domingo, 18 de novembro de 2007

Delhi Palace

Oooops... que maldade esquecer-me de comentar sobre esse lugar. Já havia ido uma vez, com Allex e dois amigos, mas, um pouco tímidos, sem saber o que pedir num cardápio tão vasto, acabamos não sabendo escolher direito e terminei a noite não muito satisfeita. No entanto, nesta última quinta-feira de feriado, resolvi dar uma nova chance ao lugar. Ainda bem!

O Delhi Palace é um lugar simples. Ainda que repleto de mobiliário e objetos de decoração indianos, ele não impressiona como outros restaurantes étnicos mais caros. No meio da avenida Juscelino Kubitschek, ele poderia desaparecer entre mecânicas e show-rooms, e um passante jamais notaria o prédio vermelho de dois andares, mesmo sendo um prédio vermelho de dois andares. Seria uma pena, no entanto, deixar o restaurante passar batido.

Quem comanda a cozinha é de fato um indiano, Dinesh Rajput, que prepara um extenso e delicioso cardápio de legumes, peixes, carnes e frangos, muitos dos quais são preparados num forno de barro cilíndrico, típido da cozinha Tandoor, onde também são assados pães todos os dias.

Da primeira vez que fomos ao Delhi Palace, passamos rapidamente do couvert ao prato principal, o que se revelou um erro gigantesco. Desta vez, aproveitamos devagar a porçãozinha sequinha, crocante e sensacional de samosas de vegetais (pasteizinhos indianos) e cada um dos chutneys, molhos e pastas disponíveis, acompanhados de deliciosos pães Naan, achatados, assados na hora nas paredes do forno de barro. Chutney de manga, de tamarindo, de coco, hortelã, molho de pimenta (forte, muito forte, como avisa o garçom). Mais pão! Mais pão! Até não sobrar nenhum vestígio dos maravilhosos chutneys em suas tigelinhas.

Na hora de pedir, o melhor é pensar como aqueles restaurantes de praia que íamos com nossos pais, em que pedíamos um enorme prato de peixe, arroz e batatas, dividido entre toda a mesa, do que pensar em pratos individuais. Pedimos um perfumado arroz com especiarias e frutas secas (Navratan Pulau), um refogado de legumes e queijo coalho indiano em um molho cremoso e de sabores complexos, absolutamente delicioso (Navratan Korma), e, para o amigo não semi-vegetariano da mesa, um prato de cordeiro típico de Kashmir (Rogan Gosht), com um molho tão perfumado que nem Allex resistiu a passar-lhe o pãozinho Naan.

Para quem acha confuso demais um cardápio longo de coisas nunca dantes experimentadas, vale a pena visitar o lugar durante a semana, na hora do almoço, quando eles servem um farto (e inexplicavelmente barato) bufê, onde você tem a oportunidade de experimentar diversos pratos diferentes sem se sentir intimidado. Tudo assistindo a clips coloridíssimos de pop indiano!

Gostei, adorei, volto com certeza, recomendo sem dúvida.

Delhi Palace
Av. Juscelino Kubitschek, 1132, Itaim Bibi - São Paulo - SP
t: (11) 3073-1209

O fim de um preconceito

Sempre tive um preconceito contra o restaurante Quattrino que não sei muito bem explicar de onde veio. Não sei se por ter estado muito tempo ligado a celebridadezinhas, não sei se por ser famoso pelo tal "gnocchi da sorte" tradição muito mais argentina que italiana que, por algum inexplicável motivo, me irrita um bocado. De qualquer forma, ontem queríamos almoçar massa, queríamos comer fora, mas não queríamos pegar o carro para nada. Então, resolvi vencer meus preconceitos e ir ao Quattrino.

Sou obrigada a dizer que o lugar foi uma boa surpresa. Apesar do precinho um pouco mais salgado do que pretendíamos gastar num almoço casual de sábado, as massas estavam muito saborosas. Pedi um prato de fettuccine feito na casa, com camarões, lulas e molho pesto. Normalmente molhos pesto feitos com nozes não me agradam, pois adquirem um retrogosto amargo que considero bastante repelente. No entanto, este estava suave, e tudo o que eu sentia era o sabor fresco do manjericão, que combina maravilhosamente com frutos do mar, como se pode ver pela tradição culinária genovesa. Allex pediu uma massa recheada, simples, de queijo ao molho de sálvia, também muito boa, ainda que ele tenha achado a porção pequena em relação a meu prato (de fato). Ponto positivo para as torradinhas ao alho e salsinha do couvert, que vieram quentinhas, e para a ricotta temperada. Ponto negativo para os palitinhos de cenoura e pepino que, sem um molhinho no qual serem mergulhadas, ficam meio sem função na mesa, além do fato de as cenouras estarem amargas ao invés de doces.

De modo geral, o preconceito foi vencido. Como fomos cedo (e em fim de semana de feriado prolongado), o restaurante estava vazio e sossegado, e sentamos do lado de fora, pois nada reflete melhor um sábado de sol que um almoço ao ar livre.

Gostei.

Quattrino
Rua Oscar Freire, 506, Jardins - São Paulo - SP
t: (11) 3068.0319

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