + 1 colh (sopa)  azeite de oliva extravirgem
  • 1 1/2 xic. creme de leite fresco
  • 1 ovo, batido

Preparo:

  1. Forre uma assadeira com papel-manteiga.
  2. Coloque as sementes de erva-doce em um pilão e transforme-as numa farofa grosseira. 
  3. Numa tigela grande, junte farinha, fermento, açúcar, bicarbonato e sal. Junte a manteiga e esfregue com os dedos, até obter uma mistura que pareça uma farofa bem grossa. 
  4. Junte as passas e as sementes moídas, 1/2 xic. azeite, e o creme. Misture com uma espátula, apenas até que forme uma massa. Se a massa parecer muito seca, junte mais creme, uma colher por vez. 
  5. Despeje a massa numa superfície ligeiramente enfarinhada. Com mãos enfarinhadas, junte a massa aos tapinhas, até que ela forme um disco de 3,8 a 4cm. 
  6. Com um cortador de biscoito de 7cm de diâmetro, corte quantos scones conseguir da massa. É importante que o corte seja feito como um carimbo, num movimento rápido para baixo e retirando para cima, sem girar o cortador. Girar o cortador pode interferir no modo como o scone vai crescer no forno. Junte os restos de massa e corte novamente até que não reste mais massa. Alternativamente (e é como vou fazer na próxima vez pra facilitar a vida), forme um retângulo de 4cm de altura e,com uma faca afiada, corte quadrados de 7cm de lado. BEM mais simples, né? 
  7. Coloque os scones na assadeira e leve ao freezer até que endureçam. Nesse ponto, você pode transferi-los para um saco plástico fechado e deixar a assadeira com o papel-manteiga pronta para assar os scones na manhã seguinte. Caso queira assá-los no mesmo dia, bastam duas horas de freezer.
  8. Preaqueça o forno a 180oC. Bata o ovo com a colher restante de azeite. 
  9. Posicione os scones com uns 5cm entre eles na assadeira com papel-manteiga. Pincele-os com a mistura de ovo e polvilhe com erva-doce. 
  10. Asse por 20-25 minutos (se estiverem congelados há mais tempo pode levar uns 5minutos mais),até que estejam dourados e com pedacinhos caramelizados. TRansfira para uma grade para que esfriem. Eles são mais gostosos comidos no mesmo dia. 

 

BISCOITOS AMANTEIGADOS DE SARRACENO E NIBS DE CACAU

(Do livro Chewy, Gooey, Crispy Crunchy, da Alice Medrich)

Rendimento: 48 - 60 biscoitos, mais ou menos, dependendo do tamanho


Ingredientes: 

  • 14 colh. (sopa)(310g) manteiga sem sal, em temperatura ambiente
  • 3/4 xic açúcar
  • 1/4colh (chá) sal
  • 1 1/2 colh. (chá) extrato de baunilha
  • 1 gema grande
  • 1 1/4 xic (160g) farinha de trigo
  • 3/4 xic (85g) farinha de trigo sarraceno
  • 1/3 xic. nibs de cacau

Preparo:

  1. Com uma colher de pau ou uma batedeira, bata a manteiga e o açúcar, sal e baunilha, até que fique homogêneo e cremoso, mas não fofo (cerca de 1 minuto na batedeira). 
  2. Junte o ovo e bata até incorporar.
  3. Junte as farinhas e os nibs de cacau e misture apenas até que não haja traços de farinha na massa. Sove a massa com as mãos por um minuto, para ter certeza de que todos os ingredientes estão bem incorporados. 
  4. Na bancada, polvilhada com um pouquinho de farinha, forme um rolo de 30cm de comprimento por 5cm de altura. (Eu fiz um rolo mais comprido, com uns 3cm de altura, porque queria biscoitos menores, que coubessem melhor nos potes de lanche). 
  5. Embrulhe em papel-manteiga e leve à geladeira por 2 horas ou, de preferência, durante a noite. A massa pode ser congelada assim por até 3 meses.
  6. Preaqueça o forno a 180oC, e posicione as grades no terço inferior e superior.
  7. Desembrulhe o rolo de massa e use uma faca afiada para cortá-lo em rodelas de um pouco mais de meio centímetro de espessura. Coloque-os nas assadeiras (sem untar nem forrar), deixando uns 4-5cm de espaço entre os biscoitos. 
  8. Asse por cerca de 14 minutos, trocando as assadeiras de grade no meio do cozimento, até que estejam ligeiramente dourados nas bordas. É mais difícil de notar isso com a farinha escura, mas eles tem que estar com um aspecto opaco.
  9. Retire do forno e deixe que esfriem na assadeira por 1 minuto antes de retirá-los para esfriarem completamente sobre uma grade. Eles se mantém bem por 1 mês em pote fechado hermeticamente. 

 

BISCOTTI DE AZEITE E FUBÁ
(Adaptado do livro Chewy, Gooey, Crispy Crunchy, da Alice Medrich)

Rendiemnto: 24-30 biscotti

 

Ingredientes:

  • 1 xic + 2 colh (sopa) (140g) farinha de trigo
  • 2/3 xic (104g) fubá 
  • 1/4 colh (chá) fermento químico em pó
  • 1/2 xic. azeite extravirgem
  • 2/3 xic. açúcar
  • 1/4 colh (chá) sal
  • 2 ovos grandes
  • Casca ralada de 1 laranja
  • 1 colh. (sopa) sementes de erva-doce

 

Preparo:

  1. Forre uma assadeira com papel-manteiga (ou unte com manteiga). Preaqueça o forno a 180oC.
  2. Numa tigela, combine a farinha,fubá e fermento.
  3. Num pilão, quebre as sementes de erva-doce, até que algumas tenham virado pó e outras estejam em pedaços menores. Não tem problema se alguma ficar inteira. Junte as sementes à farinha.
  4. Na tigela da badeteira, bata o azeite, açúcar, sal, ovos e casca de laranja, em velocidade alta, por 3-4 minutos, até que a mistura esteja clara e tenha engrossado um pouco.
  5. Junte a mistura de farinha e bata apenas até que esteja incorporada. A massa vai ser grossa e grudenta. 
  6. Com uma espátula, passe a massa para a assadeira preparada, formando um retângulo chato de cerca de 40x12cm. (Molhe as mãos e empurre a massa até chegar nesse formato.)
  7. Asse por 20-25 minutos, até que a massa esteja dourada em cima e acastanhada nas beiradas. (Gire a massa na metade do cozimento, para que asse por igual). 
  8. Retire do forno e deixe na assadeira, numa grade, descansando por 15 minutos. Enquanto isso, abaixe o fogo para 160oC. (Caso seu forno não fique mais baixo que 180oC, como era o meu no Brasil, você pode deixar a porta entreaberta com uma colher de pau segurando, ou assar por menos tempo). 
  9. Transfira a massa assada para uma tábua de corte, e, com uma faca de serrilhada, corte fatias de pouco mais de 1cm de espessura. Disponha os biscotti na assadeira SEM o papel-manteiga. Volte ao forno e asse por 15-20 minutos (menos se o forno ainda estiver a 180oC), até que estejam ligeiramente dourados. 
  10. Retire do forno e imediatamente coloque os biscoitos para esfriar sobre uma grade. Duram pelo menos 2 semanas se guardados em potes herméticos. 

Cozinhe isso também!

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