quarta-feira, 6 de setembro de 2006

Comer fora

Quem gosta de cozinhar vai concordar comigo: conforme você se aventura no mundinho da culinária, fica cada vez mais difícil jantar fora. Dizem que São Paulo é a capital mundial da gastronomia. Eu digo que não. Pode ser que haja uma variedade imensa de restaurantes na cidade, mas quando a conversa é qualidade dos ingredientes e cuidado no preparo, tudo muda de figura. Foi difícil escolher, num outro dia, um restaurante simples onde um amigo e eu pudéssemos almoçar decentemente. Tendo ele começado a se interessar pela cozinha, dividiu comigo sua insatisfação ao perceber que os pratos oferecidos pela maioria dos bistrôs da região, por cerca de 26 reais, não eram nem um pouco melhores do que aqueles que preparamos em casa, por 1/5 do valor. Não me animo a comer massas em restaurantes, pois raramente me deparo com alguma receita inédita ou algo que de fato valha seu preço.

Eu tinha uma idéia romântica da cozinha de um restaurante até passar meu dia em uma. Observei, com uma revolta resignada, os cozinheiros tirando do freezer o macarrão e o risotto já cozido pela metade (em caldo de legumes industrializado), e a produção de um pão para couvert que não deu certo pois o fermento fresco já não era fresco havia duas semanas. Eu entendo que seja necessário, em um restaurante movimentado, deixar o alimento o mais pronto possível para que o cliente não aguarde 40 minutos por seu prato. Mas quando a qualidade do prato é comprometida são outros quinhentos. Aliás, são esses quinhentos que me incomodam, pois eles saem do meu bolso rapidamente em troca de um risotto de terceira categoria, e, infelizmente, meu bolso ainda não é cheio o suficiente para bancar os restaurantes que de fato têm azeite extra-virgem na mesa, e não azeite comum em uma garrafinha oleosa reutilizada oitenta vezes.

Cozinhe isso também!

Related Posts with Thumbnails