Mostrando postagens com marcador sopas. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador sopas. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Comprou rabanete? Ganhou sopa de folha de rabanete de lambuja.


Adoro qualquer coisa que seja verde. Em forma de saladas, sopas, o que for. Quando vi essa receita em uma revista Saveurs, fiquei obcecada. Afinal, sou fã de rabanetes, e nunca havia pensado em comer suas folhas. O problema era encontrá-las. No supermercado, os rabanetes são sempre vendidos já sem folhas, devidamente limpos e embalados. Na feira, os ramos estavam sempre murchos, imprestáveis para qualquer coisa. Acabava comprando as raízes sem as folhas, simplesmente porque rabanetes são bons e ponto.

Enfim, numa bela manhã de quinta-feira, apanhei um ramo enorme de rabanetes na feira e vi que suas folhas estavam todas frescas e de um verde-vivo apetitoso, e dei pequenos pulinhos de alegria por enfim poder preparar minha sopa.

Valeu a pena. As folhas de rabanete são saborosas, de um amargor muito sutil e leve picância. E a sopa não poderia ser mais fácil. Pronto. Agora posso voltar a falar de doces.

SOPA DE FOLHAS DE RABANETE
(Livremente adaptado da revista Saveurs)
Tempo de preparo: 20 minutos
Rendimento: 2 pessoas


Ingredientes:
  • 1 ramo de folhas de rabanete (com os talos mais finos; descarte os mais grossos, que são muito fibrosos)
  • 1/2 cebola
  • 1 batata pequena
  • 1 dente de alho
  • 500ml de caldo de legumes
  • 150g iogurte integral
  • 2 colh. (sopa) azeite
  • sal
  • pimenta-do-reino
Preparo:
  1. Lave muito bem as folhas de rabanete, tendo o cuidado de remover toda a terra e sujeira. Corte a batata em cubos, pique o alho e a cebola.
  2. Aqueça o azeite em uma panela e refogue o alho e a cebola até começar a dourar levemente. Junte as folhas de rabanete e uma pitada de sal e cozinhe até que as folhas murchem um pouco.
  3. Adicione a batata, o caldo e leve à fervura. Abaixe o fogo e deixe ferver por 15 ou 20 minutos.
  4. Bata num liqüidificador (com cuidado, aos pouquinhos, pois líquidos quentes explodem) e volte à panela para reaquecer. Acerte o sal e a pimenta. Distribua nas tigelas e despeje uma colherada gorda de iogurte no centro de cada uma. Polvilhe mais um pouco de pimenta e sirva quente ou fria.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Sopa de cenouras e funcho para enganar o olho gordo

Mas nem começou Dezembro direito, e já estou me sentindo empapuçada. Mal sinal, mal sinal... Olhar minha agenda para esse mês, pela primeira vez em minha vida, me deixa desnorteada. Além da quantidade cavalar de trabalho [Benza Deus, obrigada Senhor, estou um caco assim, mas estaria pior sem trabalho nenhum!], tenho tantos compromissos familiares, happy hours com amigos e colegas de diferentes lugares, amigo secreto, eventos tchanchantrans, coisas de corrida e almoços de domingo, que não consigo imaginar onde conseguirei tempo para preparar o almoço do dia 25.

E é claro que a porcaria da dieta não me sai da cabeça. "Você pode beber moderadamente uma vez por semana", proferiu a nutri. Ahn-rã. Até parece. Quinta-feira, happy hour da corrida. Sábado de manhã, churrasco dos atletas do clube. Sábado à noite, aniversário de um amigão. Domingo, almoço de advento nos sogros. E esse ritmo tende a se repetir até o fim do mês.

Dancei nessa.

Pior, a nutri pediu para que eu desse um pulo lá logo antes do Natal para uma "pesagem" antes das festas. Ahhhnnn... isso faz com que eu me sinta um peru indo para o abate. Quem é que agüenta três cookies por semana com taaaaantas receitas de fim de ano alinhadas em fila para serem feitas???

O jeito é (tentar) manter a linha em outras áreas mais fáceis. O que para mim não é problema. Falei para a nutri que poderia passar o resto da vida comendo saladas e legumes do jeito como estou comendo, pois estou adorando a sensação de leveza pós-refeição que a dieta me tem proporcionado. Porém, eu quero, QUERO, meu docinho dia sim, dia não, e eu quero, PRECISO, da minha cervejinha em dias estressantes. Eu passo sem macarrão, mas não sem um pedaço de bolo e uma taça de vinho.

Vê-se então que não é nenhuma dificuldade jantar uma sopinha de legumes. Principalmente se ela é saborosa como essa receita da revista Gourmet, pela qual sou apaixonada. Corte 300g de cenouras em quartos, no sentido do comprimento, e junte com 1 bulbo de funcho pequeno fatiado, 1/2 cebola sem casca e 1 dente de alho em uma assadeira. Tempere com 2 colh. (sopa) de azeite, 1 pitada de açúcar, sal e pimenta-do-reino a gosto e leve ao forno pré-aquecido a 230ºC por 25-30 minutos, mexendo uma ou duas vezes no meio do cozimento, até que os legumes estejam assados e caramelizados. Bata no liqüidificador com 2 xícaras de caldo de legumes e leve à panela para reaquecer. Levante fervura e e deixe em fogo baixo por alguns minutos. Acerte o tempero e afine a sopa com mais uma xícara de água ou a gosto. Moa em um pilão 1/4 colh. (chá) de sementes de erva doce, até virarem um pó fino e junte a 1 colh. (sopa) de azeite. Sirva a sopa nos pratos, derrame um fio do azeite aromatizado, e guarneça com cubos de queijo feta e folhas frescas de funcho. Delícia!

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Agradecimentos e uma sopa de beterrabas fruto de um chilique

Antes de começar, preciso agradecer a todos que passaram por aqui no aniversário do blog. Quem diria que depois de dois anos, tanta gente se daria ao trabalho de ler os absurdos que eu escrevo. Meu coração gelado foi derretido pelo carinho de todos vocês. Muito, muito obrigada!

No entanto, até que o bolo de aniversário de minha irmã esteja pronto, estamos de volta à contagem de [argh!] calorias. A boa notícia é que ao menos estou começando a ver já algum resultado depois de duas semanas e meia querendo mastigar meu braço esquerdo de vontade de comer doce.

Há alguns meses atrás, tive o que não poderia descrever de outra forma senão como um siricotico. Um ataque, daqueles que fazem com que você saia gritando pela casa com os braços para cima, querendo jogar fora tudo o que tem e começar de novo, limpa, sem peso nas costas. Não se alarme, porém: tenho um desses, eu diria, trimestralmente. Após três anos morando com a louca que vos escreve, meu marido já se acostumou a chegar em casa e encontrar o apartamento inteiro invertido, os cds organizados por data de lançamento na estante onde antes ficavam os álbuns de fotografia, os livros empilhados ao invés de horizontalmente alinhados, o sofá onde antes ficava a TV. Normal. Ataques. Chiliques. Siricoticos.

No último deles, resolvi implicar com minhas revistas de cozinha. Espalhei-as por toda a sala e folheei uma a uma, recortando apenas o que tinha certeza de que cozinharia um dia (surpreendentemente, pouca coisa), e jogando o esqueleto repolhudo restante fora. Os recortes foram, então, organizados por tamanho, montados como quebra-cabeças e colados no meu caderno. Caderno de volta à estante e tudo bem: hora de comprar revistas novas.

Ah, essa compulsão...

Foi numa noite em que jantaria sozinha que resolvi exercitar minha opção de "duas conchas grandes de sopa de legumes — SÓ LEGUMES" colada à geladeira. Imediatamente me lembrei de uma das receitas coladas ao caderno que, para ser sincera, eu já quisera preparar muitas vezes fora da dieta, mas sempre me esquecia de comprar os ingredientes. E desta vez, tinha todos à mão. A receita era de uma sopa de beterrabas de uma Cláudia Cozinha de uns dez anos atrás. Mas, quando comecei a lê-la, desanimei: panela de pressão.

Ooook... Não preciso explicar de novo o por quê de não ter uma panela de pressão.

Apanhei meus ingredientes e resolvi reinventar a sopa, a meu modo. Desde que descobri as maravilhas das mini-beterrabas assadas en papillote com vinagre balsâmico [receita que achava ser do Jamie Oliver, até descobrir que é clássica italiana], nunca mais as preparei de outra forma. O que mais gosto nelas dessa forma é o fato de ficarem ligeiramente caramelizadas, macias, doces e deliciosas, mas sem absorverem toda aquela água de quando são cozidas. Outra facilidade é o fato de sua casca ainda ser muito fina, e, quando assada, praticamente desaparece na boca, razão pela qual não me dou ao trabalho de descascá-las.

Esta é uma sopa para amantes de beterrabas, mas talvez possa convencer alguns do contra. Ela é ainda mais saborosa acompanhada de mozzarella de búfala ou algum queijo de cabra.

SOPA DE BETERRABAS ASSADAS
(Inspirada por uma receita da revista Cláudia Cozinha)
Tempo de preparo: 40 minutos
Rendimento: 3-4 porções


Ingredientes:
  • 1 lata de tomates italianos pelados
  • 1 cebola
  • 1 talo de salsão de uns 15cm
  • 2 dentes de alho
  • 6 mini-beterrabas, ainda com parte dos ramos
  • 1 colh. (chá) de vinagre balsâmico
  • 2 colh. (chá) de azeite extra-virgem
  • 1 colh. (chá) de Tabasco
  • 1 xíc. de água
  • sal e pimenta-do-reino moída na hora
  • salsinha para guarnecer

Preparo:
  1. Pré-aqueça o forno a 200ºC. Rague uma folha grande de papel alumínio e dobre-a ao meio, para que fique mais segura e não rasgue. No meio dela, coloque as beterrabas inteiras (ou cortadas ao meio se forem maiores) e o vinagre balsâmico. Tempere com sal e pimenta. Feche o papel alumínio como um envelope, apertando bem as laterais para que o vapor não escape. Leve ao forno e asse por 20-30 minutos, até que o papel esteja bem inflado e as beterrabas estejam assadas e caramelizadas. Não tem importância se queimar um pouco.
  2. Pique o alho, a cebola e o salsão e refogue em uma panela, com metade do azeite. Junte os tomates e cozinhe por uns 15 minutos, mexendo de vez em quando.
  3. Retire as beterrabas do forno e coloque-as num liqüidificador, com qualquer caldo que tenha escorrido delas. Junte a mistura de tomates, a xícara de água e o Tabasco e bata até que fique homogêneo.
  4. Volte a mistura para a panela, para reaquecê-la. Tempere com sal e pimenta (e mais Tabasco, se quiser). Guarneça com folhas de salsinha e sirva.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Cena de um casal no shopping e uma sopa picante com queijo

Um casal passeia despreocupadamente no shopping, quando, de repente, a mulher agarra seu companheiro pelo braço e o puxa em direção a uma loja de cozinha em liquidação. O homem, acostumado já aos rompantes consumistas de sua esposa, não faz caso e se deixa levar. Ela aponta para uma travessinha cor de tomate maduro, apanha a peça nas mãos e solta um longo, dengoso e inapropriado-para-sua-idade: "onhonhóoooooooh, que butitchiiiinhu.... cutchi-cutchi..." O marido, sem saber onde enfiar a cara, concorda discretamente, na tentativa de acalmar a mulher maluca, e observa que há já muitas travessas em casa.

"Mas essa é piquinininha...!", tenta a mulher, com olhos pidões.
"E o que você faria nela?", perguntou ele, resistindo, buscando um furo em sua estratégia.
"Aaaaaaaah... um monte de coisa...! Um clafoutizinhozinhoinho, por exemplo... porção para dois!", retrucou, com uma cara de pamonha que sempre fazia seu marido rir. "Eu sei que não tem mais espaço", continuou ela, mostrando ainda estar em pleno domínio de suas faculdades. "Mas é tãaaaaaaao bonitinho... Eu vou levar, vai! Fica aí, que vou no caixa."

Ele apanha a peça de suas mãos, e, num menear de cabeça, sorri e diz: "Dá aqui. Vou te dar de presente, porque sei que você fica toda feliz quando tem coisa bonita onde fotografar sua comida."

: )

O mais incrível é que, na verdade, não fazia idéia do que faria com a tal travessa quando a ganhei. Mas desde que ela chegou à cozinha, foi usada praticamente todos os dias, justamente por ser pequena o suficiente para comportar porções para um casal. E, desta vez, com poucos ingredientes para uma sopa para dois, não foi diferente.

Queria uma sopa de legumes que pudesse ser feita com o que havia em casa, e sem nenhum grão ou cereal. Admito: é muito difícil pensar em uma sopa que não leve nenhum feijão, ervilha, pão ou batata, ou que não seja engrossada com farinha. Quando encontrei essa receita no livro de Heidi Swanson, sabia que teria um jantar delicioso. A sopa é mais rala, por não ter nenhum agente espessante (leia-se ingrediente com amido), então a quantidade de caldo é crucial para determinar sua consistência. Vá acrescentando aos poucos até chegar no ponto desejado. Aviso: ela é bem picante, mas o queijo equilibra bem a força da pimenta.

SOPA DE PIMENTÕES ASSADOS E TOMATE
(Adaptado do livro Super Natural Cooking, de Heidi Swanson)
Tempo de preparo: 40 minutos
Rendimento: 2 porções


Ingredientes:
  • 1/2 lata de tomates italianos pelados, com seu suco
  • 1/2 pimentão vermelho sem as sementes
  • 1/2 pimentão amarelo sem as sementes
  • 1 cebola pequena cortada em quartos
  • 1 dente de alho grande inteiro, com casca
  • 1/2 pimenta dedo-de-moça, sem as sementes
  • 3 colh. (chá) de azeite de oliva extra-virgem
  • 1 1/2 - 2 xíc. de caldo de legumes
  • 1/4 colh. (chá) de páprica picante
  • sal e pimenta-do-reino moída na hora
  • 2 bolas grandes de mozzarella de búfala
  • folhas de manjericão para decorar (opcional)

Preparo:
  1. Aqueça o forno a 180ºC. Disponha os pimentões, a cebola, o alho e a pimenta em uma travessa refratária pequena. Tempere com sal, pimenta e 1 colh. (chá) de azeite e leve ao forno já quente por meia hora, ou até que as pontas dos vegetais estejam chamuscadas. Vire-os no meio do cozimento.
  2. Retire do forno. Exprema o alho para fora da casca, descartando-a. Bata os legumes no liquidificador junto com o caldo e os tomates.
  3. Coloque a sopa em uma panela pequena e reaqueça em fogo baixo. Junte a páprica e acerte o sal e a consistência.
  4. Abra as mozzarelle com os dedos e coloque uma no centro de cada tigela. Despeje a sopa à volta do queijo, derrame o resto do azeite em fio sobre ele e sirva imediatamente.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Doce sopa de cenouras para acalmar os nervos






Ê, fase, viu?! Primeiro marido doente, depois excesso de trabalho, agora cãozinho resolveu ficar borocochô (eis uma palavra que nunca pensei que escreveria — será que é assim??). O coitado do bichinho empipocou todo de calor e está sendo entuchado de antibióticos e antialérgicos. Lá vou eu parar de trabalhar e levar o Gnocchi no veterinário (que, ainda bem, é aqui do lado). Toma remédio e... passa mal do estômago. Lá vai a Ana limpar a sujeirada, morrendo de dó do cãozinho, mas simultaneamente pensando no prazo. Ai, o prazo. Tem que terminar a estrutura do painel, tem que ilustrar os edifícios, os veículos, tem que converter os gráficos, e ilustrar as pessoinhas... Ai, as pessoinhas! Tem que escanear e enviar para o cliente para que ele aprove o traço! Mas eu ia fazer isso no fim de semana! Droga. Volta tudo. Refaz o cronograma. Não vai dar tempo, não vai dar tempo...

AAAAAARGH!!!

Preciso de algo gostoso no almoço, pensei. Não quero salada, não quero sanduíche. O que dá prá fazer rapidinho, que seja reconfortante, e que não exija que eu fique muito tempo longe do computador?

Apanhei duas cenouras pequenas, descasquei-as e fatiei-as, cortando também um tomate em bocados. Misturei-os, em uma assadeira, a um pouco de azeite, sal, pimenta moída na hora, uma pitada de cominho em grão, 1/2 colher (chá) de mel e levei ao forno quente, a 220ºC por uns 20 minutos, até que as cenouras estivessem caramelizadas e o tomate, murchinho. (Enquanto isso, volta para o computador e reescreve os contratos para o outro cliente.) Bati tudo no liqüidificador com 125ml de caldo de legumes e 1/4 de xícara de creme de leite fresco. Acertei o tempero, e comi acompanhado de lascas finas de polenta assada, crocantes depois de salteadas no azeite.

Aaaaaaaaaaaah... que booooom... Suquinho de maracujá para acompanhar e terminar de acalmar os nervos.

Agora de volta ao buraco negro que me engole para dentro do universo chamado trabalho.

sábado, 15 de dezembro de 2007

Sopa de ervilhas e açafrão

A receita muito me apeteceu quando a vi na revista portuguesa Blue Cooking. Com marido meio borocochô e com dor de garganta depois de uma semana corrida, nada como sopinhas cremosas e adocicadas para, "ayurvedicamente", ajudá-lo a sarar logo.

Comecei com a receita exatamente como ela era, omitindo apenas o vinho por sua ausência em minha despensa. Então começou a adaptação. Adicionei um naco de manteiga às cebolas, e resolvi incrementar a sopa com uma batata, pois temia que apenas as ervilhas resultassem em algo ralo demais. Como estava usando ervilhas secas ao invés das congeladas ou enlatadas, o cozimento demorou um pouco mais, e tive de acrescentar um pouco mais de água para que a sopa não pegasse no fundo. Na hora de bater no liqüidificador, então, a sopa estava bastante densa, e resolvi afiná-la com leite. Para mais untuosidade, um naco de manteiga, e um pouco de queijo parmesão ralado. Para um contraste, cortei em cubos duas fatias de pão preto e refoguei-os em fogo alto numa frigideira bem quente, com uma colher de azeite e generosas pitadas de sal e pimenta-do-reino, até que dourassem e secassem.

Allex, para minha supresa, adorou a sopa. Eu, no entanto, também para minha surpresa, não. Gostei de todas as minhas adaptações, pois não há como errar com ervilhas, batatas, leite e queijo. Gostei do fato de ela ter ficado incrivelmente densa e cremosa. O açafrão deu um toque interessante e ligeiramente exótico à sopa. Mas a erva-doce, que constava na receita original, dominou por demais o sabor e tornou-a um pouco mais adocicada e anisada do que eu gostaria. Numa próxima tentativa eu diminuiria a quantidade pela metade ou omitiria completamente as sementes. Como, no entanto, isso vai de gosto, deixo-as nesta receita, como uma opção.

SOPA DE ERVILHAS E AÇAFRÃO
Tempo de preparo: 1 hora
Rendimento: 4 porções


Ingredientes:
  • 300g de ervilhas secas
  • 1 batata pequena em cubos, com casca
  • 1 cebola pequena picada
  • 2 dentes de alho picada
  • 1 pitada de açafrão em pó
  • 2 colh. (sopa) de manteiga sem sal
  • 1 colh. (sopa) de azeite
  • 1 xíc. leite
  • 1 colh. (chá) de sementes de erva-doce (opcional)
  • queijo parmesão ralado
  • sal e pimenta-do-reino

Preparo:
  1. Aqueça o azeite numa panela e doure ligeiramente o alho. Junte a cebola e refogue até amolecer. Se estiver usando a erva-doce, refogue-a junto com a cebola. Junte uma colher de manteiga de mexa para derreter.
  2. Junte a batata em cubos e misture bem por um minuto. Dissolva o açafrão em 1 litro de água e derrame na panela, misturando as ervilhas secas. Deixe levantar fervura, tampe, abaixe o fogo e deixe cozinhar por cerca de 30 minutos, ou até que as ervilhas estejam macias. Adicione um pouco mais de água durante o cozimento se necessário.
  3. Desligue o fogo, passe tudo pelo liqüidificador e volte para a panela. Junte o leite, um punhado de parmesão ralado e acerte o sal e a pimenta. Mexa em fogo baixo para reaquecer a sopa.
  4. Sirva com croûtons, um fio de azeite por cima e parmesão à parte.

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Creme de couve-de-bruxelas

Havia uma eternidade que eu abria a porta do freezer e as via ali, sentadas, olhando para mim com ares de julgamento, perguntando-se porque diabos eu não as usava para nada, enquanto tantos outros vegetais haviam chegado e ido embora tão rapidamente. Não me animava a fazer nada com aquelas couves-de-bruxelas (apesar de gostar delas), porque Allex sempre torcia o nariz quando as mencionava. Então, fuçando por aí, encontrei esse blog fantástico, The Traveler´s Lunchbox, com fotos lindíssimas e um texto que falava a respeito de sopas de vegetais. Inspirada pelo blog, criei essa sopa, muito simples, que ficou de lamber a tigela, mesmo para quem não gosta de couve-de-bruxelas.

CREME DE COUVE-DE-BRUXELAS
Tempo de preparo: 40 minutos
Rendimento: 1 porção


Ingredientes:
  • 2 xícaras de couve-de-bruxelas fresca ou congelada
  • 2 dentes de alho pequenos ou 1 grande
  • 2 ramos grandes de tomilho
  • 1 1/2 xic. de caldo de legumes
  • 1/4 xic. de leite ou creme de leite
  • 1 punhado de nozes
  • azeite extra-virgem trufado ou comum
  • sal e pimenta-do-reino moída na hora
Preparo:
  1. Coloque as couves numa assadeira, com o alho com casca, um fio de azeite, sal e pimenta e leve ao forno pré-aquecido a 180ºC até que dourem ligeiramente e o alho esteja macio (cerca de 15 minutos).
  2. Junte em uma panela pequena as couves assadas, o caldo e o tomilho. Esprema o alho para fora da casca e junte-o ao caldo. Leve à fervura, abaixe o fogo e deixe cozinhando por 5-10 minutos.
  3. Bata tudo no liqüidificador e volte à panela para aquecer. Junte o leite ou creme de leite e acerte o tempero. Desligue o fogo e reserve.
  4. Quebre as nozes nas mãos sobre uma frigideira quente e toste-as ligeiramente, sem deixar queimar.
  5. Sirva o creme com as nozes salpicadas por cima e um fio de azeite trufado.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Sopa cremosa para um dia de chuva


Chamar essa sopa de "cremosa" é quase um eufemismo. Usei (propositadamente) pouca água, para que a sopa ficasse bastante consistente e reconfortante, quase uma pasta. Não sabia o que fazer para meu almoço, até lembrar-me do potinho de feijões brancos que eu congelara há algum tempo atrás. Descongelei-os (cerca de 2 xícaras), aqueci-os com sal, pimenta-do-reino, uma pitada de pimenta calabresa seca, folhas se sálvia colhidas da janela e um pouco de caldo de legumes, o bastante para atingir a consistência desejada. Enquanto isso, refoguei numa frigideira um dente de alho, algumas folhas de alecrim fresco também do meu "jardim", e mais algumas folhinhas de sálvia. Verti os feijões quentes na frigideira, mexendo bem, misturando uma colher de manteiga e uma de ketchup Heinz (na falta da minha garrafa de passata di pomodoro). Passei tudo no liqüidificador, voltei para a panela e acertei o tempero. Comi com duas fatias de pão ciabatta grelhados. Exatamente o que eu precisava depois de um treino de corrida, uma passada no dentista, uma série de afazeres e uma hora de musculação! Afe!

o rei da quinzena: Rei Feijão

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Sopa de acelga, feijão branco e cevada

Aproveitando a mudança de tempo e o fato de ter todos os ingredientes na despensa, preparei essa sopa substanciosa, típica do Friuli, região do nordeste da Itália que, junto ao Trentino, faz bom e freqüente uso de cevada em seus pratos. A sopa leva acelga em tiras refogada em cebola, aipo e cenoura, um poquinho de tomate, feijão branco cozido e escorrido e cevada cozida, junto com sua água de cozimento, acrescentados no último momento, quando a acelga já está bem macia. Um bom punhado de parmesão ralado por cima completa a refeição.

A cevada é para mim uma novidade; comprei-a logo ao ler o livro da Heidi Swanson. Adorei sua textura macia mas resistente, e seu sabor ligeiramente adocicado. Noutro dia preparei-a como arroz, deixei-a esfriar e misturei-a a pimentão vermelho grelhado e descascado, berinjela grelhada, queijo tipo Feta, alcaparras e manjericão, tudo ligado por um molhinho simples de salada: azeite, vinagre, sal e pimenta-do-reino. Depois de um dia na geladeira, a salada parece ter fortalecido o sabor, e ficou sensacional para um dia quente em que se deseja algo mais substancioso que alface.

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Zuppa di Farro

Minha casa inteira está com cheirinho de feijão no fogo, cozido com alho, sálvia e alecrim. Talvez por isso tenha me lembrado dessa sopa sensacional, pela qual o Allex tira o maior sarro da minha cara, mas eu sempre digo: é a melhor sopa de feijão que já comi.

Por um tempo acreditei que fosse por causa do lugar. Eu estava em uma trattoria muito gostosa e aconchegante em Lucca, uma cidade no meio da Toscana, após horas caminhando com uma mochila de 15kg nas costas. Pedi a sopa, especialidade local, um vinho Chianti, que casou muito bem com a robustez da sopa, e, de sobremesa, uma estranheza: torta coi becchi, ou torta de verduras. Pois é, sobremesa de espinafre e escarola! Incrivelmente doce e saborosa, não me importa o quanto torçam o nariz para ela.

Fiquei completamente noiada na sopa quando voltei para o Brasil, mas não conseguia o ingrediente principal, responsável por parte do sabor e muito da textura: o Farro, uma espécie de trigo cultivada desde a época dos romanos. Até o dia em que o encontrei, cerca de 2 anos depois, numa prateleira no Santa Luzia. Benzadeus! Fui direto para a cozinha. Farro, feijões borlotti, cannelini, alecrim, alho, passata di pomodoro, e eccola: zuppa di farro. Um fiozinho de azeite por cima, pão rústico para chuchar na sopa, e eu estava nos céus! Só faltou estar na Toscana bebericando Chianti local.

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Mais um quitute italiano de viagem


Esse é outro quitute trazido por meus sogros, e eu achei a idéia fantástica. É apenas um pacotinho com um monte de tipos de feijões, lentilhas, ervilhas e cereais, para fazer minestrone. A embalagem sugere que você apenas coloque tudo dentro da panela com água e qualquer outro legume à disposição e cozinhe por uns 40 minutos. Os grãos de cozimento mais rápido se desmancham, engrossando a sopa, e os outros ficam no ponto certo, com os cereais para dar mais textura. Ainda não experimentei, mas achei incrivelmente prático para quem mora sozinho ou em dupla, como eu. É sempre ruim comprar a infinidade de grãos específicos pedidos pelas receitas, e você demora muito para usar tudo, se é que consegue. Eu já demorei 1 ano para gastar 1kg de feijão. Principalmente porque eu sempre esqueço de deixar de molho no dia anterior, e aí acabo inventando de fazer outra coisa e os feijões ficam lá, no pote de vidro, olhando para mim, rejeitados e abandonados. Eu nunca vi uma seleção de grãos para sopa dessa forma aqui no Brasil, a não ser que venha pré-cozido e com temperos prontos... Eca... Esse pacote vem com feijões brancos, borlotti, azuki, ervilhas, lentilhas comuns e vermelhas, farro e cevada. Nham-nham... Você fica saudável só de ler o rótulo.

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Minha pappa favorita!


Outro dia estava pensando em qual seria meu prato favorito, já que aquele de que mais gostava (lasagne al ragu da minha mãe) foi abandonado quando parei de comer carne vermelha. Concluí que, sem sombra de dúvida, meu prato favorito é Pappa al Pomodoro, aquela sopa de tomates e pão amanhecido cuja receita escrevi aqui.

É quase impossível aqui em casa dar tempo de um pão de casca grossa endurecer. Como eu ADORO pães assim, eles geralmente acabam rapidinho. Confesso que, para ter a oportunidade de preparar a sopa, às vezes eu ignoro a existência do pão de propósito, e fico esperando ele ficar sequinho, perfeito para os tomates, que devem ser muito doces. Naquelas épocas de muita chuva ou muito frio, em que os tomates são feinhos e ácidos ou sem gosto, é preferível usar os de lata, que foi o que eu fiz desta vez. A sopa fica um pouquinho menos consistente, mas não menos saborosa. Para duas porções, use 1 lata de tomates sem pele Raiola e use a lata vazia para medir mais 1 lata e meia de caldo de legumes. Não precisa ser nem pão italiano, eu usei minha baguetinha véia mesmo.

Da primeira vez em que a preparei, o Allex torceu o nariz pro "molho de tomate com pão velho", mas ontem comeu com gosto, e disse que é também um dos seus pratos favoritos. Ponto prá cozinha italiana de restos! (Só gostaria de ter uma cumbuquinha mais italiana para uma foto mais bonita! hehehe...)

sábado, 23 de junho de 2007

Sopa de Funcho e Batatas


Se existe um modo muito simples de experimentar novos sabores e combinações é através de sopas. Esta é tão rápida de ser feita, que não lhe resta desculpa a não ser experimentá-la. E se funcho (mais conhecido como erva-doce) não é seu vegetal favorito, ainda assim peço para que a experimente: o funcho, quando cozido ou refogado, perde boa parte de seu sabor de anis, ficando muito mais suave, como uma nota adocicada permeando o creme de batatas e leite. E para os que continuam comprando iogurtes que prometem levá-lo ao banheiro, o funcho tem fibras suficientes (que dissolvem na sopa) para regular o intestino mais preguiçoso.

SOPA DE FUNCHO E BATATAS
Tempo de preparo: 30 minutos
Rendimento: 4 porções como principal ou 6 como entrada


Ingredientes:
  • 1 colher (sopa) cheia de manteiga sem sal
  • 350g de batatas
  • 300g de funcho (erva-doce) com os ramos — compre o mais arredondado, que tem mais sabor que o comprido
  • 1/2 cebola grande ou 1 pequena
  • 1 dente de alho grande ou 2 se quiser um sabor mais forte
  • 1/4 de colher (chá) sementes de erva-doce
  • 1 cubo de caldo de vegetais dissolvido em 500ml de água
  • 500ml de leite integral
  • sal e pimenta-do-reino branca a gosto

Preparo:
  1. Corte a batata em cubos pequenos e reserve. Pique bem a cebola, o alho e o funcho.
  2. Derreta a manteiga em uma panela de fundo grosso. Junte a cebola, alho e funcho picados e refogue em fogo mínimo, mexendo sempre com uma colher de pau, por 5-10 minutos, até que os vegetais fiquem muito macios e translúcidos. Não deixe que dourem ou queime, ou isso comprometerá o sabor delicado e a cor clara da sopa.
  3. Junte as batatas e as sementes de erva-doce e mexa bem por 1 minuto, para cobrir as batatas com os outros legumes.
  4. Acrescente a água com o cubo de caldo, mexa com a colher para que as batatas não grudem no fundo e aumente o fogo até comece a ferver. Então abaixe de novo o fogo para que a sopa fique em ebulição constante. Deixe por 15-20 minutos, mexendo de vez em quando, até que as batatas estejam cozidas.
  5. Desligue o fogo. Passe a sopa para o liqüidificador e bata até que vire um creme claro e homogêneo. MUITO CUIDADO ao bater líquidos quentes no liqüidificador: comece pulsando devagar e então deixe batendo, ou o líquido pode "explodir" com o vapor e queimá-lo seriamente. Como alternativa, deixe que a sopa esfrie um pouco antes de batê-la.
  6. Volte o creme para a panela e junte o leite, misturando bem. Ligue o fogo novamente apenas para reaquecer a sopa. Não deixe que ferva, ou o leite pode talhar. Experimente o tempero. Salgue e coloque pimenta a gosto.
  7. Sirva quente com as folhinhas de funcho como decoração ou guarde bem tampada na geladeira por até 2 dias e sirva gelada. Se quiser a sopa mais consistente, susbtitua metade do leite por creme de leite fresco.

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

Comendo direito: 1º dia

Apesar da pilha de trabalho que me esperava hoje, comecei meu dia cedo, assando um pão. Depois que se pega o jeito da coisa, percebe-se que não são gastos mais de 30 minutos no processo. As 2-3 horas de fermentação e forno, você usa trabalhando em outra coisa (no meu caso, no design de uma mala-direta para um cliente).

Confesso que o calor me deixa intensamente preguiçosa, e só pensar em ficar em frente ao fogão ou sair na rua para abastecer a geladeira em pleno meio-dia me dá fastídio. Então o desafio: que refeição "light" pode ser preparada sem ingredientes frescos?

Eccola: Sopa de Milho. Parece estranha, mas é de fato saborosa, e tem pouco mais de 200 calorias, se tudo isso. E sendo o milho adocicado e a consistência, cremosa, a sopa satisfaz rápido com uma porção pequena e ainda evita sua vontade por um doce depois. Se achá-la simples demais, tente picar um tomate redondo, tirando as sementes e a parte aguada, e salpicar esse tomate por cima na hora de servir. Ou guarneça com torradas de pão Pitta esmigalhadas, menos calóricas que croûtons. Também pode temperá-la com ervas frescas como salsinha ou tomilho.

SOPA CREMOSA DE MILHO
Rendimento: 1 porção
Tempo de preparo: 15 minutos


Ingredientes:
  • 1 lata de milho verde
  • 1/2 tablete de caldo de legumes
  • 1 dente de alho grande picado
  • 1 colher (sopa) de azeite de oliva extra-virgem
  • pimenta-do-reino moída na hora a gosto
  • 1 pitada minúscula de pimenta caiena ou chilli em pó

Preparo:
  1. Aqueça o azeite em uma panela pequena, em fogo médio-baixo, e refogue o alho até que doure ligeiramente, sem queimar. Junte o milho e mexa bem, até que comece a soltar um perfume de milho cozido (1 minutinho).
  2. Desligue o fogo e passe o conteúdo da panela para um liquidificador. Junte o tablete de caldo e 1 xícara de água e bata até que fique cremoso e homogêneo.
  3. Passe por uma peneira, amassando com uma colher, para que todo o creme seja expremido. Jogue fora a massa de fiapos que ficou na peneira. Aqueça o creme novamente e prove. Tempere com as pimentas. Como o milho já é conservado em sal e o caldo também o tem em grande quantidade, provavelmente não será preciso salgar. Se achar muito espesso, junte mais água. Se achar muito ralo, cozinhe em fogo baixo, mexendo sempre, por mais alguns minutos até que engrosse. Guarneça como quiser e sirva.
Para o jantar (depois de uma passada no mercado), numa hora mais fresquinha), uma saladinha bastante conhecida e muito distorcida: Ceasar Salad. Um pouco mais calórica, mas por isso mesmo perfeita para um prato principal. Use ovos de origem confiável, no entanto, pois ele será usado praticamente cru. Se fizer 4 porções, use 1 pé inteiro de alface e 4 filés de anchova, e o restante do molho permanece o mesmo. Não guarde de um dia para o outro, pois fica horroroso.

CEASAR SALAD
Rendimento: 2 porções (não recomendo fazer menos de 2, pois a salada pode ficar enxarcada demais de molho)
Tempo de preparo: 15 minutos


Ingredientes:
  • 1/2 pé de alface Romana
  • 1/2 xíc. de croûtons de alho comprados prontos ou feitos em casa
  • 1 ovo orgânico
  • 2 filés de anchova amassados com um garfo
  • 1/4 xíc. de queijo parmesão ralado grosso ou em fatias finas
  • 1/2 colh. (chá) de molho inglês Worcestershie
  • suco de 1/2 limão
  • 1/4 xíc. de azeite de oliva extra-virgem
  • 1 dente de alho pequeno
  • sal e pimenta-do-reino a gosto

Preparo:
  1. Esquente água numa panelinha até ferver. Coloque dentro o ovo com cuidado e ferva por 1 minuto exatamente. Retire da água com cuidado e reserve.
  2. Descasque, pique e amasse o alho no fundo de uma tigela.
  3. Lave bem o alface e seque as folhas. Rasgue em pedaços pequenos com as mãos e coloque na tigela.
  4. Junte o azeite e mexa bem, para que todas as folhas fiquem cobertas. Faça o mesmo com o molho inglês, o sal e a pimenta.
  5. Quebre o ovo e junte a clara e a gema mole à salada, mexendo bem, até que as folhas fiquem reluzentes. Junte o suco, mexendo, e você verá o molho ficando cremoso. Junte as anchovas amassadas. Experimente e veja se é preciso mais azeite, mais limão ou sal e pimenta.
  6. Jogue os croûtons e o queijo por cima e sirva imediatamente.

segunda-feira, 8 de janeiro de 2007

Comida que não engorda

Um amigo pediu-me hoje algumas receitas light, o que decerto me pôs a pensar. Lembrei-me de um livro que comprara com receitas sem gordura em uma época em que pretendia fazer regime. Lembrei-me também de executar todas as receitas com manteiga e leite integral, pois as versões originais de margarina não tinham gosto de nada. Não é à toa que o ser humano associa gordura a sabor. Sem ela, não absorvemos grande parte das vitaminas necessárias à nossa sobrevivência. E, desculpem-me os radicais da dieta, mas não colocaria em meu pão uma passadela de margarina nem que me pagassem fortunas.

Não estou magérrima, isso é uma verdade. Mas em momento algum atribuo à comida o excesso de gostosura. Responsabilizo, sim, minha irreparável preguiça de ir à academia todos os dias. Hoje, um pouco mais consciente, venho tentando manter um nível razoável de disciplina, e tenho feito cerca de 1h30 de exercícios diários que já fizeram diferença. Claro, seriam mais notáveis se à ginástica acompanhasse uma dieta; não fosse minha relutância em deixar de comer de tudo um pouco. O caso é que, ao longo do tempo, venho acreditando cada vez menos no corte da gordura e cada vez mais na diminuição da porção.

A medicina ayurvédica (medicina indiana, a mais antiga do mundo) nos diz que devemos comer apenas o que cabe em nosso estômago saudável. Estenda as mãos em concha à sua frente. O que couber nelas é exatamente o que cabe em seu estômago se ele estivesse do tamanho normal. E sim, o seu estômago é de um tamanho diferente do de seus amigos. Provavelmente, você só deveria comer aquilo que cabe em um prato de sobremesa. Agora pense na porção caminhoneira de arroz com feijão que comeu ontem... Consegue entender de onde vem a barriguinha?

Bom... Meu maior desafio então tem sido pesquisar em meus livros e anotações receitas que faço em dias que quero algo leve e que possam ser consideradas "light". A verdade é que mesmo minhas receitas mais dietéticas seriam condenadas pelos radicais do alface com limão. Ainda assim, me arrisco aqui, e publico no blog a comida que eu como (de verdade) quando acredito precisar dar uma controladinha na alimentação. Parece um absurdo pedir para refogar qualquer coisa em azeite ou manteiga, ou usar pão branco ou queijo ralado. Mas pense no que você come de verdade normalmente: montes de carne, comida processada, muito sal adicional e quilos de doces. De repente batatas, os tão temidos carboidratos, não parecem tão ruins.

A sopa abaixo é uma deliciosa surpresa. Demorei para experimentá-la, com medo de que tivesse gosto de mollho de tomate. Mas é, na verdade, um dos pratos mais gostosos que já comi, e bastante substancial!

PAPPA AL POMODORO (Sopa de tomates toscana)
Tempo de preparo: 45 minutos
Rendimento: 4-5 porções


Ingredientes:
  • 1 dente de alho picado fino
  • azeite extra-virgem
  • 500g de tomates tipo italianos, ou chucha (os compridinhos)
  • 1 mão cheia de folhas de manjericão, rasgadas, sem os cabinhos
  • Pimenta-do-reino moída na hora
  • Sal
  • 500 ml de caldo de galinha ou vegetais (1/2 tablete diluído na mesma quantidade de água)
  • 250g de pão italiano amanhecido, já duro
  • queijo tipo parmesão ralado

Preparo:
  1. Corte os tomates ao meio e retire as sementes com uma colher de chá, descartando-as. Pique os tomates.
  2. Aqueça o azeite em uma panela em fogo médio e refogue o alho, até soltar o aroma e dourar um pouco. Não deixe ficar marrom, ou a sopa ficará amarga.
  3. Junte o tomate picado, metade do manjericão e um pouco de pimenta, a gosto. Mexa e cozinhe por uns 5 minutos, temperando com um pouco de sal no final (coloque metade do que colocaria normalmente, e deixe para terminar de salgar no final).
  4. Junte o cubo de caldo com a água e, em fogo baixo, espere começar a ferver.
  5. Corte o pão em cubos de 1cm, mais ou menos e junte-os à panela. Mexa por uns 3 minutos. Tampe e cozinhe em fogo mínimo por mais ou menos 30 minutos, mexendo de vez em quando para não grudar no fundo.
  6. Destampe, apague o fogo, experimente e acerte o sal e a pimenta se necessário (lembre-se que a sopa DEVE ter algo de adocicado, pois é característico do tomate).
  7. Sirva em cumbucas ou pratos de sopa, com um fio de azeite extra-virgem por cima, o restante do manjericão fresco e um pouco de queijo ralado.

DICA: se seu objetivo é emagrecer, a primeira coisa é começar a diminuir o sal. Excesso de sal faz com que você retenha água no corpo, dando-lhe a aparência de inchado. Diminuindo o sal, diminui-se o inchaço, aparentando-se ter perdido peso.

Cozinhe isso também!

Related Posts with Thumbnails