sábado, 12 de maio de 2007

"Blondies" de Nigella



O nome é estúpido, mas convenhamos: não é possível chamar esses bolinhos pálidos de "brownies". A receita é, mais uma vez, de Nigella Lawson. Cada vez mais seus livros têm se mostrado boas fontes de receitas, clássicas, revisitadas ou de culturas remotas, que de outra forma eu não conheceria. No entanto, cada vez mais me dou conta de que, ainda que seus pratos salgados sejam perfeitos para iniciantes na cozinha, pois não requerem nenhuma técnica ou experiência prévia, seus doces, apesar de simples, exigem alguém um pouco mais à vontade com ingredientes.

Apesar de seus bolos, tortas e doces serem de fácil produção (principalmente para quem tem uma batedeira ou processador), são seus textos que confundem o cozinheiro sem prática. "Bater os ovos até que fiquem cremosos e claros" pode parecer muito vago para quem não conhece o ponto certo e está acostumado com "bater por 10 minutos". Quão cremosos? Quão claros? Nestas horas é excelente conhecer aquelas regrinhas para produção de bolos que postei no blog há alguns meses atrás (em "técnicas"). Mesmo eu ainda produzia doces ruins por causa de instruções vagas demais.

Esta receita de brownies de chocolate branco é um ótimo exemplo de algo que poderia ter dado muito errado, ao bater demais ou de menos os ovos, ao acrescentar ingredientes ainda gelados, ou mesmo ao misturar a farinha muito violentamente e perder o volume do bolo. No forno, então, ao invés dos 35 minutos previstos na receita, foram precisos 50. Ainda assim recomendo seus livros. O "Forever Summer" é espetacular para quem quer refeições muito rápidas e frescas. E a receita de sorvete de morango é deliciosa e muito fácil. O "How to be a domestic goddess" é o livro a que mais recorro quando quero produzir bolos e biscoitos sem muita firula. Apenas um conselho: procure as versões INGLESAS ao invés das americanas. A versão inglesa, original, está toda no sistema métrico. A americana, cheia de "pounds", "ounces" e graus Farenheit pode ser confusa para adaptar e tem muitos erros de conversão de medidas. Também vale a pena checar o site www.nigella.com, onde há erratas dos livros, nas duas versões.

Agora, aos "so called brownies". Feitos de chocolate branco de qualidade, muita baunilha e macadâmias picadas, ele tem a densidade e a crosta leve dos brownies comuns, mas um sabor que evoca o caramelo e a baunilha como um doce de leite muito claro. Seu sabor é tão intenso quanto seus irmãos escuros, mas sua aparência pode causar alguma estranheza, já que, à primeira vista, parece um bolinho branco simples que deu errado. Mas quando você supera sua palidez, é recompensado por um aroma e sabor penetrantes de chocolate branco. Pequenos pedaços, no entanto, pois como sua versão original, ele pode ser um tanto enjoativo, ainda que não seja excessivamente doce.

segunda-feira, 7 de maio de 2007

O fim da rixa com o abacate



Quando criança, adorava abacate. Principalmente quando minha mãe preparava o creme, com muito açúcar; devorava cumbuquinhas inteiras. Não era à toa, afinal, que eu era redonda.

Quando cresci um pouco, o abacate virou um grande vilão: por ser muito calórico, ninguém queria mais saber do pobrezinho, e a simples menção da fruta a qualquer criatura de dieta era motivo de ataques violentos contra a coitada.

As coisas mudaram de figura quando descobriu-se que não só a gordura do abacate é daquelas que ajudam a controlar o colesterol ruim, como ele tem mais uma centena de outras substâncias e propriedades benéficas. Bota o abacate no menu de novo.

Minha rixa com o coitado, no entanto, era de outra natureza: desde que saí da casa dos meus pais tenho comprado abacates. Seja para guacamole, seja para saladas. Mas o danado nunca colaborava comigo e teimava em estragar antes mesmo de ficar maduro, principalmente no verão. De um dia para o outro, o abacate verde e duro apodrecia. Para fazer o guacamole do post dos nachos foram 3 frutas jogadas no lixo, o que muito me aborrece.

A rixa terminou com a descoberta no supermercado daquela variedade menorzinha, que ingleses e americanos chamam de "avocado". Com a metade do tamanho de um abacate comum (com caroço proporcional, é claro!) e casca enrugadinha, sua cor muda drasticamente do verde bandeira a um roxo enegrecido, que indica que ele está maravilhosamente no ponto. Não é preciso ficar apertando, cheirando e prevendo seu estado. E a melhor parte é que ele é uma "porção individual". Posso abrir um inteiro para minha salada de batatas e mâche (da foto) e deixar o outro intacto para quando o Allex chegar e quiser macular o verde intenso do abacate com colheradas de leite condensado.

Cozinhe isso também!

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